111021 - O projeto propõe o desenvolvimento de uma nanomedicação que impeça o avanço da doença, melhorando a qualidade de vida dos pacientes.
A doença de Parkinson é um distúrbio
progressivo e degenerativo do movimento neurológico que afeta
milhares de pessoas em todo o mundo. À medida que progride, a doença
torna-se cada vez mais incapacitante, dificultando ou
impossibilitando a realização de atividades cotidianas simples,
como tomar banho ou vestir-se. Muitos dos sintomas da doença de
Parkinson envolvem controle motor, a capacidade de controlar seus
músculos e movimentos. Essas alterações ocorrem principalmente
devido à morte de neurônios dopaminérgicos.
O custo
mundial dos medicamentos para essa doença é estimado em cerca de US
$ 11 bilhões, sendo o tratamento cerca de três a quatro vezes mais
caro para pacientes em estágios avançados da doença. Os
tratamentos existentes são sintomáticos, ou seja, substituem
parcialmente a dopamina em falta, mas não impedem a progressão da
doença. O projeto de pesquisa liderado pela cientista e neurologista
Katherine Athayde Teixeira de Carvalho e sua equipe, do Instituto dePesquisas Pelé Pequeno Príncipe, busca o desenvolvimento de um novo
tratamento, capaz de prevenir a morte de neurônios, preservando
assim a qualidade de vida dos portadores e reduzindo custos de
tratamento.
“As células-tronco têm capacidade
regenerativa e potencial de diferenciação. Evidências sugerem que
o efeito terapêutico dessas células advém de produtos
extracelulares, como microRNAs. Diante disso, nosso estudo propõe
uma terapia baseada em microRNAs. Os microRNAs que não apresentam
efeitos tóxicos são incorporados em nanoemulsões e usados em
testes pré-clínicos. A doença de Parkinson é induzida em
camundongos, e os animais são tratados por quatro a oito semanas com
a nanomedicação. Assim, espera-se o desenvolvimento de uma
nanomedicação segura para uma futura proposição de ensaio
clínico”, explica a pesquisadora. A nova terapia será testada por
via nasal e intravenosa.
“Teremos três anos para
desenvolver o projeto, ao final do qual esperamos contribuir para a
oferta de um tratamento mais resolutivo, mais econômico e com
resultados em mais qualidade de vida aos pacientes com doença de
Parkinson atendidos pelo Sistema Único de Saúde ( SUS)”, enfatiza
o cientista.
Financiamento
A pesquisa foi aprovada no
Programa Nacional de Genômica e Saúde de Precisão, lançado pelo
governo federal em 2020 para estimular o desenvolvimento científico
e tecnológico nas áreas de genômica e saúde de precisão no SUS,
além de impulsionar o crescimento da indústria nacional de
genômica. Para o seu desenvolvimento, recebeu um investimento de
mais de US $ 566 mil.
Centro de Processamento Celular
O
grupo de pesquisa liderado pela Dra. Katherine também está
trabalhando em um novo projeto, que pretende implantar um Centro de
Processamento Celular no Instituto de Pesquisa para o fornecimento de
células-tronco e seus derivados no âmbito da terapia celular
inovadora em todo o país.
“É um sonho que temos, mas
vai depender de muito apoio da sociedade para a concretização,
devido aos seus custos elevados”, destaca a diretora-geral do
Instituto, Ety Cristina Forte Carneiro.
Com a implantação
do Centro de Processamento Celular será possível isolar e cultivar
células-tronco de diversos tecidos, como adiposo e hematopoiético;
fornecer células-tronco para terapias halógenas e autólogas para o
tratamento padrão e já estabelecido para algumas doenças;
desenvolver terapias investigativas para doenças não tratadas,
também chamadas de doenças órfãs; e gerar receitas que sustentam
o próprio Centro, além de contribuir para a sustentabilidade
econômica do Complexo Pequeno Príncipe. Original em inglês,
tradução Google, revisão Hugo. Fonte: Pequenoprincipe.
Veja também: 09/10/2021 - Comunidade científica critica o corte milionário nas bolsas de estudo e apoio à pesquisa.
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