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terça-feira, 19 de dezembro de 2023

Uso de maconha com Parkinson: útil ou prejudicial?

August 25, 2023 - À medida que o consumo de marijuana se torna mais comum nos Estados Unidos, muitas pessoas com condições médicas crónicas, como a doença de Parkinson, questionam-se se esta substância será útil ou prejudicial.

“Algum de vocês já experimentou maconha para aliviar os sintomas de Parkinson?” perguntou um membro do MyParkinsonsTeam. “Nunca fumei na minha vida, muito menos maconha.”

Muitos membros do MyParkinsonsTeam disseram que usaram produtos de maconha – ou cannabis. Uma pesquisa realizada nos EUA com pessoas com doença de Parkinson, publicada no NPJ Parkinson’s Disease, descobriu que cerca de 1 em cada 4 entrevistados havia experimentado cannabis nos últimos seis meses. No entanto, outra pesquisa, publicada na Movement Disorders Clinical Practice, relatou que 73% das pessoas com a doença experimentaram algum tipo de produto de cannabis para fins medicinais.

Em última análise, os pesquisadores ainda estão aprendendo mais sobre a maconha e seus efeitos nas pessoas com Parkinson. Algumas evidências mostram que pode diminuir os sintomas e melhorar a qualidade de vida das pessoas com esse distúrbio do movimento. Outras pesquisas, porém, descobriram que a maconha pode não ajudar ou que os riscos podem não compensar os benefícios para algumas pessoas.

Continue lendo para saber mais sobre como a maconha pode afetá-lo se você usá-la enquanto convive com a doença de Parkinson.

THC, CBD, Cannabis – Qual é a diferença?

Para entender melhor como a maconha pode afetá-lo, é útil conhecer alguns dos termos comuns que você pode ver nos rótulos dos produtos ou ouvir nas conversas.

A maconha vem da planta cannabis. Esta planta contém mais de 100 canabinóides – produtos químicos que podem interagir com proteínas encontradas em suas células. Existem dois tipos principais de canabinóides:

Tetrahidrocanabinol (THC) é a substância que afeta suas funções mentais. THC é o que faz você se sentir chapado quando usa maconha.

O canabidiol (CBD) é uma substância que pode ter efeitos em todo o corpo, mas não causa efeito.

Tecnicamente, o termo “cannabis” inclui todos os produtos provenientes da planta cannabis, enquanto “maconha” se refere especificamente a produtos de cannabis que contêm THC e são capazes de deixar você chapado. Você pode comprar muitos tipos de produtos, incluindo:

“Flor” ou “botão” – botões folhosos que são defumados

Tinturas – óleos que são borrifados ou colocados debaixo da língua

Canetas Vape – cigarros eletrônicos que produzem vapor de flor, óleo ou concentrados de maconha

Comestíveis — Alimentos e bebidas infundidos com extrato de cannabis, como doces, assados, sucos e chás

O CBD derivado do cânhamo – Cannabis sativa com não mais que 0,3% de THC – é efetivamente legal em nível federal, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). No entanto, é proibido em alguns estados. Por outro lado, existem leis federais que proíbem a maconha, mas muitos estados a legalizaram. Em abril de 2023, 38 estados, três territórios dos EUA e Washington, D.C. permitiam a cannabis medicinal ou a maconha medicinal. Nessas áreas, você pode usar maconha para fins médicos específicos se tiver permissão de um médico. Além disso, em junho de 2023, 23 estados, dois territórios e Washington, D.C. permitiam o uso recreativo – qualquer adulto pode usar maconha para qualquer finalidade, incluindo usos não medicinais.

Como a maconha pode ajudar no Parkinson

Como não houve muita investigação nesta área, os especialistas em saúde ainda não têm uma boa compreensão dos possíveis benefícios da cannabis para a doença de Parkinson.

Alguns estudos e pesquisas menores relataram que, para pessoas com Parkinson, a maconha pode causar menos tremores e menos discinesia induzida por levodopa (LID) – movimentos incontroláveis causados pelo tratamento com levodopa. No entanto, vários estudos clínicos encontraram resultados opostos – não relataram diferenças nos sintomas motores entre aqueles que usaram maconha e aqueles que não usaram. Pesquisas adicionais são necessárias para entender melhor se a maconha é eficaz no tratamento de sintomas como tremores.

Outros estudos descobriram que a maconha pode ajudar nos sintomas não motores do Parkinson, incluindo a saúde mental. Pode ajudar a melhorar o humor, melhorar a memória e reduzir a fadiga. De acordo com a pesquisa da Nature, os motivos mais comuns pelos quais as pessoas com doença de Parkinson usam maconha incluem o controle da dor crônica, da ansiedade e das dificuldades para dormir.

Muitos membros do MyParkinsonsTeam consideram a maconha útil no controle de sua condição. “Não tive nada além de sucesso com isso”, comentou um membro. “Eu costumo usá-lo para dormir e para controlar a dor.”

Outro compartilhou: “Isso me ajuda muito com a ansiedade e o apetite, já que nada me parece bom agora”.

Uma pessoa descobriu que gotas líquidas ajudavam nos sintomas motores: “Certa noite, dei um jantar e estava exausto, então meus tremores eram muito fortes. Coloquei duas boas gotas na boca e meus tremores começaram a diminuir e em 20 minutos eles desapareceram totalmente. Também ajuda a acalmar meus nervos quando me sinto sobrecarregado.”

No entanto, a maconha não ajuda a todos. Quase 1 em cada 4 entrevistados na pesquisa da Nature disse que experimentou maconha e depois parou de usá-la. O motivo mais comum para parar foi que eles não achavam que isso ajudava nos sintomas.

Um membro do MyParkinsonsTeam escreveu: “Experimentei maconha medicinal, mas as variedades que experimentei não aliviaram a dor”.

Outro membro que experimentou uma variedade de produtos à base de maconha também os considerou inúteis. “Nos últimos 10 dias, tenho usado maconha. Até agora nada funciona”, comentaram. “Vou tentar mais uma semana até desistir.”

A maconha ajudará a tratar seus sintomas? Converse com sua equipe de saúde para saber mais ou considere experimentar maconha medicinal ou recreativa, se for legal em sua área.

Potenciais efeitos negativos da cannabis ou maconha

Embora a maconha possa ser útil para muitos, ela também pode apresentar desvantagens. Você pode discutir essas questões com seu médico antes de tentar usar produtos de maconha.

Efeitos colaterais da maconha

Em geral, a maconha pode causar vários efeitos colaterais de curto prazo, incluindo:

Tontura

Boca seca

Olhos secos

Dores de cabeça

Náusea ou vômito

Frequência cardíaca rápida

Pressão alta

Aumento do apetite

Dificuldade em lembrar, focar ou tomar decisões

Na pesquisa da Prática Clínica de Distúrbios do Movimento, os efeitos colaterais mais comuns relatados pelos entrevistados que usaram produtos contendo THC, CBD e/ou uma mistura incluíram:

Boca seca

Tonturas ou problemas de equilíbrio

Comprometimento cognitivo (dificuldades de pensamento)

Ganho de peso

Cansaço

Palpitações cardíacas (batimentos cardíacos irregulares)

Para algumas pessoas, esses efeitos colaterais são inexistentes ou leves. Um membro do MyParkinsonsTeam, que disse usar maconha há cinco meses, comentou: “Os efeitos colaterais são mínimos para mim. Minha boca fica seca e fico com muita fome.”

Outro membro mencionou que, embora a maconha diminuísse a dor e a ansiedade, ela afetava o equilíbrio. No entanto, eles não consideraram que isto fosse um grande problema: “Não estou a participar em nenhuma corrida, por isso posso conviver com o ligeiro problema de desequilíbrio. Só preciso me concentrar um pouco mais quando caminho”, compartilharam.

Outras pessoas relataram problemas mais sérios com o uso de maconha. “Eu experimentei maconha medicinal e isso me deixou um pouco louco!” disse um membro. “Corri em volta da mesa da cozinha por duas horas (sem brincadeira) depois de beber oito garrafas de água!”

Os efeitos colaterais da maconha também podem piorar o seu Parkinson. Por exemplo, a maconha pode causar alucinações, então você pode querer evitar essa substância se já tiver alucinações como sintoma da doença de Parkinson.

Outras considerações

Embora muitos estados tenham legalizado a maconha, ela ainda é ilegal em nível federal, o que significa que a maioria das seguradoras não pagará pelos tratamentos, mesmo que você se qualifique para a maconha medicinal.

Um membro do MyParkinsonsTeam cujo marido usa maconha para o Parkinson compartilhou sua experiência com o aspecto financeiro: “É verdade que o seguro não vai afetar isso, e fornecer as cápsulas não é para os fracos de coração, mas deixe-me tranquilizá-lo, se chegar a hora quando a dor é insuportável, é um excelente recurso”, afirmaram.

Também é importante compreender que você pode se tornar dependente da maconha, principalmente se a usar por um longo prazo. Você pode ter dificuldade em ficar sem essa substância ou sentir sintomas de abstinência se tentar parar. Converse com seu médico para obter ajuda sobre os benefícios e riscos do uso de produtos de cannabis para a doença de Parkinson.

Obtenha suporte de sua equipe

MyParkinsonsTeam é a rede social para pessoas com doença de Parkinson e seus entes queridos. No MyParkinsonsTeam, mais de 98.000 membros se reúnem para fazer perguntas, dar conselhos e compartilhar suas histórias com outras pessoas que entendem a vida com essa condição.

Você usou maconha enquanto vivia com a doença de Parkinson? Compartilhe sua experiência nos comentários abaixo ou inicie uma conversa postando na sua página de Atividades. Original em inglês, tradução Google, revisão Hugo. Fonte: My Parkinsons Team.

sábado, 14 de outubro de 2023

Congresso discute uso de cannabis medicinal para tratamento da dor

Especialistas avaliam prós e contras do uso da substância

Sábado, 14/10/2023 - O uso de cannabis medicinal para tratamento da dor em pacientes com doenças reumáticas ainda gera muitas dúvidas. Médicos reuniram-se no Congresso Brasileiro de Reumatologia, realizado em Goiânia no último fim de semana, para discutir os prós e contras no uso da substância para fins medicinais.

“A cannabis é uma planta utilizada pelo ser humano há aproximadamente 13 mil anos. É da flor que extraímos o canabidiol, que é o principal produto com indicação medicinal”, explicou a médica reumatologista Selma da Costa Silva Merenlender, integrante da Comissão de Mídias da Sociedade Brasileira de Reumatologia. “Quando falamos da cannabis medicinal, o principal produto a que nos referimos é o canabidiol (CBD), que não traz dependência. A tal dependência está relacionada aos princípios psicoativos de outro componente da planta, o THC, que é mais encontrado nas folhas e nos caules, que é encontrado na maconha. É importante separar a maconha, que está presente na folha, do CBD, que é a cannabis medicinal e que está na flor”, acrescentou.

O uso da cannabis tem sido sugerido por médicos e cientistas para o tratamento de algumas doenças, entre as quais a epilepsia refratária, que conta com estudos mais avançados e tem apontado para um bom resultado. “No Brasil, a primeira aprovação [do uso da substância] foi justamente para o tratamento de epilepsia refratária em crianças, mas já existem evidências científicas – e que estão em crescimento – da utilização da cannabis medicinal para diversas indicações neurológicas, reumatológicas, imunológicas, controles de peso, ansiedade e depressão”, disse Selma.

No caso da epilepsia refratária, o uso da substância tem contribuído para diminuir as crises convulsivas em crianças.

Entre as doenças reumatológicas, a cannabis medicinal está sendo indicada para síndromes dolorosas crônicas como a fibromialgia e para o tratamento da dor relacionadas à artrite reumatoide, espondilite anquilosante e psoríase. “O que a cannabis medicinal faz, além de retirar a dor, é equilibrar o organismo, trazer o paciente para um estado anterior da doença, ou seja, ele fica menos doente. Mas a doença não é curada. No caso da artrose, por exemplo, melhora a dor e a qualidade de vida do paciente.”

O assunto, no entanto, é polêmico. Embora seja cada vez mais comum pacientes que fazem uso de cannabis medicinal relatarem melhoras na qualidade de vida, como o deputado estadual de São Paulo Eduardo Suplicy, que toma o medicamento para tratar os efeitos da doença de Parkinson, há poucos estudos científicos sobre os resultados e também sobre os riscos. Isso ocorre principalmente no caso do tratamento da dor, disse a médica Alessandra de Sousa Braz, professora de reumatologia da Universidade Federal da Paraíba e integrante da Comissão de Dor, Reumatismo de Partes Moles e Fibromialgia da Sociedade Brasileira de Reumatologia. “Precisamos valorizar a cannabis medicinal, mas, quando valorizamos, precisamos saber que há prós e contras. Ninguém prescreve nenhum fármaco na reumatologia sem saber o que é bom ou ruim.”

No Brasil, o uso da cannabis medicinal não é livre: é preciso que um médico faça a prescrição. Até 2015, por exemplo, a venda de algum produto com canabidiol, substância derivada da cannabis, era proibida no país. Então, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) incluiu o canabidiol na lista de substâncias controladas. Isso significa que empresas interessadas em produzir ou vender derivados da substância precisam ter registro na Anvisa e que pacientes têm que apresentar receita médica para comprar o produto.

Atualmente existem apenas três formas de acesso ao canabidiol: em farmácias, por meio de associações ou por importação. Ainda não existe uma política de fornecimento gratuito de produtos à base de canabidiol por meio do Sistema Único da Saúde (SUS). O que há são projetos em tramitação no Congresso Nacional buscando garantir o acesso de pacientes que precisam dessas terapias ao SUS.

Estudos incipientes

Médica em João Pessoa, Alessandra costuma receber diversos pacientes que já usam a substância. “Para dores neuropáticas mais intensas, e que falharam para outros medicamentos, já há dados de literatura bem importante [falando sobre o uso da cannabis medicinal]. No caso da fibromialgia, que é uma doença multidimensional, o paciente não só sente dor. Ele tem dificuldade de dormir, alteração do sono, alteração de humor, alteração da memória.” Os pacientes que têm fibromialgia e vem usando a substância costumam relatar melhora na qualidade de vida, do humor e até da libido. No entanto, as evidências de que a substância age sobre a dor ainda são fracas. “Não sou contra [o uso da cannabis], mas quero saber o uso correto, ter uma indicação assertiva, e que a gente também estude os efeitos adversos do medicamento.”

Segundo a médica, também é preciso esclarecer que o uso desse medicamento não é livre para todas as pessoas. Em crianças e adolescentes, grávidas e idosos, a cannabis medicinal pode até apresentar riscos relacionados, por exemplo, à memória, problemas cardiovasculares e até associados ao leite materno. “Não sou contra a cannabis. Sou contra o uso inadvertido até para não queimar etapas”, afirmou.

Para Alessandra, faltam mais estudos sobre os efeitos da cannabis medicinal, principalmente os relacionados ao tratamento da dor e aos efeitos colaterais. “Como é que eu vou estimular o uso de um medicamento que só tem estudo por pouco período sem avaliar os riscos de longo prazo?”, questionou.

“Normalmente, quando se prescreve o remédio, ele passa por quatro fases de estudo: um pré-clínico, que é antes de ser feito em ser humano para ver se é seguro e eficaz; a fase clínica, já no ser humano, quando se faz inicialmente em uma pequena quantidade de pacientes para ver se é seguro e, depois, em um grande número de pacientes para ver se é eficaz e seguro. Depois entra na Fase 4, que é o que a gente chama de comercialização. O que me preocupa é que é preciso uma normatização: qual é a dose, qual é o miligrama e qual é a posologia correta?”, disse a médica paraibana, em entrevista à Agência Brasil.

Efeitos positivos

A adolescente Yasmim, de 13 anos, foi diagnosticada com lúpus, artrite reumatoide e doença de Crohn. Sua mãe, Silmara Marques Pereira de Souza, disse à Agência Brasil que ela sofre continuamente de dores nas articulações, enjoos e dores em todo o corpo há cerca de dois anos.

Há um mês, por indicação médica, Yasmim passou a usar a cannabis medicinal como complemento aos tratamentos. “Eu achei maravilhoso. O uso da cannabis já levou à diminuição do corticoide. Ela tomava 40 mg e agora está tomando 5 mg. Teve altos e baixos, mas, com a cannabis, o sono melhorou muito, as dores reduziram-se bastante. Ela continua sentindo dores,mas está tendo uma vida mais tranquila do que a de antes”, acrescentou Silmara.

A reumatologista Selma reforçou que terapias com cannabis não são indicadas para todo tipo de doença, mas podem ajudar no tratamento convencional de muitos problemas, entre os quais, a fibromilagia. Isso significa que a substância pode ser um complemento ao tratamento, atuando em alguns dos sintomas associados à doença. “Como qualquer medicação, ela [cannabis] tem suas indicações e suas restrições.”

“No contexto da fibromialgia, melhorar a qualidade de vida, o padrão de sono e o transtorno de humor é tão importante quanto o desfecho da dor. Esses pacientes, às vezes, trazem a dor para um palco secundário quando todo o resto melhora”, reforçou uma das médicas do Rio de Janeiro, que acompanhava a mesa de debate sobre o tema no congresso em Goiânia e que recomenda o uso da cannabis medicinal como terapia.

Custo elevado

Mais do que polêmica, a cannabis medicinal ainda é pouco acessível no Brasil, e isso se deve principalmente ao custo elevado da substância. “No tratamento [da Yasmim], que vale para três meses, está em torno de R$ 400 até R$ 700”, informou Silmara, que torce para que a cannabis chegue ao SUS.

De acordo com Selma, o que eleva o preço do medicamento é o fato de o cultivo ser proibido no país. “O problema do acesso está relacionado ao preço. E o preço está relacionado ao fato de ser proibido o plantio da cannabis no Brasil seja para o uso recreativo, que é proibido, seja para o uso medicinal. É preciso importar todo o óleo e dilui-lo aqui no Brasil. E é claro que isso vai ficar caro. Este é um fator restritivo. Hoje, um tratamento básico, com uma dose mínima de canabidiol, sai a R$ 200 ou R$ 300 por mês.”

Com isso, lembrou Alessandra, apenas pessoas de renda mais alta estão tendo acesso a esse medicamento. Por isso, a médica afirmou que a cannabis precisa ser bem estudada e, então, regulamentada para melhorar o acesso de toda a população ao medicamento. Fonte: Diariodepetropolis.

sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Rafael Motta apresenta projeto para garantir a pacientes medicamentos a base de Cannabis

20 out 2022 - O deputado federal Rafael Motta (PSB) apresentou um projeto de decreto legislativo para revogar a resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) que limitou o acesso a medicamentos à base de cannabis. A entidade limitou o tratamento com canabidiol para terapias da Síndrome de Dravet e Lennox-Gastaut e no Complexo de Esclerose Tuberosa, excluindo todas as outras possibilidades de aplicação das medicações canabinóides.

A decisão do CFM contraria a autonomia médica, a Anvisa, que já autorizou o uso e a importação de canabidiol, e a Constituição, que garante como direito fundamental o acesso à saúde. Medicamentos derivados da Cannabis são utilizados para o tratamento de diversas doenças crônicas e incuráveis, como Alzheimer, Parkinson, Esclerose Múltipla, Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), doenças neurológicas, convulsões, epilepsia, autismo severo, no tratamento auxiliar de pacientes com câncer e dores crônicas.

“Há um preconceito e uma ignorância a respeito dos medicamentos a base de Cannabis pela associação ao uso recreativo da maconha. Os óleos medicinais não são psicoativos, não tem o efeito da maconha fumada. É um remédio como aqueles à base de ópio, que são amplamente usados como analgésicos. O nosso objetivo é garantir aos pacientes graves o acesso a tratamento prescrito pelo médico”, justifica Rafael.

No Congresso Nacional tramita a regulamentação do uso desses medicamentos. Apesar da resistência de deputados conservadores, o PL 399/2015 foi aprovado na comissão especial e aguarda para ser votado em plenário. Fonte: Politicaemfoco.

Dr. Faveret alega que médicos podem prescrever Cannabis

21/10/2022 - Dr. Faveret alega que médicos podem prescrever Cannabis. 

Pacientes protestam no CFM contra resolução que limita canabidiol

21/10/2022 - Pacientes protestam no CFM contra resolução que limita canabidiol.

quarta-feira, 19 de outubro de 2022

Mara Gabrilli propõe derrubada de resolução do CFM contra canabidiol

19/10/2022 - A senadora lembra que há remédios autorizados pela Anvisa para tratar epilepsia, Parkinson, esclerose múltipla, artrite, autismo, dores crônicas ou causadas por cânceres, ansiedade e outros males

A senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) apresentou ao Senado um projeto de decreto legislativo (PDL 361/2022) para derrubar uma resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) que restringe a prescrição de cannabis medicinal e canabidiol em tratamentos médicos (Resolução 2.324). A resolução do CFM libera canabidiol só no tratamento de epilepsias em crianças e adolescentes refratários a terapias convencionais nas síndromes de Dravet e Lennox-Gastaut, e no complexo da esclerose tuberosa.

A resolução proíbe também a prescrição de “quaisquer outros derivados da cannabis que não o canabidiol”, e proíbe a médicos prescrever canabidiol para quaisquer outras doenças, menos se o tratamento fizer parte de algum estudo científico. Para Mara, a diretriz do CFM afronta a Constituição e decisões da Anvisa que liberaram maconha medicinal em diversas terapias.

"Essas restrições redundam em graves prejuízos a pacientes que fazem uso da cannabis medicinal, ou que poderiam vir a fazer. Só em 2021, 70 mil medicamentos foram importados à base de cannabis, com canabidiol (CBD) e tetrahidrocanabinol (THC), todos autorizados pela Anvisa para tratar epilepsia, Parkinson, esclerose múltipla, artrite, autismo, no alívio de dores crônicas ou causadas por cânceres, para ansiedade e tantos outros males", reclama.

Para Mara, a resolução do CFM agride as funções da Anvisa, órgão responsável por fiscalizar medicamentos, substâncias ativas, insumos e tecnologias. A senadora reclama que o CFM desconsidera que a Anvisa concedeu em 2017 registro para o medicamento Mevatyl, que tem como princípio ativo canabidiol e tetrahidrocanabinol. O Mevatyl trata pacientes adultos com espasmos moderados e graves causados por esclerose múltipla. "Cria-se um paradoxo: um medicamento registrado no país que não pode ser prescrito. Aliás, a Anvisa já concedeu registro para 20 produtos de cannabis, que podem ser regularmente comercializados", protesta.

Mara reclama que a resolução do CFM contradiz uma outra resolução do próprio órgão (Resolução 2.292, de 2021) que trata da autonomia do médico para prescrever o que julgar melhor para seu paciente, "um dos pilares da Medicina desde Hipócrates, só tendo limite na lei e na ética". Por fim, a nova resolução chega ao ponto de "criar restrições à liberdade de expressão e científica", segundo Mara, ao proibir médicos de darem palestras e cursos sobre uso de canabidiol ou produtos derivados da cannabis fora do ambiente científico, entendido pelo CFM apenas como “congresso realizado por sociedade vinculada à Associação Médica Brasileira (AMB)”.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

terça-feira, 18 de outubro de 2022

Senadora reage à resolução que dificulta uso da cannabis: “Mordaça”

Mara Gabrilli (PSDB-SP) apresentou projeto para sustar decreto do Conselho Federal de Medicina que promete dificultar acesso ao medicamento

Mara Gabrilli (PSDB), candidata à vice na chapa de TebetFábio Vieira/Metrópoles

18/10/2022 - A senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) protocolou, nessa segunda-feira (18/10), um projeto de decreto legislativo (PDL) para sustar a resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) publicada na última semana e que promete dificultar ainda mais o acesso à cannabis medicinal.

A parlamentar é tetraplégica e faz uso do medicamento para conter dores crônicas da lesão medular que sofreu. A senadora, que foi candidata a vice na chapa de Simone Tebet (MDB) à Presidência, defende que o uso do medicamento prescrito por médicos não deve ser restringido, mas ampliado.

“Represento milhares de brasileiros que, como eu, usam cannabis medicinal, e sigo firme lutando para que o acesso seja ampliado e nunca limitado”, afirmou a senadora.

Segundo a senadora, a nova resolução do CFM “ignora toda a história da medicina”.

“Ela coloca uma mordaça na autonomia dos médicos prescritores, restringindo o tratamento apenas ao canabidiol, uma única substância das mais de 700 já identificadas na planta, e para apenas duas doenças, desprezando as centenas de estudos que comprovaram a eficácia da cannabis medicinal para diversas patologias”, prossegue.

Entre os anos de 2015 e 2021, os pedidos de importação de produtos à base da cannabis liberados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) passaram de 2,5 mil para cerca de 70 mil. Desde 2019, a venda também foi autorizada nas drogarias e farmácias no país.

Atualmente, há indicações de canabidiol e outros derivados da maconha medicinal para o tratamento de mais de 20 diferentes condições médicas, como depressão, dor crônica, dor oncológica, autismo, esclerose múltipla, Parkinson e Alzheimer. Fonte: Metropoles.

Canabidiol

Óleo de canabidiol melhora o bem-estar de pacientes com doenças como demência, Parkinson e fibromialgia

por Naiane Mesquita

Substância extraída da planta cannabis, popularmente conhecida como maconha, possibilita uma melhora significativa no tratamento de diversas patologias

23/08/2021 - Cercado de tabus, o uso do canabidiol como medicamento no tratamento de inúmeras doenças tem crescido no Brasil, inclusive em Mato Grosso do Sul. A substância extraída da planta cannabis, popularmente conhecida como maconha, possibilita uma melhora significativa no tratamento de patologias como Parkinson, Alzheimer, autismo, epilepsia e esclerose múltipla.

Foi graças ao óleo de canabidiol que o músico Francisco Saturnino Lacerda Filho, do Grupo Acaba, conhecido como Chico, teve alguns momentos de tranquilidade ao lado da família antes da demência mista, vascular com parkinsoniana, atingi-lo novamente. “Começamos a usar o óleo há quatro meses, quando meu pai começou a entrar na fase grave da demência. Ele tem demência mista, vascular com parkinsoniana. Os remédios não estavam mais segurando a doença e nem fazendo o efeito desejado”, explica a filha de Francisco, Carina Cury Lacerda. “Até chegarmos na gota ideal demorou cerca de 15 dias, e logo começamos a ver melhora. De um quadro catatônico, ele passou a sorrir, ter interações, mesmo que sem sentido e muitas vezes delirantes, relembrar hábitos antigos, ter as próprias vontades e fazer sinapses cerebrais”, detalha.

Aos 76 anos, Francisco agora luta novamente contra a doença, que evoluiu rapidamente no último mês. “Hoje ele se encontra em outro quadro, está entrando na fase grave da doença, com infecção e outros problemas intestinais. Convivemos com os problemas da doença e do corpo fragilizado, porém, o que o óleo de canabidiol nos trouxe e nos traz são momentos de alegria e de prazer, tanto para nós familiares quanto para o paciente”, conta a filha.

Carina conseguiu adquirir o óleo por meio do trabalho realizado pela Associação Sul-Mato-Grossense de Pesquisa e Apoio à Cannabis Medicinal Divina Flor, que viabiliza a substância a pacientes de MS. Segundo um dos diretores da associação, Alexander Onça, a ideia de criar a iniciativa surgiu em 2019, quando ele e uma amiga, a também diretora Jéssica Luana Camargo, receberam a prescrição médica para o uso do canabidiol. “Nós dois somos pacientes, eu sou portador de Síndrome de Tourette, descobri há 4 anos, e meu neurologista prescreveu o óleo. Nós percebemos como era difícil e caro importar, o custo do óleo é, em média, de R$ 2.500 na farmácia”, relata.

Depois de várias tentativas de adquirir o produto, os dois descobriram que existiam diversas associações do gênero no Brasil e participaram de um curso em São Paulo para aumentar o conhecimento sobre o tema. “Isso foi em 2019. A gente fez um curso pela Sociedade Brasileira de Estudo da Cannabis Sativa (SBEC), formada por médicos, psiquiatras, neurologistas, pessoas bem sérias e dentro da prefeitura de São Paulo. Foi bem avançado, e descobrimos vários médicos que nos apoiam aqui. Por meio da associação, a gente consegue os óleos para os pacientes com um custo menor, dependendo da dosagem. Cerca de 20% também são para doação gratuita, ou seja, pessoas que recebem gratuitamente o óleo quando não têm condições de arcar com os custos”, ressalta.

Por enquanto, a associação luta pelo direito de cultivar a planta em Mato Grosso do Sul. “Nossa autorização está transitando na Justiça Federal, no nome da associação, além disso, auxiliamos os pacientes a conseguirem o medicamento em outras associações”, esclarece. Para Carina, o óleo fez a diferença na vida da família nos últimos meses. “Desejo que todos que tenham o mesmo problema, ou outros, como autistas, pacientes oncológicos, etc, possam ter a oportunidade de fazer o uso do óleo”, frisa.

Quem também viu benefícios foi Fabiana Rodrigues, 36 anos, mãe da pequena Lara Gabriel de Souza Rodrigues, de apenas cinco anos, que tem paralisia cerebral e epilepsia de difícil controle. “Ela já toma há quase dois anos e mudou muito, os espasmos que ela tinha com grande frequência diminuíram. Faz um ano que eu comecei a adquirir o óleo pela associação, antigamente comprava de outro lugar que tinha um preço bem mais caro. O pessoal da associação me deu um suporte bem grande em vista do que eu pagava antes”, pontua.

Ciência

Os avanços no uso do canabidiol no Brasil são amparados pela ciência e por médicos, que têm prescrito mais a substância.

No entanto, segundo a médica neurocirurgiã Patrícia Montagner, nem sempre foi assim. “Eu me formei, fiz minha especialização médica e nunca tive acesso a esse conhecimento na academia, nunca ouvi falar no sistema endocanabinóide, nunca tive uma aula mostrando que essa planta, a cannabis, poderia ter potencial terapêutico no tratamento. O que aconteceu é que, depois que eu fiz minha formação em Medicina e em neurocirurgia, comecei a observar muitos pacientes com dor crônica, pacientes com transtornos neurológicos diversos, que não apresentavam resultados satisfatórios com as terapias habituais”, explica.

Patrícia é uma das médicas defensoras do uso do canabidiol no tratamento de diversas doenças, e percebeu durante a pandemia o aumento no interesse de pacientes pelo tratamento. Atualmente, ela prescreve o óleo para pessoas que convivem com dor crônica e com doenças neurológicas degenerativas, como Parkinson, Alzheimer, epilepsia, esclerose múltipla e fibromialgia. “A gente observa respostas dramáticas de pessoas com fibromialgia que estavam com quadros de dor há 15, 20 anos, tentando a melhora com várias medicações, como antidepressivos, anticonvulsivantes, sedativos, enfim, analgésicos diversos e que não apresentavam respostas satisfatórias e, quando foram suplementados [com o canabidiol], apresentaram uma resposta excelente, no sentido de controle da dor, da fadiga e de sintomas associados”, comenta.

Segundo a médica, ainda há muito o que se investigar sobre a cannabis. “Existe muita ciência para explicar por que a planta funciona em diferentes problemas de saúde. A planta já é explorada para fins terapêuticos há milhares de anos, não é novidade isso não, tratados de farmacopeia, de medicina, já referiam o potencial dessa planta. O que tem de novidade é descobrir como e por que a planta funciona”, explica.

Graduado pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), o médico psiquiatra Wilson Lessa também é um defensor da cannabis medicinal no Brasil, e não só pelo ponto de vista do canabidiol. Segundo Wilson, as pesquisas sobre a cannabis remetem à década de 1980. “Hoje, das doenças psiquiátricas que a gente tem alguma possibilidade terapêutica dos canabinoides, e não necessariamente apenas o canabidiol, mas principalmente ele, temos o autismo, as doenças neurodegenerativas, como Parkinson, Alzheimer e esquizofrenia, com excelentes resultados”, pontua.

De acordo com o médico, foram observadas melhoras no tratamento de ansiedade e de Síndrome de Tourette, neste caso com o uso do tetrahidrocanabinol (THC), substância também encontrada na maconha. “Existem dificuldades em fazer estudos científicos, já que a planta é proibida, mas ao longo desses próximos cinco anos vamos ver muitos outros estudos de qualidade, de evidência científica boa. Estamos vendo apenas uma ponta do iceberg”, acredita. Fonte: Correiodoestado.

sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Lei que autoriza medicamentos pelo SUS à base de canabidiol começa a valer em MT

Pacientes com câncer, glaucoma, autismo e outras enfermidades poderão iniciar tratamento

Sexta-feira, 02 de setembro de 2022 - Já está em vigor em Mato Grosso, a partir desta sexta-feira (2), a lei que obriga o governo do Estado a fornecer medicamentos à base de canabidiol pelo Sistema Único de Saúde (SUS) à famílias de baixa renda. Conhecido como CBD, é um medicamento que contém uma substância com o mesmo nome presente na planta cannabis

Inicialmente, o projeto de lei de autoria dos deputados estaduais Wilson Santos (PSD), Dr. João (MDB) e Lúdio Cabral (PT) recebeu veto integral do governador Mauro Mendes (União Brasil). Posteriormente, o veto foi derrubado pelo plenário e, por isso a lei agora foi sancionada pelo Executivo com vigência a partir da publicação oficial.

De acordo com o texto da lei, o Sistema Único de Saúde (SUS) deverá fornecer medicamentos à base da substância ativa canabidiol aos pacientes que apresentam condições médicas debilitantes.

Foram fixadas como condições médicas debilitantes aos pacientes com as seguintes enfermidades:

Câncer

Glaucoma

Estado positivo para o vírus da imunodeficiência adquirida (HIV)

Síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA)

Doença de Parkinson

Hepatite C

Transtorno de espectro de autismo (TEA)

Esclerose lateral amiotrófica

Doença de Croh

Agitação da doença de Alzheimer

Cachexia

Distrofia muscular

Fibromialgia severa

Aracnoidite

Síndrome pós-concussão

Doenças e lesões da medula espinhal, cistos de Tarlov, hidromielia, siringomielia, artrite reumatóide, displasia fibrosa, traumatismo cranioencefálico

Também estão incluídas esclerose múltipla, síndrome Anrold-Chiari, ataxia espinocerebelar, síndrome de Tourette, mioclonia, distonia simpático-reflexa, síndrome dolorosa complexa regional, neurofibromatose, polineuropatia desmielinizante inflamatória crônica, síndrome de Sjogren, lúpus, cistite interticial, miastenia grave, hidrocefalia, síndrome da unha-patela, dor límbica residual, convulsões (incluindo as características da epilepsia) ou os sintomas associados a essas enfermidades e seu tratamento.

De acordo com a proposta, há a possibilidade de outras enfermidades serem atestadas por médico devidamente habilitado.

Todos os medicamentos deverão ser prescritos por médico devidamente habilitado nos termos das normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Conselho Federal de Medicina (CFM). Os procedimentos administrativos para acesso aos medicamentos serão definidos pela Secretaria de Estado de Saúde no prazo máximo de 180 dias.

A Anvisa liberou o uso oral do canabidiol através Resolução RE nº 4.067 e que os medicamentos já são comercializados no país. O PL 030/2022 garante segurança jurídica para médicos e fornecedores. Fonte: Agitosmutum.

sábado, 18 de dezembro de 2021

Anvisa libera extrato em gotas à base de Cannabis mediante receita especial

O remédio será importado da Suíça e chegará ao Brasil pronto para uso. O pedido aguardava aprovação desde 2018

18 De Dezembro De 2021 - Anvisa libera mais um remédio à base de Cannabis, feito do extrato da Cannabis Sativa - A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou, nesta sexta-feira (17/12), a circulação do Extrato de Cannabis Sativa Alafiamed até 200 mg. Feito do extrato Cannabis Sativa — cannabis é o termo técnico da planta conhecida como maconha —, terá uma composição com um conjunto de substâncias, como canabinoides e taninos. Será vendido em farmácias e drogarias, somente na forma de gotas, mas só poderá ser obtido com receita de cor azul, do tipo B.

O produto virá importado da Suíça e no Brasil chegará como produto pronto para uso. O frasco terá 50 mg/mL de canabidiol (CBD) e aproximadamente 0,2% de tetrahidrocanabinol (THC). Os extratos vegetais são mais potentes pela sua complexidade de substâncias ativas, podem causar diferentes reações no organismo — por isso o controle com receita especial. O pedido aguardava aprovação desde 2018.

Além disso, um dos principais cuidados da Anvisa em relação ao produto será a ausência de contaminantes presentes no próprio extrato vegetal. Com o novo extrato, até o momento, a agência sanitária permitiu a comercialização de nove produtos à base de Cannabis no Brasil. São três tipos de extratos e sete são à base de canabidiol, que causa o efeito relaxante no corpo humano.

Em geral, esse tipo de produto é usado para tratamento de doenças psiquiátricas ou neurodegenerativas, como esclerose múltipla, esquizofrenia, Parkinson, epilepsia e até ansiedade. A Anvisa criou uma categoria especial e controla a medicação. Os remédios são receitados normalmente em casos cujo tratamento terapêutico se mostra ineficaz. Fonte: Ecosdanoticia.

domingo, 21 de novembro de 2021

Brasil autoriza uso de medicamento derivado de maconha importado da Colômbia

Apesar da maior aceitação do uso medicinal da planta, no Brasil a lei ainda pune com prisão o cultivo, comercialização, porte e consumo de maconha.


Brasil. Incluiu Cannabis sativa (maconha) em sua lista de plantas medicinais em 2017.

21 de Noviembre de 2021 - As autoridades sanitárias brasileiras autorizaram a importação da Colômbia de um medicamento à base de canabidiol, um dos princípios ativos da maconha, que é prescrito para os casos de epilepsia e que pode ser vendido exclusivamente em farmácias e mediante receita médica.

A autorização para a comercialização e uso do medicamento no Brasil está prevista em resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa, órgão regulador) publicada no Diário Oficial da União.

O medicamento, solução para uso oral à base de canabidiol (CBD), é o quarto com esse princípio ativo de uso autorizado no Brasil.

O produto autorizado tem concentração de 50 miligramas por mililitro com até 0,2% de tetrahidrocanabidiol (THC) e deverá ser importado já embalado e pronto para distribuição exclusiva em farmácias e drogarias, de acordo com a resolução.

Os interessados ​​só podem solicitá-lo com prescrição específica e restrita "quando já se esgotaram as demais opções terapêuticas disponíveis no mercado brasileiro", esclareceu o órgão.

Segundo a autoridade sanitária, a licença para importar o medicamento tem prazo inicial de 24 meses e a sua prescrição e utilização ficarão a cargo do médico prescritor, que terá de avisar ao doente que o produto é à base de canabidiol.

A Anvisa aprovou a regulamentação dos produtos à base de cannabis em dezembro de 2019 e até agora havia autorizado apenas o uso de outros três medicamentos com esse princípio ativo no país.

Os brasileiros com doenças tratadas com esses medicamentos só podem importá-los, pois sua comercialização e produção ainda são proibidas no país.

Em janeiro do ano passado, diante do aumento da demanda por esses medicamentos e das dificuldades de acesso relatadas pelos pacientes, a Anvisa flexibilizou as regras de seu uso e os limitou à prescrição médica, para não prejudicar os tratamentos.

Medicamentos que utilizam princípios ativos da maconha, como canabidiol ou tetrahidrocanabidiol (THC), são recomendados no Brasil para tratamentos de doenças como epilepsia, esclerose múltipla, autismo, dor crônica e Parkinson. Original em espanhol, tradução Google, revisão Hugo. Fonte: Laprensagrafica.

“A medicina canabinoide é uma revolução”, diz a psiquiatra Ana Hounie

Maconha medicinal pode ser empregada com sucesso no tratamento de demências, hipertensão e outras doenças

21/11/2021 - A psiquiatra Ana Gabriela Hounie tem doutorado e pós-doutorado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Também é especialista em Síndrome de Tourette e transtorno obsessivo compulsivo. O efeito devastador dessas doenças a levou a se interessar, na década de 1990, pela utilização da Cannabis sativa como método terapêutico. No entanto, teve que esperar até 2015, quando a prescrição da maconha medicinal foi liberada pela Anvisa. De lá para cá, já atendeu a mais de 400 pacientes que fazem uso desse tipo de medicação, mas não parou por aí. Diante dos resultados positivos, começou a dar cursos para outros médicos se tornarem prescritores – cerca de 500 até agora, segundo sua estimativa.

“A medicina canabinoide tem um amplo espectro de utilização em patologias neurodegenerativas, como demências, Parkinson, esclerose múltipla ou paralisia supranuclear progressiva. Apesar disso, a medicina tradicional só segue o que é publicado em periódicos científicos ou foi aprovado pelo FDA (Food and Drug Administration, o equivalente à Anvisa nos EUA). Ainda há poucos estudos publicados e nenhum interesse por parte da indústria farmacêutica, porque seu objetivo é sintetizar novas drogas e ganhar milhões com a patente, mas as famílias testemunham as mudanças dos pacientes: pessoas com demência que voltam a reconhecer os filhos e a se alimentar sozinhos. É uma revolução”, afirma, antecipando que está finalizando, juntamente com 100 colegas, entre médicos e outros profissionais, um tratado sobre a Cannabis medicinal, livro que será lançado em breve.

A psiquiatra Ana Gabriela Hounie: “a medicina canabinoide tem um amplo espectro de utilização em patologias neurodegenerativas, como demências, Parkinson e esclerose múltipla” — Foto: Divulgação

E como a maconha se torna um medicamento tão promissor? Nosso cérebro tem receptores (CB1 e CB2) que são estimulados por canabinoides que, por serem produzidos pelo organismo, são chamados de endocanabinoides, responsáveis por uma extensa lista de funções, incluindo ansiedade e humor. A maconha, por sua vez, tem centenas de compostos químicos, entre eles o CBD (canabidiol) e o THC (tetrahidrocanabinol) – mais recentemente, outros começaram a ser estudados, como o canabigerol. Tais compostos são fitocanabinoides, isto é, também são canabinoides e, por este motivo, conseguem estimular os receptores humanos com eficiência. Resumindo: podemos nos valer dos medicamentos derivados da maconha para reparar nosso circuito interno.

“O organismo sofre ataques contínuos que vão se acumulando e o CBD é anti-inflamatório. O mecanismo da Doença de Alzheimer é o de uma neuroinflamação, e o THC consegue dissolver placas amiloides que vão se depositando, restabelecendo a comunicação neuronal. Eles abaixam a pressão, diminuem a resistência à insulina, melhoram a função da tireoide, ou seja, levam à desprescrição de medicamentos como antihipertenstivos e metforminas”, explicou a psiquiatra, acrescentando que foi somente nos anos de 1990 que a ciência passou a descrever o sistema endocanabinoide. Nos EUA, o medicamento dronabinol, produzido à base de THC, era receitado para pacientes oncológicos, submetidos à quimioterapia, ou com HIV, para estimular o apetite. Ao ser usado em casas de repouso em idosos portadores de demência com dificuldades para se alimentar, o resultado foi duplamente positivo: melhorou o apetite e diminuiu a agressividade dos doentes. Hoje há quase 60 milhões de pessoas com demência no mundo e esse número deve triplicar até 2050. Está na hora de espanar o mofo das ideias. Fonte: G1 Globo.

terça-feira, 2 de novembro de 2021

Óleo CBD para a doença de Parkinson: ele pode ajudar?

June 04, 2021 - O óleo de canabidiol (CBD) é um produto de cânhamo comumente usado como remédio natural para muitas doenças. Mas pode ajudar pessoas com doença de Parkinson (DP)? A DP é uma doença debilitante do sistema nervoso central e atualmente não tem cura. No entanto, os sintomas do Parkinson podem ser controlados com a ajuda de alguns medicamentos e remédios naturais, incluindo óleo de CBD.

O que é CBD?
A popularidade do CBD cresceu nos últimos anos devido aos benefícios percebidos para a saúde. O CBD é um subproduto não psicoativo da planta cannabis. Enquanto a maconha (incluindo a maconha medicinal) contém uma combinação de CBD e tetrahidrocanabinol (THC), os produtos de maconha contêm níveis quase indetectáveis ​​de THC e têm um conteúdo mais alto de CBD.

Com a aprovação da Farm Bill de 2018, a produção e distribuição de cânhamo industrial foram legalizadas nos Estados Unidos. O CBD está agora mais disponível para aqueles que desejam tirar proveito de seus efeitos benéficos. O CBD pode ser consumido em várias formas, incluindo óleos, cremes ou produtos comestíveis como gomas, pirulitos ou chocolate. Epidiolex (canabidiol) foi aprovado pela Food and Drug Administration dos EUA para o tratamento da síndrome de Dravet e da síndrome de Lennox-Gastaut, duas formas raras de epilepsia.

Como funciona o CBD?
Tanto o THC quanto o CBD são canabinóides, ou compostos encontrados em plantas de cannabis. Cada um deles trabalha de maneiras complexas no cérebro. Quando tomados juntos (como na maconha), eles influenciam o sistema endocanabinoide do corpo, uma rede que detecta e reage à presença de canabinoides no corpo. Esse sistema ajuda a regular uma variedade de processos, incluindo apetite, divisão celular, inflamação, estresse e supressão de vômito.

Existem dois receptores canabinóides identificados no corpo humano: receptor canabinóide tipo 1 (CB1) e receptor canabinóide tipo 2 (CB2). Os receptores CB1 são encontrados principalmente no cérebro e no sistema nervoso central, enquanto os receptores CB2 são encontrados no trato gastrointestinal e em órgãos como o baço. A anandamida e o 2-araquidonoilglicerol são canabinóides cerebrais que também atuam neste sistema.

Quando o CBD entra no corpo sozinho (sem THC), ele age de forma diferente. Os cientistas acreditam que o CBD atua direta ou indiretamente em vários tipos de receptores acoplados à proteína G, incluindo os receptores de serotonina. O CBD também pode afetar os receptores dos canais iônicos, como os receptores vanilóide tipo 1 (TRPV1). No entanto, ainda há muito a ser aprendido sobre como o CBD atua dentro do corpo.

O que se sabe é que o CBD parece diminuir a inflamação. O CBD demonstrou reduzir a inflamação associada à doença inflamatória intestinal. Outros trabalhos demonstraram que o tratamento com CBD reduz a dor e os danos aos nervos associados à osteoartrite. Parte dessa redução da dor pode ser devido à forma como o CBD atua nos receptores TRPV1. O CBD reduz a inflamação regulando a morte celular, evitando o nascimento de novas células e suprimindo citocinas e células do sistema imunológico (como as células T).

Como o CBD pode ajudar na doença de Parkinson?
O CBD pode ter o potencial de ajudar os indivíduos com DP a controlar os sintomas motores, como a discinesia (a perda de controle do movimento voluntário). Isso ocorre por causa das ações antiinflamatórias do CBD. O CBD também pode ajudar no movimento devido às suas ações neuroprotetoras na via nigro-estriatal e nos gânglios da base, áreas reconhecidamente desreguladas em indivíduos com DP.

Os membros da equipe MyParkinsons estão falando sobre o CBD e como ele melhorou a qualidade de vida deles ou de seus entes queridos. Um membro compartilhou: “Minha mãe sofre de Parkinson e na maioria das vezes tem problemas para dormir. Com os remédios que estava tomando nem sempre pára de tremer. Eu finalmente a convenci a experimentar o CBD. Os efeitos são incríveis. Ela dorme melhor e normalmente pára ou pelo menos diminui o tremor.”

O CBD também pode ajudar com os sintomas não motores da DP, como psicose. Um ensaio clínico demonstrou que administrar CBD oral (em comparação com placebo) a seis indivíduos por um período de quatro semanas reduziu o comportamento de psicose.

O que saber antes de tomar CBD
O uso de CBD não é isento de riscos ou efeitos adversos. Algumas pessoas relataram efeitos colaterais de sonolência, diarreia ou alterações no apetite ou no peso. Também há pesquisas crescentes que sugerem que altas doses de CBD podem levar à toxicidade hepática. Não se sabe muito sobre as potenciais interações medicamentosas com produtos CBD, como óleos.

O CBD pode não funcionar para todos e ainda há muito a aprender sobre seu uso. Certifique-se de falar com seu médico antes de começar a tomar produtos com CBD.

Construindo uma Comunidade
MyParkinsonsTeam é a rede social para pessoas com doença de Parkinson e seus entes queridos. No MyParkinsonsTeam, mais de 79.100 membros se reúnem para fazer perguntas, dar conselhos e compartilhar suas histórias com outras pessoas que entendem a vida com a doença de Parkinson.

Você já experimentou produtos com CBD para ajudar a controlar a doença de Parkinson? Compartilhe sua experiência nos comentários abaixo ou inicie uma conversa postando no MyParkinsonsTeam. Original em inglês, tradução Google, revisão Hugo. Fonte: MyParkinson Team.

Eu fumo maconha, que tem efeitos mais abrangentes do que apenas o CBD!

sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Como o CDB pode reduzir sintomas de Parkinson (matéria publicitária)

04.22.2021 - Benefícios terapêuticos para amenizar os sintomas de parkinson trazidos pelo Tratamento com Cannabis Medicinal são esperança para aqueles que sofrem com essa doença, que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), afeta 1% da população mundial com idade superior a 65 anos

O que é Parkinson?

Para 10 milhões de pessoas em todo o mundo, lentidão dos movimentos e tremores nas mãos foram os primeiros sintomas do Parkinson. Com o aumento da expectativa de vida, e consequentemente, do envelhecimento da população, este número pode dobrar até 2040.

Descoberta há 201 anos, esta doença sem cura, embora absolutamente tratável, é a segunda patologia degenerativa, crônica e progressiva do sistema nervoso central mais frequente do planeta — atrás apenas do Alzheimer.

Segundo estimativa do Ministério da Saúde, 200 mil brasileiros sofrem com essa enfermidade causada pela morte das células do cérebro, especialmente aquelas responsáveis pela produção da dopamina — neurotransmissor que desempenha a função de controlar os movimentos.

Sintomas de Parkinson

Os sintomas do Parkinson podem variar a cada pessoa. Os primeiros sinais podem ser leves e passar despercebidos, podendo ser encarados como características da “velhice”. Frequentemente, começam em um lado do corpo e, assim, continuam piorando ali, inclusive depois de os sintomas começarem a afetar ambos os lados.

Tremores: Os tremores geralmente começam em uma extremidade, como nas mãos, ou nos dedos. Há o movimento de esfregar o polegar e o indicador de um lado para o outro, conhecido como tremor de rolagem de pílula, ou tremor postural. A mão pode tremer quando está em repouso.

Lentidão dos movimentos: Com o tempo, a doença de Parkinson pode retardar os movimentos, fazendo com que tarefas simples sejam difíceis e levem mais tempo. Pode ser que os passos se tornem mais curtos. Também pode haver dificuldade para se levantar da cadeira, ou ainda arrastar os pés ao caminhar.

Rigidez muscular: Pode ocorrer em qualquer parte do corpo. Os músculos rígidos podem causar dores e limitar a amplitude do movimento.

Alteração da postura e do equilíbrio: A pessoa pode ficar curvada ou apresentar problemas de equilíbrio.

Perda dos movimentos automáticos: É possível que seja reduzida a capacidade de realizar movimentos inconscientes, como piscar, sorrir ou balançar os braços ao caminhar.

Mudanças na fala: A pessoa pode passar a falar mais baixo, mais rápido ou mesmo a hesitar antes de falar. A fala pode se tornar monocórdica.

Mudanças na escrita: Pode ficar cada vez mais difícil escrever, e a letra pode diminuir.

Perda Olfativa: Este é um dos sintomas do Parkinson mais comuns no início da doença, e atinge a maioria dos pacientes. Estima-se que cerca de 90% dos parkinsonianos tenham redução do olfato, incluindo alterações no paladar — uma vez que há interligação entre os dois sentidos.

Sono Inquieto: É comum para todos ter certa agitação durante o sono. Mas as mudanças verificadas em pacientes com Parkinson se manifestam como se a pessoa estivesse atuando durante o sonho.

Diferente de sonambulismo, esse sintoma — também conhecido como distúrbio comportamental do sono REM — faz parte da doença. De acordo com especialistas, os movimentos são tão repentinos e intensos que causam incômodo a quem dorme ao lado.

Estima-se que cerca de 60% dos parkinsonianos sofram com insônia. Embora durmam com facilidade, perdem o sono e acordam durante a madrugada, comprometendo, assim, a restauração necessária para que haja uma noite bem dormida.

Tratamento tradicional para os sintomas de parkinson

Sempre sob acompanhamento médico, o tratamento tradicional para os sintomas do Parkinson sugere uma série de possibilidades, como remédios, fisioterapia, tratamento natural e até cirurgia.

No caso dos medicamentos, o neurologista ou o geriatra pode prescrever Levodopa e Selegilina para ajudar a reduzir os sintomas do Parkinson a partir do aumento da dopamina e de outros neurotransmissores no cérebro.

Caso não haja êxito nesta forma de tratamento, há a alternativa do procedimento cirúrgico — chamada “estimulação cerebral profunda”. Neste procedimento, é feita a instalação de um pequeno eletrodo na região cerebral afetada pelo Parkinson, que pode reduzir alguns sintomas, e por consequência, reduzir a dosagem dos remédios.

Além disso, para reforçar a autonomia do indivíduo e melhorar seu equilíbrio, é importante a prática de fisioterapia, terapia ocupacional e atividade física.

Tratamento com Cannabis Medicinal

Pesquisas científicas asseguram que os sintomas do Parkinson podem receber tratamento com Cannabis medicinal.

Rafael dos Santos, Jaime Hallak e José Alexandre Crippa, pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da USP (Universidade de São Paulo), apontam os efeitos positivos que o uso do CBD (canabidiol) provoca em comportamentos e alterações bioquímicas relacionadas à doença.

Tanto os sintomas motores (lentidão dos movimentos, tremores, rigidez muscular), quanto os não-motores (transtornos psicóticos, do humor e do sono) apresentaram respostas satisfatórias a partir do uso do canabidiol.

Segundo o panorama de estudos revisados por Santos, Hallak e Crippa, as propriedades antioxidantes e antiinflamatórias do CBD explicam os efeitos benéficos produzidos tanto pelos receptores canabinoides, quanto por outros mecanismos independentes.

Para uma parcela dos pacientes, o tratamento tradicional para oo Parkinson não demonstra a eficácia esperada. De acordo com os pesquisadores da USP, o efeito das medicações tradicionais, como a Levodopa, tem seu efeito reduzido com o passar do tempo, produzindo efeitos adversos graves como os movimentos involuntários (discinesia tardia). Obs.: discinesia induzida por levodopa.

Por isso, a busca pelo acesso à qualidade de vida, com o uso do canabidiol, vem acompanhado de otimismo não apenas pelos resultados apresentados pela revisão publicada na revista de medicina da USP, mas também em outras doenças como epilepsia e fibromialgia.

A importância de um acompanhamento especializado

Para garantir a eficácia de um tratamento com Cannabis medicinal, é importante contar com um minucioso acompanhamento especializado. Apesar de ainda haver poucos médicos prescritores no Brasil, já existem centros de excelência com esse foco. Fonte: Medicina In.

sexta-feira, 26 de março de 2021

Tratado com canabidiol, Eder Jofre luta a favor da ciência aos 85 anos

26/03/2021 - Eder Jofre completa nesta sexta-feira 85 anos. Continua com a coragem e a determinação para enfrentar os adversários da vida, como fez em seus 20 anos de carreira profissional, quando venceu 75 rivais (53 por nocaute) e se consagrou como o maior peso galo da história do boxe. No começo deste ano, passou a tratar a ETC, encefalopatia traumática crônica, doença diagnosticada em 2013 que lhe causa problemas motores e de memória, com canabidiol ou CBD, sob prescrição médica.

O canabidiol é um dos princípios ativos da cannabis sativa, nome científico da maconha. Compõe até 40% dos extratos da planta e pode ser usado como medicamento para diversas doenças, que variam de epilepsia severa a fibromialgia. "Meu pai começou a tomar o canabidiol aproximadamente há 3 meses, uma vez ao dia, dosagem 0,5. Eu tenho notado que ele está se alimentando melhor, está mais concentrado e com equilíbrio melhor", disse ao Estadão Andrea, filha de Eder Jofre, que mora com o pai.

Além de ter uma melhor qualidade de vida, ao estar mais presente com a família, mostrar-se mais calmo, com menos dores e mais concentrado, o ex-campeão mundial dos galos (1960-1965) e dos penas (1973-1974) também colabora com a evolução da ciência no tratamento de outros atletas do boxe e de outras modalidades. O ex-peso pesado Adilson Maguila Rodrigues, que sofre com a mesma doença, também é tratado com canabidiol.

Eder está sendo assistido pelo médico Renato Anghinah e o tratamento é financiado pela empresa HempMeds Brasil, que financia os custos com os derivados de cannabis. Cada frasco custa em média US$ 299 (cerca de R$ 1.685).

RECONHECIMENTO - Em outubro do ano passado, o boxe mostrou que não se esquece de Eder Jofre, ao classificá-lo mais uma vez como o maior peso galo, em levantamento feito pelo site boxingforum24.com nos Estados Unidos. Entre os 24 analistas, 18 colocaram Eder em primeiro lugar, superando lutadores lendários como Kid Williams, Lionel Rose, Terry McGovern, Pete Herman, Panama Al Brown, Fighting Harada, Carlos Zarate, Manuel Ortiz e Ruben Olivares.

Apontado pela revista The Ring, em 1997, como o nono maior pugilista de todos os tempos, Eder vai ganhar mais uma biografia este ano: "Eder Jofre: primeiro campeão mundial de boxe do Brasil" será lançada ainda neste primeiro semestre nos Estados Unidos pelo jornalista e escritor norte-americano Chris Smith.

O livro tem 605 páginas e, segundo o autor, o trabalho "é o resultado de muitos anos de pesquisa, com várias fontes primárias, comunicação direta com a família Jofre, muitas entrevistas e vai incluir muitas fotografias raras". Uma versão em português vai ser lançada possivelmente em outubro.

Por causa do seu 85º aniversário, o Galo de Ouro recebeu várias homenagens de ex-campeões, que mandaram vídeos nas redes sociais. "O Brasil nunca mais terá um boxeador como Eder Jofre", disse Angelo Dundee, técnico de Muhammad Ali, em 2011. Fonte: GZH.

quarta-feira, 24 de março de 2021

Estudantes gaúchas extraem canabidiol da arruda para tratamento de Parkinson

23 março, 2021 - As duas alunas da cidade de Carlos Barbosa participam da final da 19ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia. As informações são do Pioneiro / GZH

Entre os 345 projetos finalistas na maior feira pré-universitária de Ciências e Engenharia do país, quatro são de estudantes da Serra Gaúcha. Cinco alunas de Caxias do Sul, sendo quatro do Centro Tecnológico Universidade de Caxias do Sul (CETEC UCS) e uma do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), além de duas da Escola Estadual de Ensino Médio Elisa Tramontina, de Carlos Barbosa, participam da final da 19ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace).

Neste ano, o evento científico ocorre de forma on-line, desde o dia 15 de março, e segue até a próxima sexta-feira (26). Os projetos finalistas serão julgados e premiados pela criatividade e rigor científico, em evento a ser transmitido pelo Youtube no próximo sábado (27). Ao todo, o Rio Grande do Sul está com 31 projetos na final da Febrace.

Para Camila Mendonça de Freitas, 19 anos, que está finalizando o curso técnico em Química no IFRS, chegar com destaque na feira é a realização de um desejo. O seu projeto, denominado “Casca de pinhão (Araucaria angustifolia) como agente redutor e estabilizante para obtenção de nanopartículas de prata de maneira ambientalmente sustentável”, contou com a orientação do professor Josimar Vargas.

— Quando eu iniciei com o projeto, em 2017, eu nem imaginava que participaria de uma feira tão grande como a Febrace. Tanto que era um sonho de consumo fazer parte dela como finalista. Você apresentar seu trabalho para o Brasil inteiro e dividir ideias e experiências com avaliadores e participantes é algo que nos motiva a continuar no ramo científico e explorar ainda mais esse mundo — revela Camila.

A pesquisa da estudante procurou se utilizar de um resíduo muito comum na Serra, a casca de pinhão, de forma sustentável e barata para combater a proliferação de bactérias.

— Utilizamos algo que seria descartado, no lugar de outras substâncias químicas mais agressivas e que prejudicam o meio ambiente. Afinal, os resíduos vegetais realizam a mesma função que essas substâncias e são mais viáveis economicamente. Como estamos bem adiantados já, conseguimos comprovar que a casca do pinhão produz as nanopartículas, o que é superpositivo para nós e facilita a nossa aplicação — explica.

O CETEC UCS chegou à Febrace com dois projetos finalistas. As alunas Jennifer Pereira Moreira e Nicole Peyrot da Silva, ambas com 17 anos, desenvolveram um trabalho motivadas por um problema que está se tornando cada vez mais comum: a resistência que as bactérias vêm adquirindo frente aos antibióticos já existentes.

A pesquisa, elaborada dentro do Laboratório de Enzimas e Biomassas da Universidade de Caxias do Sul (UCS), recebeu o nome de “Avaliação da atividade antimicrobiana do óleo essencial de gengibre frente a cepas de Staphylococcus aureus resistentes à amoxicilina”. Credenciado na Febrace após destaque na 8ª Mostra Científica e Tecnológica da escola, o projeto tem orientação dos professores Dáfiner Pergher e Willian Daniel Hahn Schneider.

— Ele foi um estudo avaliativo da ação do óleo essencial de gengibre frente a essa bactéria, que é uma das que mais causam infecções hospitalares. Nele, a gente concluiu que a bactéria demonstrou uma sensibilidade bem significativa quando em contato com esse óleo, comprovando assim que o uso de medicamentos naturais pode ser uma opção para complementar a ação dos antibióticos ou, futuramente, até para a substituição deles — conta Nicole, também mencionando a colaboração dos coordenadores do laboratório, Aldo José Pinheiro Dillon e Marli Camassola, além da técnica do laboratório Roseli Claudete Fontana.

O outro projeto do CETEC UCS é o “Indicador de Líquidos para Pessoas com Deficiência Visual”. Além da orientação das professoras Andréia Michelon Gobbi e Glenda Lisa Stimamiglio, as estudantes Júlia Manfro dos Santos e Luiza Ramos Simionato, ambas com 17 anos, tiveram colaboração dos professores, técnicos e usuários do Instituto da Audiovisão de Caxias do Sul (Inav) para a realização de testes.

— A ação de colocar líquidos em recipientes que, para nós que enxergamos, é feita automaticamente, para essas pessoas é um desafio. A partir desse problema, pensamos em criar um instrumento que fosse prático e de baixo custo, que os ajudasse nessa atividade, proporcionando maior autonomia e independência. Decidimos criar um protótipo que funciona por meio da flutuação, indicando o nível do líquido — enaltece Luiza.

Para a confecção dos protótipos, foi utilizada a impressora 3D do Laboratório de Metrologia e Prototipagem Rápida da UCS. Segundo Luiza, com a finalização e a definição do formato ideal, a ideia é de produzir o indicador em larga escala, com o objetivo de auxiliar o maior número possível de pessoas com deficiência visual.

— Estamos muito felizes em participar dessa feira tão importante no Brasil. Quando fizemos a primeira apresentação do projeto, ouvimos as pesquisas dos participantes de vários estados, tivemos a avaliação da banca de professores e pudemos sentir realmente a grandiosidade desse evento — expressa a estudante.

Não é só Caxias do Sul que está com finalistas na maior feira científica do Brasil. A cidade de Carlos Barbosa também ganhou destaque com o trabalho de estudantes da EEEM Elisa Tramontina. Brenda Victoria Facchini Bonatto, 17, e Sabrina Machado Zaro, 18, desenvolveram o “Estudo da viabilidade da extração de canabinoides da Ruta graveolens para possível controle dos tremores do Parkinson”.

— Todos que têm um familiar com Parkinson sabem a dor que é. Os tratamentos para a doença têm muitos problemas, mas o canabidiol é uma alternativa comprovada, melhor que muitos remédios. Ele só é extraído da Cannabis sativa, que é proibida, e importar(*) esse remédio é muito caro e burocrático. Depois de encontrar leves indícios de que a arruda possui esse canabidiol, produzimos um extrato dela na esperança de ele poder ser usado como alternativa para o tratamento do Parkinson — esclarece Brenda.

A constatação final das estudantes foi de que o extrato produzido por elas possui a substância. Brenda acredita que a missão foi cumprida ao atingir três objetivos: encontrar uma planta de fácil acesso que tivesse o canabidiol, formular o extrato e comprovar que o produto final possui a substância. A estudante ressalta que o extrato não possui nenhum efeito alucinógeno e é o primeiro passo em direção a um tratamento viável para as pessoas que sofrem com o Parkinson.

A professora Sandra Seleri, orientadora do projeto de Brenda e Sabrina, revela que, em sua sexta participação na Febrace, a primeira de forma virtual, está orgulhosa da pesquisa que foi destaque também em outras mostras e feiras científicas, como a Mostraseg, que garantiu o primeiro lugar da categoria geral. O projeto possui como coorientadora a professora Marina Paim Gonçalves. Fonte: Smokebuddies.