10 de outubro de 2024 - Segundo um estudo recente, uma nova molécula medicamentosa poderia levar a tratamentos preventivos para o Parkinson precoce.
"Este composto medicamentoso nos dá esperança, pois ele pode nos permitir desenvolver o primeiro tratamento curativo contra o Parkinson, pelo menos em um subgrupo de pacientes", explica Kalle Gehring, professor do Departamento de Bioquímica da Universidade McGill e titular da Cátedra de Pesquisa do Canadá em estudos estruturais de doenças neurodegenerativas.
Geralmente, os sintomas do Parkinson - movimentos lentos, tremores, perda de equilíbrio - aparecem em pessoas por volta dos 60 anos. No entanto, de cinco a dez por cento dos diagnósticos são feitos em pessoas com menos de 40 anos. Esta doença degenerativa afeta mais de 100.000 pessoas no Canadá, destacam os pesquisadores.
O estudo visava determinar como uma molécula desenvolvida pela empresa de biotecnologia Biogen poderia reativar uma proteína essencial chamada parquina. Normalmente, essa proteína garante a saúde dos neurônios ao eliminar as mitocôndrias (centrais energéticas das células) danificadas. Em alguns pacientes jovens, mutações na parquina alteram essa função, resultando no acúmulo de mitocôndrias danificadas, o que leva à morte de neurônios e ao desenvolvimento do Parkinson.
Com o uso de tecnologias avançadas da Canadian Light Source (CLS), instalação de pesquisa da Universidade de Saskatchewan, a equipe de pesquisa descobriu que o composto da Biogen restabelecia a função de limpeza da parquina ao ligar a esta proteína um ativador natural presente nas células.
Publicado na revista Nature Communications, o estudo estabelece as bases para tratamentos personalizados destinados a pessoas jovens portadoras de mutações bem definidas na parquina, dizem os autores.
"Esperamos encontrar um dia compostos capazes de tratar todos os casos de Parkinson", acrescenta o Prof. Gehring, especificando que agora cabe à empresa Biogen incorporar os resultados do estudo no desenvolvimento de novos medicamentos.
"Devido ao envelhecimento da população e ao surgimento de tratamentos eficazes para outras doenças, as doenças neurodegenerativas, como o Parkinson, serão cada vez mais comuns no Canadá", conclui ele.
Grupos de pesquisa da Universidade McGill liderados pelo Prof. Jean-François Trempe, do Departamento de Farmacologia e Terapêutica, bem como pelo Prof. Edward Fon, do Instituto-Hospital Neurológico de Montreal, colaboraram neste estudo, financiado pela Fundação Michael-J.-Fox, pelos Institutos de Pesquisa em Saúde do Canadá e pelo Programa de Cátedras de Pesquisa do Canadá. Fonte: Techno-science.