segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Estímulos energéticos
Marca-passo no cérebro, como o do ator Paulo José, melhora qualidade de vida de quem tem mal de Parkinson
25/10/2009 - RIO - Há 16 anos com mal de Parkinson, o ator Paulo José, 72 anos, passou por uma cirurgia revolucionária que o levou de volta aos palcos: um marca-passo (nome popular para a estimulação cerebral profunda) foi implantado no seu cérebro como tratamento para diminuir o tremor e a rigidez provocados pela doença. Um eletrodo ligado a um pequeno gerador (bateria) foi implantado há um ano pelo neurocirurgião Paulo Niemeyer. Um novo será colocado do outro lado do cérebro. Se para o ator a cirurgia lhe deu mais confiança para as cenas ao vivo, para outros pacientes portadores da doença, que afeta 0,16% da população em geral e 1% daqueles com idade superior a 65 anos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a técnica pode significar uma nova vida.

A neurocirurgiã da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Maud Parise, especializada em neurocirurgia funcionall, explica que os pacientes com Parkinson sem outros sintomas ou patologias cerebrais, como demência ou múltiplas isquemias, que estariam levando uma vida normal se não fosse pela doença, podem ganhar muito em qualidade de vida. O marca-passo no cérebro alivia os tremores, ajuda a controlar a lentificação dos movimentos, melhora o andar e reduz a rigidez.

O neurocirurgião do Núcleo da Dor do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, Erich Fonoff explica que a cirurgia de implantação do marca-passo no cérebro já é feita há algum tempo, desde a década de 80, porém continua sendo um método caro e para poucos. No Núcleo da Dor, segundo ele, são feitas de uma a duas cirurgias deste tipo por semana.

Descargas elétricas geradas sem parar
Fonoff explica que, antes da cirurgia, é feito um exame de imagem, a tomografia, para escolher o alvo específico a ser tratado. Os exames ajudam a localizar milimetricamente onde o médico deve fazer as intervenções. A neurocirurgiã Maud Parise conta que um aro é fixado na cabeça do paciente para obter com precisão as coordenadas do ponto exato onde o eletrodo será inserido. Uma miniperfuração no cérebro é feita e o eletrodo é introduzido. Durante a cirurgia, são feitos testes para se ter certeza de que o eletrodo está no local certo.

As descargas elétricas serão geradas ininterruptamente, como no marca-passo cardíaco, bloqueiam o funcionamento de núcleos cerebrais hiperativos e com isso produzem a melhora dos sintomas. Uma vez implantado o eletrodo, explica Parise, um gerador (a bateria) é posto debaixo da clavícula, em subcutâneo, e através de um controle remoto, poderá ser ligado e desligado pelo paciente.

Graças à técnica, explica Fonoff, os sintomas se tornam mais controláveis durante mais tempo.

- A cirurgia é indicada para quem já toma muito remédio. Geralmente, um paciente de Parkinson toma remédio três vezes ao dia. Quando a doença progride, o paciente pode chegar a tomar a medicação oito vezes por dia. Ou para quem os remédios não estão fazendo o efeito desejado ou tem muitos efeitos colaterais com a medicação.

O implante melhora o estado do paciente logo nos dias seguintes. Só que é necessário ter um acompanhamento muito próximo da evolução do paciente porque é preciso fazer avaliações minuciosas do controle dos estímulos, principalmente nos primeiros meses. Fonte: O Globo.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Revolução contra o Mal de Parkinson
Implante de eletrodo no cérebro reduz os sintomas e dá qualidade de vida ao paciente
22.10.09 - Rio - Com a ajuda de dois aparelhos, implantados no cérebro e no peito, pacientes que sofrem do Mal de Parkinson retomam a habilidade motora e a qualidade de vida. Método revolucionário no Brasil, a Cirurgia de Estímulo Cerebral Profundo ameniza sintomas como tremores, rigidez nos membros e lentidão. Há 16 anos com a doença, o ator Paulo José, 72, foi submetido ao procedimento, como O DIA mostrou ontem.

Médico responsável pela operação do ator, o chefe de neurocirurgia da Clínica São Vicente, Paulo Niemeyer, explica que o procedimento é recomendado para casos avançados, “quando remédios não apresentam mais resultado satisfatório”. Com o paciente acordado, um eletrodo, com fio de 15 cm, é introduzido no cérebro por um orifício no crânio, e acoplado ao local da lesão. Depois, sob anestesia geral, médicos fazem um corte superficial na pele para implantar bateria próximo ao peito.

“O eletrodo do cérebro fica conectado a bateria semelhante a marcapasso cardíaco. O paciente fica acordado para relatar os efeitos do eletrodo sobre os movimentos prejudicados”, explica o especialista. (segue...) Fonte: O Dia.
Técnica não é nova!