31 de julho de 2025 - Quando falamos sobre a doença de Parkinson, pensamos imediatamente em tremores e dificuldade de movimento. No entanto, essa patologia, que afeta quase 10 milhões de pessoas em todo o mundo, também é acompanhada por distúrbios menos visíveis, mas igualmente incapacitantes: problemas de memória, depressão, ansiedade. Uma equipe da Universidade de Genebra e dos Hospitais Universitários de Genebra acaba de fazer uma descoberta surpreendente: o lado do corpo onde aparecem os primeiros sintomas permite prever quais serão esses distúrbios "ocultos".
Uma doença que nunca começa em ambos os lados ao mesmo tempo
A doença de Parkinson tem uma particularidade pouco conhecida do público em geral: começa sempre de forma assimétrica. Os primeiros sinais - tremores, rigidez muscular, lentidão de movimentos - afetam inicialmente apenas um lado do corpo. Essa assimetria não é trivial porque reflete a disfunção de um hemisfério específico do cérebro. Quando os sintomas aparecem no lado direito do corpo, é o hemisfério esquerdo do cérebro que é afetado e vice-versa.
Ao analisar 80 estudos realizados nos últimos cinquenta anos, os pesquisadores de Genebra descobriram que essa assimetria inicial determina em grande parte o curso futuro da doença. Os pacientes cujos sintomas começam no lado direito desenvolvem com mais frequência comprometimento cognitivo grave, com aumento do risco de demência. Sua memória, capacidade de raciocínio e atenção se deterioram mais rapidamente.
Por outro lado, as pessoas nas quais a doença começa no lado esquerdo são mais propensas a sofrer de transtornos psiquiátricos: depressão, ansiedade, etc. Essas manifestações, embora menos espetaculares que os problemas motores, podem alterar consideravelmente a qualidade de vida dos pacientes e de seus familiares.
Rumo à medicina personalizada
Este estudo, publicado na revista npj Parkinson's disease, abre caminho para um tratamento mais personalizado da doença de Parkinson. "Esses resultados são um passo crucial para o estudo dos sintomas não motores da doença, que há muito são subestimados", diz Julie Péron, que liderou este trabalho. Ao identificar o lado dos primeiros sintomas no momento do diagnóstico, os médicos podem antecipar melhor as dificuldades futuras e encaminhar seus pacientes para as terapias apropriadas mais rapidamente. Fonte: courrier-picard.