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terça-feira, 7 de janeiro de 2025

Avanço tecnológico aprimora cirurgia para tratar de doença de Parkinson

Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, passou a realizar a operação utilizando um sistema robótico de imagem de forma inédita na América Latina

06/01/2025 - Há mais de duas décadas, a cirurgia moderna da doença de Parkinson vem transformando o prognóstico dos pacientes que convivem com a condição. Aliado aos avanços tecnológicos, o procedimento ajuda a melhorar os três principais sintomas da condição neurodegenerativa, que não tem cura — tremor, rigidez e lentidão.

Para aprimorar ainda mais os resultados e a recuperação dos pacientes, o Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, passou a realizar essa operação utilizando um sistema robótico de imagem transoperatório, o chamado Loop-X Brainlab. A cirurgia inédita na América Latina ocorreu em novembro.

Alexandre Reis, especialista em Distúrbios do Movimento e neurocirurgião funcional do Hospital Moinhos de Vento, explica que a cirurgia moderna do Parkinson foi instituída a partir de 2002 e é chamada de implante de eletrodo cerebral profundo — nome oriundo da sigla DBS (Deep Brain Stimulation).

Melhoras expressivas

Conforme o médico, o procedimento foi um grande marco revolucionário no tratamento da doença porque consegue melhorar de forma muito expressiva os sintomas em pacientes em fases moderadas e avançadas, para os quais se tem poucos recursos medicamentosos.

— Antes dos anos 2000, tínhamos um prognóstico muito sombrio para os pacientes. Depois de 10 anos de doença, não tínhamos muitos recursos para utilizar e, hoje, temos o advento da cirurgia, que melhora os três sintomas principais: tremor, rigidez e lentidão — reforça Reis.

De acordo com o neurocirurgião, uma das peculiaridades dessa cirurgia é o fato de sempre ter sido aliada à tecnologia, já que se trata de um procedimento de alta precisão. A operação tem como instrumento principal um aparelho chamado de estereotaxia, que vai se modernizando com o passar das décadas para que fique mais preciso e mais fácil de usar, melhorando o resultado.

Paciente acordado

Outra característica do procedimento, segundo Reis, é a necessidade de, na maioria das vezes, ser realizado com o paciente acordado. Isso ocorre porque é preciso ter a colaboração da pessoa operada, seja para conversar ou para “testar” movimentos. Por isso, é importante que a cirurgia seja cada vez mais aprimorada e agilizada, ressalta o médico:

— Se a cirurgia demora 10 horas com um paciente anestesiado, ele não percebe, não faz diferença para ele. Mas se demora 10 horas com um paciente acordado, é muito cansativo e desgastante. Existe um desgaste físico muito grande para um paciente que já é debilitado.

O especialista destaca que o recente investimento do Moinhos no aparelho Loop-X tem justamente esse objetivo, já que se trata de uma tomografia portátil transoperatória, que oferece uma imagem “extremamente detalhista”, é muito pequena e se move de forma bastante ágil. Além disso, não sai da sala cirúrgica.

— Para fazer essa cirurgia, precisávamos colocar um aparelho de estereotaxia, que é como se fosse uma coroa, na cabeça do paciente e fazer uma tomografia. Isso, na imensa maioria dos serviços do mundo inteiro, é feito fora do bloco cirúrgico. E aí tem que levar o paciente para a tomografia, botar o aparelho, fazer a tomografia e encaminhá-lo para o bloco. Às vezes, nessa logística, perdemos uma hora ou, se dá atrasos, duas horas. Quando temos o aparelho dentro do bloco, fazemos tudo em um momento só — esclarece Reis.

Além de reduzir o tempo de cirurgia, o aparelho traz benefícios em termos de conforto e de resultado, conforme o neurocirurgião. Isso porque diminui o desgaste do paciente e colabora para um passo que não é feito rotineiramente: uma segunda tomografia durante a operação para conferir se o eletrodo ficou no lugar certo.

Indicação

De acordo com o especialista, existem protocolos de indicações — que são flexíveis e envolvem uma série de pré-requisitos — para a cirurgia de Parkinson. Entre esses critérios, estão: ter uma evolução de, no mínimo, cinco anos de doença, perda do efeito dos medicamentos ou surgimento de complicações motoras, menos de 75 anos e boas condições de saúde.

O resultado da cirurgia, afirma Reis, varia de acordo com cada paciente. Aqueles que tiverem sintomas mais avançados terão benefícios diferentes daqueles que buscaram o procedimento depois de cinco anos, por exemplo.

— Nesses casos, o benefício é muito melhor. E boa parte deles fica até sem sintomas. Não percebemos os sintomas quando opera no momento certo. Mas a estatística é em torno de 70% ou 80% da melhora do tremor, 60% ou 70% de melhora da rigidez e da lentidão — comenta o especialista. Fonte: Zero Hora.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

Com investimento de R$ 4,9 milhões, suíte robótica do hospital Moinhos de Vento recebe primeira cirurgia de DBS para Parkinson; procedimento é inédito na América Latina

4 de dezembro de 2024 - Na última semana o espaço sediou a 1ª cirurgia para controlar os sintomas da Doença de Parkinson com a utilização do sistema robótico de imagem trans operatório Loop-X Brainlab, que garante maior exatidão na implantação do sistema no cérebro

O Hospital Moinhos de Vento, um dos seis Hospitais de Excelência (HEs) no Brasil, com ênfase em atendimento de alta complexidade, realizou na Suíte Robótica Brainlab, em 19 de novembro, a primeira cirurgia neurológica para implantação de eletrodo cerebral em um paciente acometido pela doença de Parkinson, para controlar os sintomas ocasionados pela enfermidade, com o sistema robótico de imagem Loop-X. O feito é inédito e pioneiro com esta tecnologia na América Latina e Central.

A Suíte Robótica Brainlab é dedicada a cirurgias de alta complexidade e precisão e combina diferentes tecnologias de cirurgia guiada por imagens, aquisição intraoperatória de imagens 3D, robótica cirúrgica e integração digital, contando com elevado grau de automatização para a obtenção da maior segurança possível no procedimento e, portanto, o melhor desfecho clínico para o paciente. O espaço é o primeiro do tipo na América Latina e o Hospital Moinhos de Vento foi a quinta instituição no mundo a contar com uma sala desse porte. O Loop-X integra a Suíte Robótica que o Hospital Moinhos de Vento adquiriu recentemente junto à empresa alemã Brainlab, em um investimento de R$ 4,9 milhões.

“A cirurgia que realizamos foi a primeira nessa configuração na América Latina e Central, com o apoio do Sistema Loop-X e sua alta tecnologia de precisão em imagens, que somente a Suíte Robótica do Moinhos oferece atualmente no Brasil. Com certeza é um marco no tratamento do Parkinson e na busca pela qualidade de vida destes pacientes, seja pela agilidade, seja pelo desfecho positivo. O Hospital Moinhos de Vento segue sempre em busca de excelência e pioneirismo especialmente no que se refere a cirurgia da Doença de Parkinson e assume posição de destaque mundial com estas novas tecnologias.”, explica o neurocirurgião especialista em Distúrbios do Movimento, Alexandre Reis, que conduziu a equipe durante a operação.

Com a tecnologia da Suíte Robótica, é possível realizar uma cirurgia com todas as suas etapas no mesmo local (não é necessário deslocar o paciente até uma sala para exames de imagem, por exemplo), o que reduz o tempo de procedimento e expõe o paciente a menos riscos. Com o uso do Loop-X, que realiza Tomografias intraoperatórias e pode se mover pela sala de cirurgia por meio de controle via joystick, o tempo de operação pode ser reduzido consideravelmente, proporcionando maior conforto ao paciente e aliando maior precisão a cirurgia.

“A nossa Suíte Robótica trará mais segurança e precisão nos procedimentos cirúrgicos, resultando em melhores resultados, menor tempo de internação e de recuperação pós-operatória, além de melhor reabilitação e retomada mais rápida das atividades do cotidiano pelo paciente”, explica Mohamed Parrini, CEO do Hospital Moinhos de Vento.

A sala conta ainda com tecnologias e inovações que são inéditas, como a navegação cirúrgica de última geração, por meio do Sistema de Navegação Curve, e o sistema de  navegação robótica cirúrgica, por meio do Braço Robótico Cirq. A aquisição robótica intraoperatória de imagens, por meio do Sistema Robótico de Aquisição de Imagens Loop-X, e a integração digital de sala cirúrgica, por meio Sistema Buzz, completam a experiência de excelência do paciente do Hospital Moinhos de Vento.

“A digitalização da saúde é o foco da Brainlab há 35 anos. A Suíte Robótica com o sistema de navegação Curve, o robô cirúrgico Cirq e o sistema robótico de imagens Loop-X demonstra na prática como nosso ecossistema digital traz benefícios para profissionais de saúde e seus pacientes. A parceria com o Hospital Moinhos de Vento, instituição que é sinônimo de inovação, excelência clínica e gestão visionária, é fundamental para transformar o futuro da saúde no país. Juntos, estamos estabelecendo um novo padrão de cuidado, alinhado com as necessidades e expectativas de nossa comunidade”, finaliza o presidente da Brainlab, Vinicius Dessoy Maciel.

Vanguarda

Reforçando seu pioneirismo, em agosto de 2022 o Hospital Moinhos de Vento realizou a primeira cirurgia robótica de coluna da América Latina. O paciente, um homem de 65 anos, sofria de dor na coluna lombar com irradiação para os membros inferiores e não obteve sucesso com tratamentos clínicos prévios. A cirurgia foi realizada com navegador cirúrgico e braço robótico da Brainlab, empresa alemã pioneira global em tecnologia médica orientada por software. Desde então, a empresa germânica segue como parceira do Hospital. Fonte: Anahp.