160424 - Entender
melhor a doença é fundamental para escolher técnicas de
diagnóstico e tratamento.
A Doença de Parkinson
é uma das doenças neurodegenerativas mais comuns, segundo dados da
Organização Mundial da Saúde, estimando-se que acometa 4 milhões
de pessoas em todo o mundo.
Bruno Burjaili,
neurocirurgião especialista em Parkinson, explica que vários
estudos têm trazido "respostas que nos ajudam a entender melhor
o problema e saber como atuar sobre esta doença, com o objetivo de
melhorar a vida das pessoas envolvidas".
Conheça 4 descobertas
recentes
1. Medicamento para
diabetes pode ter efeito contra Parkinson:
Segundo um estudo
publicado recentemente na New England Journal of Medicine, o
medicamento “lixisenatida”, usado normalmente para tratar
diabetes, pode ter bons efeitos também na redução da progressão
de problemas motores decorrentes do Parkinson.
"É uma das
melhores notícias recentes da ciência sobre o Parkinson, pois
poderá, dentro de pouco tempo, trazer uma nova ferramenta para o
nosso arsenal de medicamentos", diz o neurocirurgião.
2. Ondas cerebrais e o
declínio cognitivo no parkinson
Um estudo publicado no
Journal of Neurology, Neurosurgery & Psychiatry identificou que a
análise de ondas cerebrais nas faixas de delta e teta, na região
frontal (atrás da testa), ajudam a analisar a disfunção cognitiva
na doença de Parkinson.
"Esse tipo de
análise poderia, por exemplo, melhorar o processo de seleção de
pessoas aptas para o marca-passo cerebral, ou seja, o implante que
pode reduzir tremores, rigidez e lentidão," aponta Burjaili.
3. Agrotóxicos e o
Parkinson
Outro estudo, desta vez
realizado por investigadores da UCLA e Harvard, listou 10 agrotóxicos
que possuem relação com danos nos neurónios dopaminérgicos, o que
afeta o controlo de movimento muscular e tem relação com o
desenvolvimento do Parkinson.
"Já sabemos dos
efeitos nocivos de agrotóxicos do sistema nervoso e aumento do risco
da doença. Listagens rigorosas ajudam a proteger-nos desse efeito",
conta.
4. Implantes na coluna
para melhorar caminhada
Um estudo da Nature
Medicine mostra que as técnicas de Estimulação Elétrica Epidural,
através de neuropróteses, ajudam a modular a atividade de nervos,
principalmente quando combinada com a Estimulação Cerebral
Profunda, o ‘marca passo cerebral’.
"Aqui está uma
grande esperança para um dos problemas mais difíceis de serem
tratados no Parkinson, que é a dificuldade de locomoção,
particularmente o chamado 'congelamento' ou 'freezing'",
concluiu. Fonte: Lifestyle.