O neurotransmissor que
impulsiona o prazer e a motivação não só nos faz sentir bem:
também regula funções essenciais. Isso é explicado por uma
reportagem da revista Body Mind
20 de novembro de 2024
– Embora associada a conceitos complexos, a dopamina impacta a vida
diária através de nossas motivações diárias
A dopamina tornou-se um
nome chave na neurociência moderna, reconhecida como uma molécula
fundamental no equilíbrio mental e físico das pessoas. Embora este
neurotransmissor esteja frequentemente associado a conceitos
complexos da química cerebral, está diretamente ligado à vida
quotidiana, como a motivação para atingir objetivos ou a sensação
de prazer ao atingir um objetivo.
Odile Fernández,
médica de família, em artigo na revista Body Mind, “compreender
como essa molécula influencia o corpo é crucial para compreender
aspectos profundos da natureza humana e melhorar a qualidade de
vida”.
Esta substância é
essencial para sentir prazer e motivação, atuando como motor que
impulsiona nossas ações, pensamentos e emoções. Cada vez que
vivenciamos algo que o cérebro interpreta como positivo, como comer
algo delicioso ou receber um presente, a dopamina é liberada,
gerando uma resposta prazerosa. Esta resposta, no entanto, não é
acidental.
Mas a dopamina não se
limita apenas a nos fazer sentir bem; É também responsável por
processos tão complexos como a regulação do humor e o impulso para
atingir objetivos, o que faz desta pequena molécula uma peça-chave
do equilíbrio emocional e mental.
Este neurotransmissor é
essencial para processos como controle de movimentos, atenção e
tomada de decisões. Em doenças como o Parkinson, os níveis de
dopamina diminuem em certas áreas do cérebro, causando os tremores,
a rigidez e a falta de coordenação que caracterizam este distúrbio.
Fernández destaca que
também influencia a forma como absorvemos e processamos informações,
função que pode ser afetada tanto pela deficiência quanto pelo
excesso dessa substância. Insiste na necessidade de manter níveis
adequados para garantir um funcionamento ideal; tanto o excesso como
a deficiência podem levar a doenças ou situações que afetam
profundamente a qualidade de vida;
No Parkinson, a
deficiência de dopamina afeta os movimentos, causando sintomas como
tremores e rigidez muscular.
Segundo o Dr.
Fernández, essa função da dopamina tem duas faces: por um lado,
pode ser uma ferramenta para o sucesso e o crescimento pessoal; Mas,
por outro lado, também pode ser um risco ao gerar comportamentos
viciantes quando os níveis ficam desequilibrados.
A dopamina também
desempenha um papel importante no vício de algumas substâncias,
como certas drogas recreativas e álcool, que aumentam os níveis de
dopamina no cérebro, produzindo sentimentos de euforia. Este
neurotransmissor está relacionado a distúrbios de saúde mental,
como depressão e ansiedade. Às vezes, níveis inadequados de
dopamina podem prejudicar a capacidade de sentir satisfação,
criando um ciclo vicioso de desânimo.
O desequilíbrio da
dopamina contribui para a depressão e a ansiedade, afetando o humor
e a motivação
Um excesso de dopamina
em certas áreas do cérebro tem sido associado a distúrbios
psiquiátricos, particularmente à esquizofrenia. Neste caso, níveis
elevados deste neurotransmissor podem causar sintomas como
alucinações, delírios e paranóia, uma vez que o cérebro recebe
sinais anormalmente intensos que distorcem a percepção da
realidade.
O aumento desse
neurotransmissor está associado à busca por recompensas, o que pode
levar as pessoas a desenvolverem dependência de determinadas
atividades ou substâncias, como as redes sociais. Esses
comportamentos, que inicialmente geram prazer, podem tornar-se
viciantes e de difícil controle, afetando a saúde mental e social.
Alcançar um equilíbrio
adequado de dopamina é vital para a saúde física e mental. Embora
o excesso desse neurotransmissor possa levar a alterações na
percepção e no comportamento, a deficiência afeta o movimento, a
motivação e o humor.
Manter níveis
adequados de dopamina é essencial para o bem-estar emocional, físico
e mental, pois influencia aspectos fundamentais da nossa vida
quotidiana, como a motivação, o prazer e a gestão do stress.
Por um lado, o stress
crónico, uma alimentação pouco saudável e certos hábitos
modernos podem afetar gravemente os níveis de dopamina,
comprometendo o bem-estar emocional e físico.
O estresse crônico e
uma dieta rica em alimentos processados podem diminuir os
níveis de dopamina e afetar o humor.
Além disso, produtos
altamente processados, que contêm açúcares adicionados, aditivos e
outros ingredientes refinados, também podem ter um impacto negativo
na produção de dopamina. Esses alimentos, sem nutrientes essenciais
para a saúde do cérebro, podem perturbar o equilíbrio dos
neurotransmissores e afetar o humor e a energia.
Estilo de vida e
hábitos diários
A adoção de hábitos
de vida saudáveis também estimula a produção de dopamina e
melhora o bem-estar geral. A atividade física, principalmente
aeróbica como correr, nadar ou dançar, é um poderoso estimulador
da substância.
O exercício aeróbico
e um bom descanso aumentam a dopamina, melhorando o bem-estar físico
e emocional
Isso é regulado e
recuperado durante o sono, portanto, descansar o suficiente e ter uma
rotina de sono estável ajuda a melhorar seus níveis. A falta de
sono, por outro lado, pode afetar negativamente a produção desse
neurotransmissor.
Passar algum tempo ao
ar livre e receber luz solar direta em doses seguras ajuda a
estimular a produção de dopamina. Este hábito é especialmente
benéfico para manter um humor positivo.
Gestão de emoções e
saúde mental
A gestão emocional é
outro fator chave para manter níveis equilibrados. A prática da
meditação, nas suas diversas formas, ajuda a reduzir o estresse e
melhora o humor, estimulando a produção de dopamina.
A prática da meditação
é eficaz na regulação do estresse e na promoção da liberação
de dopamina no cérebro
Manter relacionamentos
pessoais saudáveis e compartilhar momentos de qualidade com
amigos e familiares aumenta a dopamina. Esses vínculos contribuem
para maior estabilidade emocional e satisfação geral. Fonte:
Infobae.