1 de julho de 2024 - Esta Sessão Especial coorganizada com a Associação Europeia de Psiquiatria e moderada pelo seu Presidente, Geert Dom, e Antonio Suppa, professor de neurologia de Roma, foi um evento de casa cheia que mergulhou no promissor campo da neuromodulação terapêutica não invasiva para a doença de Parkinson (DP) e transtornos neuropsiquiátricos. O painel envolvente, com os principais especialistas, cobriu novos e empolgantes terrenos e forneceu aos participantes insights valiosos sobre tratamentos emergentes. A interação do público foi fervorosa, refletindo o alto nível de interesse nessas terapias inovadoras.
As técnicas de estimulação cerebral não invasiva (SBNI) têm ganhado atenção por sua capacidade de melhorar os sintomas sem a necessidade de procedimentos invasivos. A sessão destacou várias abordagens promissoras e a plasticidade induzida por essas técnicas.
Antonio Suppa, de Roma, abriu a sessão, fazendo uma apresentação brilhante e abrangente sobre ferramentas neurofisiológicas não invasivas em humanos. Ele começou com a estimulação magnética transcraniana (EMT), que utiliza campos magnéticos para induzir correntes elétricas em áreas específicas do cérebro, visando a plasticidade cerebral e induzindo modificações de longo prazo. Ele explicou a eficácia da estimulação theta burst, uma técnica bem estabelecida com dois protocolos: contínua (cTBS) e intermitente (iTBS). Ele também falou sobre a estimulação associativa emparelhada (PAS), que aproveita a plasticidade dependente do tempo de pico para melhorar os resultados. Finalmente, ele descreve a estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC), que envolve a aplicação de uma corrente elétrica de baixa intensidade para modular a atividade neuronal. Esta técnica influencia a dinâmica do cálcio e a transmissão de NMDA, sendo a ativação de interneurônios crucial para a plasticidade. Suas considerações finais foram sobre o futuro desses tratamentos com o objetivo de alcançar a plasticidade neural estrutural.
Antonella Macerollo, de Liverpool, tomou a palavra e introduziu o conceito de neuromodulação e seu efeito terapêutico na doença de Parkinson. Ela destacou o efeito da ETCC no congelamento da marcha por meio da estimulação da área motora suplementar e discutiu os resultados mistos do uso da EMT em sintomas não motores como disfagia e depressão. Embora a EMT não tenha sido eficaz para esses sintomas não motores, a ETCC mostrou-se promissora. Ela também discutiu a estimulação ultrassônica transcraniana (UST), destacando mecanismos teóricos, como seus efeitos mecânicos, térmicos e sonogênicos. Ela concluiu com mensagens de take-home, enfatizando que as técnicas de NIBS têm benefícios potenciais sobre os sintomas motores e não motores na DP, observando a necessidade de diretrizes para melhorar e harmonizar o uso, e acrescentando sua visão pessoal da importância de priorizar estudos sobre sintomas não tratáveis por drogas, como congelamento da marcha e camptocormia.
Ela foi seguida por Jean-François Aubry, um físico de Paris, que apresentou uma nova técnica possível que poderia fornecer estimulação cerebral profunda por meio de ultrassom transcraniano focado, bem como sua possível aplicação em distúrbios de movimento e psiquiátricos. Ele explicou os possíveis efeitos mecânicos do ultrassom em vez de efeitos térmicos na neuromodulação ultra-sônica. Ele descreveu a técnica de reversão temporal para correção de aberrações transcranianas e enfatizou os avanços tecnológicos em direção à focalização transcraniana de baixo custo, bem como a necessidade de diretrizes para padronizar essas técnicas promissoras em todo o campo da neurologia.
Em resumo, a sessão ressaltou o potencial significativo da neuromodulação terapêutica não invasiva no tratamento dos sintomas motores e não motores da doença de Parkinson. As apresentações e discussões envolventes destacaram os avanços empolgantes e a necessidade de pesquisas contínuas neste campo em evolução. Fonte: eanpages.