16/10/2021 - O uso
da melatonina, conhecida como hormônio do sono, para a formulação
de suplementos alimentares foi aprovado pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa), por meio da Diretoria Colegiada
(Dicol), na quinta-feira, 14. O consumo foi autorizado a pessoas com
idade igual ou superior a 19 anos e em dosagem que não ultrapasse
0,21 mg diárias. Alegações de benefícios associadas ao consumo do
suplemento à base da substância, porém, não foram aprovadas.
Com a decisão, a
melatonina fica disponível, sem receita, como um suplemento
alimentar, categoria de produtos destinada à complementação da
dieta de pessoas saudáveis com substâncias presentes nos alimentos,
incluindo nutrientes e substâncias bioativas, onde está enquadrada
funções metabólicas bem caracterizadas. Ao redor do mundo, essa já
era uma realidade para diversos países, como os Estados Unidos.
Os suplementos de
melatonina devem conter advertência de que não devem ser consumidos
por gestantes, lactantes, crianças e pessoas envolvidas em
atividades que requerem atenção constante. Quem tiver enfermidades
ou usar medicamentos deve consultar seu médico antes de consumir a
substância.
Também foram
autorizados outros 40 novos constituintes de suplementos alimentares,
como a membrana da casca de ovo, como fonte de ácido hialurônico,
glicosaminoglicanos e colágeno, e extrato de laranja moro, como
fonte de antocianinas.
O que é melatonina?
A melatonina é um
hormônio produzido naturalmente no cérebro humano, mais
especificamente pela glândula pineal. Ela auxilia no ciclo
vigília-sono, ao indicar para os órgãos que a noite chegou.? Por
isso, é comumente associada ao tratamento de insônia.
A substância pode
ser encontrada em pequenas concentrações em alimentos como morango,
cereja, vinhos e carne de frango, por exemplo. Ela também pode ser
produzida sinteticamente.
Em entrevista ao
Estadão, a endocrinologista Suemi Marui explicou que "alterações
do sono como, por exemplo, insônia e sonolência, levam a diversas
modificações hormonais, metabólicas, neurológicas e
psicológicas". A médica, porém, disse não haver comprovações
científicas dos benefícios de se tomar melatonina sintética para
essas alterações. Efeitos colaterais do consumo indevido da
substância são "dor de cabeça, confusão mental, tontura e
náuseas", alerta.
Suemi destacou que a
produção natural de melatonina depende do padrão de sono-vigília
de cada um. "O sono deve ser reparador, significando não
acordar cansado", resume. A indicação dela é a de que, quando
o cansaço parecer constante, busque-se um médico. "Doenças
que causam alterações no sono como, por exemplo, problemas da
tireoide, apneia do sono e depressão devem ser investigadas e não
tratadas com melatonina, que pode atrasar o diagnóstico."
Fonte: GZH.