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domingo, 13 de abril de 2025

Cannabis e Parkinson: O que a ciência já sabe sobre essa relação

12/04/2025 - Embora ainda limitadas, o neurologista Dr. Luis Otavio Caboclo considera que as evidências científicas abrem uma possibilidade real de utilizar a Cannabis medicinal para ampliar o cuidado e melhorar a qualidade de vida de pacientes com a doença.

A Doença de Parkinson é uma das condições neurodegenerativas mais comuns no mundo, afetando cerca de 10 milhões de pessoas globalmente, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS). De caráter progressivo e ainda sem cura, a doença impacta diretamente a qualidade de vida dos pacientes, com sintomas como tremores, rigidez muscular, lentidão dos movimentos e, em estágios mais avançados, alterações no equilíbrio, cognição e comportamento emocional.

Apesar da evolução no tratamento dos sintomas, a busca por novas abordagens terapêuticas continua sendo uma prioridade para médicos, cientistas e pacientes. Nesse contexto, a Cannabis medicinal vem ganhando destaque. Mas quais são as evidências científicas sobre o uso da Cannabis na Doença de Parkinson?

O neurologista Dr. Luis Otavio Caboclo, Chief Medical Officer da Endogen – healthtech especializada em nutrição clínica e Cannabis medicinal – e professor assistente de neurologia da Faculdade Israelita Albert Einstein, explica que a Cannabis contém compostos conhecidos como canabinoides, sendo o canabidiol (CBD) e o tetraidrocanabinol (THC) os mais estudados.

“Tais substâncias interagem com o sistema endocanabinoide do organismo, responsável por regular funções como controle motor, dor, humor e sono – todas frequentemente afetadas em pacientes com Parkinson”, acrescenta o especialista.

Segundo ele, estudos preliminares indicam que o CBD possui propriedades neuroprotetoras e anti-inflamatórias, que podem ajudar a reduzir a rigidez muscular e melhorar o sono. Já o THC, embora psicoativo, também tem mostrado efeitos positivos na redução de espasmos musculares e dores crônicas. A combinação e a dosagem ideais, no entanto, ainda são objetos de pesquisas.

Limitações – Dr. Caboclo destaca ainda que, embora muitos pacientes relatem melhora significativa com o uso da Cannabis medicinal, as evidências científicas são limitadas, e os efeitos variam de pessoa para pessoa.

“Alguns estudos sugerem benefícios como redução da ansiedade e melhora da qualidade de vida, mas ainda precisamos de mais ensaios clínicos controlados para oferecer recomendações seguras e padronizadas”, afirma.

Outro ponto importante são os efeitos colaterais, que incluem sonolência, tontura e alterações cognitivas.

“Por isso, o uso da Cannabis medicinal deve sempre ser acompanhado por um profissional de saúde qualificado. Países como Canadá, Estados Unidos e Brasil já permitem seu uso sob prescrição médica, em situações específicas”, informa Caboclo.

Na passagem do Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson, celebrado em 11 de abril, a comunidade médica e a Sociedade têm uma oportunidade para ampliar os debates sobre alternativas terapêuticas que possam contribuir para melhorar a qualidade de vida desses indivíduos.

“Enquanto a ciência avança, a esperança se mantém viva para os pacientes com a Doença de Parkinson. A Cannabis medicinal pode não ser a cura para o Parkinson, mas representa um caminho promissor na busca por mais qualidade de vida para os indivíduos que sofrem com essa patologia”, conclui o neurologista. Fonte: folhadepiracicaba.

terça-feira, 26 de novembro de 2024

CCJ leva ao plenário utilização de Cannabis medicinal

26/11/2024 - O projeto de lei que autoriza o fornecimento de medicamentos à base de cannabis pelo SUS em Santa Catarina foi aprovado na manhã desta terça-feira, 26, pela Comissão de Constituição e Justiça da Alesc. Agora, a iniciativa da deputada Paulinha (Podemos), que é discutida desde 2021 no Parlamento Catarinense, está pronta para ser votada no plenário da Casa.

"Essa aprovação é mais um passo para aliviar a dor de milhares de famílias catarinenses que enfrentam tantas barreiras para conseguir um tratamento digno. Nosso propósito é fazer a saúde chegar a todos que precisam, com medidas comprovadamente eficazes, sempre com a devida orientação médica e respaldo científico, para garantir mais esperança e qualidade de vida para essas pessoas", destacou a deputada Paulinha.

O texto votado na sessão desta terça-feira amplia o acesso aos medicamentos pelo SUS para além das três condições de epilepsias graves já previstas na portaria da Secretaria de Estado da Saúde: síndrome de Dravet, síndrome de Lennox–Gastaut e Complexo Esclerose Tuberosa. Conforme o texto, caberá ao médico prescrever o uso de medicamentos à base de cannabis nas condições em que o tratamento for necessário.

Dessa forma, a medida poderá atender também pacientes com Alzheimer, Parkinson, fibromialgia, epilepsia, autismo, TDAH, entre outras condições que já tiveram o efeito do medicamento comprovado em tratamentos. Entre os critérios previstos, destaca-se a exigência de prescrição médica e o acompanhamento dentro dos protocolos estabelecidos, garantindo segurança e eficácia no uso dos medicamentos.

Por fim, o texto aprovado também reconhece a importância de legislações semelhantes já implementadas em mais de 15 estados brasileiros. Em São Paulo, por exemplo, a lei já está em vigor, inicialmente atendendo pacientes de três condições de epilepsias graves, os quais já podem receber os medicamentos pelo SUS, com a devida orientação médica. Fonte: Imagem da Ilha.