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quarta-feira, 5 de novembro de 2025

Bactérias orais podem colonizar o intestino e contribuir para o desenvolvimento da doença de Parkinson, revela estudo

Descobertas reforçam o papel crucial do eixo intestino-cérebro no desenvolvimento da doença

Esta ilustração mostra em detalhes uma variedade de bactérias.

4 de novembro de 2025 - Pessoas com doença de Parkinson apresentam uma abundância aumentada da bactéria oral Streptococcus mutans — normalmente encontrada na boca e associada a cáries dentárias — em seu intestino, de acordo com um novo estudo envolvendo pacientes e um modelo em camundongos.

Uma vez estabelecidas no intestino, essas bactérias — chamadas de S. mutans — podem produzir metabólitos, como o propionato de imidazol, que viajam até o cérebro e causam a perda de neurônios dopaminérgicos. A perda desses neurônios, ou células nervosas, impulsiona o desenvolvimento da doença de Parkinson.

Essas descobertas, segundo os pesquisadores, reforçam ainda mais a importância do chamado eixo intestino-cérebro no desenvolvimento da doença de Parkinson. Os resultados da pesquisa também identificam novos alvos terapêuticos potenciais para a doença de Parkinson, relacionados às bactérias intestinais, segundo a equipe.

O estudo, intitulado "A produção microbiana intestinal de propionato de imidazol impulsiona as patologias da doença de Parkinson", foi publicado na revista Nature Communications. A equipe internacional de pesquisadores foi liderada conjuntamente por Yunjong Lee, PhD, da Faculdade de Medicina da Universidade Sungkyunkwan, e Ara Koh, PhD, da Universidade de Ciência e Tecnologia de Pohang, na República da Coreia, juntamente com dois doutorandos, um de cada universidade.

"Nosso estudo fornece uma compreensão mecanística de como os micróbios orais no intestino podem influenciar o cérebro e contribuir para o desenvolvimento da doença de Parkinson", disse Koh em um comunicado à imprensa da universidade detalhando as descobertas do estudo.

"Ele destaca o potencial de direcionar a microbiota intestinal como uma estratégia terapêutica, oferecendo uma nova direção para o tratamento da doença de Parkinson", acrescentou Koh.

Descobertas ressaltam o 'papel crucial' do eixo intestino-cérebro no desenvolvimento da doença

Pessoas com doença de Parkinson apresentam uma abundância aumentada da bactéria oral Streptococcus mutans — normalmente encontrada na boca e associada a cáries nos dentes — em seu intestino, de acordo com um novo estudo envolvendo pacientes e um modelo de camundongo.

Uma vez estabelecidas no intestino, essas bactérias — chamadas de S. mutans — podem produzir metabólitos, como o propionato de imidazol, que viajam até o cérebro e causam a perda de neurônios dopaminérgicos. A perda desses neurônios, ou células nervosas, impulsiona o desenvolvimento da doença de Parkinson.

Essas descobertas, segundo os pesquisadores, reforçam ainda mais a importância do chamado eixo intestino-cérebro no desenvolvimento da doença de Parkinson. Os resultados da pesquisa também identificam novos alvos terapêuticos potenciais para a doença de Parkinson, relacionados às bactérias intestinais, de acordo com a equipe.

O estudo, intitulado "A produção microbiana intestinal de propionato de imidazol impulsiona as patologias da doença de Parkinson", foi publicado na revista Nature Communications. A equipe internacional de pesquisadores foi liderada conjuntamente por Yunjong Lee, PhD, da Faculdade de Medicina da Universidade Sungkyunkwan, e Ara Koh, PhD, da Universidade de Ciência e Tecnologia de Pohang, na República da Coreia, juntamente com dois doutorandos, um de cada universidade.

"Nosso estudo fornece uma compreensão mecanística de como os micróbios orais no intestino podem influenciar o cérebro e contribuir para o desenvolvimento da doença de Parkinson", disse Koh em um comunicado à imprensa da universidade detalhando as descobertas do estudo.

"Ele destaca o potencial de direcionar a microbiota intestinal como uma estratégia terapêutica, oferecendo uma nova direção para o tratamento da doença de Parkinson", acrescentou Koh.

Microbioma intestinal de pacientes revela perfil bacteriano único

Há evidências crescentes de que o microbioma intestinal — os bilhões de bactérias, vírus e outros micróbios que vivem no intestino — desempenha um papel no desenvolvimento da doença de Parkinson. Por exemplo, a microbiota intestinal é alterada em pessoas com Parkinson, e aglomerados tóxicos da proteína alfa-sinucleína, uma característica da doença, parecem se originar no intestino e depois se espalhar para o cérebro.

“No entanto, os micróbios específicos que contribuem para as principais características patológicas [causadoras da doença] da DP [doença de Parkinson] ainda não foram identificados”, escreveram os pesquisadores.

Cientistas identificam Streptococcus mutans como bactéria oral chave na doença de Parkinson

Um estudo recente de amostras fecais de pessoas com e sem Parkinson ajudou a fornecer uma compreensão abrangente dos micróbios que estão anormalmente baixos ou altos em pessoas com Parkinson.

Agora, a equipe de pesquisa confirmou esses dados e descobriu que a S. mutans — bactéria normalmente encontrada na boca humana e associada à cárie dentária — apresenta uma das maiores associações com a doença de Parkinson.

A S. mutans produz uma enzima chamada urocanato redutase (UrdA), que participa de uma reação que produz uma substância química chamada propionato de imidazol (ImP). O ImP tem recebido considerável atenção como alvo terapêutico em diversas doenças.

Neste estudo, os pesquisadores examinaram dados genéticos de 491 pessoas com Parkinson e 234 idosos saudáveis, que serviram como grupo de controle. A equipe descobriu que os níveis de UrdA eram significativamente maiores nos pacientes com Parkinson. Em comparação com o grupo de controle, os pacientes também apresentaram níveis mais elevados de ImP no sangue, conforme demonstraram os dados.

Em camundongos, descobriu-se que S. mutans se estabelece no intestino e prospera

Para investigar especificamente se S. mutans poderia contribuir para a doença de Parkinson, os pesquisadores introduziram a bactéria no intestino de camundongos livres de germes. Apesar de ser tipicamente uma bactéria oral, S. mutans se estabeleceu com sucesso no intestino, especialmente no intestino grosso — e prosperou nele, observaram os pesquisadores.

Além disso, esses camundongos apresentaram perda seletiva de neurônios dopaminérgicos no cérebro. Essas células nervosas produzem um mensageiro químico chamado dopamina e são progressivamente perdidas na doença de Parkinson.

A bactéria também causou inflamação no cérebro e anormalidades em células de suporte em forma de estrela chamadas astrócitos. Os níveis de ImP aumentaram tanto no sangue quanto no cérebro dos camundongos somente quando S. mutans estava presente, sugerindo que o ImP produzido no intestino pode viajar pela corrente sanguínea até o cérebro.

Nossos resultados destacam o papel crucial do propionato de imidazol microbiano derivado do intestino como um mediador chave nos mecanismos da doença de Parkinson e indicam potenciais opções terapêuticas direcionadas ao eixo intestino-cérebro.

Para confirmar o papel da UrdA, os pesquisadores modificaram a Escherichia coli — uma bactéria comum que normalmente habita o intestino — para produzir a enzima. Camundongos portadores dessas E. coli no intestino desenvolveram uma perda semelhante de neurônios dopaminérgicos, inflamação cerebral e sintomas motores, sugerindo que a UrdA sozinha é suficiente para causar esses efeitos.

A equipe também descobriu que o S. mutans, por meio da produção de ImP derivada da UrdA, ativou um complexo de proteínas de sinalização chamado mTORC1, que detecta a presença de proteínas mal dobradas que tendem a formar aglomerados tóxicos. O bloqueio do mTORC1 reduziu a inflamação e os danos aos neurônios no cérebro, além de aliviar os sintomas motores, de acordo com os pesquisadores.

“Nossos resultados reforçam o papel crucial do propionato de imidazol microbiano derivado do intestino como um mediador chave nos mecanismos da doença de Parkinson e indicam potenciais opções terapêuticas direcionadas ao eixo intestino-cérebro”, concluíram os pesquisadores.

Ainda assim, a equipe observou que grande parte de suas descobertas provém de um modelo murino da doença. Portanto, são necessários mais estudos. Fonte: Parkinson´snewstoday.