6 de Abril de 2021 - O Centro Hospitalar Universitário São João (CHUSJ), no Porto, implantou hoje um dispositivo médico num paciente com doença de Parkinson que, ao registar as ondas cerebrais associadas aos sintomas da doença, permite “individualizar o tratamento”, revelou o médico responsável.
“Com este novo sistema,
conseguimos ter um registo das ondas cerebrais relacionadas com os
sintomas da doença – as ondas beta – e, portanto, sabemos quando
é que o doente tem mais ou menos ondas, adaptando o tratamento a
essas alturas. De algum modo, individualizamos o tratamento”,
afirmou hoje Rui Vaz, neurocirurgião do CHUSJ responsável pelo
procedimento.
Em declarações à agência Lusa, o médico
explicou que o novo dispositivo associa a “direcionalidade” já
existente à “capacidade de receber informação sobre as ondas
cerebrais” relacionadas com os sintomas da doença, permitindo dar
resposta às necessidades dos doentes e dos clínicos.
“O
problema é conseguirmos tratamento que se adapte à variabilidade ao
longo do dia, ou seja, aquilo que se chama passar do tratamento da
doença para o tratamento do doente”, disse.
O novo
dispositivo, que funciona como “um diário eletrónico”, é mais
um “passo” na melhoria do tratamento dos doentes com Parkinson.
“O dispositivo vai com o doente para casa e quando o doente
vem à consulta revemos o registo todo, e aí podemos melhorar a
estimulação que estamos a dar”, referiu Rui Vaz.
Depois
da doença de Alzheimer, o Parkinson é doença neurodegenerativa
mais comum, afetando cerca de 20 mil portugueses.
A doença
de Parkinson resulta da redução dos níveis de dopamina, uma
substância que funciona como um mensageiro químico cerebral nos
centros que comandam os movimentos, sendo quatro os sintomas que se
destacam: lentidão de movimentos, rigidez muscular, tremor e
alterações da postura.
A cirurgia de implantação do
dispositivo, que decorreu esta manhã no Hospital de São João, é
semelhante à da estimulação cerebral profunda, não acarretando
“nenhum risco acrescido para o doente”, assegurou o
neurocirurgião.
“Isto é uma melhoria no tratamento,
uma vez que o sistema é um ‘upgrade’ em relação ao
tratamento”, referiu, acrescentando que todos os doentes com
Parkinson são elegíveis a receber o dispositivo.
“Não
há nenhuma limitação”, referiu Rui Vaz
Depois do
Hospital Universitário de Wurzburg, na Alemanha, e do Hospital
Universitário Grenobles Alpes, em França, o Hospital de São João
foi a terceira unidade hospitalar do mundo a implantar este
dispositivo.
A tecnologia ainda está a ser avaliada pela
Food and Drug Administration (FDA) para ser lançada nos Estados
Unidos, sendo que a Europa foi “pioneira” na sua utilização.
Original em inglês, tradução Google, revisão Hugo. Fonte:
Noticias de Coimbra.
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