por Roberto Coelho
Nós que sofremos da Doença de Parkinson, vivemos em um constante estado de prontidão.
Por ser uma doença degenerativa, progressiva e sem cura, Parkinson exige uma atenção constante, desde um simples passo até um alimento mal mastigado e engolido às pressas.
Parkinson não é uma doença fatal. O que mata, não é o Parkinson, mas os danos que causa no organismo.
Portanto, conviver com Parkinson, é estar consciente de que podemos a qualquer instante, sofrer um acidente que pode ser fatal.
Para quem não me conhece, ou nunca ouviu falar de mim, tenho a Doença de Parkinson. Os primeiros sinais foram percebidos pelo meu pai, quando eu tinha 15 anos. Ouvia ele dizer com uma certa frequência - “Levanta esses pés pra caminhar, você parece um velho”, ou então, “Olha pra frente, você caminha olhando pro chão”. Essa é a mais remota lembrança que alguma coisa não estava bem com a minha saúde. Porém o diagnóstico, veio somente dez anos mais tarde, aos 25. Hoje aos 65, posso dizer que conheço alguma coisa sobre a doença.
Parkinson não tem cura, tem tratamento. O tratamento consiste em repor uma substância que o organismo do parkinsoniano deixa de produzir, essa substância é um neuro transmissor – a Dopamina. A Dopamina é a responsável pela regulagem do tônus muscular, ou seja, regula o estado de tensão ou relaxamento da musculatura. Essa função é de grande importância, pois toda a nossa atividade física, depende disso – tensão ou relaxamento muscular. Desde abrir os olhos pela manhã, até a complicada sequência de funções tensionar e relaxar músculos da mão, de alguém que faça crochê.
Mas não é só esse o papel da Dopamina. Ela faz a regulagem dos nossos estados de euforia ou depressão. Mantemos o equilíbrio entre euforia e depressão, que são extremos opostos, graças à Dopamina.
O tratamento medicamentoso “resolve“ fisicamente os sintomas por algum tempo. Até que começam a aparecer os efeitos colaterais dos remédios. Esses chegam a ser tão indesejáveis, quanto os efeitos da doença.
Um tratamento alternativo quando se chega a esse estágio evolutivo da doença, consiste em um delicado procedimento cirúrgico, que consiste em implantar um marca-passo ligado a dois eletrodos em regiões específicas no cérebro. O procedimento que se chama DBS, Deep Brain Stimulation, devolve qualidade de vida, aos que dele podem se valer.
Trata-se de um procedimento caro, podendo chegar a R$ 300.000,00, incluindo o equipo (1 marcapasso e 2 eletrodos, e o carregador das baterias), Centro Cirurgico, UTI e anestesista.
Estou me juntando nessa batalha à minha amiga Koka Keiber, que irá realizar o seu DBS em janeiro do próximo ano. Peço a sua colaboração, de acordo com suas possibilidades, na Vakinha da Koka. Seu gesto de bondade não será esquecido, e certamente trará qualidade de vida à nossa querida Koka.
Aqui o link para ouvir a entrevista concedida à rádio local de Santo Ângelo.
Aqui o link para a vaquinha.
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