Dezembro, 2020 - Uma equipa de investigadores descobriu uma maneira inovadora de transformar resíduos em num medicamento para tratar a doença de Parkinson e no aminoácido prolina.
E que resíduos são estes que podem ser aproveitados? Segundo a Futurity, cascas de crustáceos e galhos de árvores.
Normalmente, este é o tipo de lixo que termina em aterros sanitários, não lhe sendo dada nenhuma utilidade. Agora, ganham uma nova vida com este processo criado por uma equipa liderada por Yan Ning e Zhou Kang, da NUS Chemical & Biomolecular Engineering, em Singapura.
O medicamento da doença da Parkinson em causa é a L-Dopa. Por sua vez, o aminoácido prolina é essencial na formação de colagénio e cartilagem saudáveis. É útil na reparação, cura e manutenção de diferentes tecidos como por exemplo o muscular, o conjuntivo e os ossos. Além disso, forma parte de ligamentos e tendões.
A indústria de processamento de alimentos gera cerca de oito milhões de toneladas de resíduos de cascas de crustáceos anualmente. Em relação aos resíduos de madeira, só Singapura, por exemplo, gerou 438 mil toneladas de resíduos em 2019.
O processo pelo qual a transformação destes resíduos em L-Dopa e prolina é possível está descrito meticulosamente em dois artigo científicos: um publicado recentemente na revista PNAS e outro publicado na revista científica Angewandte Chemie. Além de aproveitar lixo, este novo processo é mais barato e rápido do que os habituais.
“Os processos químicos são rápidos e podem utilizar uma variedade de condições adversas, como calor ou pressão extremos, para quebrar uma grande variedade de materiais residuais, já que nenhum organismo vivo está envolvido, mas eles só podem produzir substâncias simples. Por outro lado, os processos biológicos são muito mais lentos e requerem condições muito específicas para os micróbios florescerem, mas podem produzir substâncias complexas que tendem a ser de maior valor. Ao combinar os processos químicos e biológicos, podemos colher os benefícios de ambos para criar materiais de alto valor”, explicou o coautor Zhou Kang. Fonte: aeiou.
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