02 Outubro 2025 - Engenheiro e organizador de cimeira internacional da longevidade afirma que, na ciência, já se começa o trabalho para o rejuvenescimento dos fígados, rins, pulmões e corações de forma a curar todas as doenças crónicas.
A conversa entre o Presidente russo, Vladimir Putin, e o homólogo chinês, Xi Jinping, captada por um microfone, onde discutiam a possibilidade de viver até aos 150 anos, não é uma fantasia, sendo assente numa ideia apoiada pela ciência.
A possibilidade captada no diálogo que ocorreu em setembro foi considerada viável na cimeira internacional da longevidade, que começou na quarta-feira em Madrid.
"Não tenho dúvidas. Não é que vamos ter mais 150 anos. Vamos ter menos 150 anos. E isso será para todos. Fará parte da Segurança Social, como as vacinas, os antibióticos ou os telemóveis, que costumavam ser para os multimilionários ", referiu à agência Efe o engenheiro José Luís Cordeiro, organizador do encontro e fundador da Singularity University, em Silicon Valley (EUA).
A cimeira, que começou no Dia Internacional da Longevidade, reúne até esta quinta-feira especialistas do Ilustre Colégio Oficial de Médicos de Madrid para discutir questões sobre os limites da vida, as novas terapêuticas e as implicações económicas de viver mais e melhor.
Em 2012, John B. Gurdon e Shinya Yamanaka receberam o Prémio Nobel da Medicina e Fisiologia por terem lançado as bases para a reprogramação de células adultas em células pluripotentes (tronco), capazes de se transformar em qualquer tipo de tecido.
"Está a começar o trabalho para o rejuvenescimento dos fígados, rins, pulmões e corações . Basicamente, vamos curar todas as doenças crónicas . Não haverá cancro, não haverá Alzheimer, não haverá Parkinson. O objetivo é viver indefinidamente jovem , não indefinidamente velho", acrescentou Cordeiro.
Para Mehmood Khan, diretor executivo da Fundação Hevolution, "o mundo não se pode dar ao luxo de continuar a depender de uma população jovem em declínio para cuidar de uma população cada vez mais idosa".
Saúde pode ser prolongada?
Segundo Vijay Vaswani, cofundador da empresa de biotecnologia Omniscope, "os atletas representam o paradigma do que significa estar totalmente operacional e energético".
"Têm menos doenças, são mais ativos e mantêm mais massa muscular . Vivemos num mundo onde os centenários já correm os 100 metros e competem", analisou.
O representante da Hevolution Foundation acrescenta que o objetivo é manter as pessoas saudáveis durante toda a vida.
"Há provas potencialmente fortes de que a saúde pode ser prolongada. A questão é: como é que a democratizamos para que esteja disponível para o maior número de pessoas?", destacou.
A dieta, o exercício e as relações familiares são alguns dos ingredientes que contribuem para viver mais e melhor.
"O envelhecimento é contextual. Não depende apenas da sua genética, mas também de onde envelhece, da sociedade em que vive, de como é o seu ambiente e das escolhas que faz", frisou Mehmood Khan.
A possibilidade de chegar aos 150 anos não é, para os especialistas, o reino da ficção científica.
O limite oficial atual, disse o biogerontólogo Steve Horvath à agência Efe, é de 122 anos.
" Adicionar mais 28 anos acontecerá em algum momento , sem dúvida. A questão é quando", apontou.
Dois casos de quem quer prolongar a vida (embora de formas diferentes)
Bryan Johnson, um milionário que originou um documentário na Netflix, é um dos casos que quer alcançar a longevidade e está determinado a encontrar uma forma de o fazer.
Atualmente com 48 anos, Bryan dedica mais de seis horas do seu dia para se certificar que consegue reverter o seu processo de envelhecimento. Como? Através de um método de autoanálise exaustivo.
Já Emma Maria não é tão radical, mas também está decidida a manter-se jovem, mas através do exercício físico. Com 92 anos, a italiana recusa ficar um dia inteiro em casa e na pandemia saía até às escondidas de casa para correr. Atualmente é um caso de estudo com investigadores a quererem saber o segredo.
Apesar de se aproximar a passos largos de completar um século de idade, a italiana de Pádua tem a aptidão cardiorrespiratória de alguém na faixa dos 50 anos e as mitocôndrias (aquilo que fornece energia a muitos órgãos do corpo) dos seus músculos funcionam tão bem quanto as de uma pessoa saudável de 20 anos. Fonte: sapo.
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