terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Busca audaciosa pelas raízes da doença de Parkinson

TUESDAY 15 FEB 22 - Um modelo computacional que está sendo desenvolvido na DTU visa ajudar a chegar às raízes da doença de Parkinson para permitir diagnóstico e tratamento precoces no futuro.

Imagine se, no futuro, os médicos pudessem não apenas tratar os sintomas relacionados à doença de Parkinson, mas também detectá-la e tratá-la antes que ela se torne debilitante. A professora associada Silvia Tolu, da DTU Electro, quer ajudar a tornar isso possível usando uma abordagem pouco ortodoxa para criar conhecimento que possa ajudar a identificar as raízes da doença neurodegenerativa, que afeta milhões em todo o mundo.

Com o tempo, leva a dificuldades de caminhada e movimento, causa tremores e rigidez e afeta a capacidade de falar.

Esses problemas decorrem de uma falha de comunicação no sistema nervoso central do corpo em que os neurônios experimentam uma perda de dopamina, que é um tipo de neurotransmissor. Isso torna os neurônios menos eficientes em transmitir mensagens de diferentes partes do cérebro para o corpo. No entanto, a causa raiz da doença permanece indefinida.

Uma abordagem pouco ortodoxa para encontrar a causa
“Como os médicos não entendem a causa, eles só podem tratar os sintomas quando eles aparecem e não interromper a progressão da doença antes que os sintomas debilitantes apareçam”, explica Silvia Tolu, que se propôs a desenvolver um modelo realista que mapeia o curso da doença usando neurorobótica.

Neurorobótica é um estudo combinado de neurociência, robótica e inteligência artificial.

Enquanto os modelos anteriores se concentravam em mostrar o que acontece nas partes do cérebro afetadas pela doença, o novo modelo visa rastrear a progressão da doença, permitindo que os pesquisadores a rastreiem até sua raiz.

“Uma vantagem da neurorrobótica é que você pode replicar testes com precisão e executar experimentos repetidas vezes sem prejudicar a pessoa do teste e não corre o risco de se cansar”, explica ela.

Em uma abordagem pouco ortodoxa, Silvia Tolu e sua equipe vão começar criando um modelo computacional de uma parte do sistema nervoso central que está localizada na medula espinhal. Inicialmente, o modelo mostrará como fica quando está saudável. O foco está na medula espinhal porque desempenha um papel fundamental na capacidade de uma pessoa se mover (locomoção).

Ao fazer ajustes no modelo para imitar as mudanças na dopamina experimentadas pelos neurônios nos pacientes, Silvia Tolu pretende simular quais mudanças ocorrem na rede neural de um paciente com Parkinson.

Ferramenta para um diagnóstico mais precoce e melhor
De acordo com Silvia Tolu, identificar a raiz e obter uma compreensão mais profunda de como a doença progride permitiria o diagnóstico em estágio inicial da doença, para que a terapia apropriada pudesse ser iniciada mais cedo – e idealmente antes que os sintomas debilitantes apareçam.

Atualmente, as ferramentas diagnósticas da doença de Parkinson são baseadas em critérios subjetivos. Construir um modelo que possa servir como ferramenta de diagnóstico permitiria – com o tempo – aos profissionais médicos não apenas diagnosticar a doença de maneira precisa e objetiva, mas também acompanhar sua progressão em cada paciente.

A longo prazo e com pesquisas e trabalhos adicionais, esse modelo pode ser útil para desenvolver planos de tratamento mais personalizados para pacientes com base em seu perfil de doença específico.

Subsídio para os audaciosos
Para financiar seu trabalho, a equipe de Silvia Tolu recebeu um LF Experiment Grant de quase 2 milhões de coroas dinamarquesas de Lundbeckfonden. Essas bolsas são concedidas a projetos audaciosos e inovadores para apoiar pesquisadores que são corajosos o suficiente para pensar fora da caixa.

O painel de seleção seleciona os destinatários usando uma abordagem incomum: ele analisa os pedidos anonimamente, deixando o painel no escuro sobre quem os enviou. Além disso, cada revisor recebe um trunfo, que ele ou ela pode usar para votar sozinho em um projeto merecedor.

Outros projetos audaciosos da DTU para receber financiamento
Três outros pesquisadores da DTU estavam entre os 26 pesquisadores de universidades dinamarquesas que receberam bolsas de cerca de 2 milhões de coroas dinamarquesas cada. Os outros são:

Professor Associado Andrew Urquhart da DTU Health Tech. Seu projeto é dedicado ao desenvolvimento de novas nanotécnicas baseadas em luz para controle de precisão do tratamento médico de uma série de doenças oculares.

O professor associado Tim Dyrby, da DTU Compute, usará uma técnica especial para imagens 3D – mapeamento – de todo o cenário de conexões neurais do cérebro. Ao utilizar a técnica em animais de laboratório, o projeto visa proporcionar uma melhor compreensão do impacto dos distúrbios cerebrais no sistema nervoso do cérebro.

Pós-doutorado Ying Gu Ying da DTU Health Tech. Seu projeto é dedicado ao projeto de um sistema portátil capaz de registrar com alto grau de precisão a incidência de convulsões em pacientes com epilepsia. O objetivo é melhorar a precisão do diagnóstico e do tratamento. Original em inglês, tradução Google, revisão Hugo. Fonte: DTU.

Nenhum comentário: