Sem data - Você está atendendo seu paciente e ao aferir a pressão tem uma surpresa: há uma queda na pressão arterial sistólica de, pelo menos, 20 mmHg ou na pressão arterial diastólica de, pelo menos, 10 mmHg 3 minutos após ortostase em relação aos valores com o paciente sentado. Estamos frente ao diagnóstico de hipotensão postural.
Diante dessa situação, a anamnese e o exame
físico devem, inicialmente, buscar causas não neurológicas, como
desidratação, infecção e distúrbios endócrinos. Caso essas
possibilidades iniciais sejam descartadas, convém investigar
degeneração autonômica primária ou neuropatias periféricas
autonômicas.
Quando falamos da degeneração autonômica
é importante lembrar que as alterações em outros sistemas
frequentemente acompanham a hipotensão postural (ex: bexiga,
intestino, órgãos sexuais). E quais seriam as causas dessa
degeneração autonômica? Os principais distúrbios degenerativos
autonômicos são atrofia de múltiplos sistemas (síndrome de
Shy-Drager), Doença de Parkinson, demência de corpos de Lewy e
falha autonômica pura.
Já quando pensamos nas disfunções
periféricas autonômicas podemos encontrar uma associação com
diabetes e, em menor frequência, com a deficiência de vitamina
B12.
Pressão arterial
Agora que já conhecemos
as possíveis etiologias, como manejar?
Medidas não
farmacológicas simples podem oferecer melhoria na qualidade de vida
desses pacientes:
Levantar devagar, em etapas
Levantar
a cabeceira da cama
Realizar manobras como cruzar as pernas,
inclinar levemente o tronco
Evitar grandes refeições
Diminuir
a ingesta de álcool
Realizar atividades físicas
regularmente
Usar meia compressiva e/ou cinta abdominal
Além
disso, é fundamental reconhecer e eliminar os agentes reversíveis
de hipotensão ortostática como o uso de diuréticos,
anti-hipertensivos, antianginosos, antagonistas alfa adrenérgicos
(usados na hiperplasia prostática benigna), antidepressivos e
agentes antiparkinsonianos.
Um outro ponto interessante
pode ser aumentar o volume sanguíneo central. Isso pode ser
conquistado otimizando a ingestão de sódio e fluidos. Nesse
contexto, a ingestão diária deve contemplar 10 gramas de sódio e
cerca de 2 litros de fluidos.
Quando as medidas não farmacológicas são insuficientes, a terapia medicamentosa aparece em destaque. A droga mais comumente usada é o acetato de fludrocortisona, que pode ser útil quando o volume plasmático adequado não é alcançado com a otimização da ingestão de água e sal. Nessa terapia os efeitos adversos incluem edema de membros inferiores, hipocalemia, cefaleia e, raramente, insuficiência cardíaca congestiva. Fonte: PubMed.
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