No estudo, os pesquisadores fizeram a revisão de registros médicos de 21,5 milhões de pessoas inscritas no Medicare em 2009 para determinar a taxa da doença de Parkinson em várias regiões do país
Os autores descobriram que os pesticidas e herbicidas simazina, atrazina e lindano tinham a relação mais forte com a doença de Parkinson - (crédito: Reprodução/Embrapa )
28/02/2024 - Pesquisadores dos Estados Unidos relatam um aumento de casos de doença de Parkinson em regiões do país onde há forte uso de pesticidas e herbicidas agrícolas. Um estudo preliminar divulgado ontem, e que será apresentado em abril no congresso da Academia Norte-Americana de Neurologia, identificou 14 substâncias tóxicas nas regiões das Montanhas Rochosas e das Grandes Planícies, associadas significativamente com a enfermidade neurodegenerativa.
No estudo, os pesquisadores fizeram a revisão de registros médicos de 21,5 milhões de pessoas inscritas no Medicare em 2009 para determinar a taxa da doença de Parkinson em várias regiões do país. Eles procuraram, então, uma possível relação entre a incidência da enfermidade e o uso de 65 pesticidas.
Os autores descobriram que os pesticidas e herbicidas simazina, atrazina e lindano tinham a relação mais forte com a doença de Parkinson. Quando dividiram os condados em 10 grupos com base na exposição a esse tipo de substância tóxica, constataram que os habitantes de locais com maiores aplicações de simazina tinham 36% mais probabilidade de apresentar o distúrbio degenerativo, comparado a níveis de exposição menores.
Para o herbicida atrazina, aqueles expostos à maior quantidade tinham 31% mais risco de ter Parkinson. Já o inseticida lindano associou-se a um risco 25% mais elevado. Os resultados permaneceram quando os pesquisadores ajustaram outros fatores que poderiam afetar o risco do mal, como poluição atmosférica. "É preocupante que estudos anteriores tenham identificado outros pesticidas e herbicidas como potenciais fatores de risco para a doença de Parkinson, e há centenas de pesticidas que ainda não foram estudados quanto a qualquer relação com a doença", disse Brittany Krzyzanowski, principal autora do estudo e cientista do Instituto Neurológico Barrow, no Arizona.
"Muitos estudos sugeriram a possibilidade de uma causa ambiental para o Parkinson", observa Chris Morris, professor sênior do Instituto de Pesquisa Clínica e Transnacional da Universidade de Newcastle, no Reino Unido. Ele cita um artigo, do ano passado, que encontrou associação da doença com a exposição a um químico específico, o tricloroetileno. "É necessário investigar muito mais para determinar essas relações e, esperançosamente, inspirar a tomada de medidas para reduzir o risco de doenças, reduzindo os níveis desses pesticidas. Fonte: Correio Braziliense.
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