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quinta-feira, 8 de abril de 2021

CANNABIS MEDICINAL

Fumemos pra comemorar!
Óleo à base de canabidiol: Anvisa não pediu o fechamento da Abrace

Agência participou de inspeção determinada pela Justiça nesta quarta-feira

Publicado em 03/03/2021

A Anvisa participou, na manhã desta quarta-feira (3/3), da inspeção determinada pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) na sede da Abrace (Associação Brasileira de Apoio Cannabis Esperança), na capital paraibana.

A inspeção conduzida pelo desembargador Cid Marconi buscou verificar o funcionamento da Associação e a sua produção de óleo medicinal à base de canabidiol. A substância é usada no tratamento de diversas doenças, especialmente as neurodegenerativas como esclerose múltipla e Parkinson.

Durante a inspeção, a Anvisa reforçou a necessidade da Associação cumprir as exigências para a fabricação e distribuição de produtos de Cannabis, que já haviam sido determinadas por força de decisão judicial. A Abrace ainda não instruiu os processos necessários junto à Agência para receber a Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE) e o Certificado de Boas Práticas de Fabricação (CBPF), por exemplo.

Na ação desta quarta-feira determinada pela Justiça, a Anvisa colocou-se à disposição dos responsáveis pela Abrace para orientá-los quanto à regularização sanitária da produção do óleo, tudo em cumprimento ao que consta na ação judicial.

O objetivo da Anvisa não é impedir o trabalho da Associação. Ao apontar irregularidades no processo de fabricação e distribuição de óleo de Cannabis, a Agência cumpre o seu compromisso de proteger e promover a saúde da população brasileira.

Ação na Justiça

A Abrace ajuizou uma ação judicial em 2017 (nº 0800333-82.2017.4.05.8200/PB) em que obteve autorização para cultivar a cannabis para fins medicinais e, em consequência, a produzir e distribuir óleos terapêuticos derivados da planta a seus associados.

Esta decisão, porém, condicionou a autorização ao cumprimento de uma série de obrigações. Como esses requisitos não foram observados pela associação, a Anvisa, após infrutíferas tentativas administrativas de sanar os problemas, reportou a situação ao TRF5. A medida foi necessária para evitar um risco sanitário que pudesse agravar a saúde dos pacientes.

A Agência deixa claro que em nenhum momento tomou qualquer medida judicial com o objetivo de prejudicar o trabalho da Abrace. Ao contrário: a Anvisa busca soluções para que a produção ocorra em conformidade com o ordenamento sanitário brasileiro e em estrito cumprimento às decisões judiciais já prolatadas na ação. Fonte: Anvisa.

Se realmente foi só isso, peço humildemente minhas desculpas à Anvisa, ante tanto ódio de minha parte.

quarta-feira, 3 de março de 2021

Justiça suspende autorização de associação da PB para cultivo medicinal de maconha

Suspensão da liminar que autorizava o cultivo pela Abrace se deu a pedido da Anvisa, que alega falta de controle sobre a produção. Mas a suspeita é que a decisão seja para favorecer a indústria farmacêutica

Abrace atende mais de 14 mil famílias com pacientes que tratam epilepsia, mal de Parkinson, autismo, dentre outras doenças

02/03/2021 - São Paulo – O desembargador de justiça federal Cid Marconi, do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5), determinou a suspensão da liminar que permitia que a Associação Brasileira de Apoio Cannabis Esperança (Abrace), localizada em João Pessoa, cultivasse maconha medicinal. A decisão da última sexta-feira (25) se deu a pedido da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A Anvisa alega que a Abrace estava produzindo óleo de cannabis “em escala industrial”, sem tomar “medidas para evitar propagação indevida da maconha”. Além disso, a agência reguladora afirma que a entidade não teria providenciado a Autorização Especial (AE) necessária.

A Abrace nega as acusações e diz que obedece a todas as regras de produção. Por outro lado, a entidade afirma que encaminhou o pedido da autorização para a Anvisa no dia 10 de outubro de 2017, mas não obteve resposta desde então.

“A gente não vai parar. Se a gente parar, a gente vai morrer. A Anvisa, por ser um órgão fiscalizador, também deveria ser educador, deveria buscar a entidade para encontrar uma solução e não querer simplesmente fechar. São pessoas que estão com a vida em jogo, então, o órgão deveria proteger a vida e não provocar morte”, afirmou o diretor da Abrace, Cassiano Teixeira, ao site Cannabis & Saúde sobre a decisão da justiça contra a produção de maconha medicinal.

A organização paraibana atende atualmente 14,4 mil famílias – mais de mil atendidas gratuitamente – em todo o Brasil. O plantio, cultivo, manuseio e produção de medicamentos à base de Cannabis foram autorizados liminarmente, em 2017, pela juíza federal da 2ª Vara, Wanessa Figueiredo dos Santos Lima. A maconha medicinal é utilizada no tratamento de doenças como epilepsia, Parkinson, autismo, dor crônica, entre outras.

De acordo com o psiquiatra Luís Fernando Tófoli, pesquisador e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a suspensão da autorização pela Justiça para a maconha medicinal vai “deixar na mão milhares de pacientes”. Além disso, representa “hipocrisia e burocracia contra a vida”, segundo ele. O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) também afirmou que é preciso que a Justiça reveja tal decisão.

Por outro lado, há suspeitas de que a Anvisa esteja atuando em favor da indústria farmacêutica. Em 2019, a agência autorizou fabricação e a venda de medicamentos à base de Cannabis sativa, mas impediu o cultivo da planta. Na prática, os laboratórios importam os medicamentos vendidos no Brasil, ou adquirem os insumos no mercado internacional para a produção local. A consequência é que os custos dos medicamentos autorizados são proibitivos para grande parte das famílias. Nas farmácias, uma solução de 30 mililitros de Canabidiol chega a custar cerca de R$ 2.500.

Para pressionar pela revisão da decisão que suspendeu a autorização do cultivo, a entidade lançou a campanha #abracenãopodeparar. A entidade pede que as pessoas mandem vídeo com depoimento sobre como o uso da maconha medicinal mudou a vida dos pacientes. Pelas redes sociais ativistas, políticos e artistas manifestaram apoio à campanha.

Confira as manifestações (na fonte) Fonte: Redebrasilatual.

domingo, 28 de fevereiro de 2021

Abrace A Esperança.

 

Canabidiol

 

 

Anvisa aciona Justiça para impedir produção de canabidiol

Óleo produzido pela associação tem vários usuáriosReprodução/Instagram/@abraceesperanca

domingo, 28 de Fevereiro de 2021 - Órgão quer suspender direitos da Abrace Esperança, entidade que planta maconha e produz medicamentos para epilepsia, Parkinson e dor crônica, por exemplo

A Associação Brasileira de Apoio Cannabis Esperança (Abrace), sediada em João Pessoa (PB), lançou nesse sábado (27) a campanha #abracenãopodeparar. A entidade briga para não perder o direito de plantar, colher, manusear e produzir produtos à base de canabidiol, um dos princípios ativos da maconha. O pedido de suspensão dos direitos da Abrace foi impetrado pela Anvisa no Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5).

Caso seja julgado favorável, a Associação perde o direito conquistado em 27 de abril de 2017, em decisão assinada pela juíza federal substituta da 2ª Vara, Wanessa Figueiredo. A Cannabis é utilizada no tratamento de doenças como Epilepsia, Parkinson, dor crônica, entre outras. Ela também apresenta grandes resultados para o autismo, dando melhor controle da condição.

As famílias ganham condição melhor para viver após passar por diversos medicamentos que não apresentam resultados satisfatórios. A Abrace é a única associação com autorização judicial para distribuição dos produtos à base de Cannabis para seus associados. Estima-se que no Brasil cerca de 13 milhões de pessoas poderiam se beneficiar do tratamento com Cannabis. Fonte: Leia já.

Confira alguns dos vídeos postados pela Associação: (veja na fonte)

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

A Relação do sistema imunológico com a cannabis

Por Emily Earlenbaugh/Cannigma

04 DEZ 2020 - A cannabis interage diretamente com um sistema em nosso corpo que ajuda a regular nossas respostas imunológicas e sabemos que pode ser útil no tratamento de doenças autoimunes.

Substâncias presentes na planta de cannabis como o THC (tetraidrocanabinol) e o CBD (canabidiol), chamados de canabinoides, interagem diretamente com o sistema endocanabinoide do corpo. Esses compostos imitam substâncias químicas naturais que o corpo produz, as quais podem desencadear uma ampla variedade de efeitos em funções como sono, fome, dor e humor.

Parte do papel do sistema endocanabinoide é manter a homeostase ou o equilíbrio do sistema imunológico. Embora a literatura contenha algumas contradições sobre como exatamente isso funciona, geralmente é considerado um “guardião” do sistema imunológico – evitando que ele cause respostas inflamatórias avassaladoras.

A supressão do sistema imunológico pode tornar os canabinóides úteis em condições em que as respostas imunológicas se voltam contra o próprio corpo do paciente. Na verdade, muitas doenças autoimunes, como artrite reumatóide, esclerose múltipla e diabetes, já foram associadas à desregulação do sistema endocanabinóide.

Ainda assim, em casos de infecção por patógenos, os pesquisadores alertam que esses efeitos imunossupressores podem ser problemáticos – suprimindo as respostas imunológicas naturais e necessárias do corpo.

Pesquisa sobre cannabis para a saúde imunológica

Além de tratar doenças autoimunes, suprimir as respostas imunológicas pode, em algumas outras situações, ser desejável ao lidar com certas infecções. Quando sob ataque de uma infecção, nosso corpo às vezes entra em sepse – produzindo uma resposta inflamatória sistêmica que pode levar à morte. Reduzir essa resposta pode salvar vidas.

Pesquisas em animais mostram que estimular os receptores endocanabinoides com canabinoides, como os da cannabis, pode reduzir a inflamação relacionada à infecção, em alguns casos também reduzindo a taxa geral de mortalidade. Alguns estudos também mostraram que melhorou a recuperação de infecções como a malária.

Em outros experimentos com animais, a redução da estimulação desses mesmos receptores levou ao aumento da sobrevivência à infecção. E, em alguns experimentos, a estimulação desses receptores diminuiu a resposta imunológica contra infecções como candida, legionella pneumophila e influenza.

Esses estudos em animais apresentam um quadro um tanto conflituoso, e os estudos em humanos têm sido extremamente limitados.

Benefícios e danos potenciais

Curiosamente, apesar dos dados de estudos em animais, os primeiros estudos em humanos duplo-cegos e controlados por placebo não encontraram alterações imunológicas observadas com o uso de THC. Mais tarde, porém, alguns efeitos imunossupressores foram encontrados na pesquisa em humanos. Notavelmente, porém, no mesmo estudo, esse efeito foi revertido em dois pacientes que tiveram exposição de longo prazo à cannabis. Portanto, é possível que os efeitos de longo prazo da cannabis sejam diferentes do uso agudo no que diz respeito à resposta imunológica.

Ainda assim, embora os pesquisadores tenham encontrado diferenças imunológicas em humanos devido ao uso de cannabis, eles não confirmaram que essas alterações tornam os usuários de cannabis mais suscetíveis à infecção.

Portanto, embora de certa forma os canabinoides sejam promissores no tratamento de infecções virais (como a redução da sepse), eles também podem representar riscos, como suprimir as respostas imunológicas necessárias.

Os pesquisadores relatam que os canabinoides têm potencial como tratamentos para doenças infecciosas, mas dizem que são necessárias mais pesquisas para aprender exatamente como usá-los de uma forma que garanta que eles estão ajudando e não prejudicando nossas chances contra uma infecção. Fonte: ABRACE.

Obs.: Lista de Prescritores da ABRACE / clique neste link e tenha acesso à lista de prescritores de todo o país para que os associados e até outros prescritores possam saber quem são os profissionais que prescrevem em determinado Estado, cidade ou até mesmo bairro.

domingo, 10 de maio de 2020

Associações vêem preço proibitivo no Prati

Para as entidades, o cultivo é a saída para um medicamento com preço acessível e abastecimento independente das crises mundiais

07 MAIO 2020 - O laboratório Prati-Donaduzzi prometeu e cumpriu. O primeiro Canabidiol nacional registrado na Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) chegou às prateleiras das farmácias do país antes mesmo do dia das mães, que será comemorado no próximo domingo (10). A embalagem não leva nome fantasia e tem tarja preta – que requer receita especial controlada e retida na farmácia. Dentro, há um vidro de 30 ml com solução oral de 200 mg/ml. O preço promocional na Droga Raia é de R$ 2.143,30. A dosagem depende da fisiologia do paciente e da doença. Por exemplo, Clara Carvalho, 16, consome essa dosagem em 20 dias. Filha de Cidinha, fundadora da Cultive, ela tem Síndrome de Dravet, um tipo de epilepsia rara e refratária. “Minha filha precisaria de dois vidros por mês. Meu salário não chega ao valor da soma deles”, diz Cidinha.

“Já uma paciente com esclerose múltipla consome o dobro disso”, diz Cidinha, a quatro anos à frente da associação, que ensina às mães a plantar e produzir o óleo. Cidinha costuma doar o excedente do óleo, que produz para a filha. No Brasil, antes do Canabidiol da Prati, a Anvisa havia registrado um medicamento importado, o Sativex, que aqui recebeu o nome de Mevatyl. O preço é quase o mesmo do Canabidiol, R$ 2.500. A diferença está na composição. O Sativex tem 1 parte de THC e 1 parte de CBD. Já o Canabidiol, como o nome indica, é apenas CBD. Saiba abaixo o que dizem as associações sobre o medicamento.

Apepi pede urgência na regulação do plantio
“Acho que a chegada do medicamento às farmácias é uma boa oportunidade para acelerar a PL 399-15”, diz Margarete Brito, fundadora da Apepi (Associação de Apoio à Pesquisa e a Pacientes). Ela se refere ao projeto de lei que atualmente está nas mãos da Comissão da Câmara, que analisa a comercialização dos medicamentos à base de Cannabis. “A única forma de garantir o acesso é com o cultivo.” Esta é também a conclusão dos seis meses de trabalho dos deputados da comissão da Cannabis. “Para os pacientes de baixa renda o lançamento do medicamento não altera nada”, diz Brito. A Apepi produz e vende medicamentos à base de Cannabis. A mesma quantidade sai por R$ 120. “O produto elaborado pela associação e o fabricado pela Prati podem ter o mesmo efeito. A diferença é que não conseguimos dosar a quantidade de canabidiol em cada frasco. Isso porque a Apepi não tem parceria oficial com nenhuma universidade. “Com este clima de proibição”, segundo ela, nenhuma delas se dispõe a fazer este trabalho, por mais que seja interessante para ambos os lados e apesar do bom padrão do óleo da associação.

O auto-cultivo seria uma saída democrática
“A chegada do medicamento da Prati favoreceu o pronto-acesso de quem tem dinheiro para custear um tratamento caro”, diz Cidinha, da Cultive. “Mas também garante o medicamento caso exista problemas de importação. ”Cidinha é a favor do auto-cultivo e do cultivo associativo. Quando você manipula a planta inteira, é possível escolher as melhoras cepas para o paciente. “Além disso”, diz Cidinha, “a resposta também é muito melhor se comparada com a da substância isolada.” A filha Clara toma o óleo produzido com todas os canabinoides das flores da Harle-Tsu. Cidinha se refere ao um trabalho do especialista Fabrício Pamplona, uma meta-análise, realizada a partir do compilado de estudos já publicados. Ele diz que a dosagem necessária de uma remédio com substância isolada é maior do que o de um medicamento elaborado com todos os canabinóides. Fonte: ABRACE.