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segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Cientistas brasileiros sequenciam o DNA da Ayahuasca

O estudo, que uniu pesquisadores da UFRJ e da Unesp, observou duas organelas celulares provenientes da Chacrona, planta utilizada para fabricação do chá utilizado para fins espirituais e terapêuticos

Preparação da Ayahuasca (Imagem: Iberê Périssé)

30/01/2023 - O pesquisador e doutor em bioinformática especializado em genoma da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Francisco Prosdocimi e o doutor em biotecnologia e pesquisador da Unesp (Universidade Estadual Paulista), Alessandro Varani, sequenciaram o DNA de duas organelas celulares (mitocôndria e cloroplasto) da Chacrona (Psychotria viridis) – uma das plantas utilizadas na preparação do chá de Ayahuasca – comumente utilizado em rituais religiosos.

A pesquisa, financiada pela FAPERJ (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do RJ), contou com a colaboração da União do Vegetal (UDV), grupo espírita que enviou as amostras para processamento na Universidade do Arizona, instituição com larga experiência em genomas vegetais.

“Acredito que o conhecimento e a ciência básica são importantes para esclarecer a melhor a forma de como a cura da ayahuasca acontece na visão científica”, destacou Prosdocimi.

O pesquisador destaca também que espera encontrar as proteínas responsáveis pelas vias bioquímicas de produção da Dimetiltriptamina (DMT) – alucinógeno conhecido como “molécula de espírito” – que, ao ser misturada aos alcalóides do mariri (Banisteriopsis caapi) uma espécie de cipó, resulta no chá de ayahuasca, utilizado em rituais religiosos. Acredita-se que a DMT, assim como os alcalóides, sejam as responsáveis pelo efeito psicoativo do chá.

Cipó mariri, nativo da região amazônica (Imagem: Iberê Périssé)

O professor Varani, por sua vez, pretende analisar os genomas do cipó mariri para elucidar os mistérios em torno de suas variações, os morfotipos caupuri e tucunacá. O pesquisador acredita que se tratam de espécies diferentes.

Assim como previsto no Protocolo de Nagoya, Prosdocimi acredita que os ganhos da pesquisa devem ser compartilhados com povos originários, mas afirma que a partilha deve ser conduzida por intermédio de Estado: “Me parece que a ayahuasca é um conhecimento tradicional difuso, que surgiu diversas vezes independentemente”. Fonte: Sechat.

sábado, 7 de novembro de 2020

Este chá amazônico mostra grande potencial no tratamento de Alzheimer e Parkinson

Preparação da ayahuasca no Equador. Crédito: Terpsichore.

November 7, 2020 - Em um novo estudo, os pesquisadores descobriram que um dos principais componentes naturais do chá de ayahuasca é a dimetiltriptamina (DMT), que promove a neurogênese - a formação de novos neurônios.

Além dos neurônios, a infusão usada para fins xamânicos também induz a formação de outras células neurais, como astrócitos e oligodendrócitos.

As descobertas sugerem que este chá tem grande potencial terapêutico para uma ampla gama de doenças psiquiátricas e neurológicas, incluindo doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson.

A pesquisa foi conduzida por uma equipe da Universidade Complutense de Madrid (UCM) e de outras instituições.

A ayahuasca é produzida a partir da mistura de duas plantas da Amazônia: a videira ayahuasca (Banisteriopsis caapi) e o arbusto chacruna (Psychotria viridis).

A equipe relata os resultados de quatro anos de experimentos em camundongos, demonstrando que estes apresentam maior capacidade cognitiva quando tratados com essa substância.

O DMT do chá de ayahuasca se liga a um receptor cerebral serotonérgico tipo 2A, o que aumenta seu efeito alucinógeno.

Neste estudo, o receptor foi alterado para um receptor do tipo sigma que não tem esse efeito, facilitando muito sua futura administração aos pacientes.

Nas doenças neurodegenerativas, é a morte de certos tipos de neurônios que causa os sintomas das patologias.

Embora os humanos tenham a capacidade de gerar novas células neuronais, isso depende de vários fatores e nem sempre é possível.

Este estudo mostra que o DMT é capaz de ativar células-tronco neurais e formar novos neurônios.

Um dos autores do estudo é José Ángel Morales, pesquisador do Departamento de Biologia Celular da UCM e do CIBERNED.

O estudo foi publicado na Translational Psychiatry. Original em inglês, tradução Google, revisão Hugo. Fonte: Knowridge.