7 de julho de 2025 - A doença de Parkinson geralmente começa de forma assimétrica, afetando primeiro o lado direito ou esquerdo do corpo. Pesquisadores da Universidade de Genebra (UNIGE) e dos Hospitais Universitários de Genebra (HUG) demonstraram que esse lado inicial do início influencia a progressão dos sintomas não motores. Especificamente, os sintomas que começam no lado direito estão ligados a um declínio cognitivo mais pronunciado, enquanto aqueles que começam no lado esquerdo estão associados a transtornos psiquiátricos, como ansiedade e depressão. Publicado no npj Parkinson's Disease, esses achados destacam a importância crítica do atendimento personalizado adaptado ao perfil da doença do indivíduo.
A doença de Parkinson afeta aproximadamente 10 milhões de pessoas em todo o mundo. Normalmente começa assimetricamente, inicialmente impactando apenas um lado do corpo. Embora se manifeste primeiro por meio de sintomas motores, como tremores, lentidão de movimentos ou rigidez muscular, também leva a deficiências cognitivas, ansiedade e depressão, aspectos da doença cuja progressão permanece pouco compreendida.
Em um trabalho recente, uma equipe da UNIGE e do HUG mostrou pela primeira vez que o lado em que os primeiros sintomas aparecem influencia não apenas os distúrbios motores, mas também as manifestações cognitivas e emocionais da doença. Assim, pacientes com sintomas motores do lado direito (sinais de disfunção no hemisfério esquerdo do cérebro) apresentam um declínio cognitivo mais global e um maior risco de demência, enquanto indivíduos com sintomas do lado esquerdo (disfunção no hemisfério direito) são mais frequentemente confrontados com problemas psiquiátricos, como depressão, ansiedade e reconhecimento prejudicado de emoções.
Rumo a um atendimento personalizado
''Esses resultados representam um avanço crucial no estudo dos sintomas não motores da doença, que há muito são subestimados pela pesquisa", explica Julie Péron, Professora Associada do Laboratório de Neuropsicologia Clínica e Experimental da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação e do Centro de Ciências Afetivas da UNIGE, bem como do Serviço de Neurologia do Departamento de Neurociências Clínicas do HUG, que liderou este trabalho.
O estudo pede a integração sistemática dessa variável sintomática no processo diagnóstico para garantir um atendimento personalizado a cada paciente. "Levar esse fator em consideração permitiria uma antecipação real e orientaria os pacientes para terapias direcionadas com base em seu perfil parkinsoniano específico", explica Philippe Voruz, pesquisador de pós-doutorado no Laboratório de Neuropsicologia Clínica e Experimental da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da UNIGE, no Serviço de Neurocirurgia do HUG e no Laboratório de Geoquímica Biológica da EPFL, e primeiro autor do estudo.
Essas descobertas são baseadas na análise de 80 estudos publicados nas últimas cinco décadas. Para a equipe de pesquisa, o próximo passo é abordar várias questões metodológicas – por exemplo, como a assimetria da doença pode ser medida de forma confiável com base nos sintomas observáveis? - e investigar se padrões semelhantes podem ser encontrados em outros distúrbios associados à doença de Parkinson. Fonte: Universidade de Genebra (UNIGE).