Mostrando postagens com marcador pesticidas. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador pesticidas. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 26 de abril de 2024

Por que pesticida eleva risco de Parkinson? Explicação é genética

Um estudo descobriu como a exposição a longo prazo ao pesticida pode aumentar o risco da doença em algumas pessoas.

Imagem: Shutterstock/Virrage Images

26/04/2024 - O contato recorrente com pesticidas foi associado ao maior risco de desenvolvimento do Parkinson há décadas. No entanto, o motivo pelo qual o produto químico pode causar a doença em algumas pessoas e em outras não, era um mistério. Uma nova investigação da UCLA Health pode finalmente elucidar essa questão com a descoberta de que certas variantes genéticas estão por trás disso.

A pesquisa chegou à conclusão com uma análise de dados genéticos de 800 moradores do Vale Central, na Califórnia, que tiveram exposição a pesticidas por mais de uma década antes de desenvolverem o Parkinson. Detalhes foram publicados no npj Parkinson’s Disease.

As variantes genéticas

Os cientistas direcionaram seus esforços para encontrar genes raros ligados aos lisossomos, conhecidos como “sacos digestivos” das células, que acreditam estar associados ao Parkinson.

Eles compararam os genes dos indivíduos expostos aos pesticidas com amostras da população em geral para tentar encontrar possíveis diferenças entre eles.

Assim, descobriram uma predisposição genética que provoca certas alterações de genes, posteriormente fortalecidos pela exposição aos pesticidas.

Essa variação parece ter um efeito prejudicial no funcionamento das proteínas do nosso organismo, gerando incapacidade das células de quebrar proteínas ruins.

Com a exposição aos pesticidas, a consequência foi um acúmulo de tóxicos que ajudou a gerar a doença.

Autofagia e o Parkinson

Em nosso cérebro, há uma proteína chamada alfa-sinucleína, que, no caso de pessoas com Parkinson, se acumula demais e forma aglomerados chamados corpos de Lewy. Pesquisas anteriores descobriram que pequenas mudanças em certos genes, relacionados à autofagia (o processo em que a célula se livra das proteínas ruins), podem contribuir para esse acúmulo.

Segundo Brent Fogel, autor do estudo, uma predisposição genética origina pequenas alterações nos genes que normalmente não causam problemas, mas quando as pessoas estão expostas a certos produtos químicos, como pesticidas, o cenário muda. Basicamente, nossos genes podem não ser um problema por si só, mas em certas situações podem nos deixar mais propensos a desenvolver doenças como o Parkinson.

Existem outras variantes genéticas?

As descobertas do estudo levantam a possibilidade de que outras variações genéticas possam influenciar o aparecimento do Parkinson nesta população, incluindo uma possível relação com outros processos do organismo afetados por diferentes tipos de pesticidas.

Os pesquisadores acreditam que se for possível entender o porquê certas pessoas desenvolveram a doença, talvez possam tomar medidas para agir na origem do problema. Fonte: Olhardigital.

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

Casos de Parkinson são mais frequentes em regiões com forte uso de pesticidas

No estudo, os pesquisadores fizeram a revisão de registros médicos de 21,5 milhões de pessoas inscritas no Medicare em 2009 para determinar a taxa da doença de Parkinson em várias regiões do país

Os autores descobriram que os pesticidas e herbicidas simazina, atrazina e lindano tinham a relação mais forte com a doença de Parkinson - (crédito: Reprodução/Embrapa )

28/02/2024 - Pesquisadores dos Estados Unidos relatam um aumento de casos de doença de Parkinson em regiões do país onde há forte uso de pesticidas e herbicidas agrícolas. Um estudo preliminar divulgado ontem, e que será apresentado em abril no congresso da Academia Norte-Americana de Neurologia, identificou 14 substâncias tóxicas nas regiões das Montanhas Rochosas e das Grandes Planícies, associadas significativamente com a enfermidade neurodegenerativa.

No estudo, os pesquisadores fizeram a revisão de registros médicos de 21,5 milhões de pessoas inscritas no Medicare em 2009 para determinar a taxa da doença de Parkinson em várias regiões do país. Eles procuraram, então, uma possível relação entre a incidência da enfermidade e o uso de 65 pesticidas.

Os autores descobriram que os pesticidas e herbicidas simazina, atrazina e lindano tinham a relação mais forte com a doença de Parkinson. Quando dividiram os condados em 10 grupos com base na exposição a esse tipo de substância tóxica, constataram que os habitantes de locais com maiores aplicações de simazina tinham 36% mais probabilidade de apresentar o distúrbio degenerativo, comparado a níveis de exposição menores.

Para o herbicida atrazina, aqueles expostos à maior quantidade tinham 31% mais risco de ter Parkinson. Já o inseticida lindano associou-se a um risco 25% mais elevado. Os resultados permaneceram quando os pesquisadores ajustaram outros fatores que poderiam afetar o risco do mal, como poluição atmosférica. "É preocupante que estudos anteriores tenham identificado outros pesticidas e herbicidas como potenciais fatores de risco para a doença de Parkinson, e há centenas de pesticidas que ainda não foram estudados quanto a qualquer relação com a doença", disse Brittany Krzyzanowski, principal autora do estudo e cientista do Instituto Neurológico Barrow, no Arizona.

"Muitos estudos sugeriram a possibilidade de uma causa ambiental para o Parkinson", observa Chris Morris, professor sênior do Instituto de Pesquisa Clínica e Transnacional da Universidade de Newcastle, no Reino Unido. Ele cita um artigo, do ano passado, que encontrou associação da doença com a exposição a um químico específico, o tricloroetileno. "É necessário investigar muito mais para determinar essas relações e, esperançosamente, inspirar a tomada de medidas para reduzir o risco de doenças, reduzindo os níveis desses pesticidas. Fonte: Correio Braziliense.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

Gilles e Gisèle, vítimas de pesticidas

6 février 2024 - A suspensão do plano Ecophyto pelo governo Attal irritou os ambientalistas, mas também as vítimas dos produtos fitossanitários. Entre eles, Gilles e Gisèle que contam a sua dupla luta tanto contra a doença como pelo seu reconhecimento em “C’est la vie”.

A França é o terceiro maior consumidor de pesticidas do mundo © Getty - Sirisak Boakaew

A França é o terceiro maior consumidor de pesticidas do mundo, atrás dos Estados Unidos e do Japão. Estar na natureza, trabalhar em contato com os animais, motivos que habitam a vocação de quem se torna produtor rural. Gilles Ravard e Gisèle Garreau estão entre eles.

Na última quinta-feira, 1º de fevereiro, o governo de Gabriel Attal anunciou a pausa do plano Ecophyto para apaziguar a indignação dos agricultores, que denunciam a competição desigual com países cujas regulamentações sobre pesticidas são mais flexíveis.

Problema: vários estudos, incluindo o encomendado pelo INSERM em 2021, estabelecem que a exposição repetida a pesticidas é responsável por diversas doenças, incluindo o linfoma não-Hodgkin (cancro do sistema linfático), o cancro da próstata e até a doença de Parkinson.

A importância do coletivo

Ele é um ex-agricultor de Pornic, ela foi agricultora durante vinte anos em Plouguernével, ambos na Bretanha. Depois de décadas trabalhando na terra, Gilles sofria de câncer no sangue e Gisèle foi diagnosticada com doença de Parkinson com apenas 50 anos. Eles relatam anos de luta para obter o reconhecimento de sua patologia como doença ocupacional.

Ambos relatam a ausência de informação sobre a periculosidade destes produtos que “todos usavam”, a negação quando a doença foi anunciada, depois a raiva, a falta de consideração, tanto psicológica como financeira. Original em inglês, tradução Google, revisão Hugo. Fonte: Francebleu.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

Método de quatro etapas proposto para testar o risco de Parkinson em produtos químicos

Os dados sugerem forte associação entre risco de doença e exposição a toxinas

January 2, 2024 - Uma equipa liderada por cientistas nos Países Baixos está a propor uma nova estratégia de rastreio para testar se os pesticidas ou outros produtos químicos podem aumentar o risco da doença de Parkinson.

“Ainda estamos em grande parte no escuro sobre a segurança destas substâncias. Os atuais critérios de admissão para pesticidas fornecem informações insuficientes sobre o risco de Parkinson e outras doenças cerebrais”, disse Bas Bloem, MD, PhD, co-autor do estudo e professor do Radboud University Medical Center, num comunicado de imprensa. “Propomos agora um plano de ação claro para avaliar adequadamente a segurança.”

A equipe defendeu o caso da doença de Parkinson npj, no artigo “Rumo à melhor triagem de toxinas para o risco de Parkinson”.

Embora as causas da doença de Parkinson permaneçam incompletamente compreendidas, um conjunto substancial de dados indica que, pelo menos em alguns casos, a exposição a produtos químicos tóxicos pode causá-la. No seu artigo, os cientistas analisaram dados de estudos epidemiológicos e experiências laboratoriais que mostram que certos produtos químicos como a rotenona e o paraquat podem aumentar o risco de Parkinson nas pessoas e induzir uma doença semelhante à doença de Parkinson em modelos animais.

“Dados epidemiológicos, animais e neuropatológicos sugerem fortemente que existem associações entre o risco de DP [doença de Parkinson] e a exposição a toxinas, especificamente rotenona, paraquat, compostos organoclorados e metais”, escreveram os pesquisadores.

Avaliando o risco de Parkinson dos produtos químicos

Os dados mostram que alguns produtos químicos podem causar Parkinson, mas os novos produtos químicos que entram nos mercados não precisam ser verificados quanto ao risco. Os investigadores consideraram isto especialmente preocupante porque “ao longo do último meio século, dezenas de milhares de produtos químicos tornaram-se comercialmente disponíveis e são agora amplamente utilizados em todo o mundo”.

Para resolver isto, os cientistas propuseram um processo de quatro etapas para rastrear produtos químicos quanto ao risco potencial de Parkinson. O processo poderia ser aplicado a compostos existentes, bem como a futuros produtos químicos que entrarão nos mercados, disseram eles.

“É necessária uma abordagem multicamadas, incluindo in silico [em computadores], in vitro [em placas], modelos de organismos únicos e experimentos in vivo com roedores”, escreveram os cientistas, que disseram que o primeiro passo são análises baseadas em computador de compostos em busca de sinais de toxicidade potencial, o que pode ser feito de forma rápida e barata.

O próximo passo são testes in vitro de células e produtos químicos em pratos, seguidos de testes em modelos de laboratório de invertebrados, como moscas da fruta ou vermes nematóides, ou em peixes-zebra. Esses modelos não vivem tanto quanto animais de laboratório comuns, como ratos, então experimentos com eles podem gerar resultados mais rapidamente, disseram os cientistas, que observaram que o tempo é essencial.

“Como as toxinas em humanos apresentam seu risco [de Parkinson] após um período relativamente longo de exposição, levará anos para identificarmos o risco e levará ainda mais tempo para que ações legislativas proíbam ou regulamentem essas substâncias neurotóxicas altamente difundidas”, escreveu o cientistas, que disseram que a vantagem de modelos como peixes e moscas “é que eles são adequados para testes de alto rendimento”.

A quarta etapa seriam estudos em mamíferos, como camundongos ou ratos. São necessários estudos em mamíferos para confirmar se as substâncias podem causar toxicidade semelhante à da doença de Parkinson, mas guardar estes testes como o nível final significa que seriam necessários menos animais.

“Infelizmente, a pesquisa em ratos e camundongos é necessária para determinar definitivamente a segurança de uma substância”, disse Judith Homberg, pesquisadora da Radboudumc e coautora do estudo.

Ao usar primeiro o processo de quatro etapas com testes de computador e de laboratório, “testamos os pesticidas de forma muito completa, sem precisar de um grande número de animais de laboratório”, disse Homberg.

Os investigadores iniciaram discussões com reguladores e líderes da indústria e esperam começar a implementar os métodos de rastreio com foco inicial nos pesticidas. Mais de 1.000 pesticidas químicos estão registrados nos EUA, disseram eles.

‘Este teste é apenas um primeiro passo para rastrear pesticidas de forma sistemática e eficaz. O objetivo é implementar posteriormente isto como uma triagem de rotina para outras substâncias tóxicas no ambiente”, disse Ling Shan, PhD, coautor do estudo no Instituto Holandês de Neurociências. “O próximo passo é realizar as experiências, nas quais temos que colaborar com parceiros nacionais.” Original em inglês, tradução Google, revisão Hugo. Fonte: Parkinsons News Today.

Dez pesticidas têm alto potencial para causar Parkinson

3 de Janeiro de 2024 - Cientistas da Universidade da Califórnia em Los Angeles e da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, emparelharam epidemiologia e triagem de toxicidade para isolar quais, entre os muitos milhares de produtos pesticidas, poderiam estar associados à doença de Parkinson. Eles identificaram 10 pesticidas que matam os neurônios envolvidos na doença de Parkinson, marcando um salto na compreensão do distúrbio.

Os 10 pesticidas identificados incluem inseticidas, fungicidas e herbicidas, e foram diretamente tóxicos para os neurônios dopaminérgicos, que estão envolvidos no movimento voluntário. A morte desses neurônios é uma característica do Parkinson. Os pesquisadores também descobriram que a exposição a combinações de pesticidas usados na cultura do algodão era mais tóxica do que qualquer pesticida isolado desse grupo.

Primeiro, os pesquisadores analisaram o histórico de exposição ao longo de décadas para 288 pesticidas em pacientes do California’s Central Valley com doença de Parkinson que participaram de estudos anteriores.  Depois de determinar a exposição de longo prazo para cada pessoa, a equipe usou uma ampla análise de associação de pesticidas, testando cada pesticida individualmente para sua associação com Parkinson.

Os pesquisadores foram capazes de identificar 53 pesticidas que pareciam estar implicados na doença de Parkinson. A maioria deles não havia sido estudada anteriormente para um link potencial e ainda está em uso. Depois, eles testaram a toxicidade da maioria desses pesticidas em neurônios dopaminérgicos derivados de pacientes com Parkinson usando células-tronco pluripotentes.

Os resultados apontaram para dez pesticidas diretamente tóxicos para esses neurônios: quatro são inseticidas: dicofol, endosulfan, naled, propargite. Três são herbicidas: diquat, endothall, trifluralin. Três são fungicidas, sulfato de cobre básico e penta-hidratado e folpet. Esses pesticidas são estruturalmente distintos e não compartilham uma classificação de toxicidade anterior. Quando a equipe testou a toxicidade de vários pesticidas comumente aplicados em plantações de algodão na mesma época, eles descobriram que as combinações envolvendo trifluralina eram mais tóxicas. Fonte: Marcioantoniassi.

quarta-feira, 7 de junho de 2023

Ctgb(*): nenhuma relação causal entre uso de substâncias e Parkinson

© Burt Sytsma

07 JUN 2023 - Até agora, nenhuma relação causal foi demonstrada entre o uso de produtos fitofarmacêuticos e a ocorrência da doença de Parkinson. Isso é relatado por Jessica Broeders, toxicologista do Conselho de Autorização de Produtos Fitofarmacêuticos e Biocidas (Ctgb).

Na semana passada, Broeders e colegas explicaram aos jornalistas a avaliação da toxicologia humana na autorização de produtos fitofarmacêuticos. Nos últimos anos, muita atenção tem sido dada à relação entre o aumento da incidência da doença de Parkinson e o uso de substâncias.

O programa de TV Zembla dedicou transmissões a isso. O ministro da Agricultura, Piet Adema, também disse recentemente que contratou o RIVM para conduzir pesquisas sobre a exposição a substâncias e as consequências para a saúde pública.

• Leia também: RIVM inicia pesquisa sobre arelação entre doença de Parkinson e uso de substâncias

Broeders diz que os sinais preocupantes sobre distúrbios neurológicos, como o Parkinson, levaram o Ctgb a levantar a questão com a Autoridade Europeia de Segurança Alimentar. 'Mas continua difícil gerar sinais para neurotoxicologia em métodos de teste. É por isso que a ligação com o Parkinson é difícil de estabelecer.

Doença ocupacional
Na França, o Parkinson é classificado como uma doença ocupacional para os produtores de uva. Segundo o toxicologista do Ctgb, isso significa que o governo francês assume uma ligação entre o uso da substância e a doença, mas isso ainda não afetou a política de internação.

“Os problemas com Parkinson parecem ser principalmente um legado do passado. Isso pode remontar a trinta anos atrás. Naquela época, ainda mais recursos eram usados ​​e menos atenção era dada à exposição de operadoras e residentes locais', diz Broeders. Original em holandês, tradução Google, revisão Hugo. Fonte: Nieuweoogst.

(*) Conselho de Autorização de Produtos Fitofarmacêuticos e Biocidas (Ctgb)

E dizem que não rolaria "cupção" por lá!

sexta-feira, 31 de março de 2023

Agrotóxicos cancerígenos foram os mais vendidos no Brasil em 2020 e 2021; alimentação saudável e na quantidade necessária é um direito

31/03/2023 - Os agrotóxicos cancerígenos e desreguladores endócrinos estão entre os mais vendidos no Brasil em 2020 e 2021. Esta é uma das conclusões de um estudo da professora aposentada Sonia Hess, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Engenheira química especialista no tema, ela partiu de dados dos relatórios fornecidos pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama).

A lista inclui as seguintes substâncias:

Acefato: Inseticida e acaricida que, segundo estudos de 2017, é citotóxico e genotóxico sobre espermatozoides humanos. Além disso, pesquisas de 2016 o associam ao desenvolvimento do diabetes tipo 2, hiperglicemia, disfunção no metabolismo de lipídios, danos ao DNA e câncer.

Atrazina: Estudos realizados em 2017 apontaram que o herbicida está associado ao aparecimento de diversos tipos de câncer, como de estômago, linfoma não-Hodgkin, próstata, tireóide, ovário, Parkinson, asma, infertilidade e baixa qualidade do sêmen. E também malformações congênitas/teratogênese.

Clorotalonil: Fungicida causador de desregulação endócrina, conforme mostrou estudo de 2019.

Clorpirifós: Segundo pesquisas realizadas em 2017 e 2018, o inseticida está associado ao surgimento de diversos tipos de câncer, como no cérebro, pulmão, colorretal, leucemia e sarcoma de tecidos moles. Além disso, Parkinson, asma, infertilidade, malformações congênitas, disfunções sexuais, desordem do déficit de atenção e hiperatividade (ADHD), autismo, atrasos no desenvolvimento. Sem contar intoxicações agudas severas e danos ao sistema nervoso central.

Imidacloprido: Inseticida causador de desordem do déficit de atenção e hiperatividade (ADHD), autismo e danos ao sistema nervoso central, conforme pesquisas de 2015, 2016 e 2017.

Mancozebe: Pesquisa de 2017 aponta que o fungicida e acaricida causa câncer de tireóide.

Brasil: maior lixeira química do mundo

“Somos a maior lixeira química do mundo”, disse Sonia Hess, que estudou todos os agrotóxicos autorizados no Brasil. “Os resultados são chocantes”. Ela se refere também a outras conclusões de seu levantamento: em 2020 foram comercializadas no Brasil pelo menos 243.531,28 toneladas de agrotóxicos banidos na União Europeia. No ano seguinte, ao menos 289.857,41 toneladas.

Ou seja, têm registro e são líderes de vendas no Brasil ingredientes ativos de agrotóxicos sem registro ou com uso proibido na União Europeia. Isso justamente pelos danos à saúde e ao meio ambiente. Em sua pesquisa, Sonia Hess encontrou 364 agrotóxicos de base química. “Desse total, 191 (52,5%) não têm registro ou tiveram seu uso banido na União Europeia”, comentou.

Processo de contaminação de longa duração por agrotóxicos

Para piorar, essa lista de 191 agrotóxicos banidos pelo órgão regulador da União Europeia inclui 173 (90,6%) que estão em uso no Brasil desde pelo menos o ano de 2003. “Em outras palavras, são moléculas velhas. Em 2020 foram comercializadas no Brasil, pelo menos, 243.531,28 toneladas desses agrotóxicos banidos na UE”, disse o professor e pesquisador da Universidade Estadual do Norte Fluminense Marcos Pedlowski.

Segundo ele, para garantir os lucros fabulosos dos fabricantes de agrotóxicos e do latifúndio agro-exportador brasileiro, “o Estado brasileiro está permitindo o contato direto e indireto com substâncias altamente perigosas e com potencial para causar enfermidades terríveis em seres humanos. E causar um processo de contaminação de ampla duração nos ecossistemas naturais brasileiros.”

Governo lança Programa de Aquisição de Alimentos para fortalecer pequenos produtores e melhorar a alimentação da população

No dia 22 de março, o governo Lula (PT) lançou uma medida provisória do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), com o intuito de comprar frutas, legumes, leite e outros alimentos oferecidos por pequenos produtores para encaminhamento à população em situação de vulnerabilidade social. Também busca incentivar a participação de pequenos produtores indígenas e oriundos de comunidades tradicionais, assim como de mulheres agricultoras. Medidas previstas nos termos do programa visam garantir que as mulheres cadastradas sejam ao menos 50% do total de pessoas fornecedoras. Fonte: Sintrajufe.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

PRF prende contrabandista com mais de 2 mil litros de agrotóxico contrabandeado em Palmeira das Missões

Alguns dos produtos apreendidos foram proibidos no Brasil depois que estudos apontaram casos de intoxicação e até morte

foto: PRF

22/02/2022 - PRF prende contrabandista com mais de 2 mil litros de agrotóxico contrabandeado em Palmeira das Missões (Portal de Camaquã).

(...) A polícia já constatou que alguns dos agrotóxicos apreendidos são proibidos pela Anvisa, após estudos internacionais indicarem casos de intoxicação aguda e morte de pessoas que tiveram contato com essa substância, além de estar relacionado a casos de câncer e doença de Parkinson. (...)

O contrabandista deve estar se perguntando: Pôrra, tô contrabandeando produto químico, me arriscando e tudo isso que trago da Argentina, é legal... Tão tirando meu mercado! Recentemente a Anvisa teve que abrir a porteira devido ao Projeto de Lei 6.299/2002, conhecido como Pacote do Veneno, que impôs liberação geral!

sábado, 19 de fevereiro de 2022

Investigação de uma ligação de pesticidas à doença de Parkinson

 February 19, 2022 - Probing for a pesticides link to Parkinson’s disease.

Aposta em modelo decadente, PL do Veneno expõe desigualdades entre norte e sul

Sem permissão em seus países, fabricantes de agroquímicos se valem da legislação frágil de nações em desenvolvimento

Avião fumiga agrotóxico no Quênia, um dos países africanos que aplicam os produtos fabricados – e proibidos – pela União Europeia - AFP

19 de Fevereiro de 2022 - A recente aprovação do Projeto de Lei 6.299/2002, conhecido como Pacote do Veneno, tem gerado preocupação entre cientistas e ambientalistas que, desde 2003, alertam sobre as consequências de uma legislação mais flexível aos agrotóxicos. O passo definitivo será dado no Senado, mas sua aprovação na Câmara dos Deputados já aponta para uma tendência observada em todo o mundo: as leis mais permissivas e os incentivos para a entrada de agroquímicos nos campos do sul global e as restrições, por outro lado, no norte global.

Com clima predominantemente tropical e subtropical, os países da América Latina e do continente africano são os mais afetados com a aplicação de agroquímicos em seus cultivos. São países onde o debate sobre a proibição e o risco dos agrotóxicos costuma ser bem menos incidente do que nos países do norte global, os fabricantes desses produtos. 

Só o Reino Unido exportou para países como Brasil, México, Índia e Indonésia 21,2 mil toneladas de misturas com o paraquate, herbicida altamente tóxico fabricado na cidade de Huddersfield – e, claro, proibido para uso na União Europeia.

Em 2017, o Atlas Geografia do Uso de Agrotóxicos no Brasil e Conexões com a União Europeia já revelava a desigualdade entre as regiões em relação ao uso dos pesticidas para os cultivos. Dos 100 agrotóxicos utilizados até então para o cultivo do arroz, base da alimentação brasileira, 25 são proibidos na União Europeia (UE).

Mas também os europeus consomem do seu veneno, mesmo restringindo o uso localmente. Em 2016, foram mais de 17 mil toneladas de arroz exportados do Brasil para a UE.

A desigualdade também se reflete nos níveis de resíduo permitidos por lei: o limite de presença do inseticida malationa no feijão no Brasil chega a 400 vezes mais do que o permitido pela UE. Na soja, o mesmo se repete com 200 vezes mais permissão para resíduos de glifosato, agroquímico altamente cancerígeno. A água potável no Brasil pode ter 5 mil vezes mais resíduos desse herbicida em relação ao bloco europeu.

Autora da pesquisa, a doutora em Geografia Larissa Bombardi teve que deixar o Brasil com seus filhos após a publicação do seu trabalho.

Venenos paraquate e glifosato foram responsáveis por 214 mortes no Brasil na última década / Arquivo / EBC

Europeus se surpreendem com dados

Para países do sul global que sofrem diretamente os efeitos da fumigação de pesticidas, como é o caso do Brasil, fazer passar iniciativas como o Projeto Nacional de Redução de Agrotóxicos é especialmente desafiador. Relator do projeto de lei na comissão especial de 2018, o deputado Nilto Tatto (PT) esteve na apresentação que Bombardi fez do Atlas no Parlamento Europeu. O parlamentar destaca a surpresa de muitos europeus diante dos dados.

"Os venenos são proibidos lá, mas voltam nas sementes e nas carnes que os países importam do Brasil, da Argentina, do Paraguai, do Uruguai. É importante destacar isso no processo de pressão internacional a esse modelo de agricultura que temos", disse o deputado ao Brasil de Fato, afirmando que a produção de conhecimento é fundamental para a conscientização social.

"As informações mobilizam as pessoas que não querem comer veneno e cuidar do meio ambiente. Por isso, o próprio agronegócio e os países importantes na produção de alimentos precisam rever esse modelo de agricultura dependente de agroquímicos, porque pode perder mercado no futuro", diz Tatto. "A liberação de mais agrotóxicos parece ser um tiro no próprio pé do agronegócio", considera.

Portas abertas para um modelo em decadência

Em tempos de emergência climática e de eventos voltados para possíveis soluções globais como a COP26, o que se observa é um aprofundamento do modelo agroindustrial. Aparentemente melhorados no norte global, os efeitos nocivos são transportados, cada vez mais, ao sul global, como observa a engenheira agrônoma Francileia Paula de Castro, coordenadora nacional da Campanha Contra os agrotóxicos e Pela Vida.

"As propostas de medidas mitigadoras têm se dado principalmente em países como Estados Unidos, União Europeia, China, grandes potências mundiais. A União Europeia tem um plano de reduzir 25% de agrotóxicos nos próximos anos. Mas fica a pergunta: isso significa que a União Europeia vai deixar de importar os produtos tóxicos para outros países do sul global?", questiona.

"A externalidade de recursos ecossociais tem sido terceirizada [para países] como Chile, Paraguai, Brasil, México e países africanos, tanto para questão dos agrotóxicos como para a imposição dos transgênicos."

:: Syngenta sabe dosefeitos nocivos do paraquate desde 1990, aponta pesquisa

Manipulação genética

A alteração genética das sementes é parte do pacote que faz os agrotóxicos serem essenciais para o cultivo no modelo agroindustrial. Quanto mais uniformes e simplificadas, as plantações podem receber os inseticidas, herbicidas e todo tipo de agroquímico fabricado para matar as plantas e pragas indesejadas nos cultivos. A manipulação genética segue de mão dadas com os agroquímicos, lançando sementes no mercado que são resistentes a novos e mais tóxicos agroquímicos.

"O agravante desse cenário é que nossos sistemas agrícolas foram moldados ao longo do século 20 em vários princípios da agronomia", ressalta o geneticista Rubens Nodari, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). "Focando em apenas dois desses princípios fundamentais: um é a maximização do rendimento, e o outro é a uniformidade. Os agricultores foram convencidos pelos agrônomos e pela indústria de alimentos que temos que ter padrão, os grãos têm que ser iguais, tamanho, cor", critica.

Nodari destaca como esses próprios princípios geram um cenário contraproducente para um modelo extremamente focado na produtividade e no lucro.

"Quando a gente compara o que existe na natureza, dificilmente encontramos plantas mortas por fungos ou insetos, porque ela não tem uniformidade ou uma única variedade. Quando há uniformidade genética, criamos uma vulnerabilidade", afirma Nodari. "Se um fungo pode atacar uma planta, pode atacar todas, em 5 mil hectares com uma mesma variedade. É de uma estupidez sem limite", pontua.

:: Em 10 anos,fazendeiros jogaram agrotóxicos sobre 30 mil hectares da Amazônia,mostra estudo 

Agrotóxicos trazem mais agrotóxicos

Não há um cenário em que a introdução desses produtos não gere o aumento exponencial de sua aplicação. Portanto, a aprovação de novos agrotóxicos significa, em poucos anos, uma quantidade muito maior de resíduos nos alimentos do que a que, muitas vezes, é prometida inicialmente nas propostas e nos debates sobre os supostos benefícios desses produtos nos campos.

A Argentina tem uma experiência de longa data com o glifosato, como aponta o engenheiro agrônomo Patricio Vértiz, do Coletivo Socioambiental do Instituto Tricontinental.

"Na Argentina, há estimativas que mostram essa evolução de consumo de agroquímicos. Nos anos 1990, foram aplicados entre 35 e 40 milhões de litros de agroquímicos. Em 2018, de acordo com fontes de distintas câmaras que revelam a quantidade de produtos vendidos, supera os 525 milhões de litros", pontua.

Para o engenheiro agrônomo, a solução implica olhar para os modelos econômicos dos países do sul global que, majoritariamente, dependem do setor primário.

"​Nos nossos países, onde a produção agropecuária é uma atividade central das nossas economias e de entrada de divisas, certas mudanças devem ser pensadas em outras esferas. [Deve-se] pensar em como fazer para não depender tanto da produção primária e apontar a um desenvolvimento produtivo em todas as áreas​", afirma, destacando a necessidade de se incentivar a agricultura orgânica e gerar mecanismos sustentáveis para que seja uma base possível de uma economia. "Primeiro, deve haver um debate público instalado e medidas de políticas públicas para favorecer a diminuição de agroquímicos", pontua. Fonte: Brasil de Fato.

quinta-feira, 1 de abril de 2021

Mês da Conscientização sobre Parkinson

March 31, 2021 - Parkinson’s Awareness Month.

Contribua para um futuro sem pesticidas. Contribua para um futuro sem Parkinson.

Nos últimos anos, o impacto dos agrotóxicos na saúde humana tem despertado grande interesse na população em geral e entre seus principais usuários, os agricultores. Nos últimos dois anos, Parkinson Québec tem trabalhado com vários grupos nesta importante questão social.

Por quase 40 anos, pesquisas têm documentado a ligação entre a exposição a pesticidas e o desenvolvimento da doença, principalmente em agricultores. O risco de desenvolver a doença de Parkinson é dobrado.

Em abril de 2021, o governo de Quebec acaba de reconhecer a doença de Parkinson como uma doença ocupacional, reconhecendo assim os danos causados ​​às pessoas expostas a pesticidas que desenvolveram a doença de Parkinson. Seguindo o exemplo da França e da Suécia, o governo de Quebec finalmente está do lado das vítimas.

A luta não termina aí.
Durante o Mês de Conscientização de Parkinson, queremos aumentar nossos esforços para alertá-lo sobre os perigos dos pesticidas e as soluções disponíveis. Você pode fazer a diferença e se juntar à luta para dizer não aos pesticidas e, assim, impedir o desenvolvimento da doença de Parkinson.