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sábado, 19 de dezembro de 2020

Não se vence uma batalha sem luta.

por Roberto Coelho

Nós que sofremos da Doença de Parkinson, vivemos em um constante estado de prontidão.

Por ser uma doença degenerativa, progressiva e sem cura, Parkinson exige uma atenção constante, desde um simples passo até um alimento mal mastigado e engolido às pressas.

Parkinson não é uma doença fatal. O que mata, não é o Parkinson, mas os danos que causa no organismo.

Portanto, conviver com Parkinson, é estar consciente de que podemos a qualquer instante, sofrer um acidente que pode ser fatal.

Para quem não me conhece, ou nunca ouviu falar de mim, tenho a Doença de Parkinson. Os primeiros sinais foram percebidos pelo meu pai, quando eu tinha 15 anos. Ouvia ele dizer com uma certa frequência - “Levanta esses pés pra caminhar, você parece um velho”, ou então, “Olha pra frente, você caminha olhando pro chão”. Essa é a mais remota lembrança que alguma coisa não estava bem com a minha saúde. Porém o diagnóstico, veio somente dez anos mais tarde, aos 25. Hoje aos 65, posso dizer que conheço alguma coisa sobre a doença.

Parkinson não tem cura, tem tratamento. O tratamento consiste em repor uma substância que o organismo do parkinsoniano deixa de produzir, essa substância é um neuro transmissor – a Dopamina. A Dopamina é a responsável pela regulagem do tônus muscular, ou seja, regula o estado de tensão ou relaxamento da musculatura. Essa função é de grande importância, pois toda a nossa atividade física, depende disso – tensão ou relaxamento muscular. Desde abrir os olhos pela manhã, até a complicada sequência de funções tensionar e relaxar músculos da mão, de alguém que faça crochê.

Mas não é só esse o papel da Dopamina. Ela faz a regulagem dos nossos estados de euforia ou depressão. Mantemos o equilíbrio entre euforia e depressão, que são extremos opostos, graças à Dopamina.

O tratamento medicamentoso “resolve“ fisicamente os sintomas por algum tempo. Até que começam a aparecer os efeitos colaterais dos remédios. Esses chegam a ser tão indesejáveis, quanto os efeitos da doença.

Um tratamento alternativo quando se chega a esse estágio evolutivo da doença, consiste em um delicado procedimento cirúrgico, que consiste em implantar um marca-passo ligado a dois eletrodos em regiões específicas no cérebro. O procedimento que se chama DBS, Deep Brain Stimulation, devolve qualidade de vida, aos que dele podem se valer.

Trata-se de um procedimento caro, podendo chegar a R$ 300.000,00, incluindo o equipo (1 marcapasso e 2 eletrodos, e o carregador das baterias), Centro Cirurgico, UTI e anestesista.

Estou me juntando nessa batalha à minha amiga Koka Keiber, que irá realizar o seu DBS em janeiro do próximo ano. Peço a sua colaboração, de acordo com suas possibilidades, na Vakinha da Koka. Seu gesto de bondade não será esquecido, e certamente trará qualidade de vida à nossa querida Koka.

Aqui o link para ouvir a entrevista concedida à rádio local de Santo Ângelo.

Aqui o link para a vaquinha.