Estudo indicou que a perda de neurônios responsáveis pela aceleração cria um desequilíbrio no cérebro que pode estar por trás do Parkinson
16/08/2023 - Pesquisadores da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, descobriram três subtipos distintos de neurônios reativos à dopamina em uma parte do cérebro chamada substância negra pars compacta (SNc). Essa região está ligada aos comandos para o movimento do corpo. A descoberta, publicada na revista Nature Neuroscience, pode ajudar a entender melhor a doença de Parkinson.
Três genes foram analisados no estudo
A substância negra é considerada o marco zero do Parkinson.
A perda de neurônios sensíveis à dopamina está associada aos sintomas característicos da doença, que incluem rigidez, lentidão e tremores.
Caracterizado pela expressão individual de um dos três genes diferentes, cada subtipo reage distintamente a experiências satisfatórias, estímulos desagradáveis ou mudanças na velocidade.
“Encontramos um subtipo que é sinalização motora sem qualquer resposta de recompensa, e eles ficam exatamente onde os neurônios dopaminérgicos morrem pela primeira vez na doença de Parkinson”, explicou Daniel Dombeck, neurobiólogo responsável pelo estudo.
Ainda há muitas dúvidas em relação ao Parkinson, mas a descoberta aponta para uma nova direção.
“Essa é apenas mais uma dica e pista que parece sugerir que há algum subtipo genético que é mais suscetível à degradação ao longo do tempo à medida que as pessoas envelhecem”, diz Dombeck.
Descoberta pode ajudar a entender os sintomas do Parkinson
Os pesquisadores se concentraram em três genes-chave conhecidos por operar dentro das células: Slc17a6, Calb1 e Anxa1.
Eles marcaram esses neurônios de camundongos transgênicos para que brilhassem quando estivessem ativos, segundo informações da ScienceAlert.
Durante os testes, cerca de 30% dos neurônios reativos à dopamina se iluminaram sempre que os camundongos se moviam, deixando respostas a comportamentos aversivos ou recompensadores para as células nervosas restantes.
“Este subtipo genético está correlacionado com a aceleração. Sempre que o rato acelerava, víamos atividade, mas, em contraste, não víamos atividade em resposta a um estímulo recompensador”, destaca neurobiólogo Rajeshwar Awatramani.
Os pesquisadores acreditam que a perda desses neurônios dopaminérgicos específicos responsáveis pela aceleração pode estar criando um desequilíbrio no cérebro que pode estar por trás dos movimentos de tremor do Parkinson.
Em outras palavras, apenas neurônios responsáveis pela desaceleração continuam ativos, o que faz com que o cérebro force os músculos a parar.
“Eu diria que este é um ponto de partida. É uma nova maneira de pensar sobre o cérebro no Parkinson”, ressaltou Awatramani. Fonte: Olhardigital.
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