10 de dezembro de 2024 - Se você quer saber a relação entre Probióticos e Doença de Parkinson, fique até o final deste artigo, porque o Dr. Willian Rezende do Carmo, médico neurologista, fundador da Clínica Regenerati e que no seu canal do YouTube fala sobre Dor, Sono, Parkinson, Emoções e Neurologia Geral, vai detalhar sobre isso.
Probióticos e Doença de Parkinson
Neste conteúdo, vamos explicar sobre Probióticos e Doença de Parkinson, uma vez que já é de conhecimento da comunidade científica que os pacientes parkinsonianos têm uma microbiota alterada, ou seja, têm uma flora bacteriana intestinal diferente da maioria das pessoas não parkinsonianas.
Efeitos dos Probióticos nos Pacientes com Parkinson
Estudaram-se os efeitos dos probióticos nos pacientes parkinsonianos, que é de elevado peso científico, porque comparou parkinsonianos que receberam placebo com pacientes parkinsonianos que receberam probiótico ativo.
Isso dá uma base de igualdade, comparação, controle e rigor científico muito grande para dizer que foi exatamente o probiótico que trouxe aqueles efeitos e não outra coisa, o que chamamos de estudos randomizados controlados.
Check list de sintomas de doença de ParkinsonUm questionário com lista de sintomas que podem estar associados ao Parkinson (na fonte).
Quais Foram os Achados?
Primeiramente, o grupo que recebeu os probióticos teve uma melhora da função intestinal, ou seja, ficaram menos constipados – e é de conhecimento geral que os pacientes parkinsonianos tipicamente são constipados.
E a melhora da constipação por si só já é relacionada com uma série de benefícios. Ninguém aguenta ficar segurando o lixo dentro de casa, devendo ser retirado todo dia.
O segundo achado é que o grupo que recebeu probióticos teve um tempo menor para apresentar início do efeito da levodopa. Isso significa que, por exemplo, um grupo que recebeu placebo e tomou a levodopa, após 30 minutos começa a sentir o efeito do medicamento e o grupo ativo do probiótico que tomou a levodopa, em cerca de 15 minutos já começa a perceber o efeito do medicamento.
Isso é muito bom para o paciente parkinsoniano, porque quanto menos tempo fica em off, melhor, porque no off está rígido, duro, lento, ansioso, incomodando muito o paciente. E quanto mais rapidamente sai do off, melhor para ele.
Obviamente, esses não são os números evidentes para cada pessoa, logo, são um exemplo. Mas isso serve para ilustrar como essa redução do tempo do início do efeito da levodopa pode acontecer. Então, os probióticos, de alguma maneira, estão ajudando a melhorar a absorção da levodopa no intestino.
O terceiro achado é que os pacientes parkinsonianos que utilizaram a levodopa tiveram melhora de sintomas não motores da Doença de Parkinson, tais como, depressão, ansiedade, sono, parestesias, que são sensações anormais pelo corpo, e controle urinário.
Diversos sintomas parkinsonianos que não são exclusivamente a rigidez, o tremor e a lentidão tiveram algum grau de melhora, refletindo na melhora global da qualidade de vida dos pacientes, porque o que importa é terem melhora da qualidade de vida como um todo e os probióticos, de alguma maneira, conseguiram melhorar isso.
Como Usar Probiótico na Doença de Parkinson?
O que não ainda tem claro ainda? Qual o tipo do probiótico? A quantidade de cepas no probiótico? A dose dos probióticos ou das bactérias? A frequência de tomada deles? Isso tudo ainda deve ser discutido diretamente com o médico assistente do paciente parkinsoniano e até mesmo se tem indicação para o uso ou não do mesmo.
O importante é que esse estudo vem a somar à uma coleção de evidências, de benefícios para o uso do probiótico no paciente parkinsoniano, mas não significa que essa é uma indicação distinta para todos os casos.
Então, se conhece um paciente parkinsoniano ou caso você seja um, veja de discutir com o seu médico a questão do uso do probiótico, pois pode ter vários benefícios, como já indicou algum estudo.
E sempre é importante não querer fazer isso sozinho, por conta própria, uma vez que o ideal é que o médico escolha, juntamente com você, as questões envolvendo o tipo do probiótico, a quantidade de cepas, dosagem e até mesmo se vai ter indicação de uso ou não.
Assista ao vídeo e saiba mais:
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