terça-feira, 13 de agosto de 2024

Pesquisadores descobrem novo gene associado à doença de Parkinson

13 de agosto de 2024 - Finlândia — Pesquisadores identificaram um novo gene associado à doença de Parkinson de início precoce. Uma variante do gene PMSF1, envolvido na expressão de um regulador de proteassomos, foi identificada em 15 famílias de 13 países ao redor do mundo, com 22 indivíduos envolvidos.

“Essas famílias eram etnicamente diversas e, em todas elas, a variante do PMSF1 foi associada ao fenótipo neurológico. Verificamos uma correlação bem definida entre o genótipo e o fenótipo: pacientes com a mutação de sentido trocado apresentavam sintomas ‘leves’, enquanto aqueles com a variante associada à perda progressiva de função tinham o fenótipo mais grave”, segundo a Dra. Francesca Magrinelli.

"Nossos achados associam inequivocamente o defeito no gene PSMF1 ao Parkinson de início precoce e à neurodegeneração, além de sugerir a disfunção mitocondrial como um contribuinte para o mecanismo [fisiopatológico]", disse a médica e pesquisadora envolvida no estudo, Dra. Francesca Magrinelli, Ph.D., vinculada ao Queen Square Institute of Neurology da University College London (UCL), no Reino Unido, em uma apresentação realizada no Congresso de 2024 da European Academy of Neurology.

Lidando com as expectativas dos pacientes

Pacientes com quadros "leves" apresentaram o Parkinson de início precoce entre a segunda e quinta décadas de vida, com sinais relacionados ao trato piramidal, disfasia, alterações psiquiátricas e discinesia precoce induzida por levodopa.

Nos indivíduos acometidos pela forma intermediária da doença, os sintomas começaram na infância, com manifestações como hipocinesia global, atraso no desenvolvimento, alterações cerebelares e, em alguns casos, epilepsia associada.

Na maioria dos casos, havia sinais de hipoplasia do corpo caloso na ressonância magnética do encéfalo, disse a Dra. Francesca. Em pacientes com quadros mais graves, foi observada uma letalidade perinatal associada a manifestações neurológicas.

Embora os aspectos genéticos da doença de Parkinson possam parecer um mero exercício acadêmico e teórico, não demorará muito para que esses achados produzam informações práticas que ajudarão a orientar o tratamento dos pacientes, disse a Dra. Christine Klein, médica especialista em Parkinson ligada ao Instituto de Neurogenética e ao Departamento de Neurologia da Universidade de Lubeck, na Finlândia, durante o congresso.

A genética do Parkinson é complicada, mesmo em uma única família. Portanto, é muito importante avaliar a patogenicidade das diferentes variantes. “Tenho certeza de que todos aqui já viram um painel [genético] de um paciente com Parkinson com a frase 'variante de significado incerto'. Essa é a pior coisa que pode acontecer. O laboratório não sabe o que isso significa; o médico não tem a menor ideia do significado desse achado e não sabe o que dizer ao paciente. Então, como contornar essa situação?"

A Dra. Christine disse que, antes de solicitar qualquer teste genético, os médicos devem informar o paciente sobre a possibilidade de ele ter uma variante genética de significado incerto. Isso não resolve o problema, mas ajuda os profissionais a lidarem com as expectativas.

Relevância clínica: em breve?

Embora possa existir uma percepção de que todas as variantes identificadas como preditoras da doença de Parkinson (incluindo a relacionada ao gene PSMF1 e as já estabelecidas LRRK2 e GBA1) sejam equivalentes, isso não é verdade quando consideramos a história clínica do paciente, disse a Dra. Christine.

Por exemplo, a idade de início do Parkinson pode diferir entre as variantes identificadas, o que levou a “uma mudança do paradigma” no qual um achado puramente genético agora é considerado um indicativo da doença. Isso foi visto pela primeira vez na doença de Huntington, quando os pesquisadores classificaram os indivíduos assintomáticos com alto risco genético como portadores da chamada “doença de fase zero”.

É importante observar esse aspecto, "pois, se conseguirmos elaborar medicamentos que possam retardar, ou até mesmo prevenir, a progressão para o Parkinson, então será fundamental que pacientes que sabidamente irão evoluir com a doença participem de ensaios clínicos relacionados a esses fármacos", disse a Dra. Christine.

Ela citou o exemplo de uma família que atendeu recentemente e cujos resultados de testes genéticos mostravam variantes de significado incerto. Nesse caso, a Dra. Christine enviou as amostras a um laboratório especializado na Escócia, para uma análise mais detalhada.

“Os bioquímicos descobriram que essa variante era de fato patogênica e ativadora de quinases, o que é [um achado] muito útil e importante, pois atualmente existem ensaios clínicos sobre o uso de inibidores de quinase na doença de Parkinson”, ela observou.

“Se você acredita que possa haver algo a mais [além de um achado com significado incerto] em um painel de um paciente com doença de Parkinson e não está satisfeito com o resultado do teste genético, envie a amostra para outro laboratório”, recomendou a Dra. Christine.

"Veremos muito mais pacientes com doença de Parkinson genética no futuro”, ela acrescentou, citando dois ensaios clínicos preliminares recentes que se mostraram promissores em termos de neuroproteção em pacientes com Parkinson precoce.

“Resta saber se haverá alguma luz no fim do túnel”, disse ela. Em breve, talvez seja possível encontrar tratamentos que retardem, ou até mesmo previnam, o surgimento da doença.

A Dra. Francesca Magrinelli informou o recebimento de remunerações como palestrante por meio da MJFF Edmond J. Safra Clinical Research Fellowship in Movement Disorders (2023), do MJFF Edmond J. Safra Movement Disorders Research Career Development Award 2023 (Grant ID MJFF-023893), da American Parkinson Disease Association (Research Grant 2024) e da David Blank Charitable Foundation.

A Dra. Christine Klein informou atuar como consultora para as empresas Retromer Therapeutics, Takeda e Centogene, além de receber remunerações como palestrante para as farmacêuticas Desitin e Bial.

Este conteúdo foi traduzido do Medscape. Fonte: Medscape.

segunda-feira, 12 de agosto de 2024

Rotina de hospital

Porto Alegre, 12 de agosto, 2a feira pós olimpíadas, de 2024.

Rotina de hospital

Fiquei 13 dias hospitalizado para feitura de exames.

Vivia sofrendo quedas e duas delas no rosto e com muito sangramento. Via de regra no banheiro, indo fazer xixi. Como numa espécie de síncope, de repente via tudo preto e me estatelava no chão. Ia acordar segundos depois e envolto em sangue e mijo. Não conseguia reter a urina.

Fiz eletrocardiograma, ecocardiogrma, holter e mapa. Tudo 100%. Quedas atribuídas, por conseguinte à hipotensão ortostática postural. Problema trazido previsivelmente pelo Parkinson.

O médico conclui que deveria tomar remédio para regular a pressão sangüínea (florinefe).

A rotina é estressante, mesmo que se passe o tempo todo deitado. Usava uma pulseira amarela que indicava risco de queda. Daí o impedimento em me levantar para ir ao sanitário, implicando no uso sistemático do papagaio para urinar.

A rotina que a enfermagem adotava de monitorização da pressão arterial, temperatura e nível de oxigenação do sangue sempre me acordava, seja cedo da manhã ou tarde da noite.

A comida de hospital era como previsível, insípida, inodora e quase incolor. Meu desejo após sair era comer um filé com fritas, um bife a pé ou algo do tipo, que acabei satifazendo imediatamente após sair.

Refiz meu arsenal de remédios, estando à base de Amytil (depressão), Memantina (memória), Pramipexol e Prolopa (parkinson) e Florinefe (pressão).

Pelo menos não tive mais quedas com ferimentos leves ou graves.

O problema atual está sendo enfrentar o frio, agora 12 oC ao meio dia.

No mais, pronto para enfrentar ou evitar novas quedas...

Algas marinhas podem ajudar a prevenir a doença de Parkinson, segundo estudo

Um novo estudo descobriu que comer um certo tipo de alga marinha pode ajudar a proteger as pessoas da doença de Parkinson

12 AGO 2024 - Um estudo recente destacou o potencial das algas marinhas na possível prevenção da doença de Parkinson. A pesquisa se concentra na Ecklonia cava, um tipo de alga marrom, que os cientistas dizem que pode proteger os indivíduos do distúrbio neurodegenerativo.

A doença de Parkinson está ligada à degeneração dos neurônios produtores de dopamina no cérebro. Esses neurônios são cruciais para controlar o movimento e os processos cognitivos.

Embora o Parkinson seja tipicamente mais comum em pessoas mais velhas, também pode afetar indivíduos mais jovens. Aqueles com idade entre 21 e 40 anos podem apresentar sintomas de doença de Parkinson de início jovem (YOPD), embora essa variante menos comum geralmente esteja geneticamente ligada.

A condição é causada por uma superprodução de radicais livres no corpo, conhecidos como espécies reativas de oxigênio (ROS). Esses radicais livres danificam as células que gerenciam os neurotransmissores da dopamina.

Como esses neurotransmissores são essenciais para a comunicação neurônio-célula, manter níveis equilibrados de ROS é considerado "crucial" por especialistas. Atualmente, não há cura definitiva para o Parkinson, mas os tratamentos estão disponíveis para aliviar os sintomas, de acordo com o Express.

Pesquisadores japoneses dizem que os antioxidantes encontrados nas algas marinhas, especificamente os polifenóis da Ecklonia cava, podem ajudar a prevenir o aparecimento da doença de Parkinson. Essa conclusão foi alcançada depois que um estudo envolvendo dois tipos de testes de função motora em camundongos que imitam a doença de Parkinson produziu resultados importantes.

No teste, os ratos receberam uma dose diária de antioxidantes por uma semana antes de serem expostos à rotenona, um composto natural. Os resultados do estudo foram publicados na revista científica Nutrients e mostram que os ratos tinham melhores habilidades motoras como resultado.

A professora Akiko Kojima-Yuasa, que liderou o estudo, também observou uma melhora nas funções motoras intestinais dos camundongos. Os especialistas disseram que a Ecklonia cava também tem vantagens adicionais para a saúde. Os antioxidantes nas algas marinhas podem ativar uma enzima chamada proteína quinase ativada por AMP, que ajuda a reduzir a produção de ROS que danificam as células.

O professor Kojima-Yuasa, da Universidade Metropolitana de Osaka, explicou: "Este estudo sugere que os antioxidantes da Ecklonia cava podem reduzir o dano neuronal pela ativação da AMPK e inibir a produção de espécies reativas de oxigênio intracelular. Espera-se que a Ecklonia cava seja um ingrediente eficaz na prevenção da doença de Parkinson.

No entanto, colocar as mãos nessa alga marinha específica não é tão fácil quanto entrar em sua loja local. É mais provável que você o encontre online em varejistas como a Amazon. Mas antes de mergulhar em qualquer novo regime de suplementos, é aconselhável consultar seu médico para garantir que seja seguro e não entre em conflito com seus medicamentos atuais ou exacerbe as condições de saúde existentes. Fonte: Dailyrecord.

sexta-feira, 9 de agosto de 2024

Porto Alegre, 8 de agosto de 2024.

Porto Alegre, 8 de agosto, 5a feira, de 2024.

Após 16 dias de internação hospitalar para feitura de exames, tive alta.

Exames para tentar identificar a causa de quedas frequentes a que fui acometido, gerando suturas, pontos e muita sangüera. As duas quedas mais traumáticas ocorreram no banheiro. Uma com corte no supercílio até o nariz e outra no queixo. Era submetido a uma espécie de síncope na qual perdia os sentidos com respiração acelerada. Quando me dava conta estava no chão, estatelado e todo mijado.

O diagnóstico dado por mim, hipotensão ortostática postural, tendo sido prescrito o acetato de fludocortisona-Florinefe, além de passsar a ter consciência de que tenho parkinson, e que não tem cura. Fazer tudo len-ta-men-te, bem de-va-gar, para não cair. A pressa em fazer tudo, particularmente enquanto se está sob o efeito “on” da levodopa, é terrível.

Exames feitos foram ecocardiograma, eletrocardiograma, holter e mapa (Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial), nenhum apresentando alterações. Como sabia, previamente, o cara que tem Parkinson, não tem espaço para mais nada.

Tenho tomado amitriptilina, pramipexol, memantina e prolopa, e agora, fludocortisona.

Enfim, continuo vivo, cada vez mais mutilado (cicatrizes) e …, menos bonito.

E para compensar a comida do hospital (insípida, inodora e quase incolor), um filé com fritas...

Resumo: a velhice é uma merda!

segunda-feira, 15 de julho de 2024

Quebrando o ciclo de inflamação na doença de Parkinson

15 de julho de 2024 - Halia Therapeutics, NodThera e Gain Therapeutics têm como alvo processos neuroinflamatórios na esperança de modificar o curso da progressão do Parkinson.

Prevenir ou reverter a neuroinflamação pode ser a próxima fronteira clínica no tratamento da doença de Parkinson, de acordo com pesquisas recentes e especialistas familiarizados com a biologia do fenômeno.

Várias empresas biofarmacêuticas – incluindo NodThera, Halia Therapeutics, Gain Therapeutics e Olatec – estão com o objetivo de interromper o ciclo neuroinflamatório que contribui para o Parkinson.

A neuroinflamação também despertou o interesse dos pesquisadores do Alzheimer, com empresas como Vigil Neuroscience e Cerevance visando a proteína TREM2 e o gene KCNK13, respectivamente.

"Esta é uma das maneiras pelas quais o campo está se movendo agora", disse Alan Watt, presidente e diretor científico da NodThera. "O componente anti-inflamatório – não apenas no Parkinson, mas em todas essas doenças neurodegenerativas – está agora sendo reconhecido como um fator-chave da progressão."

O loop sem fim

Embora as pessoas pensem em grande parte na inflamação como a resposta protetora do corpo à infecção ou trauma, quando se trata de Parkinson, "o que nos interessa é quando a inflamação dá errado", disse Watt à BioSpace.

A inflamação crônica de baixo grau pode danificar os neurônios do cérebro e causar morte celular, explicou ele, acrescentando que a NodThera espera intervir e bloquear isso com terapia.

A inflamação crônica "desempenha um papel em quase todas as doenças crônicas que você pode pensar", concordou David Bearss, CEO da Halia Therapeutics.

NodThera e Halia estão entre as empresas que exploram candidatos a medicamentos que têm como alvo o inflamassoma NLRP3, um contribuinte para muitas doenças neurodegenerativas. O NLRP3 é uma espécie de primeiro respondedor que pode notificar o resto do corpo quando algo está errado no cérebro, desencadeando a microglia para estimular a resposta inflamatória para cuidar do problema, disse Bearss. No entanto, nem sempre existe um problema.

"Quando as células são ativadas e recrutadas para tentar encontrar algo, se não conseguem encontrar um problema, elas realmente criam o problema", explicou Bearss. "Eles vão dizer: 'Fui chamado para vir aqui por um motivo. Deve haver algo errado'".

Essa resposta então fica presa em um ciclo, tornando-se mais forte com o tempo e levando a condições neurodegenerativas, disse ele. "Nos últimos 10 anos, começamos a perceber que a sinalização inflamatória crônica no cérebro impulsiona condições [neurodegenerativas]. Não há nada de bom que aconteça quando você tem inflamação no cérebro."

Quebrando o ciclo inflamatório

Halia está investigando um inibidor NEK7/NLRP3 que poderia quebrar o ciclo inflamatório crônico. NEK7 é uma proteína envolvida na montagem do inflamassoma NLRP3 que desencadeia a inflamação crônica. Estudos de fase I mostraram que este candidato a droga poderia impedir a montagem do inflamassoma e ajudar a desmontar os complexos de inflamassoma totalmente formados na doença de Parkinson.

Ao encerrar esse processo, a progressão da doença poderia ser interrompida – e talvez até revertida, disse Bearss. "Estamos muito encorajados pela ideia de que eliminar essa sinalização crônica pode ser capaz de não apenas parar a progressão da doença, mas até mesmo permitir que o cérebro comece a se reparar."

Parar o NLRP3 e a disfunção microglial também é o objetivo da NodThera, que relatou os resultados da Fase II de seu inibidor NLRP3 em março. Pacientes em todos os estágios da doença de Parkinson receberam a droga por 28 dias; amostras de sangue e líquido cefalorraquidiano colhidas no dia 28 mostraram os níveis químicos inflamatórios muito abaixo dos do dia 1 – perto dos de adultos idosos saudáveis sem doença de Parkinson. Reduções também foram observadas nos marcadores neurodegenerativos, cadeia leve de neurofilamentos e TREM2 solúvel.

Bearss e Watt observaram que mais pesquisas são necessárias para determinar se qualquer uma das drogas pode reverter os sintomas motores do Parkinson. A próxima ambição da NodThera é outro estudo de Fase II para rastrear sintomas motores por seis meses. "No mínimo, esperamos estar em uma espécie de progressão lenta. Na melhor das hipóteses, você adoraria estar em uma progressão de espera – ou até mesmo ver algum tipo de neurorregeneração realmente acontecendo e melhorar a sintomatologia", disse Watt.

Bearss enfatizou o potencial de quebrar o ciclo neuroinflamatório. "Há dados saindo agora que se... você pode quebrar esse ciclo, nosso corpo e nosso cérebro têm uma maneira de se reparar que acho que ainda não entendemos completamente", disse ele.

Visando GBA1 na doença de Parkinson

Outra maneira de possivelmente parar a neuroinflamação na doença de Parkinson é visando uma enzima lisossomal chamada glucocerebrosidase (GCase). A versão disfuncional dessa enzima é resultado de mutações no gene GBA1, que é o principal fator de risco genético para o desenvolvimento de Parkinson, de acordo com Joanne Taylor, vice-presidente sênior de pesquisa da Gain Therapeutics. A Gain está desenvolvendo o GT-02287, um modulador de proteína alostérica que restaura a função da GCase.

"Mostramos em vários modelos pré-clínicos da doença de Parkinson que, visando a GCase e corrigindo sua função com o GT-02287, podemos abordar muitas das características fisiopatológicas a jusante vistas na doença de Parkinson GBA1", disse Taylor à BioSpace por e-mail.

Modificação da doença é o futuro

Modificar o curso da doença em vez de tratar os sintomas é o futuro do tratamento do Parkinson, concordaram os pesquisadores.

"Se você olhar para o mercado de Parkinson agora, não há terapias modificadoras de doenças", disse Watt. "Tudo está lá para tratar os sintomas. Eles aumentam a dopamina e trazem alívio para as pessoas, e isso é certamente um alívio. Mas o que eles não fazem é mudar o curso da doença."

A abordagem modificadora da doença poderia se estender ao tratamento de pacientes antes que a doença se apresentasse, previu Taylor. "À medida que continuamos a entender cada vez mais sobre os mecanismos moleculares subjacentes ao processo da doença, somos capazes de visar esses mecanismos específicos... O sonho é poder eventualmente tratar futuros pacientes antes que a doença se manifeste para que os pacientes nunca desenvolvam as características clínicas que associamos à doença." Fonte: Biospace.

sexta-feira, 12 de julho de 2024

Ozempic reduz risco de demência em pacientes diabéticos, revela estudo

12/07/2024 - O medicamento Ozempic, da Novo Nordisk, foi associado a taxas mais baixas de demência e outros problemas mentais em um estudo da Universidade de Oxford. A pesquisa aumenta as expectativas sobre os benefícios adicionais do medicamento para diabetes. Após um ano de uso do Ozempic, os pacientes apresentaram um risco 48% menor de desenvolver demência em comparação com aqueles que tomaram sitagliptina, um medicamento mais antigo. As informações são da Bloomberg.

Além disso, os pacientes que usaram Ozempic apresentaram um risco 28% menor de fumar em comparação com aqueles que tomaram glipizida, de acordo com os pesquisadores na revista eClinicalMedicine, do The Lancet. Este estudo é o mais recente de uma série de pesquisas que mostram benefícios potenciais além do controle do diabetes e da perda de peso para a semaglutida, o principal ingrediente do Ozempic e do medicamento para obesidade Wegovy, ambos da Novo Nordisk.

O ensaio de Oxford não designou aleatoriamente os pacientes para tomar Ozempic ou outros medicamentos. Em vez disso, baseou-se em registros médicos de mais de 100.000 pacientes nos EUA e utilizou métodos estatísticos para garantir as comparações mais precisas possíveis. Isso significa que mais pesquisas serão necessárias para confirmar se a semaglutida realmente tem benefícios na redução da disfunção cognitiva ou na influência das taxas de tabagismo em pessoas com diabetes.

A Novo Nordisk está estudando o medicamento como tratamento para a doença de Alzheimer em dois grandes ensaios que devem apresentar resultados no próximo ano. A pesquisa sugere que o Ozempic pode cortar o risco de demência pela metade. Os cientistas estabeleceram o impacto do medicamento no cérebro em um estudo pioneiro e descobriram que ele reduziu o risco de várias condições neurológicas, incluindo demência e doença de Parkinson.

Comparação

Os especialistas compararam o Ozempic a três outros medicamentos comuns para diabetes e descobriram que o medicamento reduziu as taxas de demência em até 48%. O estudo fornece a primeira evidência robusta de que o medicamento pode melhorar a saúde cerebral e proteger contra dependências.

Os pesquisadores também revelaram os potenciais benefícios do medicamento na redução do risco de desenvolver encefalite, uma inflamação cerebral com risco de vida, além de reduzir as taxas de abuso de substâncias, incluindo nicotina e álcool, abrindo a possibilidade de seu uso no tratamento de vícios.

A maior redução no risco foi observada na encefalite. Os usuários de Ozempic tiveram 74%, 65% e 38% menos probabilidade de desenvolvê-la do que aqueles que tomaram glipizida, sitagliptina e empagliflozina, respectivamente. Estudos anteriores também sugerem que as injeções de semaglutida podem ajudar as pessoas a abandonar vícios, reduzindo o risco de uso de nicotina em até 28%, com resultados semelhantes para o abuso de álcool e drogas.

O estudo é observacional e, portanto, não pode provar causa e efeito, mas é o mais abrangente até agora sobre a ligação entre semaglutida e saúde cerebral. Os pesquisadores analisaram apenas pacientes com diabetes, portanto, os resultados não podem ser generalizados para aqueles que tomam o medicamento para perder peso. Fonte: marketinsider.

Cientistas identificam substância com efeito anti-inflamatório que pode retardar Parkinson

Uma equipa de cientistas identificou uma nova substância com efeito anti-inflamatório que pode retardar a progressão da doença de Parkinson e combater a inflamação cerebral.

11 jul. 2024 - A equipa de Cláudia Nunes dos Santos começou a "testar o seu efeito em vários modelos celulares relacionados com processos que ocorrem nas doenças neurodegenerativas .

Uma equipa científica liderada pela bioquímica Cláudia Nunes dos Santos identificou uma nova substância com efeito anti-inflamatório que pode retardar a progressão da doença de Parkinson, um trabalho distinguido com uma bolsa do Conselho Europeu de Investigação.

O composto, que circula no organismo humano, atua nas células imunes do cérebro, reduzindo “de forma muito significativa a inflamação cerebral, um processo que agrava a doença acelerando a sua progressão”, disse à Lusa Cláudia Nunes dos Santos, investigadora principal no laboratório de Nutrição Molecular e Saúde da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa (UNL).

Segundo Cláudia Nunes dos Santos, testes feitos em ratinhos com inflamação cerebral demonstraram que a molécula em causa é cerca de 10 vezes mais eficaz do que um vulgar anti-inflamatório.

Depois de ter identificado o efeito e o mecanismo de ação da molécula nas células imunes do cérebro é validado a sua eficácia em modelos animais, a equipa de Cláudia Nunes dos Santos avançou para a síntese do composto e começou a “testar o seu efeito em vários modelos celulares relacionados com processos que ocorrem nas doenças neurodegenerativas”, como a de Parkinson.

“O seu efeito proeminente na redução da inflamação cerebral nas células imunes do cérebro levou a que nos focássemos neste processo e avançássemos com os estudos e validássemos o efeito num modelo animal de inflamação cerebral”, justificou a investigadora.

O próximo passo do trabalho, que envolve a colaboração do Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier da UNL, é testar a toxicidade do composto obtido em laboratório em ratinhos que reproduzem os sintomas da doença de Parkinson, que afeta os movimentos.

Atualmente, não existe no mercado nenhum medicamento capaz de combater a inflamação cerebral em doentes de Parkinson.

O trabalho da equipa de Cláudia Nunes dos Santos valeu uma bolsa de cerca de 150 mil euros do Conselho Europeu de Investigação, organismo da União Europeia que financia a ciência considerada de excelência.

A bolsa “permitirá atualizar ferramentas, expandir a equipa, avançar a investigação, com foco em aplicações terapêuticas para a doença de Parkinson, e fomentar o potencial comercial dos resultados” obtidos. Fonte: observador.

quinta-feira, 11 de julho de 2024

O que não falam da levodopa? / Confissões de um abobado da enchente

Imbé, 11 de julho de 2024 (5a feira)

O que não falam da levodopa? Agora distribuída gratuitamente pela Farmácia Popular, iniciativa do governo.

Louvável a ação, particularmente pelo fato de que 99% das pessoas com parkinson fazem uso, quase que obrigatório de levodopa+benserazida (popularmente chamado de Prolopa) ou levodopa+ benserazida (Sinemet) e outras marcas comerciais que entram e saem do mercado. E as pessoas fazem uso para ficarem ON, senão já viu! Ficar imprestável?

Eu, particularmente, à revelia de meus médicos, que dizem que deveria tomar uma dose mínima, não tomo. Isto se deve à minha intolerância aos efeitos do OFF da levodopa, uma depressão profunda que me leva a ideações suicidas, como bem relatava a bula antiga do Prolopa. Na bula atual foi removida tal informação, na minha opinião criminosamente. Aliás, deveria ser mantida a redação anterior, como um alerta! Particularmente àqueles jovens que estão, e cada vez mais, ingressando no time dos parkinsonianos.

Por enquanto, apesar das dificuldades crescentes, como a relatada hipotensão ortostática postural, prefiro a vida. Considero ainda o fato de que a levodopa provoca redução na pressão cardíaca e traz problemas de flutuações e discinesias. Além disso a levodopa me deixa fraco das pernas, a ponto de não conseguir caminhar. Não tomo levodopa desde que fiz o implante de dbs, isto em 2006. Faço uso de maconha (Cannabis) fumada. Bem melhor do que ideações suicidas.

Ass.: Abobado da enchente.