20 de fevereiro, 2025 - Pesquisadoras da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) descobriram um potencial novo tratamento da doença de Parkinson. O estudo, publicado na revista científica Molecular Psychiatry e apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), revelou que o medicamento abatacept, já utilizado no tratamento da artrite reumatoide, pode desempenhar um papel crucial contra a doença de Parkinson, enfermidade neurológica degenerativa que afeta principalmente os movimentos.
O trabalho foi conduzido pelas cientistas Claudia Figueiredo, da Faculdade de Farmácia da UFRJ, e Júlia Clarke, do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ, com colaboração de Yraima Cordeiro e Giselle Passos. O estudo demonstra que o abatacept atua seletivamente no sistema imunológico do cérebro, freando o avanço da doença e até restaurando funções motoras em estudos com animais.
As cientistas identificaram que as células T auxiliares desempenham um papel central no processo inflamatório da doença de Parkinson. Essas células, ao invés de atacarem diretamente os aglomerados da proteína α-sinucleína, liberam sinais químicos que ativam outras células imunológicas, intensificando a inflamação e os danos aos neurônios. A partir dessa descoberta, surgiu a hipótese de que o abatacept poderia ser um tratamento eficaz, já que sua ação reduz seletivamente essas células inflamatórias.
Os resultados da pesquisa confirmaram essa possibilidade. O tratamento reduziu significativamente a presença das células T auxiliares no cérebro, especialmente os subtipos mais inflamatórios, o que resultou na proteção dos neurônios e na melhora da função motora dos animais estudados.
A pesquisa contou com o apoio do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Inovação em Medicamentos e Identificação de Novos Alvos Terapêuticos (INCT-Inovamed) e do Centro Nacional de Biologia Estrutural e Bioimagem (Cenabio/UFRJ). Fonte: cremerj.
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