terça-feira, 3 de dezembro de 2024

'Fiquei viciada em bets após tratar Parkinson'; remédio estimula vício?

03/12/2024 - A portuguesa Irina Pires, 43, desenvolveu dependência em bets após o tratamento de Parkinson

Há dez anos, a enfermeira portuguesa Irina Pires, 43, que vive em Coimbra, sentiu as pernas pesadas e contrações involuntárias, que dificultavam seu caminhar e com o tempo afetaram a capacidade de dirigir. Ao investigar os sintomas, chegou ao diagnóstico de Parkinson precoce, forma da doença que se manifesta antes dos 40 anos e geralmente progride mais lentamente do que em idosos. Além das recomendações como fisioterapia e outros cuidado… - (segue...) Fonte: UOL.

Terapia genética na doença de Parkinson

031224 - A terapia genética na doença de Parkinson, em sintese, é a criação de novas células capazes de produzer um neurotransmissor específico ( dopamina ), que protegem o sistema neural ou atuam na modificação de genes que estão relacionados à doença de Parkinson. Essas células são então transplantadas para um paciente com a DP. Ela pode hiperativar circuitos cerebrais específicos associados à disfunção motora. Embora as terapias de DP estejam se desenvolvendo rapidamente, ainda não há estudos comparativos suficientes avaliando a segurança e a eficácia dos tratamentos disponíveis. Existem diferentes tipos de tratamentos que se concentram em reduzir os sintomas da doença, mas atualmente não há cura. (segue...) Fonte: Wikipedia.

Fator desconhecido pode aumentar o risco de Parkinson, indica estudo

Fator até então desconhecido pela literatura médica surpreendeu especialistas

02/12/2024 - Objeto de inúmeros estudos, o Parkinson afeta a vida de mais de 250 mil brasileiros e já foi diagnosticado em cerca de quatro milhões de pessoas em todo o mundo.

A doença, caracterizada pelo declínio cognitivo, ainda é considerada um desafio para a ciência, que busca compreender suas origens e os efeitos no organismo humano.

Recentemente, uma equipe de pesquisadores identificou um novo fator de risco que pode aumentar as chances de desenvolver Parkinson. Para investigar essa possível conexão, os cientistas analisaram os dados de saúde de 491.603 participantes ao longo de 15 anos.

No início do estudo, nenhum dos participantes havia sido diagnosticado com a doença. Contudo, ao final do período, 2.822 pessoas receberam o diagnóstico de Parkinson. Mas o que poderia explicar esse aumento de casos?

Fator desconhecido pode aumentar risco de Parkinson

Os pesquisadores apontaram que os indivíduos que relataram se sentir solitários apresentaram um risco significativamente maior de desenvolver Parkinson.

Curiosamente, a solidão não foi um fator de risco no início do estudo, durante os primeiros cinco anos. No entanto, os dados revelaram que aqueles que experimentaram solidão por mais de cinco anos mostraram um risco significativamente maior de desenvolver a doença. Esse achado reforça a ideia de que a solidão pode ser um determinante psicossocial importante para a saúde geral.

De acordo com pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos, 15% dos brasileiros se consideram muito solitários, 38% pouco solitários e 47% nada solitários.

Essa relação permaneceu consistente, mesmo após a consideração de fatores como:

Índice de massa corporal

Predisposição genética

Hábitos como fumar

Nível de atividade física

Diabetes

Hipertensão

Histórico de AVC ou ataque cardíaco

Depressão

Fatores de risco para o Parkinson

Especialistas afirmam que o Parkinson surge devido a uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Alguns dos principais fatores de risco conhecidos são:

Idade avançada

Histórico familiar de Parkinson

Genética hereditária

Sexo masculino

Exposição a toxinas ambientais

Traumas cranianos

Estresse oxidativo

Inflamação crônica do sistema nervoso

Embora esses fatores aumentem as chances de desenvolver a doença, não há garantia de que uma pessoa com um ou mais desses fatores venha a ser diagnosticada com Parkinson.

Sintomas de Parkinson

Os sintomas da doença de Parkinson são diversos e podem incluir:

Tremores involuntários

Dificuldade de movimento e lentidão nos movimentos voluntários

Rigidez muscular

Instabilidade postural

Alterações na escrita, com caligrafia menor e ilegível

Mudanças na fala

Compreender essas manifestações e os fatores associados ao Parkinson é crucial para o avanço do tratamento e da prevenção da doença. Fonte: CatracaLivre.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

20 presentes amigáveis para portadores de Parkinson

12 Novembro, 2024 - Não tem certeza do que presentear seu ente querido com doença de Parkinson (DP) no próximo Natal ou aniversário? O Parkinson é uma doença que progride com o tempo e traz consigo uma infinidade de sintomas - e, às vezes, um pequeno presente pode ajudar a tornar a vida um pouco mais fácil.

Os produtos abaixo não são endossados pela Parkinson's Foundation.

1. Para quem quer se mexer

Pesquisas mostram que o exercício regular pode ajudar a aliviar os sintomas de Parkinson. Ajude a energizar seu ente querido para se exercitar. Pesos leves podem levar a academia para a sala de estar, enquanto um pedal de bicicleta portátil pode ajudar a fazer a circulação, de qualquer cadeira. Para exercícios sob demanda, explore nossos vídeos de sexta-feira fitness.

2. Para quem precisa simplificar o autocuidado

Manter a saúde bucal é importante para pessoas com Parkinson, pois os sintomas podem complicar o atendimento odontológico. Uma escova de dentes elétrica ou dispensador de pasta de dente ajuda nessas tarefas odontológicas diárias. Simplifique outras tarefas de autocuidado com um barbeador elétrico para homens e mulheres.

3. Para quem adora ver seus entes queridos

Ver seu ente querido pessoalmente pode ser o melhor presente de todos! Entre as visitas, ajude-os a usar as mãos livres com um dispositivo inteligente de videochamada, como o Amazon Echo Show. Esses dispositivos geralmente têm o benefício adicional de um calendário e alarmes ativados por voz. Ajude seu ente querido a configurar outros recursos inteligentes, como conectá-lo a lâmpadas e eletrodomésticos por meio de plugues inteligentes.

4. Para quem precisa de ajuda para experimentar coisas novas

Quarenta por cento das pessoas com DP utilizam terapias complementares para encontrar alívio dos sintomas. Considere presentear uma experiência que seu ente querido possa experimentar nas proximidades, como uma aula de Tai Chi ou ioga, sessão de acupuntura ou massagem.

5. Para quem gosta de boa comida

É comum que as pessoas com DP experimentem alterações de peso: algumas perdem peso enquanto outras ganham. Um presente à prova de falhas para qualquer foodie pode ser agendar uma deliciosa entrega de refeição em um restaurante local ou comprar seus mantimentos para a semana usando um serviço de entrega como Instacart ou AmazonFresh.

6. Para quem precisa de cafeína e hidratação

Presenteie o incrivelmente moderno copo Stanley (resistente a quebras) ou ajude-os a melhorar seu jogo de acessórios de café. Se o chá for mais a velocidade deles, considere uma chaleira elétrica com recurso de desligamento automático. Pesquisas mostram que beber cafeína com moderação pode beneficiar os sintomas motores da DP.

7. Para quem tem dores no corpo

Este massageador de pernas operado remotamente trará um pouco de relaxamento embutido para seu ente querido com DP. Massageadores portáteis e uma almofada de aquecimento podem ajudar a aliviar a rigidez muscular e a dor comumente associadas à DP.

8. Para quem tem estilo

Às vezes, o Parkinson pode interferir nas atividades da vida diária – como se vestir. Sapatos elegantes podem simplificar o desafio de usar sapatos resistentes com aderência para homens ou mulheres com DP. Uma calçadeira de cabo longo também pode ajudar.

9. Para quem precisa de um sono de qualidade

Vaporizadores de chuveiro de aromaterapia e bombas de banho podem ajudar a promover o relaxamento antes de dormir. Lençóis de seda e pijamas de cetim não são apenas confortáveis, mas têm a vantagem adicional de ajudá-los a deslizar para fora da cama um pouco mais facilmente.

10. Para quem quer se alimentar de forma mais saudável

Pesquisas mostram que a dieta mediterrânea pode reduzir o risco de comprometimento cognitivo para todos. Um livro de receitas da dieta mediterrânea ou uma almofada magnética do planejador de refeições podem ajudar seu ente querido a se manter organizado e experimentar novas receitas. Lembre-se de que a hora das refeições também pode ser diferente. Este conjunto de louça pesada pode ajudar. Saiba mais sobre DP e nutrição.

11. Para o aficionado por TV

Torne a televisão mais confortável para assistir e lanchar com uma bandeja de TV ajustável. Para quem já viu de tudo, presenteie uma assinatura mensal de um serviço de streaming que seu ente querido ainda não experimentou.

12. Para quem adora reviver memórias

Um álbum de fotos personalizado tem possibilidades ilimitadas e pode ser uma ótima peça de conversa. Escolha um tema com valor sentimental - férias anteriores em família, uma página dedicada a cada pessoa da família, locais favoritos. Ver fotos do passado pode ajudar com a memória.

13. Para o criador de palavras

A escrita pode ficar mais difícil à medida que a DP progride. Uma caneta fácil de segurar pode ajudar, enquanto um diário de gratidão pode ajudá-los a acompanhar todas as coisas que trazem alegria.

14. Para quem ama o ar livre

Se o seu ente querido mal pode esperar pelas atividades de primavera ou verão, um novo chapéu de sol pode ajudar a mantê-lo protegido do sol. Bastões de trekking (ou bengalas) também podem ajudá-los a desfrutar de caminhadas e caminhadas ao ar livre.

15. Para quem precisa se tratar

O autocuidado é essencial para pessoas com Parkinson e parceiros de cuidados. Uma lâmpada de terapia de luz pode ajudar a aliviar ou prevenir a depressão sazonal, enquanto um conjunto de loções de spa pode ajudar a tratar as alterações na pele, outro sintoma da DP. Procure produtos que abordem a pele oleosa, com coceira, seca e inflamada – todos os sintomas da DP.

16. Para quem gosta de exercitar o cérebro

Livros de quebra-cabeças podem ajudar a misturar o dia e promover a estimulação mental. Enquanto a leitura de livros pode ajudar as pessoas com DP a manter a clareza mental.

17. Para quem gosta de contar histórias

Ajude seu ente querido a contar sua história. Toda semana, os livros Storyworth enviam a você (ou ao seu ente querido) um prompt. No final do ano, as respostas são encadernadas em um livro. Para uma experiência compartilhada, agende uma ligação semanal com seu ente querido e responda à solicitação juntos.

18. Para quem gosta de cozinhar ou assar

Simplifique as tarefas da cozinha com acessórios que podem poupar tempo. Explore tábuas de corte adaptáveis, um dispensador de massa, picador de legumes ou abridor elétrico de potes.

19. Para quem está sempre lendo

Os audiolivros podem tornar a leitura com as mãos livres e uma atividade agradável para caminhadas ou longas viagens. Presenteie uma assinatura Audible por um a 12 meses. Como alternativa, os leitores de e-books, como um Kindle, também podem tornar a leitura um pouco mais fácil para pessoas com Parkinson. Ajude a configurar o Kindle com texto grande e outras configurações personalizadas.

20. Para quem tem tudo

Nunca subestime o seu presente. Convide seu ente querido para ir ao cinema, estacionar ou apenas ajudá-lo em casa. Procurando algo que vocês possam fazer juntos? Confira experiências locais, como museus ou uma aula de exercícios de DP. Encontre o capítulo da Fundação Parkinson mais próximo para aulas perto de você. Fonte: Parkinson org.

domingo, 1 de dezembro de 2024

'A maior parte dos casos de Parkinson não é genética, então é provável que sejam os hábitos de vida', revela ganhador do prêmio Nobel

Randy Schekman passou a dedicar-se aos estudos básicos ao redor da doença após o diagnóstico da esposa Nancy, morta em 2017

29/11/2024 - Randy Schekman foi surpreendido pelo toque do telefone numa noite de 2013. Atendeu o aparelho em sobressalto e, naquele momento, descobriu que acabara de ser laureado com o Nobel de Medicina ou Fisiologia pelo trabalho na descoberta do tráfego de vesículas, um importante sistema de transporte nas células. O prêmio em questão foi dividido com dois outros pesquisadores, o norte-americano James Rothman e o alemão Thomas Südhof. Quatro anos depois da premiação, Schekman encarou a morte da esposa, Nancy Walls, que morreu duas décadas após o diagnóstico de doença de Parkinson. O avanço da doença, ele conta, foi pouco debelado pelas soluções existentes até a época. Diante desse cenário de poucas soluções, Schekman uniu-se a Sergey Brin (um dos fundadores do Google) e mais a The Michael J. Fox Foundation for Parkinson 's Research para criar uma aliança coordenada de pesquisadores em busca de respostas para a doença. O grupo chamado Aligning Science Across Parkinson's (ASAP), conta com 34 grupos de pesquisa ao redor do mundo.

O laureado esteve no Brasil, no começo da semana, para uma palestra na Universidade de São Paulo (USP) dentro do programa Nobel Prize Inspiration Initiative (NPII), parceria entre a farmacêutica AstraZeneca e o Nobel Media. Na ocasião, falou ao GLOBO sobre como o diagnóstico da mulher lhe deu outro propósito na carreira de pesquisador e dos avanços na área do Parkinson. “O cenário hoje é muito melhor do que quando minha mulher foi diagnosticada”, conta.

Há alguma razão para ficar otimista sobre o avanço da ciência em torno da doença de Parkinson?

Sim, não vou dizer que é por causa do ASAP, mas em geral há muito trabalho nos genes (que estão relacionados à doença). Há novos medicamentos que foram desenvolvidos por startups que estão em ensaios clínicos. O gene que é mutante em (Sergey) Brin e em sua mãe tem uma propriedade bioquímica em particular que o faz um alvo para o tratamento com medicamentos. Hoje, são 30 empresas diferentes que têm moléculas em estágios iniciais de estudos para esse gene em particular. Acontece que a proteína codificada por esse gene também é afetada em outros tipos da mesma doença (o Parkinson pode ser fruto de diversas alterações biológicas). A esperança é que uma ou mais dessas drogas funcionem não só nas pessoas que têm essa mutação em particular, mas de maneira mais generalista.

Houve avanços desde que sua esposa foi diagnosticada?

O cenário é melhor do que quando minha esposa teve o diagnóstico, no final dos anos 1990. Na época, nós fomos a um instituto de pesquisa onde haviam sido convidados um grupo de pacientes recém-diagnosticados. Lá eles tinham um rapaz falando sobre sua pesquisa, mas era tudo muito primitivo. E eu percebi que não haveria novidades pelo resto da vida dela que tivesse algum valor, e infelizmente foi a verdade.

Como funciona o trabalho da ASAP?

Temos vários times trabalhando juntos, focados em diferentes ângulos, e esperamos que ao menos em um deles tenha novos achados. É importante dizer que todos os nossos esforços estão centrados em ciência básica. Não estamos financiando desenvolvimento de novos medicamentos ou estudos clínicos. Nós só queremos entender o básico, porque uma vez que identificarmos os reais alvos da doença o desenvolvimento de drogas será mais racional do que tem sido.

O senhor acredita, porém, que teremos a chance de encontrar a cura para a doença?

Bem, não existe cura para o câncer. Mas existem muitos tratamentos que são cada vez mais efetivos. Alguns tratamentos, funcionam para mais de um tipo de quadro. A imunoterapia, por exemplo, revolucionou o tratamento de melanoma, mas também ofereceu eficiência para outros tipos de cânceres. Acredito que o melhor que se pode esperar para o Parkinson é que haja um tratamento que funcione para pelo menos para alguns pacientes e que, dessa forma, dê confiança de que outros medicamentos estarão disponíveis para outros subgrupos de pacientes também. Assim como o câncer, Parkinson não é uma doença única, tem que haver múltiplas estratégias de tratamento.

O quão longe estamos de determinar as verdadeiras causas do aparecimento da doença?

Esse é um grande desafio porque a maior parte dos casos não é (de causa) genética, então é provável que sejam hábitos pessoais e ambiental. Há algumas pessoas em certas indústrias que têm uma incidência muito alta e maior de Parkinson porque estão lidando com um produto químico tóxico específico, mas a exposição a esse produto químico pode não ser tão grande na população em geral, então é difícil dizer o que é realmente a causa.

O senhor já chegou a dizer que o Parkinson é uma pandemia. Por quê?

Porque está aumentando em incidência mais rapidamente do que o Alzheimer. A incidência entre cidadãos chineses é muito alta, estima-se. A China não representa metade da população mundial, mas estima-se que mais da metade dos casos surgirão na China. É um país que tem um problema sério com poluição do ar. E talvez esteja relacionado a isso. Não sei.

Essa não é exatamente sua área de atuação, mas quais são os sinais de alerta que deveríamos ter em relação ao Alzheimer?

Um dos sintomas é ter problemas com o olfato. Outro é o chamado distúrbio do sono REM (pessoa que fala e se move com intensidade com resposta ao sonho). Então, pessoas que têm isso, 80% ou mais delas progridem para Parkinson em poucos anos. Para pessoas que começam a apresentar sintomas, eu diria para aumentar seu regime de exercícios. E a razão para dizer isso é que há um pesquisador que ainda não está em nossa rede (ASAP), mas que eu conheço muito bem, descobriu alguns anos atrás um pequeno hormônio peptídico chamado irisin que é induzido durante exercícios vigorosos. Ele circula no sangue, e seu nível aumenta com esse esforço. Esse peptídeo pode talvez atrasar a neurodegeneração da doença. Esse pesquisador tem uma startup e algum investimento, e vou acompanhar essa história bem de perto. Fonte: O Globo