AUGUST 16, 2018 - A estimulação cerebral subtalâmica profunda de baixa frequência (STN-DBS), mas não a STN-DBS de alta frequência, reduz o congelamento da marcha em pacientes com Parkinson enquanto preserva sua capacidade de processar simultaneamente informações motoras e cognitivas, mostra um estudo recente.
O estudo, "Diminuir a frequência de estimulação cerebral subtalâmica profunda reverte a interferência cognitiva durante o início da marcha na doença de Parkinson", foi publicado na revista Clinical Neurosphysiology.
Muitos pacientes com Parkinson (50-70%) desenvolvem o congelamento da marcha, que ocorre quando um paciente sente temporariamente que seus pés estão colados ao chão e hesita antes de dar um passo à frente.
O congelamento da marcha ocorre principalmente quando um paciente quer começar a andar ou mudar de direção, mas também pode ocorrer em situações de dupla tarefa, como atravessar a rua ou conversar enquanto caminha. Isso muitas vezes leva a quedas e afeta a qualidade de vida dos pacientes, tornando o congelamento da marcha uma grande carga.
Evidências crescentes sugerem uma associação entre congelamento da marcha e atenção prejudicada, função executiva e controle cognitivo, apoiando o envolvimento adicional de regiões cerebrais não motoras nesse sintoma motor.
A estimulação cerebral profunda é frequentemente usada para tratar pacientes com Parkinson avançado, cujos problemas motores não melhoram com medicação.
A técnica envolve a implantação cirúrgica de um eletrodo no cérebro que é conectado a um gerador de pulsos implantado através de fios subcutâneos. O gerador de pulsos é programado para fornecer impulsos elétricos controlados por carga e controlados por voltagem que estimulam o núcleo subtalâmico, uma área do cérebro envolvida na função motora e que se torna hiperativa em pacientes com Parkinson.
Vários estudos mostraram que o STN-DBS alivia os sintomas motores, reduz a dose diária necessária de medicação e melhora a qualidade de vida dos pacientes.
Enquanto alguns estudos mostraram que o STN-DBS de alta frequência alivia fortemente os sintomas motores em pacientes com Parkinson, outros sugerem que piora o congelamento da marcha e da função executiva, em comparação com STN-DBS de baixa frequência.
Pesquisadores franceses avaliaram agora os efeitos terapêuticos da frequência baixa (80 Hz) e alta (130 Hz) STN-DBS no desempenho de iniciação à marcha de pacientes com Parkinson, com ou sem a combinação de uma tarefa cognitiva.
Essa tarefa de interferência cognitiva consistiu em iniciar a caminhada de acordo com uma dica visual, que envolvia a integração de uma dica ambiental e a execução da tarefa motora.
O estudo incluiu 19 pessoas (15 homens e quatro mulheres) com doença de Parkinson avançada e uma idade média de 59 anos, e 20 pessoas saudáveis (15 homens e cinco mulheres) com uma idade média de 62 anos.
Enquanto o início da caminhada foi registrado em todos os participantes, apenas nove pacientes de Parkinson realizaram o teste de caminhada combinado com a tarefa de interferência cognitiva. Os testes foram realizados antes da cirurgia DBS, com ou sem medicações dopaminérgicas, e após a cirurgia sem medicações dopaminérgicas.
Na tarefa de iniciação simples, os pacientes com Parkinson apresentaram melhoras significativas na capacidade de andar após STN-DBS com frequência e com tratamento dopaminérgico prévio.
No entanto, quando associado à tarefa de interferência cognitiva, o tratamento com STN-DBS de alta frequência prejudicou significativamente o desempenho da caminhada dos pacientes. Essas alterações não foram observadas em pacientes tratados com STN-DBS de baixa frequência, com ou sem medicação dopaminérgica prévia, ou em pessoas saudáveis.
Esses achados sugerem que “o STN-DBS de alta frequência reduz a capacidade de processar simultaneamente informações motoras e cognitivas, enquanto isso parece preservado com STN-DBS de baixa frequência”, escreveram os pesquisadores.
Assim, os resultados suportam que o uso de STN-DBS de baixa frequência inibe o congelamento da marcha em pacientes com Parkinson.
A equipe observou que freqüências diferentes podem agir de maneira diferente nas redes cerebrais que regulam as funções motoras e cognitivas, e que estudos adicionais são necessários para esclarecer os mecanismos por trás desses diferentes efeitos. Original em inglês, tradução Google, revisão Hugo. Fonte: Parkinsons News Today.
Objetivo: atualização nos dispositivos de “Deep Brain Stimulation” aplicáveis ao parkinson. Abordamos critérios de elegibilidade (devo ou não devo fazer? qual a época adequada?) e inovações como DBS adaptativo (aDBS). Atenção: a partir de maio/20 fui impedido arbitrariamente de compartilhar postagens com o facebook. Com isto este presente blog substituirá o doencadeparkinson PONTO blogspot.com, abrangendo a doença de forma geral.
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