sexta-feira, 14 de julho de 2023

'Achei que era piada, mas me curou': como é o transplante de fezes, que Brasil estuda regulamentar

13 julho 2023 - Durante dez meses, um desequilíbrio intestinal severo causado por uma bactéria fez com que a aposentada Sônia Maria Vitor Oliveira, de 67 anos, tivesse diarreias incontroláveis e persistentes.

"Eu sofria noite e dia, sem controle algum do meu corpo. Precisei usar fraldas e cheguei a perder 45 quilos", conta ela.

A bactéria Clostridioides difficile, que causou o problema de saúde de Sônia, está presente no organismo de qualquer pessoa.

No entanto, quando há uso prolongado ou descuidado de antibióticos, as bactérias podem se deslocar, causando o quadro chamado de colite pseudomembranosa, apontam especialistas.

Trata-se de uma inflamação do cólon, região central do intestino grosso, que causa febre, dor abdominal e diarreia.

Sônia, por exemplo, precisou usar várias medicações diferentes nos últimos anos devido a pressão alta e diabetes, passou por um transplante de rim e teve uma infecção grave por covid-19 durante a pandemia.

O uso prolongado de diferentes medicações, de acordo com o médico Felipe Tuon, que acompanhou Sônia, contribuiu para a disbiose — o desequilíbrio de bactérias na flora intestinal.

Sem apetite e perdendo peso continuamente, ela foi internada no Hospital Universitário Cajuru, em Curitiba, no Paraná — um dos hospitais universitários que pesquisam transplante de fezes atualmente no Brasil.

"Passei 63 dias internada, foi um período muito difícil. Os médicos encontraram várias úlceras [feridas] no meu intestino. Quando descreveram isso, fiquei com medo de ter câncer. Mas, depois de alguns exames, constataram que era essa bactéria que estava causando os danos."

Quando escutou do médico a recomendação de um transplante de fezes, Sônia pensou que se tratava de uma brincadeira.

"Eu dei risada, mas ele logo me disse que era sério, e depois acrescentou de forma bem humorada: 'É um transplante de cocô mesmo. A senhora topa fazer?' E eu não pensei duas vezes. Disse que se fosse para o meu bem, toparia, sim."

Sônia, 67, sorri em frente a uma parede beige; sua pele é branca, ela tem cabelos grisalhos e curtos e usa óculos escuros, uma blusa 

Quando ouviu a recomendação de transplante de fezes, Sônia pensou que se tratava de uma brincadeira

Como funciona o transplante de fezes

Também chamado de transplante de microbiota fecal, o procedimento é simples e tem como objetivo transferir bactérias intestinais de um doador saudável para uma pessoa que está com a flora danificada.

O primeiro trabalho descrevendo esse procedimento foi feito em 1958, mas, no Brasil, o transplante de fezes aconteceu pela primeira vez apenas em 2013.

Apesar do nome sugestivo, não são literalmente fezes que são colocadas no paciente doente.

O bolo fecal passa por um procedimento para separar as bactérias "boas", que são os microorganismos presentes no organismo humano que exercem papéis positivos, como ajudar na digestão, fortalecer o sistema imunológico, produzir vitaminas essenciais, competir com bactérias prejudiciais e manter o equilíbrio do microbioma.

Depois, o conteúdo pode ser injetado como pó, após passar por processo de desidratação, ou líquido, a forma mais utilizada, que precisa ser armazenada em um ultrafreezer (-80°C), o que garante a sua viabilidade por cerca de quatro meses.

A técnica de separação das bactérias dos resíduos alimentares 

O procedimento é similar à colonoscopia, exame que analisa o intestino grosso.

Depois de tomar um remédio contra diarreia e ser sedado, o paciente recebe uma injeção do transplante da amostra fecal no cólon através de um tubo de colonoscopia.

"O remédio contra a diarreia segura as bactérias saudáveis no organismo, o que aumenta as chances de se proliferarem e auxiliarem no tratamento", explica o infectologista Felipe Tuon, responsável pelo projeto no Hospital Universitário Cajuru.

Para Sônia, o transplante foi um sucesso. "Em dez dias não tive mais diarreias, pude parar de usar fraldas e voltar a sair de casa", conta.

De acordo com Tuon, entre os 30 pacientes que já foram atendidos gratuitamente pelo projeto, 27 tiveram sucesso na cura dos quadros.

"Como pesquisador, embora seja empolgado por trazer benefícios, às vezes sou bastante cético", diz o médico. "E é também por isso que o transplante surpreende tanto: realmente os pacientes apresentam uma resposta maravilhosa, muitos cessam a diarreia em 24 horas. Além disso, o procedimento evita necessidade de cirurgia, tempo prolongado de internação e infecções por bactérias multirresistentes."

Na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), outra que oferece transplantes de fezes dentro de um protocolo de pesquisa feito no hospital universitário, a taxa de sucesso também é alta: 11 dos 12 pacientes que passaram pelo procedimento tiveram resultados satisfatórios, segundo informou a instituição à BBC News Brasil.

Com a triagem correta do material fecal, o procedimento é considerado seguro e bem tolerado pelo organismo humano. Os possíveis efeitos colaterais são leves, incluindo dores abdominais, desconforto gástrico, inchaço, constipação e diarreia.

Embora rara, há a possibilidade de transmissão de doenças entre o doador e o receptor - ou pela falta de triagem adequada ou por quadros que não foram identificados nos testes de triagem.

Amostra fecal que é introduzida no paciente que recebe o transplante

Anvisa estuda regulamentar a técnica

Em 2022, locais como Reino Unido, Estados Unidos e Austrália receberam a aprovação dos órgãos reguladores de saúde locais para realizar o transplante fecal como opção oficial de tratamento contra infecções recorrentes por superbactérias.

"Nos Estados Unidos, inclusive, já estão mais avançados: a FDA [órgão regulador equivalente à Agência Nacional de Vigilância Sanitária no Brasil, a Anvisa] aprovou dois comprimidos diferentes que funcionam como transplante de microbiota por via oral", explica Eduardo Vilela, gastroenterologista e coordenador do Centro da UFMG.

Por enquanto, a indicação do uso é para casos como o de Sônia, pela bactéria Clostridium difficile. Mas há estudos em curso para avaliar se a técnica pode ser efetiva para doenças como Síndrome do Intestino Irritável e Doença de Crohn.

Já no Brasil, a técnica ainda não foi aprovada e regulamentada pela Anvisa e, por isso, não pode ser amplamente oferecida em hospitais.

As universidades que oferecem o procedimento estão dentro de um protocolo de pesquisa aprovado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa — e devem seguir as regras estipuladas no projeto autorizado.

A Anvisa afirmou à BBC News Brasil que recebeu recentemente um pedido de "enquadramento regulatório" para este tipo de tratamento.

"O ‘enquadramento regulatório’ define qual o caminho de regularização necessário para uma nova tecnologia", informou a agência.

"No momento, os técnicos estudam o assunto e buscam informações em agências internacionais de referência."

O infectologista Felipe Tuon considera que a história do transplante de fezes está "apenas começando" no Brasil.

"Ainda é um desafio sem uma legislação específica, mas estamos trabalhando nesse sentido, para que o procedimento seja regulado e que possa ser inspecionado pelos órgãos fiscalizadores, garantindo a segurança para os pacientes", afirma.

A bactéria Clostridioides Difficile, que causou o problema de saúde de Sônia, está presente no organismo de qualquer pessoa

Banco de fezes

Dentro de seus projetos de pesquisa, tanto o Hospital Universitário Cajuru quanto a UFMG, que atende por meio do Hospital das Clínicas, tentam construir bancos de fezes — locais de estoque de material fecal de doadores saudáveis.

“É uma forma de facilitar a oferta para os pacientes que atendemos, e nossa ideia é expandir para oferecer material não só para a nossa instituição, mas também para fora”, afirma Tuon.

Atualmente, os grupos de pesquisadores enfrentam o desafio de encontrar doadores.

"A triagem é extremamente rigorosa, mais exigente que um transplante de órgão. É feita uma entrevista e uma série de exames de sangue e de fezes para garantir que não ocorra nenhuma transmissão de infecção viral, bacteriana, fúngica ou parasitária", detalha o médico do Hospital Universitário Cajuru.

Eduardo Vilela, coordenador do projeto da UFMG, complementa que os critérios clínicos incluem não ter doença crônica ou em curso e não usar medicamentos de uso contínuo, não ter sofrido infecção gastrointestinal nos últimos seis meses e ter boa saúde cardiovascular.

O candidato passa por uma bateria completa de exames, com vários testes sanguíneos para detectar possíveis infecções transmissíveis, além de avaliação clínica e laboratorial.

Por fim, seu material fecal passa por testes moleculares que visam detectar patógenos que não estão causando nenhum sintoma naquela pessoa, mas podem vir a causar no receptor.

"Já avaliamos mais de 170 doadores, e só 6 cumpriram todos os requisitos necessários", diz Vilela.

"Conseguir um material biológico perfeito é uma preocupação muito grande, já que a segurança é essencial para quem vai passar pelo transplante."

No Brasil, poucos centros contam com iniciativas semelhantes, e as doações acabam sendo realizadas conforme a demanda.

Por ser uma técnica ainda não regulamentada, se há alguém com indicação de transplante de fezes internado em um hospital, o procedimento pode ser realizado com o consentimento do paciente, que assina um termo.

"Como não há banco de fezes nos hospitais, eles chamam um familiar que passa por toda a triagem", explica Tuon. "É um processo complicado de se fazer dessa forma individual, porque a pessoa tem que coletar imediatamente, analisar esse material, e o outro paciente tem que estar preparado para fazer o transplante. E ainda há chances de não ser um material biológico ideal." Fonte: BBC.

quinta-feira, 13 de julho de 2023

Terapia Celular para Doença de Parkinson Melhorada pela Suplementação de Treg

July 12, 2023 - Terapia Celular para Doença de Parkinson Melhorada pela Suplementação de Treg

"As funções sugeridas para as células Treg incluem: prevenção de doenças autoimunes pela manutenção da autotolerância; supressão de alergia, asma e imunopatologia induzida por patógenos; tolerância feto-maternal; e tolerância oral."

Principais melhorias nas terapias celulares da doença de Parkinson

July 12, 2023 - Resumo:

Pesquisadores demonstraram que um procedimento cirúrgico de transplante (chamado 'trauma de agulha') desencadeia uma resposta imune profunda e causa a morte da maioria dos neurônios dopaminérgicos enxertados. Eles também descobriram que o co-transplante de terapia celular neuronal com células T reguladoras hospedeiras resultou na supressão efetiva do trauma da agulha e melhora significativa na sobrevivência e recuperação dos enxertos. Essas descobertas sugerem um caminho para o uso 'realista' da terapia celular para tratar doenças neurodegenerativas.

A terapia celular é promissora como um novo tratamento para a doença de Parkinson, mas, em muitos ensaios até o momento, a maioria das células de dopamina transplantadas não conseguiu sobreviver, levantando um obstáculo fundamental. Avanços recentes liderados por pesquisadores do Mass General Brigham podem mudar isso. Os investigadores usaram células T reguladoras para complementar a terapia com células neuronais e diminuir os efeitos adversos do procedimento cirúrgico em modelos de roedores. Os resultados da equipe, que inclui investigadores do McLean Hospital e do Massachusetts General Hospital, foram publicados na Nature.

"Temos investigado terapias personalizadas baseadas em células-tronco que reprogramam as células do próprio paciente para tratar o Parkinson", disse o autor correspondente Kwang-Soo Kim, PhD, do Laboratório de Neurobiologia Molecular do Hospital McLean. "Fizemos um grande avanço usando células imunológicas para melhorar a entrega, sobrevivência e recuperação de terapias com células neuronais. Nossas descobertas mostram que o poder e a flexibilidade da terapia celular podem ser modificados e aprimorados para se tornar uma modalidade realista para tratar condições como o Parkinson. "

Nos Estados Unidos, apenas a doença de Alzheimer é um distúrbio neurodegenerativo mais comum do que a doença de Parkinson, caracterizada pela perda de neurônios dopaminérgicos do mesencéfalo. O padrão atual de tratamento é a terapia de reposição de dopamina, que aborda apenas sintomas como tremores ou rigidez com efeitos colaterais substanciais.

Desde a década de 1980, as terapias celulares enfrentaram uma barreira significativa: baixa sobrevida do enxerto. Os pesquisadores propuseram diversos mecanismos para explicar a morte celular e adicionaram várias modificações para melhorar a sobrevivência celular. Três anos atrás, a equipe de Kim demonstrou que a terapia celular personalizada poderia ser usada para substituir os neurônios dopaminérgicos na primeira terapia celular personalizada em um paciente esporádico com doença de Parkinson. No entanto, seus resultados foram restritos a um único paciente e a sobrevida limitada do enxerto permaneceu um desafio fundamental.

Em seu estudo atual, Kim e colegas levantaram a hipótese de que as células T reguladoras – que mantêm a homeostase imunológica, contêm inflamação e previnem a rejeição imunológica – poderiam ser co-transplantadas com os neurônios para mitigar o trauma da agulha e melhorar a sobrevivência celular e a recuperação da doença. Para testar isso, os pesquisadores primeiro transplantaram neurônios dopaminérgicos do mesencéfalo em modelos de camundongos e ratos previamente validados da doença de Parkinson. Eles observaram como o procedimento cirúrgico resultou em inflamação aguda e uma resposta imune adversa no tecido cerebral, que eles denominaram "trauma de agulha".

Em seguida, eles co-transplantaram células T reguladoras com os neurônios dopaminérgicos. Eles mediram a sobrevivência dos neurônios enxertados ao longo de duas semanas. Após cinco meses, eles reavaliaram esse achado e observaram a recuperação da área enxertada.

"Inicialmente, apenas uma ou duas semanas após o transplante, a maioria dos neurônios dopaminérgicos morreu, tornando a terapia celular malsucedida", disse Kim. "Mas quando adicionamos células T reguladoras ao transplante, a sobrevivência dos neurônios dopaminérgicos enxertados aumentou. Além disso, a recuperação do comportamento foi mais rápida e robusta".

Células T reguladoras não apenas melhoraram a sobrevivência de neurônios dopaminérgicos enxertados, mas também suprimiram significativamente o crescimento de células não dopaminérgicas, incluindo células inflamatórias reativas, em cérebros hospedeiros.

"Esta descoberta é muito significativa porque um risco potencial associado ao transplante de células é muitas vezes o crescimento de células indesejáveis e potencialmente prejudiciais", disse Kim. "O critério mais importante para a terapia celular é a segurança."

O trauma da agulha induziu morte significativa de células cerebrais. No entanto, as células T reguladoras foram capazes de suprimir a morte, juntamente com a neuroinflamação adversa e células imunes periféricas indesejadas que entram no local da lesão.

"O trauma de agulha é uma questão universal em terapias celulares no sistema nervoso, não apenas para neurônios dopaminérgicos ou doença de Parkinson", disse Bob Carter, MD, PhD, chefe de neurocirurgia do Mass General Hospital e co-autor do atual papel. "Nossos princípios podem ser amplamente aplicados a qualquer terapia celular para outras doenças (neuro)degenerativas, como Alzheimer, ALS ou Huntington".

As limitações do estudo incluem ser restrito a modelos de roedores. Kim diz que os próximos passos são entender a segurança desses transplantes, exatamente como as células T reguladoras melhoram a sobrevivência dos neurônios dopaminérgicos e como otimizar sua função.

Recentemente, o Mass General Brigham lançou seu Gene and Cell Therapy Institute para ajudar a traduzir as descobertas científicas feitas por pesquisadores como Kim nos primeiros ensaios clínicos em humanos e, finalmente, em tratamentos que mudam a vida dos pacientes. Original em inglês, tradução Google, revisão Hugo. Fonte: Sciencedaily.

Investigação pode desencadear novas terapias para Parkinson e Huntington

130723 - Investigação pode desencadear novas terapias para Parkinson e Huntington

quarta-feira, 12 de julho de 2023

Muitas pessoas com Parkinson não estão recebendo os cuidados de que precisam

Os pesquisadores dizem que um número significativo de pessoas com doença de Parkinson não está recebendo o tratamento que deveria receber.

Eles dizem que, em particular, as pessoas de cor e as que vivem em áreas rurais não têm acesso a tratamentos.

Especialistas dizem que mais especialistas em distúrbios do movimento em particular são necessários.

120723 - Mais de 1 milhão de pessoas nos Estados Unidos têm a doença de Parkinson, mas poucas podem estar recebendo os cuidados abrangentes e recomendados de que precisam, sugere um novo estudo.

Para suas descobertas, os pesquisadores analisaram uma população de beneficiários do Medicare que tiveram Parkinson em 2019, antes da pandemia de COVID-19.

A amostragem abrangeu cerca de 90% da população nos Estados Unidos que tem a doença.

Os pesquisadores relataram que metade dos estudados receberam atendimento de neurologistas gerais e 9% receberam atendimento de especialistas em distúrbios do movimento que poderiam ajudar a adaptar os tratamentos para cada pessoa. No entanto, 40% receberam atendimento de prestadores de cuidados primários ou não consultaram um médico durante o ano.

Lacunas no tratamento da doença de Parkinson

Os pesquisadores concluíram que suas descobertas significam que 4 em cada 10 pessoas estudadas nunca viram um neurologista para uma doença fundamentalmente neurológica.

Além disso, eles disseram que pessoas de cor e pessoas que vivem em áreas rurais eram as menos propensas a consultar um neurologista ou consultar um especialista em distúrbios do movimento, mostrando disparidades significativas no acesso aos cuidados demográficos, de acordo com a pesquisa publicada hoje na revista npj Doença de Parkinson.

A maioria das pessoas também não recebeu terapias suplementares críticas, incluindo terapia ocupacional, fonoaudiologia e serviços de saúde mental, observou o estudo. Por exemplo, enquanto mais da metade dos pacientes com Parkinson tem depressão, apenas 2% receberam tratamento.

Da mesma forma, apenas uma em cada cinco pessoas estudadas com a doença estava indo a um fisioterapeuta.

Ao estudar essa grande população com dados coletados antes da pandemia do COVID-19, os pesquisadores dizem que esperam estabelecer uma linha de base mais normal para essas condições de atendimento para melhor abordar essas lacunas no tratamento daqui para frente.

“Para entender como melhorar o nível de atendimento para pessoas com [Parkinson], a Parkinson's Foundation recentemente organizou uma cúpula de prestadores de cuidados e pessoas com [Parkinson] para entender e definir as melhores práticas de cuidados de DP de alta qualidade e centrados no paciente”, disse James Beck, PhD, diretor científico da Fundação Parkinson e autor sênior do estudo. “Assim que formos capazes de definir o ‘melhor atendimento’, nosso objetivo será impulsionar a adoção dessas práticas em todas as disciplinas – reduzindo as barreiras para melhorar o acesso equitativo aos cuidados [do Parkinson].

Mais especialistas em distúrbios do movimento são necessários

Embora existam muitas disparidades a serem abordadas no tratamento de Parkinson, os pesquisadores disseram que, em particular, há uma necessidade de mais especialistas em distúrbios do movimento para ajudar a melhorar o atendimento e a qualidade de vida do paciente.

Segundo os pesquisadores, existem apenas 660 desses especialistas nos Estados Unidos e apenas seis em áreas rurais.

“Este estudo é uma indicação clara de que confiar apenas em especialistas de primeira linha para cuidar de pessoas com [Parkinson] simplesmente não é viável”, disse Beck ao Medical News Today. “Existem muito poucos especialistas em distúrbios do movimento nos EUA. Nossos neurologistas gerais e médicos de cuidados primários precisam de suporte adicional e, provavelmente, treinamento para melhorar o atendimento que prestam a seus pacientes com [Parkinson].”

"É um estudo emocional para revisar", disse a Dra. Elana Clar, neurologista e especialista em distúrbios do movimento em Nova Jersey. “Como especialistas em movimento, sempre nos esforçamos para fornecer o mais alto nível de atendimento, mas este relatório é um lembrete preocupante sobre os desafios de entregá-lo uniformemente a todos os pacientes com Parkinson que precisam.”

Outras melhorias nos tratamentos de Parkinson

No entanto, embora seja essencial treinar mais especialistas, o estudo aponta para outros caminhos para melhor cuidar das pessoas com Parkinson.

“Embora aumentar o acesso a especialistas em distúrbios do movimento seja o objetivo final, este estudo sugere que a colaboração com neurologistas comunitários e uma abordagem multidisciplinar com outros especialistas (ou seja, psiquiatria) é fundamental para fornecer cuidados abrangentes e de alta qualidade para esta comunidade”, disse Clar ao Medical Notícias Hoje.

“Com Parkinson, a chave para uma boa qualidade de vida é a autodefesa”, acrescentou ela. “Isso significa ter uma forte rede de apoio, permanecer fisicamente ativo, buscar a nutrição certa e obter avaliações dos médicos apropriados.”

Quanto ao futuro, um benefício que a pandemia de COVID-19 teve no atendimento médico foi o aumento do uso da telemedicina, que os especialistas dizem que pode ser fundamental para expandir o atendimento às populações rurais e carentes.

“As mudanças legislativas que surgiram durante o COVID para a telemedicina precisarão permanecer em vigor, pois o atendimento virtual claramente desempenha um papel fundamental na expansão do alcance, educação e atendimento especializado para as comunidades [de Parkinson] que mais precisam”, disse Clar.

Beck concordou.

“Vai levar tempo para implementar mudanças no sistema de saúde”, disse ele. “No entanto, educar as pessoas sobre a necessidade de melhores cuidados pode acontecer hoje. Incentivamos as pessoas com [Parkinson] e seus entes queridos a visitar Parkinson.org ou ligar para a Linha de Ajuda da Fundação Parkinson em 1-800-473-4636 para obter mais informações.” Original em inglês, tradução Google, revisão Hugo. Fonte: Parkinson´s News Today.

sábado, 8 de julho de 2023

As ações da Irlab despencaram 60% após o teste de fase 2 da droga de Parkinson, parceiro da Ipsen, ser reprovado

Jan 18, 2023 - Irlab's shares plummet 60% after Ipsen-partnered Parkinson's drug flunks phase 2 trial.

Terapia de estimulação cerebral profunda para a doença de Parkinson: é adequada para mim?

Saturday, July 8, 2023 - Deep Brain Stimulation Therapy for Parkinson's Disease: Is it Right for me?

Vozes de especialistas: Cannabis pode ajudar com os sintomas de Parkinson?

A dosagem de cannabis é importante para pacientes com problemas de marcha, equilíbrio ou tontura

August 17, 2022 - Nesta edição de nossa série “Vozes de especialistas”, o Parkinson's News Today pediu à Dra. Michelle Sexton que respondesse a algumas de suas perguntas sobre a cannabis.

Sexton é uma médica naturopata que completou bolsas de pré e pós-doutorado na Universidade de Washington, onde estudou o sistema endocanabinóide e seu papel na neuroinflamação e na neurodegeneração. Sua pesquisa de pré-doutorado e pós-doutorado sobre o tema dos canabinóides e seus papéis na neuroinflamação e na neurodegeneração, financiada pelo National Institutes of Health, investigou o uso de cannabis e seu impacto nos marcadores inflamatórios. Ela continuou a pesquisa sobre os efeitos da cannabis na saúde na Universidade da Califórnia em San Diego (UCSD) como professora adjunta assistente no departamento de anestesiologia. Ela é profissional da equipe médica do Centro de Medicina Integrativa da UCSD, na primeira clínica de cannabis em um grande centro médico.

O foco da prática clínica, pesquisa e ensino de Sexton é o sistema endocanabinóide e seus papéis na medicina integrativa para tratar uma variedade de condições ao longo da vida. Sexton apresentou sua pesquisa internacionalmente e publicou muitos artigos em periódicos revisados por pares. Ela começou sua carreira na área da saúde como fitoterapeuta e parteira. Ela abriu o primeiro laboratório de análise de cannabis no estado de Washington e atuou como editora das monografias botânicas da American Herbal Pharmacopoeia. Ela é membro da International Cannabinoid Research Society, da International Association of Cannabinoid Medicines, da California Naturopathic Doctors Association e da American Association of Naturopathic Doctors. Ela mantém um consultório médico particular em San Diego.

Que equívocos em torno do uso de cannabis para Parkinson você gostaria de dissipar?

A cannabis não é conhecida por ser uma cura para qualquer doença, incluindo qualquer doença neurológica. Não é uma solução para tudo o que aflige as pessoas com doença de Parkinson (DPP). Como qualquer terapia em potencial, algumas pessoas responderão bem e sentirão alívio dos sintomas e outras não. Se você decidir experimentar a cannabis, terá que pesar quaisquer benefícios positivos em comparação com os efeitos colaterais negativos e determinar para sua própria situação se o uso de cannabis pode ser útil para você e seu perfil de sintomas único e/ou contribuir para sua qualidade de vida. Os efeitos colaterais podem incluir efeitos na função cognitiva, percepção de espaço e tempo, tontura, náusea e outros.

Algum conselho para pessoas com Parkinson que consideram o uso de cannabis medicinal?

Em um mundo perfeito, você poderia discutir o uso de cannabis medicinal com seu médico. No entanto, devido à situação incomum de a cannabis ser pouco estudada enquanto amplamente utilizada como medicamento, os profissionais médicos podem não se sentir preparados para fornecer orientações sobre esse uso.

No entanto, é importante ser aberto com seu médico caso decida usar cannabis, para que ele possa ser útil para ajudar a monitorar quaisquer efeitos colaterais negativos ou potencial para interações medicamentosas. Há uma infinidade de “especialistas” que estão dando conselhos sobre o uso de cannabis. Alguns são profissionais de saúde e outros não. Desconfie de quem você recebe conselhos. O melhor conselho sobre como empregar e dosar a cannabis virá de alguém que tem muita experiência em trabalhar com PPD, bem como uma sólida formação em ciência da cannabis.

Desconfie do que você lê na internet, pois pode ser difícil separar os fatos das alegações de marketing sobre o que se pode esperar do uso de cannabis. A pesquisa sobre cannabis em PPD é muito escassa.

Alguma palavra de cautela?

A maconha, principalmente a maconha inalada, pode afetar o cerebelo, a parte do cérebro que nos ajuda a manter o equilíbrio, nos ajuda a fazer movimentos precisos. O cerebelo é rico com o receptor CB1, a proteína à qual o THC na cannabis se liga. Portanto, para pessoas com DP que apresentam problemas de equilíbrio, tontura ou distúrbios da marcha, é necessário cautela.

Além disso, os receptores CB1 também são encontrados no tecido muscular liso e nas células endoteliais, e quando o THC age no receptor neste local, leva à dilatação dos vasos sanguíneos. Quando isso ocorre, causa um efeito hipotensor, ou queda da pressão arterial. Como o PPD já pode apresentar hipotensão postural ou ortostática, isso também merece cautela. Particularmente se você corre o risco de cair, iniciar o uso de cannabis pode indicar que você deve sempre usar um auxiliar de caminhada. Manter-se bem hidratado, usar eletrólitos e levantar-se lentamente são meios para mitigar esses efeitos. Em vez de inalar cannabis, a administração oral pode ter efeitos menos pronunciados sobre tontura, equilíbrio e hipotensão, mas a dose é importante!

De que forma a cannabis medicinal pode ser especialmente adequada para pessoas com Parkinson?

A observação mais marcante da prática clínica são os efeitos benéficos sobre o sono. Outras maneiras incluem reduzir a ansiedade, reduzir o tremor e melhorar a qualidade de vida (esquecer-se da doença).

Você acha que os sintomas dos pacientes respondem mais positivamente a uma cepa com muito THC ou CBD?

Não é realmente possível responder a esta pergunta porque os efeitos são muito individuais. Em geral, para fins terapêuticos (uso médico), é mais provável que doses baixas de THC sejam benéficas. Um tipo de planta (quimiotipo ou cultivar; cepa é uma palavra usada em microbiologia) com alto teor de CBD terá um teor de THC muito menor e, portanto, pode ser mais adequado para uso médico. Os quimiotipos são mais importantes quando se usa cannabis inalada do que quando se usa cannabis oral. Isso se deve à parte do óleo essencial da planta, que pode guiar os efeitos quando inalado. Como o componente do óleo essencial será metabolizado pelo fígado ao tomar cannabis por via oral, os efeitos biológicos desses compostos serão quase imperceptíveis, se forem.

Que tipos de efeitos positivos no uso de cannabis medicinal você observou?

Como já discutido, o efeito mais marcante é sobre o sono e, em geral, a cannabis pode ser considerada uma droga de qualidade de vida. Os efeitos leves de melhora do humor, alívio da ansiedade, promoção do sono, calmantes, relaxantes e eufóricos podem ser alcançados com uma dose baixa de THC, diminuindo as chances de comprometimento cognitivo ou físico.

Você recomenda uma via de entrega específica para cannabis?

A inalação é para aqueles que precisam de efeitos rápidos, enquanto tomar um produto de cannabis por via oral terá efeitos muito mais duradouros. A administração e a dose são altamente variáveis e dependem de muitas coisas, incluindo a consideração de interações medicamentosas e problemas de equilíbrio existentes, hipotensão, tontura e função cognitiva. O melhor conselho virá de um médico especializado no uso de cannabis medicinal. Cuidado com as informações fornecidas pelo pessoal do dispensário, pois eles podem ser tendenciosos ou não estar bem informados sobre a cannabis para uso médico.

Existe uma pesquisa recente ou em andamento sobre a cannabis que o entusiasma?

É emocionante ver todas as pesquisas sobre cannabis que estão sendo realizadas atualmente, já que no passado o financiamento estava disponível apenas para estudar os danos da cannabis. Parece que chegou a hora de uma maior compreensão e evidência da aplicabilidade da cannabis, juntamente com outros medicamentos botânicos, para o tratamento de doenças crônicas geralmente difíceis de tratar e para proporcionar melhorias potenciais na qualidade de vida!

Expert Voices é uma série mensal envolvendo perguntas e respostas com um especialista no espaço de Parkinson sobre um tópico específico. Esses tópicos e perguntas são selecionados a partir de uma pesquisa na qual perguntamos aos leitores sobre o que eles querem aprender mais com os especialistas. Se você deseja enviar tópicos ou perguntas para consideração em uma edição futura da série, clique aqui para responder à pesquisa.

Parkinson's News Today é estritamente um site de notícias e informações sobre a doença. Ele não fornece aconselhamento médico, diagnóstico ou tratamento. Este conteúdo não pretende substituir o aconselhamento, diagnóstico ou tratamento médico profissional. Sempre procure o conselho de seu médico ou outro profissional de saúde qualificado com qualquer dúvida que possa ter sobre uma condição médica. Nunca desconsidere o conselho médico profissional ou demore em procurá-lo por causa de algo que você leu neste site. Original em inglês, tradução Google, revisão Hugo. Fonte: Parkinson´s News Today.

Canabinóide que pode ajudar no estudo da Fase 2 do Parkinson

Estudar em crianças com autismo, mas tratar outras doenças também é objetivo principal

July 7, 2023 - O Gcanrx em breve abrirá um ensaio clínico de Fase 2 de um tratamento canabinóide neuroprotetor que a empresa espera que possa beneficiar pessoas com uma variedade de condições neurológicas, incluindo a doença de Parkinson.

Espera-se que o teste de segurança e eficácia, aprovado para ocorrer em Israel, comece a matricular crianças com transtornos do espectro do autismo nas “próximas semanas”, anunciou a GcanRx em um comunicado de imprensa da empresa.

“Os resultados positivos neste estudo são promissores para um novo tratamento para [transtorno do espectro do autismo], bem como para outros distúrbios neuropsiquiátricos, como esquizofrenia, doença de Alzheimer e doença de Parkinson, que compartilham processos fisiopatológicos semelhantes e podem ter um enorme impacto no vidas de inúmeras famílias, bem como na saúde pública”, disse Aitan Zacharin, CEO da empresa.

Tratamentos com cannabis de interesse crescente para doenças como Parkinson

Os canabinóides são um grupo de compostos químicos encontrados naturalmente na planta de cannabis e conhecidos por terem propriedades neuroprotetoras. Eles atuam no sistema endocanabinóide, uma rede complexa de sinais e receptores envolvidos no controle do movimento, memória, produção de hormônios e funções imunológicas.

O interesse está crescendo no uso de cannabis para tratar doenças como o Parkinson.

O estudo de 12 semanas avaliará a segurança, a tolerabilidade e a eficácia do tratamento com canabinóides em relação a um placebo, ambos administrados diariamente como um líquido à base de óleo, para crianças com transtornos do espectro do autismo. Seu principal objetivo de eficácia é avaliar as mudanças de comportamento com o tratamento, medidas usando o escore Aberrant Behavior Checklist-Irritability Subscale (ABC-I), na semana 12.

A segurança será avaliada por meio de eventos adversos graves relatados em crianças em tratamento e placebo, e a frequência desses eventos.

“Este ensaio clínico de Fase II nos permitirá avaliar rigorosamente a segurança e a eficácia de nossa terapêutica e acreditamos que solidificará ainda mais seu potencial como um tratamento revolucionário”, disse Zacharin.

Um método de administração de medicamentos envolvendo um sistema de adesivo bioadesivo totalmente solúvel que permite a administração oral de vários canabinóides em diferentes doses é detalhado no site da empresa.

A Gcanrx detém os direitos mundiais exclusivos do patch, desenvolvido pela PharMedica e chamado de plataforma Eluting Transmuscosal Patch (ETP). No entanto, este sistema não será usado no teste da Fase 2 devido ao seu “cronograma regulatório”.

Em vez disso, “planejamos explorar o uso de nossa tecnologia ETP em estudos futuros, uma vez que tenhamos estabelecido [a] eficácia e segurança de nossa terapêutica”, disse Zacharin em uma resposta por e-mail ao Parkinson's News Today.

A empresa também relata que os tratamentos que usam essa tecnologia podem ser carregados no mesmo adesivo multicamadas e administrados com taxas de absorção controladas, início rápido e dosagem mais precisa.

O sistema de adesivos, afirma Gcanrx em seu site, pode ser usado para administrar “medicamentos semelhantes ou diferentes, dependendo da finalidade do tratamento médico” e permite “uma administração sistêmica intra-oral de medicamentos sem agulha”. Original em inglês, tradução Google, revisão Hugo. Fonte: Parkinson´s News Today.

Deglutição forçada não parece aliviar a disfagia do Parkinson

Estudos maiores são necessários para a manobra de deglutição com esforço, dizem os pesquisadores

July 7, 2023 - Uma abordagem para o tratamento da disfagia – chamada manobra de deglutição com esforço – não aliviou consistentemente os sinais de dificuldades de deglutição para pacientes com doença de Parkinson em um pequeno estudo piloto.

Engolir com esforço, ou ES (Effortful swallow), refere-se a uma prática em que os pacientes são solicitados a aumentar conscientemente a força que usam ao engolir, como forma de empurrar alimentos e líquidos para baixo.

Estudos maiores são necessários para entender melhor como essa abordagem pode ajudar os pacientes com Parkinson, escreveram os pesquisadores.

O estudo, “Explorando a eficácia da manobra de deglutição com esforço para melhorar a deglutição em pessoas com doença de Parkinson – um estudo piloto”, foi publicado no Archives of Rehabilitation Research and Clinical Translation.

Disfagia em pacientes com Parkinson arrisca desnutrição, pneumonia por aspiração

A disfagia é comum entre os pacientes com Parkinson e essas dificuldades muitas vezes não melhoram com os tratamentos disponíveis para a doença.

Além de ser perturbadora, a disfagia pode aumentar o risco de desnutrição, desidratação ou pneumonia por aspiração, uma infecção nos pulmões que surge quando alimentos ou líquidos são inalados nas vias aéreas em vez de engolidos.

Alterações comportamentais (compensatórias), como ajuste de postura e modificações na textura da dieta, podem ajudar. Mas nem todos os pacientes aderem bem ou consistentemente a essas abordagens, de acordo com os pesquisadores.

Alguns estudos também sugerem que direcionar os fundamentos fisiológicos da disfagia pode ser útil. Os pesquisadores deste estudo, em institutos no Canadá, identificaram anteriormente dois mecanismos de deficiências de deglutição no Parkinson.

Um deles é um tempo prolongado para o fechamento laríngeo-vestíbulo (LVC - laryngeal-vestibule-closure), a primeira linha de defesa do corpo contra a entrada acidental de materiais ingeridos nas vias aéreas, levando a um risco aumentado de aspiração.

O outro é a constrição faríngea mais fraca, um processo que normalmente ajuda a mover o alimento para baixo em direção ao estômago. Seu comprometimento pode levar a uma deglutição menos eficiente ou alimentos residuais que não descem pelo trato digestivo adequadamente com a deglutição (resíduo faríngeo).

Agora, os pesquisadores examinaram a utilidade de engolir com esforço para aliviar os sinais de disfagia em pacientes. A ES destina-se a aumentar a pressão sobre alimentos e líquidos durante a deglutição, permitindo força suficiente para que eles se desloquem para o trato digestivo.

Os oito pacientes com Parkinson do estudo, com idade média de 74 anos, relataram problemas de deglutição e foram recrutados em um ambulatório. Todos foram avaliados para dificuldades de deglutição e para ver como uma única rodada de ES pode mudar os dois mecanismos identificados de dificuldades de deglutição.

Os pacientes foram solicitados a praticar empurrar a língua com força contra o céu da boca ao engolir. Isso foi facilitado com um dispositivo chamado pressão isométrica língua-palato inserido na boca e um instrumento de leitura de pressão para fornecer aos pacientes feedback sobre quanta pressão eles estavam usando.

Mudança consistente e útil não observada com esforço para engolir em pequeno grupo estudado

Na avaliação inicial (início do estudo ou linha de base), as respostas ao ES variaram, com alguns pacientes observando melhorias nos escores de aspiração e no tempo para o fechamento do LVC usando deglutição com esforço em comparação com a deglutição regular. Outros relataram nenhuma mudança e alguns viram uma piora. Da mesma forma, as respostas em termos de resíduo faríngeo e restrição faríngea variaram.

Em seguida, cinco pacientes que apresentavam sinais de LVC ou disfunção faríngea no início do estudo foram submetidos a uma intervenção de quatro semanas, consistindo em duas sessões diárias de ES de 30 minutos durante cinco dias por semana. Eles então foram reavaliados para o potencial de reabilitação a longo prazo da deglutição com esforço.

Novamente, a intervenção não levou a nenhum benefício consistente em termos de tempo para LVC e aspiração, ou resíduo faríngeo e constrição. No geral, porém, quatro dos cinco pacientes apresentaram melhora em pelo menos um parâmetro.

As respostas benéficas ou a piora não dependeram sistematicamente de a pessoa estar engolindo um líquido ralo ou mais espesso, da gravidade ou duração do Parkinson ou da carga de disfagia percebida pelos pacientes.

Os cientistas alertaram que o pequeno número de pacientes neste estudo piloto e a falta de um grupo de controle sem a intervenção ES tornam “desafiador derivar conclusões sobre relações de causa e efeito e há um risco de interpretação exagerada”.

“Este estudo aponta para a necessidade de tamanhos de amostra muito maiores, a fim de verificar com segurança os benefícios em nível de grupo da manobra de deglutição de esforço reforçada com o uso de biofeedback, como recurso terapêutico na reabilitação da disfagia orofaríngea em pessoas com doença de Parkinson,” a equipe concluiu. Original em inglês, tradução Google, revisão Hugo. Fonte: Parkinson´s NewsToday.