Imbé, 14 de maio de 2022.
Cedo ou tarde aconteceria.
Gradualmente vamos perdendo nossas hablidades, de falar, de caminhar, de sentir prazer nas coisas quotidianas da vida.
Pois dei mais um passo rumo a isto.
Apliquei botox para o blefaroespasmo (dificuldade em manter os olhos abertos) o que sob certo aspecto me deixou com a visão um pouco nebulosa.
O dbs (deep brain stimulation) me trouxe até aqui e não deu mais tanta resposta satisfatória. Ainda resta a esperança da polarização em corrente, eis que só usei voltagem até o presente. Afinal já são 23 anos de parkinson.
Fiz uma nova regulagem e não foi muito bem sucedida. Daí a ausência de postagens no blog. Estou meia boca, e isto é ruim, pois me tira o prazer das coisas.
Fiquei quatro anos sem levodopa e ao tentar reintroduzi-la foi pior, pois a festinação aumentou e o ânimo diminuiu, sem considerar a depressão no caso do off. Decidi então, por minha conta abolir o uso de levodopa.
Talvez os receptores de dopamina tenham ficado desativados e eu tenha perdido a capacidade fisiológica de metabolizar a levodopa em dopamina. Mas são conjecturas de minha parte, a discutir com o médico. Meio Prolopa de 250 mg me deixa mal, mas não experimentei ¼ ainda. Talvez não seja tão ruim.
Estou com muita dificuldade para falar e caminhar, esta, a caminhada, que ainda era o meu maior prazer, caminhar com meus cachorros. Agora só bem devagarinho, tentando me equilibrar. Mas consigo caminhar um pouco, mesmo sem levodopa.
Só quero ter ânimo pra não desistir. Anda acredito que descubram a cura, para as próximas gerações. Com fé. Sem levodopa.
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