Um sistema de estimulação profunda do cérebro inteligente e adaptativo mostra grande potencial em um estudo preliminar.
October 30, 2013 - Um dos objetivos primordiais na investigação da estimulação cerebral profunda (DBS) é alcançar uma forma mais inteligente e mais eficiente de levar energia elétrica para o cérebro. Para estabelecer uma prova de princípio para este tipo de abordagem no tratamento da doença de Parkinson (DP), os pesquisadores realizaram um experimento em oito pacientes. Eles usaram uma interface cérebro-máquina que interpreta sinais do cérebro em pacientes com DP avançada. Os sinais detectados foram usados como uma realimentação para controlar o eletrodo do DBS, que foi implantado no núcleo subtalâmico. Cada paciente tinha DBS adaptativo e DBS contínuo ou intermitente com estimulação aleatória. A fisiologia derivada do potencial de campo local (isto, a oscilação patológica beta) foi utilizada como gatilho.Ambos os avaliadores cegos e não-cegos confirmaram os resultados usando a Escala Padronizada Unificada de Parkinson. Em ambos os tipos de DBS as pontuações motoras melhoraram de acordo com ambos os avaliadores não cego e cego, mas as melhorias com o DBS adaptativo (em 66% e 50 % não cego cego) foram de 29 % e 27 % melhores do que com o DBS contínuo. O tempo total de estimulação foi de 56% menor com o DBS adaptativo do que com o DBS contínuo, o que reduziu as necessidades estimadas de energia e, teoricamente, poderia levar a uma maior vida da bateria DBS e uma menor necessidade de substituição da mesma. A abordagem adaptativa do DBS também era superior a ambos, no off da estimulação e numa condição de estimulação aleatória.
COMENTÁRIO
A abordagem de utilizar um sinal do cérebro para desencadear estimulação cerebral profunda tem sido referida como um circuito fechado de DBS. As tentativas anteriores de conseguir este marco foram prejudicados pela falta de um marcador de cérebro e pelas limitações de hardware e tecnologia. Este relatório representa um marco importante para a terapia DBS.
Embora os resultados tenham sido impressionantes, houve várias limitações críticas. A estimulação foi fornecida através de um fio externalizado do DBS e foi realizado durante o período pós-operatório imediato. Após o experimento, todos os pacientes tiveram implantados o hardware do DBS aprovado pela norma da agência reguladora. Será importante replicar esses resultados em um paciente crônico, acordado, e comportando-se com doença de Parkinson. Além disso, os efeitos de medicamentos e a influência do complexo comportamento humano em oscilações beta, que fornece o gatilho para DBS, podem complicar a tradução destes achados na prática clínica. Apesar das limitações, este é um relatório preliminar e muito importante para todos os pesquisadores da DP humana interessados em desenvolver terapias mais inteligente e mais benéficas para seus pacientes. (original em inglês, tradução Hugo). Fonte: NEJM Journal Watch. N.T.: O primeiro artigo sobre este tema não usava o termo adaptativo. Por isso, na ocasião, usei a expressão interativo. Provavelmente o termo adaptativo vá vingar, portanto será doravante o usado.
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