04.22.2021 -
Benefícios terapêuticos para amenizar os sintomas de parkinson
trazidos pelo Tratamento com Cannabis Medicinal são esperança para
aqueles que sofrem com essa doença, que, segundo a Organização
Mundial de Saúde (OMS), afeta 1% da população mundial com idade
superior a 65 anos
O que é Parkinson?
Para 10 milhões de
pessoas em todo o mundo, lentidão dos movimentos e tremores nas mãos
foram os primeiros sintomas do Parkinson. Com o aumento da
expectativa de vida, e consequentemente, do envelhecimento da
população, este número pode dobrar até 2040.
Descoberta há 201
anos, esta doença sem cura, embora absolutamente tratável, é a
segunda patologia degenerativa, crônica e progressiva do sistema
nervoso central mais frequente do planeta — atrás apenas do
Alzheimer.
Segundo estimativa
do Ministério da Saúde, 200 mil brasileiros sofrem com essa
enfermidade causada pela morte das células do cérebro,
especialmente aquelas responsáveis pela produção da dopamina —
neurotransmissor que desempenha a função de controlar os
movimentos.
Sintomas de
Parkinson
Os sintomas do
Parkinson podem variar a cada pessoa. Os primeiros sinais podem ser
leves e passar despercebidos, podendo ser encarados como
características da “velhice”. Frequentemente, começam em um
lado do corpo e, assim, continuam piorando ali, inclusive depois de
os sintomas começarem a afetar ambos os lados.
Tremores: Os
tremores geralmente começam em uma extremidade, como nas mãos, ou
nos dedos. Há o movimento de esfregar o polegar e o indicador de um
lado para o outro, conhecido como tremor de rolagem de pílula, ou
tremor postural. A mão pode tremer quando está em repouso.
Lentidão dos
movimentos: Com o tempo, a doença de Parkinson pode retardar os
movimentos, fazendo com que tarefas simples sejam difíceis e levem
mais tempo. Pode ser que os passos se tornem mais curtos. Também
pode haver dificuldade para se levantar da cadeira, ou ainda arrastar
os pés ao caminhar.
Rigidez muscular:
Pode ocorrer em qualquer parte do corpo. Os músculos rígidos podem
causar dores e limitar a amplitude do movimento.
Alteração da
postura e do equilíbrio: A pessoa pode ficar curvada ou apresentar
problemas de equilíbrio.
Perda dos movimentos
automáticos: É possível que seja reduzida a capacidade de realizar
movimentos inconscientes, como piscar, sorrir ou balançar os braços
ao caminhar.
Mudanças na fala: A
pessoa pode passar a falar mais baixo, mais rápido ou mesmo a
hesitar antes de falar. A fala pode se tornar monocórdica.
Mudanças na
escrita: Pode ficar cada vez mais difícil escrever, e a letra pode
diminuir.
Perda Olfativa: Este
é um dos sintomas do Parkinson mais comuns no início da doença, e
atinge a maioria dos pacientes. Estima-se que cerca de 90% dos
parkinsonianos tenham redução do olfato, incluindo alterações no
paladar — uma vez que há interligação entre os dois sentidos.
Sono Inquieto: É
comum para todos ter certa agitação durante o sono. Mas as mudanças
verificadas em pacientes com Parkinson se manifestam como se a pessoa
estivesse atuando durante o sonho.
Diferente de
sonambulismo, esse sintoma — também conhecido como distúrbio
comportamental do sono REM — faz parte da doença. De acordo com
especialistas, os movimentos são tão repentinos e intensos que
causam incômodo a quem dorme ao lado.
Estima-se que cerca
de 60% dos parkinsonianos sofram com insônia. Embora durmam com
facilidade, perdem o sono e acordam durante a madrugada,
comprometendo, assim, a restauração necessária para que haja uma
noite bem dormida.
Tratamento
tradicional para os sintomas de parkinson
Sempre sob
acompanhamento médico, o tratamento tradicional para os sintomas do
Parkinson sugere uma série de possibilidades, como remédios,
fisioterapia, tratamento natural e até cirurgia.
No caso dos
medicamentos, o neurologista ou o geriatra pode prescrever Levodopa e
Selegilina para ajudar a reduzir os sintomas do Parkinson a partir do
aumento da dopamina e de outros neurotransmissores no cérebro.
Caso não haja êxito
nesta forma de tratamento, há a alternativa do procedimento
cirúrgico — chamada “estimulação cerebral profunda”. Neste
procedimento, é feita a instalação de um pequeno eletrodo na
região cerebral afetada pelo Parkinson, que pode reduzir alguns
sintomas, e por consequência, reduzir a dosagem dos remédios.
Além disso, para
reforçar a autonomia do indivíduo e melhorar seu equilíbrio, é
importante a prática de fisioterapia, terapia ocupacional e
atividade física.
Tratamento com
Cannabis Medicinal
Pesquisas
científicas asseguram que os sintomas do Parkinson podem receber
tratamento com Cannabis medicinal.
Rafael dos Santos,
Jaime Hallak e José Alexandre Crippa, pesquisadores da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto, da USP (Universidade de São Paulo),
apontam os efeitos positivos que o uso do CBD (canabidiol) provoca em
comportamentos e alterações bioquímicas relacionadas à doença.
Tanto os sintomas
motores (lentidão dos movimentos, tremores, rigidez muscular),
quanto os não-motores (transtornos psicóticos, do humor e do sono)
apresentaram respostas satisfatórias a partir do uso do canabidiol.
Segundo o panorama
de estudos revisados por Santos, Hallak e Crippa, as propriedades
antioxidantes e antiinflamatórias do CBD explicam os efeitos
benéficos produzidos tanto pelos receptores canabinoides, quanto por
outros mecanismos independentes.
Para uma parcela dos
pacientes, o tratamento tradicional para oo Parkinson não demonstra
a eficácia esperada. De acordo com os pesquisadores da USP, o efeito
das medicações tradicionais, como a Levodopa, tem seu efeito
reduzido com o passar do tempo, produzindo efeitos adversos graves
como os movimentos involuntários (discinesia tardia). Obs.:
discinesia induzida por levodopa.
Por isso, a busca
pelo acesso à qualidade de vida, com o uso do canabidiol, vem
acompanhado de otimismo não apenas pelos resultados apresentados
pela revisão publicada na revista de medicina da USP, mas também em
outras doenças como epilepsia e fibromialgia.
A importância de um
acompanhamento especializado
Para garantir a
eficácia de um tratamento com Cannabis medicinal, é importante
contar com um minucioso acompanhamento especializado. Apesar de ainda
haver poucos médicos prescritores no Brasil, já existem centros de
excelência com esse foco. Fonte: Medicina In.