segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

DEPOIMENTO DE MARIE-CLAUDE



Recorro ao meu dossiê para poder finalmente informar sobre minha experiência com a Doença de Parkinson, pois sei que ele me ajudará a lembrar os detalhes.

Após inúmeras consultas e diagnósticos, em setembro de 1991, um neurologista me examinou e sem nada revelar-me (síndrome extra-piramidal foi o que ele colocou na carta endereçada ao meu médico particular), mandou-me para casa com uma receita, sem falar em Doença de Parkinson.

Ocorreu-me então a imagem do senhor idoso que passava regularmente em frente do meu local de trabalho e que era obrigado pela doença a socorrer-se de uma bengala para poder subir as escadas. De minha parte, cheia de vida aos 47 anos incompletos, encontrava-me de um golpe tomada de grande cansaço que bloqueava minhas atividades, coisa que eu não podia aceitar. Cheguei a pensar em desaparecer, mas as soluções que surgiam pareciam-me demasiado complicadas para levar a cabo, e com o tempo me fui conformando com a situação.
Após muita peregrinação, inicialmente assistida por dois neurologistas - minha doença começara do lado esquerdo, e sofria sobretudo de contrações - tive duas fraturas por fadiga no pé esquerdo, com um ano de intervalo uma da outra, que passaram desapercebidas nos exames e para minha sorte foram descobertas por um radiologista competente.
Como as diversas consultas ao cirurgião e a outros especialistas (neurologistas e reumatologistas de Bordéus) nada resultou de positivo, meu médico me encaminhou para um hospital de Toulouse, onde realizei uma bateria de exames que fundamentaram a proposta da equipe médica de realizar a intervenção (neuroestimulação), coisa que implicava necessariamente em preparação psicológica e exames complementares para decidir se eu estava apta a constar da lista de espera.
Corria o ano de 2004 e a decisão veio na última semana de maio. Finalmente, entrara na lista e, na ocasião, encontrava-me verdadeiramente motivada, porque não era mais possível viver daquela maneira. É necessário dizer que nesta doença, não é só o paciente quem sofre, pois são atingidos igualmente o cônjuge, os familiares e todos que o cercam.

Após um adiamento devido a problemas ocorridos com os equipamentos em Setembro de 2005, a operação foi realizada em de 2006, em duas vezes etapas, janeiro e junho, dentro da sistemática então empregada. Eu estava bem preparada, havia-me informado o mais possível e contei com a ajuda de um psiquiatra, de um fonoaudiólogo e de meu fisioterapeuta, que me ensinaram a forma correta de respirar, de relaxar e como enfrentar situações desconfortáveis com confiança. No mais, procedi como você entrando em contato com as pessoas que fizeram a mesma operação, entre as quais encontrei gente que me incentivou falando-me sobretudo dos benefícios que iria auferir. Espero que este depoimento inicial seja de alguma valia e me disponho a aprofundar essas questões a partir de perguntas que me sejam encaminhadas. Desejo-lhe um bom domingo e o abraço.

Marie-Claude

FONTE:
Parkliste] Re: [neurostimulation) copie information à Claire Griot
De: parkliste-bounces@mailman.coles.org.uk em nome de mcc (marie-claude.carillo@orange.fr)
Enviada: segunda-feira, 21 de janeiro de 2008 9:55:36
Para:
M.M.A.GOUDREAU (mgoudreau@videotron.ca); La liste des parkinsoniens francophones (parkliste@mailman.coles.org.uk)

Tradução: Marcilio Dias dos Santos, (marciliosegundo@hotmail.com) com ajuda do Babel Fisch da Altavista.

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