terça-feira, 13 de novembro de 2007

Apresentando
um ponto de vista
sobre a neuroestimulação:

Denise, minha esposa, diagnosticada com Doença de Parkinson (DP) em 1997, conheceu uma lua de mel que, graças ao Prolopa, durou alguns anos, diremos até 2003. Depois, os sintomas parkinsonianos se acentuaram, a encrenca foi progressivamente instalando-se e as visitas aos neurólogos traduziam-se em tentativas de modificar e redistribuir as doses de L-dopa.

Durante um ano ou dois tentei em vão, com a ajuda de um "software" cedido por um membro da Parkliste, ajustar o melhor possível o tratamento, mas tudo era muito violento, discinesias, acinesia, etc.... tão difíicil de qualificar que rapidamente compreendi que não dominaria o problema. Foi então que comecei a sugerir ao neurólogo a solução da estimulação.

A resposta foi idêntica a que você recebeu, ou seja: não esgotamos todas as possibilidades terapêuticas. Deve-se notar que um limite de idade pode ser também motivo de resposta negativa, daí a necessidade de decidir sobre a neuroestimulação antes de atingi-lo. Isto durou até fins de 2004 e devo dizer que realmente zanguei-me numa visita habitual ao neurólogo do qual arranquei a carta que nos permitiria consultar em Grenoble ou Lyon, os dois centros regionais que realizam a operação. Isto para dizer que deve-se a nós e não à vontade do neurólogo o parto da decisão.

Qual foi o resultado?
Tudo correu muito bem e Denise, desde o dia seguinte à operação, recuperou sua autonomia e certo dinamismo. Só a fala sofreu uma debilitação sensível, uma conseqüência aparentemente comum. Todos os tremores, bloqueios desapareceram e o Prolopa foi suprimido totalmente.


O ano de 2005 se revelou magnífico, miraculoso. A DP, contudo, evoluiu em 2006, mas sem maiores problemas, porém, 2007 foi ruim. Indisposição, quedas, baixa de pressão. Em contrapartida não voltaram os sintomas parkinsonianos habituais como tremores, exceto certa lentidão gestual.

Este ano por três vezes chamei os serviços de emergência e da última vez, há pouco mais de um mês, ela permaneceu três dias num estado de sono comatoso e por último um neurólogo de Lyon constatou uma evolução muito forte da DP, com diminuição importante da capacidade intelectual, demência, etc... Ela está sob efeito de Léponex, medicamento estritamente controlado.


Devemos concluir que a neuroestimulação não resultou plenamente eficaz? Discordo. Denise teve o azar de ser acometida de uma forma severa da doença. Até a presente data a ciência médica é impotente quando tal limiar é atingido. É a minha conclusão.

Eis com toda objetividade a resposta que posso dar no que diz respeito à neuroestimulação. Quanto ao risco, ele é inerente a qualquer operação, qualquer anestesia, sem mais, parece-me. Saudações amistosas.

Gabriel Massard
http://gmasd.free.fr/

Fonte:
De: parkliste-bounces@mailman.coles.org.uk em nome de gabriel (gmasd@cegetel.net)
Enviada: terça-feira, 13 de novembro de 2007 15:55:47
Tradução: Marcílio Dias dos Santos, com a ajuda do tradutor online Babel Fish da Altavista

Um comentário:

Hugo disse...

Tenho a pretensão de que o implante do DBS seja apenas uma fase da minha vida..., que vai passar. Afinal, é reversível...