segunda-feira, 19 de agosto de 2024

O acúmulo de lipídios semelhantes à gordura pode levar à perda de células nervosas no Parkinson

Afeta a capacidade dos neurônios dopaminérgicos de se dividir e crescer, dizem cientistas

19 de agosto de 2024 - Um acúmulo de moléculas lipídicas semelhantes à gordura pode ajudar a promover a incapacidade dos neurônios dopaminérgicos, as células nervosas que são perdidas em pessoas com doença de Parkinson, de se dividir e crescer como deveriam, sugerem os pesquisadores.

Uma compreensão mais aprofundada do papel dos lipídios na neurodegeneração "tem o potencial de abrir novos caminhos para uma intervenção potencial para uma variedade de devastadores ... distúrbios, como [Parkinson]", escreveram eles.

Sua posição foi explicada em "O acúmulo de lipídios impulsiona a senescência celular em neurônios dopaminérgicos", publicado como uma perspectiva de pesquisa na revista Aging. Fonte: Parkinsons NewsToday.

Começa a inscrição de pacientes no estudo de uma nova terapia de luz para a doença de Parkinson (matéria publicitária)

19 de agosto de 2024 - Os primeiros 100 pacientes foram inscritos em um ensaio clínico que investiga um novo dispositivo de terapia de luz destinado a tratar indivíduos com doença de Parkinson, de acordo com o fabricante.

Em um comunicado à imprensa da empresa, a PhotoPharmics disse que examinará seu dispositivo Celeste, que anteriormente recebeu a designação inovadora da FDA, no estudo Light for PD, que deve inscrever 300 pessoas.

O estudo randomizado, duplo-cego e controlado por placebo será conduzido pelo Centro de Saúde + Tecnologia da Universidade de Rochester.

Celeste fornece passivamente comprimentos de onda específicos de luz ao olho com o objetivo de melhorar a função e a qualidade de vida das pessoas afetadas pelo Parkinson, de acordo com o comunicado.

Espera-se que os inscritos usem o dispositivo Celeste em suas próprias casas por 1 hora por dia ao realizar atividades como ler, comer ou assistir TV.

Os desfechos primários do estudo são melhorias na qualidade de vida geral, função motora, qualidade do sono, humor e cognição, avaliadas por escalas clínicas e resultados relatados pelo paciente.

"Estamos entusiasmados por alcançar este marco importante", disse o CEO da PhotoPharmics, Kent Savage, no comunicado. "Somos gratos à equipe do Centro de Saúde + Tecnologia (CHeT) da Universidade de Rochester e aos neurologistas de distúrbios do movimento em todo o país que estão inscrevendo e cuidando dos participantes do estudo. Acreditamos que nosso dispositivo de fototerapia especializado passivo e não invasivo proporcionará benefícios substanciais às pessoas afetadas por esta doença debilitante." Fonte: Healio.

Transplante fecal: uma nova abordagem para a doença de Parkinson?

19 de agosto de 2024 - O transplante de microbiota fecal para a doença de Parkinson é seguro, mas não oferece melhora clinicamente significativa dos sintomas, mostram os resultados de um novo estudo randomizado controlado por placebo.

No entanto, os pesquisadores obtiveram ideias interessantes que podem orientar futuros “ensaios aprimorados e, esperançosamente, bem-sucedidos” com essa intervenção.

“São necessários mais estudos — por exemplo, através de abordagens modificadas de transplante de microbiota fecal ou limpeza intestinal”, concluíram.

O estudo foi publicado on-line no peiródico JAMA Neurology em 29 de julho.

Disfunção intestinal, um sintoma precoce

Os pesquisadores, liderados pelo Dr. Filip Scheperjans, médico do Helsinki University Hospital, na Finlândia, explicaram que a disfunção intestinal é um sintoma precoce e prevalente na doença de Parkinson, associada a uma progressão mais rápida da doença.

Intervenções direcionadas à microbiota intestinal, como o transplante de microbiota fecal, mostraram efeitos sintomáticos promissores e potencialmente neuroprotetores em modelos animais com doença de Parkinson.

Embora diversos ensaios clínicos randomizados sugiram a eficácia de probióticos para tratar a constipação relacionada à doença de Parkinson, apenas informações clínicas limitadas sobre o transplante de microbiota fecal estão disponíveis.

No estudo atual, 48 pacientes com a doença, com idades entre 35 e 75 anos, apresentando sintomas leves a moderados e disbiose da microbiota fecal, foram randomizados em uma proporção de 2:1 para receber transplante de microbiota fecal ou placebo infundidos no ceco por meio de colonoscopia.

Todos os pacientes realizaram lavagem intestinal total a partir do dia anterior à colonoscopia. O transplante de microbiota fecal foi administrado em dose única e sem pré-tratamento com antibióticos.

O tratamento ativo consistiu em uma preparação congelada de 30 g de fezes de um dos dois doadores, que eram indivíduos saudáveis sem disbiose. A preparação foi misturada com 150 ml de solução salina fisiológica estéril e 20 ml de glicerol a 85% para crioproteção, melhorando a viabilidade dos microrganismos. O placebo foi apenas a solução carreadora, composta por 180 ml de solução salina fisiológica estéril e 20 ml de glicerol a 85%.

O desfecho primário, uma mudança nos sintomas da doença de Parkinson avaliada na Escala Unificada de Avaliação da Doença de Parkinson (UPDRS) aos seis meses, não mostrou diferenças entre os dois grupos de estudo.

Os eventos adversos gastrointestinais foram mais frequentes no grupo do transplante de microbiota fecal, ocorrendo em 16 pacientes (53%) versus um paciente (7%) no grupo placebo. No entanto, nenhuma preocupação importante quanto à segurança foi observada.

Os desfechos secundários e análises post hoc mostraram um aumento maior na medicação dopaminérgica, o que pode indicar uma progressão mais rápida da doença, mas também uma melhora em certos desfechos motores e não motores no grupo placebo.

As alterações na microbiota foram mais pronunciadas após o transplante de microbiota fecal, mas o estado de disbiose foi revertido com mais frequência no grupo placebo.

Os pesquisadores observaram que a aparente futilidade deste estudo contrasta com vários pequenos estudos clínicos anteriores de transplante fecal que sugeriram o potencial de melhora dos sintomas da doença de Parkinson.

Além disso, resultados encorajadores no campo dos probióticos sugerem que é possível impactar os sintomas motores e não motores da doença de Parkinson por meio da manipulação da microbiota intestinal.

Os pesquisadores levantaram a possibilidade de que o procedimento placebo não seja um comparador inerte, dada a alteração relativamente forte e sustentada da microbiota intestinal e a conversão da disbiose observada no grupo placebo. Eles sugeriram que a limpeza do cólon também pode ter proporcionado algum efeito benéfico.

“Parece possível que, após a limpeza de uma microbiota intestinal disbiótica, a recolonização leve a uma composição mais fisiológica da microbiota intestinal, resultando em melhora dos sintomas no grupo placebo. Isso justifica uma análise mais aprofundada de abordagens modificadas de transplante de microbiota fecal e limpeza intestinal na doença de Parkinson”, concluíram.

Microbioma intestinal distinto

Em um editorial que acompanhou o estudo, o Dr. Timothy R. Sampson, Ph.D., da Emory University School of Medicine, nos Estados Unidos, apontou que dezenas de estudos independentes demonstraram uma composição distinta do microbioma intestinal associada à doença de Parkinson. Dados experimentais sugerem que essa composição tem a capacidade de incitar respostas inflamatórias, degradar a mucosa intestinal e desregular uma série de moléculas neuroativas e amiloidogênicas, potencialmente contribuindo para a progressão da doença.

Ele observou que três outros pequenos estudos controlados por placebo sobre transplante fecal na doença de Parkinson mostraram respostas um pouco mais robustas no grupo de tratamento ativo, incluindo melhoras na pontuação da Escala Unificada de Avaliação da Doença de Parkinson e nos sintomas gastrointestinais.

No entanto, estes estudos testaram diferentes procedimentos de transplante de microbiota fecal, incluindo cápsulas orais liofilizadas administradas em diferentes frequências de dosagem e transfusão nasojejunal ou cólica após uma preparação intestinal padrão.

Além disso, não há consenso sobre procedimentos pré-transplante, como uso de antibióticos ou depuração intestinal. A escolha do microbioma do doador também é provavelmente essencial, pois certos microrganismos podem ser necessários para deslocar toda a comunidade, escreveu o Dr. Timothy.

A compreensão de como as contribuições microbianas se relacionam diretamente com a doença de Parkinson poderia identificar indivíduos com maior probabilidade de responder a intervenções periféricas. É necessária uma avaliação mais aprofundada para esclarecer os microrganismos específicos que justificam o direcionamento para enriquecimento ou esgotamento, acrescentou.

“Apesar da falta de eficácia do desfecho primário neste último estudo, uma comparação minuciosa entre ambas as pesquisas pode ajudar a refinar as abordagens de transplante de microbiota fecal. Juntos, esses estudos continuarão a aprimorar a hipótese de uma contribuição microbiana para a doença de Parkinson e revelarão novos caminhos de tratamento”, concluiu o Dr. Timothy.

‘Plantando grama em um quintal cheio de ervas daninhas’

Comentando para o Medscape, o Dr. James Beck, Ph.D., diretor científico da Parkinson's Foundation, nos EUA, disse que ainda não foi determinado se o transplante de microbiota fecal é útil.

“A questão principal a ser resolvida é como realizar esses transplantes da melhor forma. Um problema é que você não pode plantar grama quando o quintal está cheio de ervas daninhas. No entanto, se você adotar uma abordagem muito agressiva para matar as ervas daninhas — isto é, com antibióticos potentes —, você coloca em risco a nova grama ou, neste caso, as bactérias no transplante. Resolver esse problema será importante enquanto consideramos se isso é eficaz ou não”.

O Dr. James acrescentou que ainda há muito a aprender com as pesquisas da microbiota intestinal. “Tenho esperança de que, com mais esforços, teremos respostas em breve”. Fonte: Medscape.

domingo, 18 de agosto de 2024

Alterações mentais induzidas pelo tratamento na doença de Parkinson

180824 - Resumo do editor

A doença de Parkinson (DP) é considerada uma síndrome neurocomportamental com sintomas de humor, cognitivos e comportamentais bem documentados. Muitas das anormalidades comportamentais associadas à DP são devidas ou exacerbadas pelos medicamentos usados para tratar a miríade de sintomas da doença. As alterações mentais geralmente ocorrem no final do curso da doença, muito depois de os medicamentos antiparkinsonianos terem sido iniciados e, portanto, torna-se difícil determinar se essas alterações são induzidas pelo tratamento, exacerbadas pelo tratamento ou intrínsecas ao processo da doença. As terapias cirúrgicas podem piorar ainda mais ou até mesmo causar declínio comportamental ou cognitivo em pacientes com DP. Este capítulo fornece uma visão geral das várias alterações comportamentais e cognitivas adversas observadas como resultado do tratamento farmacológico e cirúrgico da DP. Discute a fenomenologia e o tratamento da psicose induzida por drogas. O capítulo analisa as flutuações de humor e comportamentos repetitivos e compulsivos devido a medicamentos dopaminérgicos. As alterações comportamentais e cognitivas negativas das cirurgias ablativas e da estimulação cerebral profunda (ECP) para DP também são apresentadas.

Introdução

Embora a doença de Parkinson (DP) seja definida apenas pela presença de suas características motoras, tornou-se cada vez mais claro que a DP não é apenas um distúrbio neurológico, mas uma síndrome neurocomportamental com sintomas de humor, cognitivos e comportamentais bem documentados. Infelizmente, muitas das anormalidades comportamentais associadas à DP são devidas ou exacerbadas pelos medicamentos usados para tratar a miríade de sintomas da doença. Além disso, acumulam-se evidências de que as terapias cirúrgicas podem piorar ou mesmo causar declínio comportamental ou cognitivo em pacientes com DP. Como essas alterações mentais podem ocorrer no final do curso da doença, muito depois de os medicamentos antiparkinsonianos terem sido iniciados, pode ser difícil determinar se essas alterações são induzidas pelo tratamento, exacerbadas pelo tratamento ou intrínsecas ao processo da doença.

Para complicar ainda mais o problema, há a questão da demência com corpos de Lewy (DLB) e nossa compreensão limitada da síndrome demencial que geralmente ocorre na DP (ver). Enquanto a presença de alucinações visuais em um estado não tratado é uma das características clínicas da DCL, as alucinações visuais na DCL são indistinguíveis da alucinose induzida por drogas na DP. Além disso, a DCL é diagnosticada clinicamente quando a demência ocorre antes ou logo após o início do parkinsonismo (McKeith et al., 1996), mas ficou claro que o aspecto demencial pode se desenvolver anos depois (Apaydin et al., 2002). Finalmente, todos os transtornos demenciais, incluindo a demência de DP e DLB, estão associados a uma variedade de sintomas psicóticos e outros sintomas comportamentais (Cahn-Weiner et al., 2002). Esses sintomas clínicos sobrepostos tornam difícil distinguir entre os diferentes distúrbios.

Cap. 60

Este capítulo fornece uma visão geral das várias alterações comportamentais e cognitivas adversas observadas como resultado do tratamento farmacológico e cirúrgico da DP. A fenomenologia e o tratamento da psicose induzida por drogas serão discutidos em detalhes, e as flutuações de humor, bem como os comportamentos repetitivos e compulsivos devido a medicamentos dopaminérgicos, serão revisados. A literatura recente destacando as alterações comportamentais e cognitivas negativas de cirurgias ablativas e estimulação cerebral profunda (DBS) para DP também será abordada.

Trechos de seção

Psicose induzida por drogas

Embora a psicose costumava ser definida como um transtorno mental importante no qual o teste da realidade é prejudicado, a definição atual descreve a psicose como um transtorno caracterizado por alucinações, delírios ou pensamento desorganizado (American Psychiatric Association, 1994). Alucinações são percepções sem qualquer base na realidade, ou seja, ver, ouvir, cheirar, saborear ou sentir coisas que não estão presentes. Estes precisam ser distinguidos das ilusões, que são percepções distorcidas, como...

Visão geral dos tratamentos cirúrgicos para a doença de Parkinson

A abordagem cirúrgica da DP evoluiu dramaticamente desde a era pré-levodopa. As primeiras tentativas de tratar a DP cirurgicamente foram altamente variáveis, em parte devido a uma compreensão incompleta da fisiopatologia dos gânglios da base, mas principalmente por causa de técnicas inadequadas para direcionar as estruturas cerebrais. A localização do alvo melhorou drasticamente com o advento das técnicas estereotáxicas (Spiegel et al., 1947), mas, infelizmente, os tratamentos cirúrgicos para DP foram abandonados após a introdução da levodopa em...

Conclusões

Para fornecer cuidados de qualidade ao paciente com DP, não podemos mais nos contentar em apenas tratar os sintomas motores, porque as manifestações cognitivas e comportamentais resultantes do tratamento da DP são tão incapacitantes, se não mais. Isso vale não apenas para os tratamentos farmacológicos atualmente disponíveis, mas também para as várias opções cirúrgicas. Pesquisas futuras com foco na compreensão dos mecanismos subjacentes da psicose induzida por drogas e sua relação com a DP e a DCL devem nos permitir... (para leitura dos artigos na íntegra, necessário o pagamento). Fonte: Sciencedirect.

quinta-feira, 15 de agosto de 2024

NIH financia estudo DBS-Plus do Reino Unido para Parkinson

15 de agosto de 2024 - Aos 69 anos, Hoyt "Corky" Ball sabia que algo estava errado quando sua mão direita começou a tremer incontrolavelmente. Seu médico principal descartou o Parkinson, mas a medicação prescrita não conseguiu aliviar seus sintomas. Não foi até que Ball conheceu Zain Guduru, MD, neurologista do Kentucky Neuroscience Institute e professor associado da University of Kentucky College of Medicine, que ele recebeu um diagnóstico definitivo.

"Em cerca de 10 minutos, ele sabia que eu tinha Parkinson", disse Ball.

Guduru sugeriu um tratamento chamado estimulação cerebral profunda (DBS). O DBS é descrito como um "marca-passo para o cérebro". Ao colocar eletrodos dentro de vias cerebrais com defeito, o DBS interrompe sinais anormais que causam tremores e outros sintomas.

Quando Ball começou a pesquisar seu diagnóstico e sugeriu tratamento, ele se deparou com Craig van Horne, MD, Ph.D., da UK HealthCare, e seu trabalho em um procedimento conhecido como DBS-Plus. Van Horne, que é neurocirurgião, é co-diretor do Centro de Neurorestauração de Cuidados de Saúde do Reino Unido (NRC) e uma equipe de médicos-cientistas e pesquisadores que lideram um estudo clínico inédito com o objetivo de interromper ou reverter os efeitos degenerativos da doença de Parkinson.

O estudo combina DBS com um procedimento experimental de enxerto de nervo. As células nervosas são transplantadas durante a cirurgia DBS, o que significa que os pacientes não precisam passar por procedimentos adicionais.

Nessa abordagem combinada, agora conhecida como DBS-Plus, o cirurgião transplanta tecido nervoso periférico em uma área do cérebro onde os neurônios estão morrendo. As células enxertadas estão sendo testadas quanto à sua capacidade de liberar substâncias químicas que se acredita rejuvenescer os neurônios produtores de dopamina do cérebro. Van Horne e sua equipe pegam um pequeno pedaço de tecido nervoso do tornozelo do paciente e o implantam em seu cérebro. Como o tecido é do próprio corpo do paciente, não há preocupações com a rejeição. Como o tratamento experimental é aplicado durante um procedimento que foi declarado seguro e eficaz pela Food and Drug Administration dos EUA décadas atrás, o DBS-Plus é considerado relativamente seguro, com apenas um risco adicional mínimo.

Desde 1800, os cientistas sabem que os nervos periféricos, que existem fora do cérebro e da medula espinhal, possuem qualidades regenerativas que os nervos do sistema nervoso central não possuem. A equipe do Reino Unido espera alavancar esses efeitos regenerativos no cérebro, potencialmente interrompendo ou revertendo os danos nos nervos causados pelo Parkinson.

"Embora o sistema nervoso periférico possa se reparar, o sistema nervoso central não faz um trabalho muito bom", disse van Horne, o principal investigador do estudo. "Então, a questão é se podemos explorar a capacidade de resposta do sistema nervoso periférico para reparo. Podemos trazer isso para o sistema nervoso central?"

Para testar o efeito do enxerto, os pesquisadores podem simplesmente desligar o gerador de pulso DBS e avaliar os sintomas do paciente em um nível basal. A visão da equipe é alterar o curso do Parkinson.

"Nosso conceito para DBS-Plus, a parte 'plus' sendo o enxerto de nervo, é a modificação da doença", disse van Horne. "Anteriormente, todos os outros modelos de transplante estavam olhando para os sintomas e não para a progressão da doença e, desse ponto de vista, é aí que podemos dizer que o DBS-Plus tem sua grande vantagem."

A doença de Parkinson é uma doença progressiva. Uma vez iniciado, atualmente não há tratamentos que impeçam seu agravamento.

"Você pode dar medicamentos, pode até fazer estimulação cerebral profunda e pode tratar alguns dos sintomas, mas não interrompe a progressão. É isso que estamos tentando consertar", disse van Horne. "O que realmente queremos determinar é: 'O que será necessário para levar os pacientes a um lugar melhor?' Não vai ser apenas uma coisa e um tamanho único."

Intrigado com o potencial do DBS-Plus não apenas para ajudá-lo, mas também para promover a compreensão médica, Ball decidiu participar. "Eu realmente não queria ter DBS sem fazer o DBS-Plus. Pode não me ajudar, mas pode ajudar alguém mais tarde", disse ele.

A jornada de Ball com o DBS-Plus começou em fevereiro de 2023 e, desde então, ele experimentou melhorias notáveis. Antes do DBS-Plus, seu tremor tornava as tarefas diárias quase impossíveis. "Conversando com alguém, minha mão enlouqueceu. Eu não conseguia fazer nada com a mão direita", lembra ele. Era uma realidade difícil para alguém que costumava subir escadas e telhados trabalhando na construção.

Hoje, Ball relata estar 90% melhor.

"Acho que nunca estarei 100%, mas minha vida melhorou muito. Minha saúde geral está melhor. Você não pode dizer que eu já tive Parkinson", disse ele com um sorriso. Ball diz que sua medicação foi reduzida de 12 comprimidos por dia para apenas três. "Pude continuar meu trabalho como motorista de ônibus escolar no Condado de Nelson, um trabalho que faço e amo há oito anos. Eu também posso tocar guitarra novamente, o que também é algo que adoro fazer."

Van Horne espera que o DBS-Plus acabe se tornando o novo "padrão de atendimento" para o Parkinson avançado. Neste verão, o trabalho deu um grande passo em direção a isso, recebendo seu primeiro apoio dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH). "Isso realmente legitimou até certo ponto o que temos trabalhado para fazer", disse van Horne.

"Para obter financiamento do NIH, ele precisa passar por muitos comitês de pesquisadores e médicos que revisam o trabalho, eles o comparam com o trabalho de outras pessoas e, se você for bem-sucedido e eles acharem que vale a pena, eles dirão que vale a pena financiar."

O estudo é conhecido como o estudo STAR. Greg Gerhardt, Ph.D., John Slevin, MD, e George Quintero, Ph.D., estão liderando o trabalho junto com van Horne. Ele abrange os departamentos de neurocirurgia, neurociência e neurologia da Faculdade de Medicina do Reino Unido.

Esta bolsa do NIH proporcionará a oportunidade de realizar o primeiro estudo duplo-cego dessa abordagem. Um estudo duplo-cego é um tipo de ensaio clínico no qual nem os participantes nem o pesquisador sabem qual tratamento ou intervenção os participantes estão recebendo até que o estudo termine. A abordagem é extremamente importante no desenvolvimento de um possível estudo de eficácia futuro para avaliar completamente o uso de células de reparo de nervos periféricos. Até agora, os pesquisadores se concentraram principalmente em alterar a progressão dos sintomas motores da doença de Parkinson. Com esta concessão, eles podem agora começar a avaliar uma estratégia para alterar a progressão dos sintomas não motores do Parkinson, em particular distúrbios cognitivos que podem se sobrepor a doenças neurodegenerativas.

Até este ponto, o trabalho foi sustentado pela filantropia e pelo apoio da comunidade, pelo qual van Horne e o resto da equipe são imensamente gratos. É uma abordagem que não gera dinheiro, já que os médicos estão usando as próprias células nervosas do paciente.

"O conceito desses testes e o trabalho que fizemos foram todos gerados por nós", disse van Horne. "Isso não faz parte de uma empresa. Não estamos tentando formar uma empresa. Não estamos tentando desenvolver um produto que vamos levar ao mercado e vender. Estamos realmente tentando resolver esse problema. O NIH é muito bom em financiar a ciência básica, mas quando se trata de traduzir e promover o trabalho para mostrar que é realmente eficaz ... Quem vai ajudar a pagar por essa pesquisa? Isso geralmente recai sobre os ombros das empresas farmacêuticas ou de dispositivos.

Essa é uma grande razão pela qual a equipe está extremamente orgulhosa de receber esta bolsa do NIH.

"Para nós, conseguir algo assim é notável. Não temos apoio corporativo. Não temos suporte da empresa. Não temos um bom modelo de negócios. Só queremos ser capazes de traduzir isso em melhores resultados para os pacientes", disse van Horne.

A experiência de Ball com o DBS-Plus é um farol de esperança para muitos que lutam contra a doença de Parkinson. Sua jornada ressalta a importância de tratamentos inovadores e a busca incansável por melhores resultados para os pacientes.

"Não tenho absolutamente nenhum problema. Minha qualidade de vida é melhor do que eu jamais poderia esperar", disse Ball. "Estou fazendo coisas que amo e comemorando o grande marco do meu 50º aniversário de casamento este ano."

Agora, enquanto van Horne e o resto da equipe continuam seu trabalho inovador com energia renovada gerada pelo apoio do NIH, histórias como a de Ball enfatizam o potencial de mudar vidas.

"Quando desligamos os estimuladores, vemos pacientes que melhoram", disse van Horne. "Então, acho que há muita esperança, e agora é a chance de podermos provar isso."

A pesquisa relatada nesta publicação foi apoiada pelo Instituto Nacional de Envelhecimento dos Institutos Nacionais de Saúde sob o número de prêmio R01AG081356. O conteúdo é de responsabilidade exclusiva dos autores e não representa necessariamente as opiniões oficiais dos Institutos Nacionais de Saúde. Fonte: Miragenews.

terça-feira, 13 de agosto de 2024

Modelo celular recria dinâmica de aglomeração de alfa-sinucleína: Estudo

13 de agosto de 2024 - Um novo modelo celular da doença de Parkinson é mais capaz do que outros de capturar a complexidade dos aglomerados de proteínas tóxicas que caracterizam o distúrbio e fazê-lo com velocidade útil, relata um estudo.

"Essa tecnologia abrirá caminho para o rápido desenvolvimento de 'modelos personalizados de células-tronco' de pacientes individuais", disse Isabel Lam, PhD, co-primeira autora do estudo e pesquisadora em neurologia no Brigham and Women's Hospital em Boston, em uma notícia da Universidade de Harvard.

Esses modelos "já estão sendo usados para testar com eficiência novas estratégias de diagnóstico e tratamento 'em um prato' antes de entrar em ensaios clínicos, para que direcionemos o medicamento certo para o paciente certo", acrescentou Lam.

O estudo, "Modelos rápidos de inclusionopatia iPSC lançam luz sobre a formação, consequência e subtipo molecular de inclusões de [alfa] -sinucleína", foi publicado na Neuron. Fonte: Parkinsons NewsToday.

Pesquisadores descobrem novo gene associado à doença de Parkinson

13 de agosto de 2024 - Finlândia — Pesquisadores identificaram um novo gene associado à doença de Parkinson de início precoce. Uma variante do gene PMSF1, envolvido na expressão de um regulador de proteassomos, foi identificada em 15 famílias de 13 países ao redor do mundo, com 22 indivíduos envolvidos.

“Essas famílias eram etnicamente diversas e, em todas elas, a variante do PMSF1 foi associada ao fenótipo neurológico. Verificamos uma correlação bem definida entre o genótipo e o fenótipo: pacientes com a mutação de sentido trocado apresentavam sintomas ‘leves’, enquanto aqueles com a variante associada à perda progressiva de função tinham o fenótipo mais grave”, segundo a Dra. Francesca Magrinelli.

"Nossos achados associam inequivocamente o defeito no gene PSMF1 ao Parkinson de início precoce e à neurodegeneração, além de sugerir a disfunção mitocondrial como um contribuinte para o mecanismo [fisiopatológico]", disse a médica e pesquisadora envolvida no estudo, Dra. Francesca Magrinelli, Ph.D., vinculada ao Queen Square Institute of Neurology da University College London (UCL), no Reino Unido, em uma apresentação realizada no Congresso de 2024 da European Academy of Neurology.

Lidando com as expectativas dos pacientes

Pacientes com quadros "leves" apresentaram o Parkinson de início precoce entre a segunda e quinta décadas de vida, com sinais relacionados ao trato piramidal, disfasia, alterações psiquiátricas e discinesia precoce induzida por levodopa.

Nos indivíduos acometidos pela forma intermediária da doença, os sintomas começaram na infância, com manifestações como hipocinesia global, atraso no desenvolvimento, alterações cerebelares e, em alguns casos, epilepsia associada.

Na maioria dos casos, havia sinais de hipoplasia do corpo caloso na ressonância magnética do encéfalo, disse a Dra. Francesca. Em pacientes com quadros mais graves, foi observada uma letalidade perinatal associada a manifestações neurológicas.

Embora os aspectos genéticos da doença de Parkinson possam parecer um mero exercício acadêmico e teórico, não demorará muito para que esses achados produzam informações práticas que ajudarão a orientar o tratamento dos pacientes, disse a Dra. Christine Klein, médica especialista em Parkinson ligada ao Instituto de Neurogenética e ao Departamento de Neurologia da Universidade de Lubeck, na Finlândia, durante o congresso.

A genética do Parkinson é complicada, mesmo em uma única família. Portanto, é muito importante avaliar a patogenicidade das diferentes variantes. “Tenho certeza de que todos aqui já viram um painel [genético] de um paciente com Parkinson com a frase 'variante de significado incerto'. Essa é a pior coisa que pode acontecer. O laboratório não sabe o que isso significa; o médico não tem a menor ideia do significado desse achado e não sabe o que dizer ao paciente. Então, como contornar essa situação?"

A Dra. Christine disse que, antes de solicitar qualquer teste genético, os médicos devem informar o paciente sobre a possibilidade de ele ter uma variante genética de significado incerto. Isso não resolve o problema, mas ajuda os profissionais a lidarem com as expectativas.

Relevância clínica: em breve?

Embora possa existir uma percepção de que todas as variantes identificadas como preditoras da doença de Parkinson (incluindo a relacionada ao gene PSMF1 e as já estabelecidas LRRK2 e GBA1) sejam equivalentes, isso não é verdade quando consideramos a história clínica do paciente, disse a Dra. Christine.

Por exemplo, a idade de início do Parkinson pode diferir entre as variantes identificadas, o que levou a “uma mudança do paradigma” no qual um achado puramente genético agora é considerado um indicativo da doença. Isso foi visto pela primeira vez na doença de Huntington, quando os pesquisadores classificaram os indivíduos assintomáticos com alto risco genético como portadores da chamada “doença de fase zero”.

É importante observar esse aspecto, "pois, se conseguirmos elaborar medicamentos que possam retardar, ou até mesmo prevenir, a progressão para o Parkinson, então será fundamental que pacientes que sabidamente irão evoluir com a doença participem de ensaios clínicos relacionados a esses fármacos", disse a Dra. Christine.

Ela citou o exemplo de uma família que atendeu recentemente e cujos resultados de testes genéticos mostravam variantes de significado incerto. Nesse caso, a Dra. Christine enviou as amostras a um laboratório especializado na Escócia, para uma análise mais detalhada.

“Os bioquímicos descobriram que essa variante era de fato patogênica e ativadora de quinases, o que é [um achado] muito útil e importante, pois atualmente existem ensaios clínicos sobre o uso de inibidores de quinase na doença de Parkinson”, ela observou.

“Se você acredita que possa haver algo a mais [além de um achado com significado incerto] em um painel de um paciente com doença de Parkinson e não está satisfeito com o resultado do teste genético, envie a amostra para outro laboratório”, recomendou a Dra. Christine.

"Veremos muito mais pacientes com doença de Parkinson genética no futuro”, ela acrescentou, citando dois ensaios clínicos preliminares recentes que se mostraram promissores em termos de neuroproteção em pacientes com Parkinson precoce.

“Resta saber se haverá alguma luz no fim do túnel”, disse ela. Em breve, talvez seja possível encontrar tratamentos que retardem, ou até mesmo previnam, o surgimento da doença.

A Dra. Francesca Magrinelli informou o recebimento de remunerações como palestrante por meio da MJFF Edmond J. Safra Clinical Research Fellowship in Movement Disorders (2023), do MJFF Edmond J. Safra Movement Disorders Research Career Development Award 2023 (Grant ID MJFF-023893), da American Parkinson Disease Association (Research Grant 2024) e da David Blank Charitable Foundation.

A Dra. Christine Klein informou atuar como consultora para as empresas Retromer Therapeutics, Takeda e Centogene, além de receber remunerações como palestrante para as farmacêuticas Desitin e Bial.

Este conteúdo foi traduzido do Medscape. Fonte: Medscape.

segunda-feira, 12 de agosto de 2024

Rotina de hospital

Porto Alegre, 12 de agosto, 2a feira pós olimpíadas, de 2024.

Rotina de hospital

Fiquei 13 dias hospitalizado para feitura de exames.

Vivia sofrendo quedas e duas delas no rosto e com muito sangramento. Via de regra no banheiro, indo fazer xixi. Como numa espécie de síncope, de repente via tudo preto e me estatelava no chão. Ia acordar segundos depois e envolto em sangue e mijo. Não conseguia reter a urina.

Fiz eletrocardiograma, ecocardiogrma, holter e mapa. Tudo 100%. Quedas atribuídas, por conseguinte à hipotensão ortostática postural. Problema trazido previsivelmente pelo Parkinson.

O médico conclui que deveria tomar remédio para regular a pressão sangüínea (florinefe).

A rotina é estressante, mesmo que se passe o tempo todo deitado. Usava uma pulseira amarela que indicava risco de queda. Daí o impedimento em me levantar para ir ao sanitário, implicando no uso sistemático do papagaio para urinar.

A rotina que a enfermagem adotava de monitorização da pressão arterial, temperatura e nível de oxigenação do sangue sempre me acordava, seja cedo da manhã ou tarde da noite.

A comida de hospital era como previsível, insípida, inodora e quase incolor. Meu desejo após sair era comer um filé com fritas, um bife a pé ou algo do tipo, que acabei satifazendo imediatamente após sair.

Refiz meu arsenal de remédios, estando à base de Amytil (depressão), Memantina (memória), Pramipexol e Prolopa (parkinson) e Florinefe (pressão).

Pelo menos não tive mais quedas com ferimentos leves ou graves.

O problema atual está sendo enfrentar o frio, agora 12 oC ao meio dia.

No mais, pronto para enfrentar ou evitar novas quedas...

Algas marinhas podem ajudar a prevenir a doença de Parkinson, segundo estudo

Um novo estudo descobriu que comer um certo tipo de alga marinha pode ajudar a proteger as pessoas da doença de Parkinson

12 AGO 2024 - Um estudo recente destacou o potencial das algas marinhas na possível prevenção da doença de Parkinson. A pesquisa se concentra na Ecklonia cava, um tipo de alga marrom, que os cientistas dizem que pode proteger os indivíduos do distúrbio neurodegenerativo.

A doença de Parkinson está ligada à degeneração dos neurônios produtores de dopamina no cérebro. Esses neurônios são cruciais para controlar o movimento e os processos cognitivos.

Embora o Parkinson seja tipicamente mais comum em pessoas mais velhas, também pode afetar indivíduos mais jovens. Aqueles com idade entre 21 e 40 anos podem apresentar sintomas de doença de Parkinson de início jovem (YOPD), embora essa variante menos comum geralmente esteja geneticamente ligada.

A condição é causada por uma superprodução de radicais livres no corpo, conhecidos como espécies reativas de oxigênio (ROS). Esses radicais livres danificam as células que gerenciam os neurotransmissores da dopamina.

Como esses neurotransmissores são essenciais para a comunicação neurônio-célula, manter níveis equilibrados de ROS é considerado "crucial" por especialistas. Atualmente, não há cura definitiva para o Parkinson, mas os tratamentos estão disponíveis para aliviar os sintomas, de acordo com o Express.

Pesquisadores japoneses dizem que os antioxidantes encontrados nas algas marinhas, especificamente os polifenóis da Ecklonia cava, podem ajudar a prevenir o aparecimento da doença de Parkinson. Essa conclusão foi alcançada depois que um estudo envolvendo dois tipos de testes de função motora em camundongos que imitam a doença de Parkinson produziu resultados importantes.

No teste, os ratos receberam uma dose diária de antioxidantes por uma semana antes de serem expostos à rotenona, um composto natural. Os resultados do estudo foram publicados na revista científica Nutrients e mostram que os ratos tinham melhores habilidades motoras como resultado.

A professora Akiko Kojima-Yuasa, que liderou o estudo, também observou uma melhora nas funções motoras intestinais dos camundongos. Os especialistas disseram que a Ecklonia cava também tem vantagens adicionais para a saúde. Os antioxidantes nas algas marinhas podem ativar uma enzima chamada proteína quinase ativada por AMP, que ajuda a reduzir a produção de ROS que danificam as células.

O professor Kojima-Yuasa, da Universidade Metropolitana de Osaka, explicou: "Este estudo sugere que os antioxidantes da Ecklonia cava podem reduzir o dano neuronal pela ativação da AMPK e inibir a produção de espécies reativas de oxigênio intracelular. Espera-se que a Ecklonia cava seja um ingrediente eficaz na prevenção da doença de Parkinson.

No entanto, colocar as mãos nessa alga marinha específica não é tão fácil quanto entrar em sua loja local. É mais provável que você o encontre online em varejistas como a Amazon. Mas antes de mergulhar em qualquer novo regime de suplementos, é aconselhável consultar seu médico para garantir que seja seguro e não entre em conflito com seus medicamentos atuais ou exacerbe as condições de saúde existentes. Fonte: Dailyrecord.

sexta-feira, 9 de agosto de 2024

Porto Alegre, 8 de agosto de 2024.

Porto Alegre, 8 de agosto, 5a feira, de 2024.

Após 16 dias de internação hospitalar para feitura de exames, tive alta.

Exames para tentar identificar a causa de quedas frequentes a que fui acometido, gerando suturas, pontos e muita sangüera. As duas quedas mais traumáticas ocorreram no banheiro. Uma com corte no supercílio até o nariz e outra no queixo. Era submetido a uma espécie de síncope na qual perdia os sentidos com respiração acelerada. Quando me dava conta estava no chão, estatelado e todo mijado.

O diagnóstico dado por mim, hipotensão ortostática postural, tendo sido prescrito o acetato de fludocortisona-Florinefe, além de passsar a ter consciência de que tenho parkinson, e que não tem cura. Fazer tudo len-ta-men-te, bem de-va-gar, para não cair. A pressa em fazer tudo, particularmente enquanto se está sob o efeito “on” da levodopa, é terrível.

Exames feitos foram ecocardiograma, eletrocardiograma, holter e mapa (Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial), nenhum apresentando alterações. Como sabia, previamente, o cara que tem Parkinson, não tem espaço para mais nada.

Tenho tomado amitriptilina, pramipexol, memantina e prolopa, e agora, fludocortisona.

Enfim, continuo vivo, cada vez mais mutilado (cicatrizes) e …, menos bonito.

E para compensar a comida do hospital (insípida, inodora e quase incolor), um filé com fritas...

Resumo: a velhice é uma merda!