terça-feira, 18 de outubro de 2022

Óleo de canabidiol melhora o bem-estar de pacientes com doenças como demência, Parkinson e fibromialgia

por Naiane Mesquita

Substância extraída da planta cannabis, popularmente conhecida como maconha, possibilita uma melhora significativa no tratamento de diversas patologias

23/08/2021 - Cercado de tabus, o uso do canabidiol como medicamento no tratamento de inúmeras doenças tem crescido no Brasil, inclusive em Mato Grosso do Sul. A substância extraída da planta cannabis, popularmente conhecida como maconha, possibilita uma melhora significativa no tratamento de patologias como Parkinson, Alzheimer, autismo, epilepsia e esclerose múltipla.

Foi graças ao óleo de canabidiol que o músico Francisco Saturnino Lacerda Filho, do Grupo Acaba, conhecido como Chico, teve alguns momentos de tranquilidade ao lado da família antes da demência mista, vascular com parkinsoniana, atingi-lo novamente. “Começamos a usar o óleo há quatro meses, quando meu pai começou a entrar na fase grave da demência. Ele tem demência mista, vascular com parkinsoniana. Os remédios não estavam mais segurando a doença e nem fazendo o efeito desejado”, explica a filha de Francisco, Carina Cury Lacerda. “Até chegarmos na gota ideal demorou cerca de 15 dias, e logo começamos a ver melhora. De um quadro catatônico, ele passou a sorrir, ter interações, mesmo que sem sentido e muitas vezes delirantes, relembrar hábitos antigos, ter as próprias vontades e fazer sinapses cerebrais”, detalha.

Aos 76 anos, Francisco agora luta novamente contra a doença, que evoluiu rapidamente no último mês. “Hoje ele se encontra em outro quadro, está entrando na fase grave da doença, com infecção e outros problemas intestinais. Convivemos com os problemas da doença e do corpo fragilizado, porém, o que o óleo de canabidiol nos trouxe e nos traz são momentos de alegria e de prazer, tanto para nós familiares quanto para o paciente”, conta a filha.

Carina conseguiu adquirir o óleo por meio do trabalho realizado pela Associação Sul-Mato-Grossense de Pesquisa e Apoio à Cannabis Medicinal Divina Flor, que viabiliza a substância a pacientes de MS. Segundo um dos diretores da associação, Alexander Onça, a ideia de criar a iniciativa surgiu em 2019, quando ele e uma amiga, a também diretora Jéssica Luana Camargo, receberam a prescrição médica para o uso do canabidiol. “Nós dois somos pacientes, eu sou portador de Síndrome de Tourette, descobri há 4 anos, e meu neurologista prescreveu o óleo. Nós percebemos como era difícil e caro importar, o custo do óleo é, em média, de R$ 2.500 na farmácia”, relata.

Depois de várias tentativas de adquirir o produto, os dois descobriram que existiam diversas associações do gênero no Brasil e participaram de um curso em São Paulo para aumentar o conhecimento sobre o tema. “Isso foi em 2019. A gente fez um curso pela Sociedade Brasileira de Estudo da Cannabis Sativa (SBEC), formada por médicos, psiquiatras, neurologistas, pessoas bem sérias e dentro da prefeitura de São Paulo. Foi bem avançado, e descobrimos vários médicos que nos apoiam aqui. Por meio da associação, a gente consegue os óleos para os pacientes com um custo menor, dependendo da dosagem. Cerca de 20% também são para doação gratuita, ou seja, pessoas que recebem gratuitamente o óleo quando não têm condições de arcar com os custos”, ressalta.

Por enquanto, a associação luta pelo direito de cultivar a planta em Mato Grosso do Sul. “Nossa autorização está transitando na Justiça Federal, no nome da associação, além disso, auxiliamos os pacientes a conseguirem o medicamento em outras associações”, esclarece. Para Carina, o óleo fez a diferença na vida da família nos últimos meses. “Desejo que todos que tenham o mesmo problema, ou outros, como autistas, pacientes oncológicos, etc, possam ter a oportunidade de fazer o uso do óleo”, frisa.

Quem também viu benefícios foi Fabiana Rodrigues, 36 anos, mãe da pequena Lara Gabriel de Souza Rodrigues, de apenas cinco anos, que tem paralisia cerebral e epilepsia de difícil controle. “Ela já toma há quase dois anos e mudou muito, os espasmos que ela tinha com grande frequência diminuíram. Faz um ano que eu comecei a adquirir o óleo pela associação, antigamente comprava de outro lugar que tinha um preço bem mais caro. O pessoal da associação me deu um suporte bem grande em vista do que eu pagava antes”, pontua.

Ciência

Os avanços no uso do canabidiol no Brasil são amparados pela ciência e por médicos, que têm prescrito mais a substância.

No entanto, segundo a médica neurocirurgiã Patrícia Montagner, nem sempre foi assim. “Eu me formei, fiz minha especialização médica e nunca tive acesso a esse conhecimento na academia, nunca ouvi falar no sistema endocanabinóide, nunca tive uma aula mostrando que essa planta, a cannabis, poderia ter potencial terapêutico no tratamento. O que aconteceu é que, depois que eu fiz minha formação em Medicina e em neurocirurgia, comecei a observar muitos pacientes com dor crônica, pacientes com transtornos neurológicos diversos, que não apresentavam resultados satisfatórios com as terapias habituais”, explica.

Patrícia é uma das médicas defensoras do uso do canabidiol no tratamento de diversas doenças, e percebeu durante a pandemia o aumento no interesse de pacientes pelo tratamento. Atualmente, ela prescreve o óleo para pessoas que convivem com dor crônica e com doenças neurológicas degenerativas, como Parkinson, Alzheimer, epilepsia, esclerose múltipla e fibromialgia. “A gente observa respostas dramáticas de pessoas com fibromialgia que estavam com quadros de dor há 15, 20 anos, tentando a melhora com várias medicações, como antidepressivos, anticonvulsivantes, sedativos, enfim, analgésicos diversos e que não apresentavam respostas satisfatórias e, quando foram suplementados [com o canabidiol], apresentaram uma resposta excelente, no sentido de controle da dor, da fadiga e de sintomas associados”, comenta.

Segundo a médica, ainda há muito o que se investigar sobre a cannabis. “Existe muita ciência para explicar por que a planta funciona em diferentes problemas de saúde. A planta já é explorada para fins terapêuticos há milhares de anos, não é novidade isso não, tratados de farmacopeia, de medicina, já referiam o potencial dessa planta. O que tem de novidade é descobrir como e por que a planta funciona”, explica.

Graduado pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), o médico psiquiatra Wilson Lessa também é um defensor da cannabis medicinal no Brasil, e não só pelo ponto de vista do canabidiol. Segundo Wilson, as pesquisas sobre a cannabis remetem à década de 1980. “Hoje, das doenças psiquiátricas que a gente tem alguma possibilidade terapêutica dos canabinoides, e não necessariamente apenas o canabidiol, mas principalmente ele, temos o autismo, as doenças neurodegenerativas, como Parkinson, Alzheimer e esquizofrenia, com excelentes resultados”, pontua.

De acordo com o médico, foram observadas melhoras no tratamento de ansiedade e de Síndrome de Tourette, neste caso com o uso do tetrahidrocanabinol (THC), substância também encontrada na maconha. “Existem dificuldades em fazer estudos científicos, já que a planta é proibida, mas ao longo desses próximos cinco anos vamos ver muitos outros estudos de qualidade, de evidência científica boa. Estamos vendo apenas uma ponta do iceberg”, acredita. Fonte: Correiodoestado.

Risco de Parkinson é três vezes superior para estas pessoas, diz estudo

18/10/22 - Saiba o que diz um estudo coordenado por investigadores da Universidade de Glasgow, no Reino Unido.

Risco de Parkinson é três vezes superior para estas pessoas, diz estudo

Um estudo publicado na revista científica Journal of Neurology Neurosurgery & Psychiatry refere que o risco de Parkinson é três vezes superior em antigos jogadores de rugby. Para doenças do neurônio motor e demências, no geral, o risco é 15 vezes e duas vezes maior, respetivamente, acrescentam os investigadores da Universidade de Glasgow, no Reino Unido, responsáveis pela investigação.

Os cientistas recrutaram 412 jogadores de rugby que tinham, pelo menos, 30 anos no início do estudo. Cada participante disponibilizou dados sobre o seu histórico de saúde e a posição no campo. Estes indivíduos foram agrupados por idade, sexo e nível socioeconómico com 1.200 pessoas (grupo de controle) que não praticavam o desporto.

Em média, cada voluntário teve os seus dados médicos analisados por um período de três décadas. Até o final do estudo, 121 (29%) dos ex-jogadores de rugby e 381 (31%) do grupo controle faleceram.

Segundo os autores, as hipóteses de Parkinson eram, pelo menos, duas vezes superiores entre os jogadores (11,5%). Surpreendentemente, apesar do risco para doenças neurológicas, os jogadores de rugby viveram mais (79 anos) que o grupo de controle (76 anos).

Os cientistas defendem que devem ser adotadas novas estratégias para reduzir os riscos de impacto na cabeça e lesão cerebral traumática durante os jogos e treinos. Isso porque os autores do estudo desconfiam que estas lesões estejam na origem da doença nestes indivíduos. Fonte: Notícias aoMinuto.

sexta-feira, 14 de outubro de 2022

O cerne da questão: efeitos cardiovasculares da doença de Parkinson

141022 - Há muito se sabe que a doença de Parkinson (DP) não causa apenas sintomas de movimento, mas também causa uma série de sintomas não motores com efeitos em todo o corpo. Um dos sistemas de órgãos que é afetado é o sistema cardíaco, englobando o coração, bem como os vasos sanguíneos maiores e menores. Recebi este tema como sugestão de um leitor do blog e vamos discutir esse importante assunto hoje. Sinta-se à vontade para sugerir seu próprio tópico de blog.

Compreender o controle neurológico do sistema cardíaco
Antes de explorarmos esta questão, vamos primeiro aprender um pouco sobre o sistema nervoso autônomo (SNA) e sobre o lugar do sistema cardíaco dentro dele. O SNA faz parte do sistema nervoso periférico, uma rede de nervos em todo o corpo. O SNA exerce controle sobre funções que não estão sob direção consciente, como respiração, função cardíaca, pressão arterial, digestão, micção, função sexual, resposta pupilar e muito mais. O SNA é subdividido em sistema nervoso parassimpático e sistema nervoso simpático. Tanto o sistema nervoso parassimpático quanto o simpático regulam a maioria dos principais órgãos. Muitas vezes, eles têm efeitos opostos, com o sistema nervoso simpático ativando um sistema e o sistema parassimpático acalmando-o.

Um dos sistemas controlados pelo SNA é a regulação cardíaca. Os sensores de pressão arterial, conhecidos como barorreceptores, residem no coração, bem como na artéria carótida, a principal artéria do pescoço. Se os barorreceptores detectam uma mudança na pressão sanguínea, um sinal é enviado para áreas específicas do cérebro. A partir daí, o sistema nervoso autônomo envia sinais ao coração para controlar a frequência cardíaca e o débito cardíaco. Os sinais também são enviados aos vasos sanguíneos para alterar o tamanho de seu diâmetro, regulando assim a pressão sanguínea.

Como a doença de Parkinson afeta o sistema nervoso autônomo e o coração
Na DP, existem duas razões principais pelas quais o controle automático do sistema cardíaco é prejudicado. Primeiro, as áreas do cérebro que controlam esse sistema geralmente contêm corpos de Lewy e sofreram neurodegeneração. Além disso, o próprio sistema nervoso autônomo é afetado diretamente por acúmulos semelhantes a corpos de Lewy e neurodegeneração. Isso significa que, quando os barorreceptores do coração e da artéria carótida detectam uma queda na pressão sanguínea e tentam gerar um sinal para o coração e os vasos sanguíneos para aumentar a pressão sanguínea, a mensagem pode não ser transmitida. Isso resulta em hipotensão ortostática neurogênica (nOH), ou queda na pressão arterial ao ficar em pé devido à disfunção do sistema nervoso autônomo. Não existem medicamentos que possam curar a nOH restaurando o sistema nervoso autônomo na DP. nOH no entanto, pode ser tratado. Leia mais sobre nOH e seus tratamentos aqui.

Normalmente, ao discutir os efeitos cardíacos da DP, o foco está no nOH. Outro efeito cardíaco na DP, no entanto, são as alterações na frequência cardíaca. A variabilidade da frequência cardíaca, que é uma medida da variação no intervalo de tempo entre os batimentos cardíacos, foi mais pronunciada em pacientes que eventualmente desenvolveram DP do que naqueles que não desenvolveram, sugerindo que a disfunção autonômica cardíaca pode ser um sintoma não motor precoce da doença de Parkinson. Outros estudos mostraram que pessoas com DP tendem a ter certas características em seu eletrocardiograma. Essas características incluem um intervalo PR prolongado e possivelmente um intervalo QTc prolongado, referindo-se a segmentos mais longos do que o normal do traçado do coração. Ainda não está claro quais são as consequências clínicas dessas alterações, embora não se acredite que elas geralmente levem a anormalidades do ritmo cardíaco.

Pensa-se que problemas estruturais do coração, como doença arterial coronariana ou cardiomiopatia, não sejam parte da patologia da DP, embora, é claro, possam coexistir com a DP.

Pesquisas estão em andamento para entender melhor os efeitos cardíacos do Parkinson
É possível obter imagens do sistema nervoso simpático do coração humano injetando um marcador radioativo, [123I]meta-iodo-benzil-guanidina, (MIBG). O desenvolvimento desta técnica, conhecida como imagem cardíaca com MIBG, é muito promissor como teste para confirmar o diagnóstico de DP (um estado em que a detecção de MIBG no coração está diminuída ou ausente), para identificar aqueles que estão em risco de desenvolver DP em o futuro e distinguir a DP de distúrbios relacionados. A imagem cardíaca com MIBG ainda é considerada um procedimento experimental para detecção de DP e ainda não está em uso como ferramenta clínica para esse fim.

Um estudo de pesquisa recente foi realizado em macacos em que a destruição dos nervos simpáticos do coração foi induzida quimicamente para imitar as alterações observadas na DP. O sistema cardíaco foi então fotografado usando uma série de marcadores radioativos de nova geração, que se ligam a marcadores de inflamação e estresse oxidativo. Este sistema modelo pode ajudar a esclarecer as alterações moleculares que acompanham a perda dos nervos simpáticos do coração e também pode ser usado para rastrear a resposta do sistema cardíaco a agentes terapêuticos.

Dicas
A patologia do corpo de Lewy e a neurodegeneração no cérebro e no sistema nervoso autônomo podem ter efeitos precoces e profundos no sistema cardíaco em pessoas com DP.
O efeito mais bem compreendido disso é a hipotensão ortostática neurogênica (nOH), ou queda da pressão arterial ao ficar em pé.

Embora existam medicamentos que possam ajudar nos sintomas da nOH, não existem medicamentos que melhorem diretamente a degeneração do sistema nervoso autônomo na DP. Um novo sistema modelo, no entanto, pode ser usado para estudar terapias potenciais.

O cuidado cardiológico de rotina faz sentido para pacientes com DP. Um cardiologista pode ajudar a controlar o nOH e garantir que o ritmo cardíaco esteja normal. Ele ou ela também pode rastrear problemas cardiológicos adicionais que não estão ligados à DP, mas são comuns na população em geral, como doença arterial coronariana. Original em inglês, tradução Google, revisão Hugo. Fonte: APDA parkinson.

Conectividade de rede funcional dinâmica alterada na discinesia induzida por levodopa da doença de Parkinson

13 October 2022 - Resumo

Mira
O objetivo deste estudo foi esclarecer a atividade neural dinâmica da discinesia induzida por levodopa (LID - levodopa-induced dyskinesia) na doença de Parkinson (DP).

Métodos
Usando a análise de conectividade de rede funcional dinâmica (dFNC - dynamic functional network connectivity), avaliamos 41 pacientes com DP com LID (grupo LID) e 34 pacientes com DP sem LID (grupo sem LID). A análise de componentes espaciais independentes do grupo e a abordagem de janela deslizante foram empregadas. Além disso, aplicamos um algoritmo de agrupamento k-means em matrizes de conectividade funcional (FC - functional connectivity) em janelas para identificar padrões recorrentes de FC (ou seja, estados).

Resultados
O número ótimo de estados foi determinado em cinco, o chamado Estado 1, 2, 3, 4 e 5. Na fase ON, em comparação com o grupo No-LID, o grupo LID ocorreu com mais frequência e permaneceu mais tempo no estado fortemente conectado 1, caracterizada por fortes conexões positivas entre a rede visual (VIS) e a rede sensório-motora (SMN). Na passagem da fase OFF para ON, o grupo LID ocorreu com menor frequência no Estado 3 e no Estado 4. Enquanto isso, o grupo LID permaneceu mais tempo no Estado 2 e menor no Estado 3. O grupo sem LID ocorreu com maior frequência no Estado 5 e com menor frequência no Estado 3. Além disso, a análise de correlação demonstrou que a gravidade da discinesia estava associada à frequência de ocorrência e tempo de permanência no Estado 2, dominado pelo córtex frontal inferior na rede executiva cognitiva (CEN).

Conclusão
Usando a análise dFNC, descobrimos que a discinesia pode estar relacionada à inibição disfuncional do CEN nas alças motoras e excitação excessiva de VIS e SMN, o que forneceu evidências das mudanças na dinâmica cerebral associadas à ocorrência de discinesia (segue...). Original em inglês, tradução Google, revisão Hugo. Fonte: Wiley.

domingo, 9 de outubro de 2022

Benefícios do ultrassom subtalâmico focalizado sustentado por até cinco anos em pacientes com doença de Parkinson

October 8, 2022 - Benefits of Focused Subthalamic Ultrasound Sustained Up to Five Years in Patients with Parkinson's Disease.

Estimulação cerebral profunda: é certo para mim ou para meu ente querido?

 October 20, 2022 - Deep Brain Stimulation: Is It Right for Me or My Loved One?

Sexo modula o resultado da estimulação cerebral profunda do núcleo subtalâmico em pacientes com doença de Parkinson

091022 - Resumo - Existem muitas diferenças sexuais documentadas no curso clínico, perfil de expressão de sintomas e resposta ao tratamento da doença de Parkinson, criando desafios adicionais para o manejo do paciente. Embora a estimulação cerebral profunda do núcleo subtalâmico seja uma terapia estabelecida para a doença de Parkinson, os efeitos do sexo no resultado do tratamento ainda não são claros. O objetivo deste estudo observacional retrospectivo foi examinar as diferenças sexuais em sintomas motores, sintomas não motores e qualidade de vida após estimulação cerebral profunda do núcleo subtalâmico. As medidas de desfecho foram avaliadas em 1 e 12 meses após a operação em 90 pacientes com doença de Parkinson submetidos à estimulação cerebral profunda do núcleo subtalâmico com idade de 63,00 ± 8,01 anos (55 homens e 35 mulheres). Os resultados das avaliações clínicas foram comparados entre os sexos por meio de um teste t de Student e dentro do sexo por meio de um teste t de amostra pareada, e modelos lineares generalizados foram estabelecidos para identificar fatores associados à eficácia e intensidade do tratamento para cada sexo. Descobrimos que a estimulação cerebral profunda do núcleo subtalâmico pode melhorar os sintomas motores em homens, mas não em mulheres na condição de medicação em 1 e 12 meses após a operação. A síndrome das pernas inquietas foi aliviada em maior extensão nos homens do que nas mulheres. As mulheres demonstraram pior qualidade de vida no início do estudo e alcançaram menos melhora da qualidade de vida do que os homens após estimulação cerebral profunda do núcleo subtalâmico. Além disso, o estágio de Hoehn-Yahr foi positivamente correlacionado com a resposta ao tratamento em homens, enquanto a dose equivalente de levodopa aos 12 meses pós-operatório foi negativamente correlacionada com a melhora motora em mulheres. Em conclusão, as mulheres receberam menos benefícios da estimulação cerebral profunda do núcleo subtalâmico do que os homens em termos de sintomas motores, sintomas não motores e qualidade de vida. Encontramos fatores específicos do sexo, ou seja, estágio de Hoehn-Yahr e dose equivalente de levodopa, que estavam relacionados à melhora motora. Esses achados podem ajudar a orientar a seleção, o prognóstico e a programação de estimulação de pacientes com estimulação cerebral profunda do núcleo subtalâmico para uma eficácia terapêutica ideal na doença de Parkinson. Original em inglês, tradução Google, revisão Hugo. Fonte: Pub Med.

Uma revisão sistemática de fisiomarcadores potenciais de campo local na doença de Parkinson: de correlações clínicas a algoritmos adaptativos de estimulação cerebral profunda

08 de outubro de 2022 - Resumo - O tratamento com estimulação cerebral profunda (DBS) provou ser eficaz na supressão dos sintomas de rigidez, bradicinesia e tremor na doença de Parkinson. Ainda assim, os pacientes podem sofrer flutuações incapacitantes na gravidade dos sintomas motores e não motores durante o dia. O tratamento convencional de DBS consiste em estimulação contínua, mas pode ser potencialmente otimizado adaptando as configurações de estimulação à presença ou ausência de sintomas por meio de controle de circuito fechado. Isso depende criticamente do uso de 'fisiomarcadores' extraídos de sinais (neuro)fisiológicos. Os marcadores físicos ideais para DBS adaptativo (aDBS) são indicativos da gravidade dos sintomas, detectáveis ​​em todos os pacientes e tecnicamente adequados para implementação. Nas últimas décadas, muito esforço tem sido colocado na detecção de fisiomarcadores de potencial de campo local (LFP) e em seu uso na prática clínica. Conduzimos uma síntese de pesquisa das correlações que foram relatadas entre as características do sinal LFP e um ou mais sintomas motores específicos da DP. Características baseadas na banda beta espectral (~ 13 a 30 Hz) explicaram ~ 17% da variabilidade individual na bradicinesia e gravidade dos sintomas de rigidez. Limitações de oscilações de banda beta como fisiomarcador são discutidas e estratégias para melhoria adicional de aDBS são exploradas.

Introdução

A doença de Parkinson (DP) é uma doença neurodegenerativa que leva a uma ampla gama de sintomas motores e não motores. Até o momento, nem uma cura nem terapias modificadoras da doença estão disponíveis. A medicação dopaminérgica pode suprimir adequadamente os sintomas iniciais, mas normalmente se torna menos eficaz à medida que a doença progride. Pacientes com DP em estágio avançado podem ser encaminhados para procedimentos estereotáxicos, como estimulação cerebral profunda (DBS). Em média, o tratamento com DBS reduz significativamente os sintomas motores medidos com a Escala Unificada de Avaliação da Doença de Parkinson (UPDRS) [ 1 , 2 , 3 , 4 ]. No entanto, os resultados clínicos são variáveis ​​entre os indivíduos, e os efeitos colaterais induzidos pela estimulação, como discinesia, disartria e sintomas neuropsiquiátricos, são comuns.5 ]. A eficácia do DBS também pode variar durante o dia dentro dos indivíduos como resultado da ingestão concomitante de medicamentos ou flutuações fisiológicas. Esses desafios exigem uma otimização das configurações de estimulação ajustadas ao paciente individual e de maneira dependente do tempo.

Para conseguir isso, os chamados fisiomarcadores relacionados à gravidade de certos sintomas ou estados (não) motores podem ajudar a titular a estimulação de maneira ideal. Por exemplo, o DBS pode ser ligado com base na detecção de um marcador físico que sinaliza a presença de tremor e desligado quando o marcador físico não for mais detectado. Esta forma de DBS é chamada de DBS “adaptativa” (aDBS) ou “closed-loop” [ 6 ] e atualmente já é aplicada como atendimento clínico em alguns países [ 7 ]]. O aDBS reduz potencialmente os efeitos colaterais devido à superestimulação, economiza o consumo de energia da bateria e também promete implementar configurações de estimulação específicas para sintomas. O sucesso das aplicações aDBS depende criticamente da qualidade e valor preditivo do fisiomarcador usado. Sinais eletrofisiológicos não invasivos, como EEG e ECG, são relativamente fáceis de medir, mas podem não ter uma relação clara com a gravidade dos sintomas. EMG e acelerometria são capazes de detectar sintomas de tremor e discinesia [ 8 , 9 , 10 ], mas também são propensos a confundir sinais de movimentos voluntários. Em geral, os seguintes critérios podem ser aplicados para julgar a utilidade clínica de um determinado fisiomarcador:

(1) Indicativo O fisiomarcador está suficientemente ligado à gravidade dos sintomas flutuantes?

(2) Indivíduo O fisiomarcador é detectável em cada paciente e específico do paciente, se necessário?

(3) Implementável O fisiomarcador é (tecnicamente) capaz de titular automaticamente a estimulação?

Um candidato primário para extrair marcadores físicos adequados é o sinal de potencial de campo local (LFP) que pode ser registrado a partir dos contatos do eletrodo DBS que não são usados ​​para estimulação. Neuroestimuladores modernos que permitem a detecção, como o Medtronic Percept™ PC [ 11] demonstraram que é tecnicamente viável integrar gravações e estimulação LFP dentro do mesmo dispositivo DBS. Isso tem a vantagem de que a atividade neural pode ser registrada diretamente das estruturas alvo do DBS que se acredita estarem implicadas na doença. As características do sinal da LFP podem, portanto, ter uma relação direta (causal ou associativa) com os sintomas clínicos. Nas últimas décadas, muito esforço tem sido feito na descoberta dos fisiomarcadores da LFP na DP e no seu uso na prática clínica. Nesta revisão sistemática, fornecemos uma visão geral dos marcadores que foram estudados, mostramos seus tamanhos de efeito agrupados e discutimos até que ponto eles são indicativos, individuais e implementáveis ​​para o sucesso do tratamento com aDBS. (segue...) Original em inglês, tradução Google, revisão Hugo. Fonte: Springer.

Lesão na cabeça antes da doença de Parkinson prevê declínio motor e cognitivo auto-relatado mais rápido

Objetivo: Comparar as taxas de declínio cognitivo e motor autorrelatado em pessoas com Doença de Parkinson (DP) com e sem histórico de traumatismo craniano (HI - head injury).

Fundamento: O HI é um fator de risco para o desenvolvimento da DP [1], mas sua relação com a progressão da DP não está estabelecida. Alguns estudos sugerem que o HI está associada ao comprometimento cognitivo ou motor na DP [2:4], embora não tenham esclarecido se a lesão anterior ao início da DP afeta a progressão subsequente.

Método: Aplicamos um questionário sobre história de vida de HI aos participantes do Fox Insight (FI), um estudo longitudinal online que avalia sintomas motores e não motores entre pessoas com e sem diagnóstico autorreferido de DP. Restringimos nossa análise a pessoas com DP cujo HI ocorreu pelo menos 5 anos antes do diagnóstico (PD+HI) em comparação com pessoas com DP e sem HI antes do diagnóstico (PDnoHI). Entre as pessoas que eram ativas em FI por pelo menos um ano, usamos modelos de risco proporcional de Cox para comparar o tempo desde o diagnóstico até o desenvolvimento de (a) comprometimento motor significativo (ou seja, a necessidade de assistência para caminhar) e (b) comprometimento cognitivo (ou seja, < 43 no Penn Daily Activities Questionnaire [PDAQ]) em PD+HI em comparação com PDnoHI, ajustando para idade, sexo, duração do PD na matrícula e educação. Exploramos ainda mais o papel da HI mais grave (ou seja, envolvendo fratura, convulsão ou perda de consciência). Os dados foram censurados 30 anos após o diagnóstico de DP.

Resultados: No total, 2.522 pessoas foram incluídas nesta análise [Tabela 1]. Quarenta e três por cento relataram HI, enquanto 28% relataram HI mais grave, pelo menos 5 anos antes do diagnóstico. PD + HI teve um início mais rápido do motor (aHR 1,24, 95% CI: 1,01 - 1,53, p = 0,037) [Figura 1] e comprometimento cognitivo (aHR 1,45, 1,14-1,86, p = 0,003) [Figura 2] em comparação com PDnoHI. A HI mais grave foi associada a um declínio motor ainda mais rápido (aHR 1,44, 1,13-1,83, p = 0,003)[Figura 3] e cognitivo (aHR 1,49, 1,11-2,0, p = 0,008)[Figura 4].

Conclusão: HI antes da DP prediz declínio motor e cognitivo mais rápido após o diagnóstico da DP. O efeito de HI mais grave foi mais proeminente do que qualquer HI. A HI antecedente pode, portanto, contribuir para resultados adversos quando a DP se desenvolve. Original em inglês, tradução Google, revisão Hugo. Fonte: Mds Abstracts.

Combinação de Biomarcadores Associados a Previsões Mais Fortes de Progressão na Doença de Parkinson

October 8, 2022 - Os resultados de um estudo sobre a doença de Parkinson revelaram que a combinação de biomarcadores sanguíneos, além de medidas clínicas com modelagem de prognósticos, está associada a uma previsão mais vital na progressão da doença.

Nirosen Vijiaratnam, MBBS, pesquisador acadêmico, Departamento de Neurociências Clínicas e do Movimento, University College London, UCL Queen Square Institute of Neurology
Nirosen Vijiaratnam, MBBS

Um estudo recente em 291 pacientes com doença de Parkinson (DP) mostrou que uma combinação de luz de neurofilamento sérico (NfL - serum neurofilament light), resultados clínicos e status genético dos pacientes pode ajudar na previsão da progressão da DP.1 Ter previsões mais precisas de progressão em pacientes com DP pode melhorar a seleção para ensaios clínicos.

Não só o NfL basal foi associado ao estado cognitivo basal, mas também predisse um tempo mais curto para demência (HR, 2,64), instabilidade postural (HR, 1,32) e morte (HR, 1,89).1 Em comparação, apolipoproteína E (APOE - apolipoprotein E) ε4 o status foi associado à progressão para demência (HR 3,12; IC 95%, 1,63-6,00). As variáveis ​​genéticas e os níveis de NfL previram uma progressão desfavorável em contraste semelhante aos preditores clínicos.

Ao combinar dados de NfL, clínicos e genéticos, os dados produziram uma previsão mais forte de resultados desfavoráveis, indicados por uma área sob a curva (AUC = area under the curve) de 0,84, em comparação com idade e sexo, que tiveram uma AUC de 0,74 (P = . 0103). O NfL sérico em combinação com variáveis ​​genéticas como glicocerebrosidase (GBA) e APOE forneceu uma melhor previsão de vários aspectos da progressão da DP na modelagem prognóstica do que apenas com medidas clínicas.

O investigador principal Nirosen Vijiaratnam, MBBS, pesquisador acadêmico, Departamento de Neurociências Clínicas e do Movimento, University College London, UCL Queen Square Institute of Neurology e colegas observaram que eles “classificaram os pacientes como tendo um resultado favorável ou desfavorável com base em um resultado previamente validado modelo e explorou como os biomarcadores sanguíneos se comparam com as variáveis ​​clínicas na distinção de fenótipos prognósticos”.

As alterações do sono experimentadas pelos pacientes em infusão de apomorfina foram indicadas por pontuações no Índice de Gravidade da Insônia e na Escala de Melhoria de Impressão Clínica Global.

Os pacientes com DP incluídos na análise foram recrutados a partir do estudo de observação Tracking Parkinson's. Os pacientes inscritos no estudo preencheram os critérios do Queen Square Brain Bank e tiveram neuroimagem de suporte. Os pacientes também tinham que estar dentro de 3,5 anos após o diagnóstico no recrutamento, o que incluiu pacientes virgens de tratamento e tratados com idades entre 18 e 90 anos.

Foi necessário um seguimento mínimo de 2,5 anos para que os pacientes fossem selecionados para a análise de NfL. Além disso, para facilitar uma análise sobre se a NfL pode ajudar a discriminar a DP típica com alto índice de certeza diagnóstica (maior que 95%), de uma amostra equivalente de casos com características clínicas atípicas com menor índice de certeza diagnóstica (menos de 80 %), outros critérios de seleção foram aplicados em sua avaliação clínica de 2,5 anos. As limitações do estudo foram a falta de avaliação no estado de medicação OFF e a falta de confirmação diagnóstica neuropatológica na coorte.

Outros achados foram que os escores basais de MoCA e SF foram associados aos níveis de NfL, que foram consistentes com outros estudos que exploraram a função cognitiva global,2 e destacaram o valor de testes neuropsicológicos mais detalhados. Além disso, não houve diferença significativa nos níveis de NfL ao comparar pacientes com status APOE ε4 heterozigoto ou homozigoto para aqueles que não o fizeram. Embora a capacidade preditiva do status APOE ε4 no desenvolvimento de demência e progressão cognitiva tenha sido confirmada, observaram Vijiaratnam et al.1

Houve um efeito principal negativo de níveis basais mais altos de NfL nos escores de progressão na modelagem mista, que era consistente com os níveis de NfL atingindo o pico antes do início de características clínicas apreciáveis. conforme determinado por mudanças no MoCA, os pesquisadores identificaram uma capacidade preditiva significativa para o desenvolvimento precoce de demência. Isso apoiou um estudo anterior que sugeriu que a revelação de NfL é melhor na previsão do desenvolvimento de demência do que o comprometimento cognitivo leve.4

Com base nos resultados, a capacidade da NFL de prever a progressão cognitiva pode ser explicada através da previsão de progressão mais precisa, refletindo a magnitude da deposição de alfa-sinucleína e disfunção anatômica presente. Status da NfL no momento do recrutamento”, escreveram Vijiaratnam e colegas. Original em inglês, tradução Google, revisão Hugo. Fonte: Neurology live.