terça-feira, 18 de junho de 2024

Droga contra o câncer pode interromper a propagação do Parkinson

17 de junho de 2024 - Resumo: Os pesquisadores descobriram um novo alvo terapêutico para a doença de Parkinson, a proteína Aplp1, que facilita a disseminação de proteínas alfa-sinucleína nocivas no cérebro. Notavelmente, um medicamento contra o câncer aprovado pela FDA visando Lag3, uma proteína que interage com Aplp1, mostrou-se promissor em bloquear essa disseminação em modelos de camundongos.

Esta pesquisa inovadora sugere o potencial para reaproveitar terapias de câncer existentes para a doença de Parkinson e outras condições neurodegenerativas.

Principais Fatos:

A interação Aplp1 e Lag3 é crucial para a disseminação da alfa-sinucleína no cérebro.

Um medicamento contra o câncer aprovado pela FDA, nivolumabe/relatlimab, visando Lag3 mostra potencial em bloquear essa interação.

Esta pesquisa oferece uma nova esperança para o tratamento de Parkinson e outras doenças neurodegenerativas.

Fonte: Johns Hopkins Medicina

Em estudos com camundongos geneticamente modificados, pesquisadores da Johns Hopkins Medicine dizem ter identificado um alvo biológico potencialmente novo envolvendo Aplp1, uma proteína de superfície celular que impulsiona a disseminação da alfa-sinucleína, causadora da doença de Parkinson.

As descobertas, publicadas em 31 de maio na Nature Communications, revelam como a Aplp1 se conecta com o Lag3, outro receptor de superfície celular, em uma parte fundamental de um processo que ajuda a espalhar proteínas alfa-sinucleínas prejudiciais para as células cerebrais. Esses acúmulos de proteínas são características da doença de Parkinson.

Notavelmente, dizem os pesquisadores, o Lag3 já é alvo de uma combinação de medicamentos contra o câncer aprovada pela Food and Drug Administration (FDA) dos EUA que usa anticorpos para "ensinar" ao sistema imunológico humano o que buscar e destruir.

A ligação de Aplp1 com Lag3 na superfície da célula permite que células cerebrais saudáveis absorvam aglomerados viajantes de alfa-sinucleína, levando à morte celular, dizem os pesquisadores. Crédito: Neuroscience News

"Agora que sabemos como Aplp1 e Lag3 interagem, temos uma nova maneira de entender como a alfa-sinucleína contribui para a progressão da doença de Parkinson", diz Xiaobo Mao, Ph.D., professor associado de neurologia da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins e membro do Instituto de Engenharia Celular.

"Nossas descobertas também sugerem que direcionar essa interação com drogas pode retardar significativamente a progressão da doença de Parkinson e outras doenças neurodegenerativas."

Mao co-liderou a pesquisa junto com Ted Dawson, M.D., Ph.D., Leonard e Madlyn Abramson Professor em Doenças Neurodegenerativas na Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins e diretor do Instituto Johns Hopkins para Engenharia Celular, Valina Dawson, Ph.D. e Hanseok Ko, Ph.D., professores de neurologia na escola de medicina e membros do Instituto de Engenharia Celular.

Estudos de longa data mostraram que, ao se agruparem e formarem depósitos de proteínas, as proteínas alfa-sinucleína mal dobradas viajam de célula cerebral para célula cerebral, matando os responsáveis pela produção de um neurotransmissor chamado dopamina e fazendo com que a doença de Parkinson progrida através de um tipo de morte celular "programada" que os pesquisadores da Johns Hopkins identificaram. O processo, parthanatos (da palavra grega para "morte"), leva a prejuízos no movimento, na regulação emocional e no pensamento.

A ligação de Aplp1 com Lag3 na superfície da célula permite que células cerebrais saudáveis absorvam aglomerados viajantes de alfa-sinucleína, levando à morte celular, dizem os pesquisadores.

Em estudos em camundongos publicados em 2016 e 2021, a equipe de Mao e Dawson identificou o papel do Lag3 na ligação com proteínas alfa-sinucleínas, fazendo com que a doença de Parkinson se espalhasse. No entanto, esses estudos indicaram que outra proteína era parcialmente responsável pela absorção da célula de alfa-sinucleína mal dobrada.

"Nosso trabalho demonstrou anteriormente que a Lag3 não era a única proteína de superfície celular que ajudava os neurônios a absorver alfa-sinucleína, então nos voltamos para a Aplp1 em nossos experimentos mais recentes", diz Valina Dawson.

Para determinar se Aplp1 realmente contribuiu para a disseminação de proteínas alfa-sinucleína prejudiciais, os pesquisadores usaram uma linha de camundongos geneticamente modificados sem Aplp1 ou Lag3 ou Aplp1 e Lag3. Em camundongos sem Aplp1 e Lag3, a absorção celular da proteína alfa-sinucleína prejudicial caiu em 90%.

Depois de injetar camundongos com o anticorpo Lag3, eles descobriram que essa droga também bloqueia a interação de Aplp1 e Lag3, o que significa que as células cerebrais saudáveis não poderiam mais absorver aglomerados de alfa-sinucleína causadores de doenças.

Os pesquisadores dizem que o anticorpo Lag3 nivolumab/relatlimab, um medicamento aprovado pela FDA em 2022 para o tratamento do câncer, pode desempenhar um papel na prevenção de que as células absorvam alfa-sinucleína.

"O anticorpo anti-Lag3 foi bem-sucedido em impedir a propagação adicional de sementes de alfa-sinucleína nos modelos de camundongo e exibiu melhor eficácia do que a depleção de Lag3 por causa da estreita associação de Aplp1 com Lag3", diz Ted Dawson.

Essa pesquisa tem aplicações potenciais no tratamento de outras condições neurodegenerativas que não têm cura, diz Mao. Na doença de Alzheimer, que está associada a sintomas de perda de memória, instabilidade de humor e problemas musculares, as proteínas tau ficam mal dobradas e se aglomeram em neurônios em níveis altos, piorando a condição. Na pesquisa de Alzheimer, Mao diz que os cientistas poderiam tentar atingir o Lag3 - que também se liga à proteína tau relacionada à demência - com o mesmo anticorpo.

Com o sucesso do uso do anticorpo Lag3 em camundongos, Ted Dawson diz que os próximos passos seriam realizar testes de anticorpos anti-Lag3 em camundongos com doença de Parkinson e Alzheimer. Os pesquisadores da Johns Hopkins também estão investigando como poderiam impedir que células insalubres liberassem alfa-sinucleína causadora de doenças.

Outros pesquisadores neste estudo são Hao Gu, Donghoon Kim, Yasuyoshi Kimura, Ning Wang, Enquan Xu, Ramhari Kumbhar, Xiaotian Ming, Haibo Wang, Chan Chen, Shengnan Zhang, Chunyu Jia, Yuqing Liu, Hetao Bian, Senthilkumar Karuppagounder, Fatih Akkentli, Qi Chen, Longgang Jia, Heehong Hwang, Su Hyun Lee, Xiyu Ke, Michael Chang, Amanda Li, Jun Yang, Cyrus Rastegar, Manjari Sriparna, Preston Ge, Saurav Brahmachari, Sangjune Kim, Shu Zhang, Haiqing Liu, Sin Ho Kweon, Mingyao Ying e Han Seok Ko da Johns Hopkins; Yasushi Shimoda, da Universidade de Tecnologia de Nagaoka; Martina Saar e Ulrike Muller, da Universidade de Heidelberg; Creg Workman e Dario Vignali da Faculdade de Medicina da Universidade de Pittsburgh e Cong Liu da Academia Chinesa de Ciências.

Financiamento: Este trabalho foi apoiado por subsídios dos Institutos Nacionais de Saúde (R01NS107318, R01AG073291, R01AG071820, 1135 RF1NS125592, K01AG056841, R21NS125559, R01NS107404, P01AI108545, R01AI144422), da Fundação Parkinson, da Maryland Stem Cell Research Foundation, da American Parkinson Disease Association, da Uehara Memorial Foundation, da JPB Foundation, da Adrienne Helis Malvin Medical Research Foundation e da Parkinson's Disease Foundation. Fonte: Neurosciencenews.

segunda-feira, 17 de junho de 2024

Ligação entre microbiota intestinal e doença de Parkinson aponta para potencial rota terapêutica

17 DE JUNHO DE 2024 - Na doença de Parkinson, foi encontrada uma redução nas bactérias intestinais dos genes responsáveis pela síntese das vitaminas essenciais do complexo B B2 e B7.

Um estudo liderado pela Escola de Pós-Graduação em Medicina da Universidade de Nagoya, no Japão, revelou uma ligação entre a microbiota intestinal e a doença de Parkinson (DP). Os pesquisadores encontraram uma redução nas bactérias intestinais dos genes responsáveis pela síntese das vitaminas B essenciais B2 e B7.

Eles também identificaram uma relação entre a falta desses genes e baixos níveis de agentes que ajudam a manter a integridade da barreira intestinal. Essa barreira impede que as toxinas entrem na corrente sanguínea, o que causa a inflamação observada na DP. Suas descobertas, publicadas no npj Parkinson's Disease, sugerem que o tratamento com vitaminas do complexo B para tratar essas deficiências pode ser usado para tratar a DP.

A DP é caracterizada por uma variedade de sintomas físicos que dificultam as atividades diárias e a mobilidade, como tremores, movimentos lentos, rigidez e problemas de equilíbrio. Embora a frequência de DP possa variar entre diferentes populações, estima-se que afete aproximadamente 1-2% dos indivíduos com 55 anos ou mais.

Vários processos fisiológicos são fortemente influenciados pelos microrganismos encontrados no intestino, que são coletivamente conhecidos como microbiota intestinal. Em condições ideais, a microbiota intestinal produz AGCC e poliaminas, que mantêm a barreira intestinal que impede a entrada de toxinas na corrente sanguínea. As toxinas no sangue podem ser levadas para o cérebro, onde causam inflamação e afetam os processos de neurotransmissão que são críticos para manter a saúde mental.

Para entender melhor a relação entre as características microbianas do intestino na DP, Hiroshi Nishiwaki e Jun Ueyama, da Escola de Pós-Graduação em Medicina da Universidade de Nagoya, realizaram uma metanálise de amostras de fezes de pacientes com DP do Japão, Estados Unidos, Alemanha, China e Taiwan.

Eles usaram o sequenciamento de espingarda, técnica que sequencia todo o material genético de uma amostra. Esta é uma ferramenta inestimável porque oferece aos pesquisadores uma melhor compreensão da comunidade microbiana e da composição genética da amostra.

Eles observaram uma diminuição nos genes bacterianos responsáveis pela síntese de riboflavina (vitamina B2) e biotina (vitamina B7) em pacientes diagnosticados com DP. A riboflavina e a biotina, derivadas tanto da microbiota alimentar quanto intestinal, têm propriedades anti-inflamatórias, que podem neutralizar a neuroinflamação observada em doenças como a DP.

As vitaminas do complexo B desempenham papéis cruciais nos processos metabólicos que influenciam a produção e as funções dos ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) e das poliaminas, dois agentes que ajudam a manter a integridade da barreira intestinal, impedindo a entrada de toxinas na corrente sanguínea. Um exame dos metabólitos fecais revelou diminuição de ambos em pacientes com DP.

Os resultados indicam uma explicação potencial para a progressão da DP. "Deficiências em poliaminas e AGCCs podem levar ao afinamento da camada de muco intestinal, aumentando a permeabilidade intestinal, ambos os quais foram observados na DP", explicou Nishiwaki.

"Essa maior permeabilidade expõe os nervos a toxinas, contribuindo para a agregação anormal da alfa-sinucleína, ativando as células imunológicas no cérebro e levando à inflamação a longo prazo.

"A terapia de suplementação visando riboflavina e biotina é promissora como uma avenida terapêutica potencial para aliviar os sintomas da DP e retardar a progressão da doença."

Os resultados do estudo destacam a importância de compreender a complexa relação entre a microbiota intestinal, as vias metabólicas e a neurodegeneração. Nos próximos anos, a terapia poderá ser personalizada com base no perfil único do microbioma de cada paciente. Ao alterar os níveis bacterianos no microbioma, os médicos podem potencialmente atrasar o início dos sintomas associados a doenças como a DP.

Poderíamos realizar análises da microbiota intestinal dos pacientes ou realizar análises de metabólitos fecais”, disse Nishiwaki. “Usando essas descobertas, poderíamos identificar indivíduos com deficiências específicas e administrar suplementos orais de riboflavina e biotina àqueles com níveis diminuídos, criando potencialmente um tratamento eficaz”. Fonte: Medicalxpress.

O "inútil" apêndice é mais fascinante do que pensávamos

17 de junho de 2024 - Quando médicos e pacientes pensam no apêndice, costuma ser uma emergência. Nos casos de apendicite, a luta contra o tempo pode levar à ruptura do apêndice, causando uma peritonite potencialmente fatal. Assim, apesar de recentes pesquisas sugerirem que os antibióticos possam ser um tratamento clínico alternativo, a apendicectomia ainda é a conduta convencional nos casos de apendicite sem complicações.

Mas e se a remoção do apêndice pudesse aumentar o risco de doenças gastrointestinais, como a síndrome do intestino irritável e o câncer colorretal? Isso é o que sugerem alguns novos dados científicos. E, embora as pesquisas sejam preliminares e heterogêneas, são o suficiente para provocar reflexão.

"Se não há razão para remover o apêndice, então é melhor preservá-lo", disse a Dra. Heather Smith, Ph.D., professora de anatomia comparativa na Midwestern University, nos Estados Unidos. A remoção preventiva não é corroborada pelas evidências, disse a professora.

Para sermos justos, percorremos um longo caminho desde 1928, quando o Dr. Miles Breuer, médico americano de origem tcheca, sugeriu que as pessoas com apêndices infectados deveriam perecer, de modo a remover seu ácido desoxirribonucleico (DNA) de qualidade inferior do conjunto dos genes humanos (ele chamou essas pessoas de "não civilizadas" e "candidatas à extinção"). Darwin, embora menos radical, acreditava que o apêndice era, na melhor das hipóteses, inútil — um mero vestígio da modificação da alimentação de nossos ancestrais de folhas para frutas.

O que sabemos agora é que o apêndice não é apenas um pedaço problemático de tecido intestinal destituído de valor. Em vez disso, ele pode atuar como refúgio para as bactérias intestinais benéficas ao organismo e um campo de treinamento para o sistema imunitário. Também parece desempenhar algum papel em várias doenças clínicas, desde a colite ulcerativa e o câncer colorretal até a doença de Parkinson e o lúpus eritematoso sistêmico. Mas a verdade nua e crua é que os cientistas continuam tentando distinguir os casos em que ter um apêndice é protetor daqueles em que seria melhor não tê-lo.

Uma estrutura "vermiforme" como proteção intestinal

O apêndice é uma estreita projeção sem saída (o que significa que sua extremidade está fechada) que se projeta da parte inicial do intestino grosso. Nem todos os mamíferos o têm. Foi encontrado em várias espécies de primatas e roedores, bem como em coelhos, marsupiais vombates australianos e peixes-boi da Flórida, entre outros (cães e gatos não o apresentam). Embora o apêndice humano seja vermiforme, disse a Dra. Heather, essas estruturas anatômicas ocorrem em vários tamanhos e formas. Alguns são grossos, como os dos castores, enquanto outros são longos e espiralados, como os dos coelhos.

Estudos de anatomia comparativa revelaram que o apêndice evoluiu de forma independente pelo menos 29 vezes ao longo da evolução dos mamíferos. Isso sugere que ele tenha algum tipo de função adaptativa, disse a Dra. Heather. Quando cientistas franceses analisaram dados de 258 espécies de mamíferos, descobriram que aquelas que têm um apêndice vivem mais do que as que não o têm. Uma possível explicação, escreveram os pesquisadores, pode estar no papel do apêndice na prevenção da diarreia.

O estudo realizado em 2023 por esses pesquisadores respaldou essa hipótese. Com base em registros veterinários de 45 espécies diferentes de primatas alojados em um zoológico francês, os cientistas comprovaram que os primatas com apêndices são muito menos propensos a ter diarreia grave do que os que não têm esse órgão. O apêndice, ao que parece, pode ser nossa pequena arma contra problemas intestinais.

Para o imunologista Dr. William Parker, Ph.D., pesquisador visitante da University of North Carolina at Chapel Hill, esses dados são "o melhor que poderíamos esperar" em corroboração à ideia de que o apêndice pode proteger os mamíferos de problemas gastrointestinais. Um experimento em humanos seria antiético, disse Dr. William. Mas estudos observacionais oferecem pistas.

Uma pesquisa mostrou que, em comparação às pessoas com apêndice preservado, adultos jovens com história de apendicectomia têm mais que o dobro do risco de ter infecção grave por Salmonella não tifoide, do tipo que exigiria hospitalização.

"Refúgio" para bactérias

Estes estudos reforçam uma teoria que o Dr. William e seus colaboradores elaboraram em 2007: a de que o apêndice atua como “refúgio” para as bactérias intestinais benéficas ao organismo.

Pense no cólon como um tubo largo, disse Dr. William, que pode ser contaminado por um patógeno como a Salmonella. Segue-se a diarreia, e o tubo é repetidamente lavado, limpando tudo, inclusive o seu microbioma intestinal saudável. Felizmente, "você tem esse pequeno desdobramento desse cano", onde o fluxo líquido não consegue entrar "porque é muito apertado", disse Dr. William. Os micróbios intestinais benéficos ao organismo podem sobreviver no interior do apêndice e repovoar o cólon assim que a diarreia acabar. Dr. William e seus colaboradores descobriram que o apêndice humano contém uma espessa camada de bactérias benéficas ao organismo. "Essas bactérias estavam exatamente onde previmos que estariam", disse o especialista.

A hipótese do refúgio poderia explicar por que o microbioma intestinal pode ser diferente nas pessoas que não têm mais o apêndice. Em um pequeno estudo, as pessoas que fizeram apendicectomia tinham um microbioma menos diversificado, com menor quantidade de cepas benéficas, como Butyricicoccus e Barnesiella, do que as pessoas com apêndices preservados.

O apêndice provavelmente também tem uma segunda função, disse a Dra. Heather: pode servir como um campo de treinamento para o sistema imunitário. "Diante de um patógeno invasor no intestino, o apêndice ajuda o sistema gastrointestinal a montar a resposta imunitária", disse a professora. O apêndice humano é rico em células especiais conhecidas como células M. Estas atuam como batedores, detectando e capturando bactérias e vírus invasores e apresentando-os à equipe de defesa do organismo, como os linfócitos T.

Se o apêndice abriga bactérias benéficas e aumenta a resposta imunitária, isso pode explicar sua relação com várias doenças. Segundo um estudo epidemiológico feito em Taiwan, os pacientes que fizeram apendicectomia têm um risco 46% maior de apresentar síndrome do intestino irritável — doença associada a uma pequena quantidade das bactérias Butyricicoccus. É por isso que os médicos devem prestar muita atenção às pessoas que tiveram seus apêndices removidos, monitorando-as quanto a possíveis sinais ou sintomas da síndrome do intestino irritável, escreveram os autores do estudo.

O mesmo banco de dados ajudou a descobrir outras conexões entre a apendicectomia e a doença. Por um lado, havia o diabetes tipo 2: nos três anos após a cirurgia, pacientes com menos de 30 anos tinham o dobro do risco de evoluir para este quadro. Depois, houve o lúpus eritematoso sistêmico: os que fizeram apendicectomia geralmente tinham maior risco de ter esta doença autoimunitária, e as mulheres foram particularmente atingidas.

Conexões controversas

A discussão científica mais acalorada é sobre a relação entre o apêndice e quadros clínicos, como a doença de Parkinson, a colite ulcerativa e o câncer colorretal. Um pequeno estudo de 2019 mostrou que a apendicectomia pode melhorar os sinais e sintomas de certas formas de colite ulcerativa que não respondem aos tratamentos clínicos convencionais. Um terço dos pacientes melhorou após a remoção do apêndice e 17% se recuperaram inteiramente.

Por quê? Segundo Dr. William, a apendicectomia pode funcionar para a colite ulcerativa porque é "uma maneira de suprimir o sistema imunitário, especialmente nas partes distais do intestino". Uma metanálise de 2023 descobriu que as pessoas que tiveram o apêndice removido antes de terem o diagnóstico de colite ulcerativa tinham menos propensão a precisar de uma colectomia mais tarde.

Esse procedimento pode ter um efeito colateral grave, no entanto: o câncer colorretal. Cientistas franceses descobriram que a remoção do apêndice pode reduzir o número de certas células imunitárias chamadas células T CD3+ e CD8+, enfraquecendo a vigilância imunitária. Como resultado, as células tumorais podem escapar da detecção.

No entanto, as relações entre a remoção do apêndice e o câncer estão longe de serem claras. Uma recente metanálise descobriu que, embora as pessoas que haviam realizado uma apendicectomia geralmente tivessem maior risco de câncer colorretal, para os europeus esses efeitos foram desprezíveis. Na verdade, a remoção do apêndice protegeu as mulheres europeias dessa forma específica de câncer. Para o Dr. William, a heterogeneidade desses resultados pode resultar do fato de que os tratamentos e as populações variam amplamente. A questão "pode depender de fatores sociais e médicos complexos", disse Dr. William.

As coisas também parecem complicadas com a doença de Parkinson — outro quadro ligado ao apêndice. Um grande estudo epidemiológico mostrou que a apendicectomia está associada a menor risco de doença de Parkinson ou à doença de Parkinson tardia. Também descobriu que o apêndice normal contém α-sinucleína, uma proteína que pode se acumular no cérebro e contribuir para o desenvolvimento do mal de Parkinson. "Embora a α-sinucleína seja tóxica quando no cérebro, parece ser bastante normal quando presente no apêndice", disse o médico Dr. Luis Vitetta, Ph.D., epidemiologista clínico da University of Sydney, na Austrália. No entanto, nem todos os estudos descobriram que a remoção do apêndice reduz o risco de Parkinson. Na verdade, alguns mostram resultados opostos.

Como os médicos devem encarar o apêndice?

Mesmo com esses mistérios e contradições, disse o Dr. Luis, um apêndice saudável em um corpo saudável parece ser protetor. É por isso que, afirmou o médico, quando alguém é diagnosticado com apendicite, uma avaliação rigorosa é essencial antes da cirurgia ser realizada.

"Talvez um antibiótico possa realmente ajudar a reverter o quadro", disse o Dr. Luis. Um estudo de 2020 publicado no periódico The New England Journal of Medicine mostrou que os antibióticos podem de fato ser uma boa alternativa à cirurgia para o tratamento da apendicite. "Não queremos necessariamente remover um apêndice que possa ser benéfico", disse a Dra. Heather.

As muitas relações entre o apêndice e várias doenças significam que os médicos devem estar mais vigilantes ao tratar pacientes que tiveram esse órgão removido, concluiu o Dr. William. "Quando um paciente perde seu apêndice, dependendo do ambiente pode haver efeitos infecciosos e oncológicos. Então ele podem precisar fazer exames com mais frequência", disse Dr. William. Seria o caso do monitoramento da síndrome do intestino irritável e do câncer colorretal.

Além disso, o Dr. William acredita que a pesquisa sobre o apêndice coloca ainda mais ênfase na necessidade de proteger o microbioma intestinal — como tomar probióticos junto a tratamento com antibióticos orais. E embora ainda estejamos muito longe de entender como exatamente essa estrutura vermiforme reage com várias doenças, uma coisa parece bastante certa: o apêndice não é inútil. "Se Darwin tivesse as informações que temos, ele não teria tirado a conclusão que tirou", concluiu o Dr. William. Fonte: Medscape.

sexta-feira, 14 de junho de 2024

Ozzy Osbourne recorre a tratamento com células-tronco

14 junho, 2024 - As células-tronco são bastante usadas no tratamento de lesões, especialmente articulares, devido à sua capacidade única de se diferenciar em diversos tipos celulares, acelerando, por exemplo, a cicatrização de feridas. Elas são usadas na medicina regenerativa para tratar lesões, regenerar tecidos danificados e substituir células doentes, mas recentemente o cantor Ozzy Osbourne, de 75 anos, gerou polêmica ao contar que usa terapias com células-tronco para tratar diversas condições de saúde que enfrenta, como um tumor na coluna, problemas no quadril e Parkinson, contra o qual luta desde 2020.

“Acabei de voltar do médico depois de ter algumas células-tronco inseridas em mim. Eu não me sinto tão bem, mas não sei como estaria se eu não tivesse começado o tratamento. Essa coisa que faço é tipo uma célula-tronco super f***, sabe? Eles aplicaram três frascos em mim esta manhã”, contou o músico no seu programa de rádio “Ozzy Speaks”.

Segundo o site Rock Brigade, a terapia com o uso de células-tronco é liberada pela Food and Drug Administration (FDA) dos EUA apenas para tratamentos de câncer no sangue e sistema imunológico, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

No entanto, de acordo com o neuro-ortopedista especialistas em células-tronco e autor do estudo “Inovação biomédica na cidade: estratégias para impulsionar a pesquisa em células-tronco na regeneração cerebral”, publicado na Revista Políticas Públicas e Cidades, Luiz Felipe Carvalho, o seu uso em tratamentos para doenças neurodegenerativas ainda precisa de mais estudos.

“Já existem testes clínicos para a aplicação dessa tecnologia para o tratamento de doenças neurodegenerativas como a Doença de Parkinson e a Doença de Alzheimer. Além disso, essa ferramenta também vem sendo testada para o tratamento de danos cerebrais causados por condições como Acidente Vascular Cerebral (AVC), traumatismo craniano, e, até mesmo, para reverter os efeitos colaterais da quimioterapia. Embora essa tecnologia apresente grande potencial, ela ainda se encontra na fase de desenvolvimento, sendo necessária a realização de um maior número de testes para que seus mecanismos possam ser esclarecidos e para que a sua segurança e eficácia possa ser comprovada”, afirma Luiz Felipe. Fonte: Kiss fm.

5 Remédios Proibidos para Quem Tem Parkinson

 

Campus Neurológico disponibiliza novo exame para ajuda no diagnóstico de doença de Parkinson

14 Jun, 2024 - O CNS - Campus Neurológico, unidade de saúde de referência em Portugal e na Europa, especializada no tratamento e reabilitação de doenças neurológicas, disponibiliza um novo exame para auxiliar no diagnóstico da doença de Parkinson. A ecografia dos gânglios da base já está disponível na unidade de Lisboa do CNS.

A ecografia dos gânglios da base é uma técnica não invasiva, acessível e facilmente aplicável, com eficácia comprovada no diagnóstico de várias doenças do movimento, com particular destaque para a doença de Parkinson (DP) e outros parkinsonismos. É uma ferramenta de diagnóstico muito útil em doentes com doenças do movimento nos quais há uma dúvida diagnóstica (exemplos: DP versus paralisia supranuclear progressiva ou atrofia multissistémica; parkinsonismo neurodegenerativo vs tremor essencial ou parkinsonismo induzido por medicação, entre outros). A ecografia dos gânglios da base tem potencial para responder às mesmas questões que outros exames utilizados para auxiliar o diagnóstico de doenças do movimento (como o DATSCAN), com a vantagem adicional de poder obter mais informação, de forma não invasiva e sem administração de contraste.

A ecografia é uma técnica de imagem que se baseia na emissão de ultrassons. O exame é indolor, não exige administração de sedação e não há exposição a radiação, sendo, por isso, um exame seguro e fácil de realizar. A ecografia dos gânglios da base é feita com o doente deitado, de barriga para cima. Coloca-se a sonda numa zona específica da cabeça, registando as imagens visíveis e calculando índices específicos, para posterior interpretação. A realização deste exame tem uma duração máxima de 20 a 30 minutos.

Linda Azevedo Kauppila, neurologista e especialista em doenças do movimento no CNS – Campus Neurológico, é atualmente responsável pela realização do exame, disponível na unidade de Lisboa do CNS. Fez a sua formação em ecografia dos gânglios da base sob supervisão do professor João Sargento de Freitas, do Serviço de Neurologia da ULS Coimbra.

Recentemente, Linda Azevedo Kauppila foi, também, formadora do “Curso de Ecografia dos Gânglios da Base”, inserido no congresso da Sociedade Portuguesa de Doenças do Movimento, em março de 2024. “A ecografia dos gânglios da base vai constituir uma alteração do paradigma da investigação de doentes com doenças do movimento. Vai permitir simplificar e melhorar, de forma inovadora e acessível, o diagnóstico de doença de Parkinson, bem como facilitar o esclarecimento diagnóstico de várias outras doenças do movimento. Estabelecer um diagnóstico tão preciso quanto possível é fundamental e pode traduzir-se em implicações diretas na gestão da doença e do plano terapêutico do doente; conseguir fazê-lo recorrendo a uma técnica não invasiva e sem incómodo acrescido para os doentes constitui um ganho significativo. É imensamente satisfatório podermos continuar a ampliar a oferta de cuidados a doentes com doença neurológica, com a mais recente disponibilização deste método diagnóstico”, afirma Linda Azevedo Kauppila. Fonte: Saude on line.

Variantes genéticas ligadas à mortalidade, progressão motora na doença de Parkinson

Seis variantes identificadas em estudos genômicos

Uma ilustração de uma fita de DNA destaca sua forma de dupla hélice.

14 de junho de 2024 - Seis variantes genéticas associadas à mortalidade e progressão motora foram descobertas em pessoas com doença de Parkinson.

Esses fatores genéticos recém-detectados que influenciaram a progressão da doença eram em grande parte diferentes daqueles que aumentaram o risco de Parkinson, descobriram os pesquisadores.

"Este trabalho nos ajudará a entender melhor a biologia da progressão [de Parkinson] e desenvolver novos tratamentos modificadores da doença", escreveram no estudo "Genoma amplo determinantes da mortalidade e progressão motora na doença de Parkinson", publicado no npj Parkinson's Disease.

Embora a causa da doença de Parkinson permaneça obscura, sabe-se que a genética desempenha um papel.

Estudos anteriores de associação genômica ampla (GWAS) - que encontraram alterações genéticas únicas em locais específicos do genoma associados a uma doença - identificaram 90 variantes ligadas a um risco de Parkinson. Ainda assim, poucas variantes foram associadas à progressão da doença. É "importante estudar a genética e a biologia da progressão da doença" porque "permitirá o desenvolvimento de potenciais tratamentos modificadores da doença", escreveu a equipe, baseada na Europa e nos EUA.

Estudos em larga escala coletaram dados ao longo de vários anos

Os pesquisadores realizaram dois GWASs para identificar variantes genéticas associadas à progressão para mortalidade e um estágio de Hoehn e Yahr de 3 ou maior. O estágio 3 representa independência física, apesar de comprometimento leve a moderado em ambos os lados do corpo, com alguma instabilidade postural. Estágios mais altos indicam pior incapacidade.

Dados de 6.766 pacientes com Parkinson foram coletados em um tempo médio de seguimento de 4,2 anos a 15,7 anos.

Dos 5.744 pacientes na análise de mortalidade, 1.846 (32,1%) indivíduos morreram. Em todo o genoma desses pacientes, a equipe procurou mudanças genéticas únicas chamadas polimorfismos de nucleotídeo único, ou SNPs, associados a uma progressão para a mortalidade.

O SNP associado à mortalidade mais significativo (rs429358) foi ligado ao épsilon 4 da APOE, uma das três versões do gene APOE, que codifica a apolipoproteína E, uma proteína que facilita o transporte de lipídios semelhantes a gordura na corrente sanguínea. O efeito desse SNP sobre a mortalidade de Parkinson foi mais forte em mulheres do que em homens. Também estava em desequilíbrio de ligação com outros 12 SNPs, o que significa que esses marcadores genéticos provavelmente foram herdados juntos.

As variantes na APOE têm sido associadas a um declínio cognitivo mais rápido e a um maior risco de comprometimento cognitivo em pacientes com Parkinson, e são o fator de risco genético mais forte para a doença de Alzheimer.

Outro SNP (rs4726467) significativamente associado à mortalidade foi no gene TBXAS1, com cinco SNPs adicionais em desequilíbrio de ligação. Esse gene carrega instruções para tromboxano A sintase 1, uma enzima envolvida na produção de lipídios semelhantes a gordura. Este SNP pareceu reduzir a atividade do TBXAS1 no sangue, mas não em outros tecidos, ou afetar sua atividade em regiões cerebrais.

Apenas um SNP relacionado à mortalidade (rs35749011) foi encontrado no gene GBA1, um conhecido fator de risco genético para Parkinson.

O monitoramento digital doméstico discerne perfis de flutuação motora.

Sinais para problemas motores

Entre os 3.331 indivíduos analisados quanto à progressão, 753 (22,6%) atingiram o desfecho de progressão motora para o estágio de Hoehn e Yahr de 3 ou maior. Esse desfecho foi associado a quatro SNPs dentro ou próximos aos genes MORN1 (rs115217673), ASNS (rs145274312), PDE5A (rs113120976) e XPO1 (rs141421624).

O SNP superior para MORN1, que codifica uma proteína de função desconhecida, não pareceu afetar sua atividade em diferentes tecidos, semelhante ao SNP superior mais próximo do gene ASNS. Este gene fornece instruções para asparagina sintetase, uma enzima que produz asparagina, um bloco de construção de proteínas.

O terceiro SNP mais significativo foi o mais próximo do gene PDE5A, que reduziu a atividade de outro gene chamado USP53 no sangue, mas não em outros tecidos. O quarto SNP superior, e nove SNPs associados, abrangeram vários genes: XPO1, USP34, KIAA1841 e C2orf74, embora apenas o SNP superior ligado a XPO1 destes tenha atingido significância. Este SNP alterou outros genes no sangue e aumentou a atividade de C2orf74 no cérebro.

"Conduzimos dois GWASs em grande escala da progressão [do Parkinson], incluindo o primeiro GWAS da mortalidade [do Parkinson]", concluiu a equipe. "Identificamos seis sinais significativos em todo o genoma, incluindo TBXAS1."

Os pesquisadores disseram que seu trabalho "nos ajudará a entender melhor a biologia da progressão [do Parkinson] e desenvolver novos tratamentos modificadores da doença, embora tenham notado a necessidade de mais estudos "para entender as ligações entre essas variantes genômicas e a biologia subjacente da doença". Fonte: https://parkinsonsnewstoday.com/news/genetic-variants-tied-mortality-motor-progression-parkinsons/

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Sonolência diurna

quinta-feira, 13 de junho de 2024

Estimulação cerebral profunda não invasiva é promissora para Parkinson

O dispositivo URIS foi testado em 12 mulheres em um ensaio clínico piloto

13 de junho de 2024 - Os primeiros dados preliminares de um estudo piloto de Stimvia mostram que um dispositivo de neuromodulação não invasivo conhecido como URIS aliviou os sintomas entre os participantes de um ensaio clínico piloto e pode servir como um tratamento complementar para a doença de Parkinson. O desenvolvedor do dispositivo planeja lançar os dados completos nos próximos meses.

"Temos o prazer de compartilhar resultados preliminares que indicam resultados promissores. Os pacientes relataram melhorias no número de sintomas da doença de Parkinson e em sua qualidade de vida geral. Além disso, observamos uma notável redução do tremor de repouso. Embora os dados precisos ainda estejam sob avaliação rigorosa, continuamos cautelosamente otimistas sobre as implicações potenciais desses resultados", disse David Skoloudik, MD, PhD, principal investigador do estudo e vice-reitor de Ciência e Pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade de Ostrava, República Tcheca, em um comunicado à imprensa da empresa.

O Parkinson é causado pela perda de células nervosas que produzem dopamina, um importante mensageiro químico do cérebro que ajuda a controlar o movimento. Sua perda leva a sintomas da doença, incluindo tremor e movimentos lentos.

A estimulação cerebral profunda (DBS) tem sido usada para tratar os sintomas motores de Parkinson e aqueles com uma resposta pobre a outras terapias. Com DBS, eletrodos são colocados cirurgicamente que fornecem estimulação elétrica para áreas específicas do cérebro. A corrente elétrica, que é gerada por um neuroestimulador movido a bateria implantado sob a pele, bloqueia os sinais subjacentes aos sintomas motores do Parkinson, como tremores.

Testando URIS para Parkinson

O dispositivo URIS da Stimvia usa eletrodos colocados perto do nervo fibular na perna para modular a atividade elétrica que estimula vias nervosas específicas no cérebro.

Ele funciona como uma alternativa não invasiva para DBS para modular a atividade de vias nervosas cerebrais específicas. Um sistema de monitoramento integrado permite que os médicos monitorem a resposta do cérebro aos estímulos, ajustando a neuroestimulação conforme necessário.

Doze mulheres com doença de Parkinson e tremor essencial no ensaio clínico piloto (NCT06036368) usaram o dispositivo URIS diariamente por 30 minutos durante seis semanas. Todos foram acompanhados por mais seis semanas, sem qualquer estímulo para monitorar a persistência do tratamento.

O objetivo principal foi avaliar a segurança e tolerabilidade do dispositivo de URIS. Sua efetividade foi avaliada por meio da escala Patient Global Impression of Improvement avaliada pelo clínico. Outros parâmetros exploratórios de eficácia de Parkinson incluíram mudanças na doença geral e sintomas motores, e qualidade de vida.

"Uma vez que a tecnologia URIS demonstrou um impacto positivo no tratamento da doença de Parkinson, Stimvia planeja investimentos substanciais em novos ensaios clínicos para validar a eficácia e a segurança do método. Acreditamos que nossa tecnologia pode introduzir novas modalidades de tratamento aditivo para milhões de pacientes que atualmente não têm outras opções, potencialmente oferecendo um impacto positivo modificador da doença naqueles com doença de Parkinson", disse Lukas Doskocil, CEO da Stimvia.

O dispositivo de estimulação nervosa URIS também foi testado em um ensaio clínico (NCT05211193) envolvendo pessoas com bexiga hiperativa. Os resultados mostraram que reduziu a vontade de urinar em 80%. O estudo também observou ativação significativa de regiões cerebrais envolvidas na percepção da plenitude vesical. Fonte: Parkinsonsnewstoday.