domingo, 21 de abril de 2019

Estimulação Cerebral Profunda (DBS)

Apr 15, 2019 - Estimulação Cerebral Profunda (DBS) é uma melhoria incrível na qualidade de vida das pessoas com tremor de Parkinson dominante. Este videoclipe da televisão irlandesa, onde alguém que fez uma cirurgia DBS desliga o estimulador e depois liga de novo, é um ótimo exemplo de como esse tratamento pode ser significativo:
https://www.joe.ie/fitness-health/watch-irish-parkinsons-patient-demonstrates-dramatic-effects-deep-brain-stimulation-665649 Fonte: ParkinsonFit.

E isto abaixo, comigo, quando ainda usava um Kinetra descartável e que era ligado/desligado por um magneto.

quarta-feira, 17 de abril de 2019

Globus Pallidus Pars Interna pode ser alvo preferencial do DBS na Doença de Parkinson

Ao considerar os resultados cognitivos, o globus pallidus pars interna pode ser um alvo preferido para a estimulação cerebral profunda em pacientes com doença de Parkinson.
April 17, 2019 - Ao considerar os resultados cognitivos em pacientes com doença de Parkinson, o globus pallidus pars interna (GPi) pode ser um alvo preferido para a estimulação cerebral profunda (DBS), de acordo com um estudo publicado no Journal of Neuropsychiatry and Clinical Neurosciences.

O estudo incluiu dois grupos de pacientes com doença de Parkinson - 12 que foram submetidos à DBS GPi bilateral e 17 que foram submetidos ao núcleo subtalâmico bilateral (STN) DBS - no Centro DBS da Mayo Clinic em Scottsdale, Arizona, entre 2002 e 2015.

No início do estudo e 6 meses após o DBS, os pesquisadores avaliaram as diferenças nos escores dos testes neuropsicológicos nos testes Boston Naming Test e Wechsler Adult Intelligence Scale Verbal Comprehension, Working Memory e Processing Speed ​​Indexes.

Não houve diferenças significativas entre os escores de referência e de acompanhamento em qualquer um dos testes neuropsicológicos entre os pacientes do grupo GPi GPi. Pacientes no grupo STN DBS tiveram significativamente piores índices de velocidade de processamento no acompanhamento em comparação com o valor basal (média [desvio padrão (SD)], 91,47 [10,42] vs 81,65 [12,03], P = 0,03).

Quando os pesquisadores compararam os dois grupos, eles encontraram uma diferença significativa entre os escores de referência e de acompanhamento no Wechsler Adult Intelligence Scale Verbal Comprehension Index. Os pacientes do grupo STN DBS tiveram menor pontuação (delta médio, -3,41 [DP = 5,91]), enquanto os pacientes do GPi GPi tiveram maior pontuação (média delta, 4,83 [DP = 10,15]; p = 0,008) no início do estudo vs. acima.

Apesar do pequeno tamanho da amostra deste estudo, os pesquisadores afirmaram: “Nossas descobertas se somam ao crescente corpo de evidências mostrando que o alvo preferido para DBS em pacientes com doença de Parkinson pode ser GPi ao invés de STN, pois esta abordagem pode ser mais provável de minimizar potenciais negativos. efeitos sobre a cognição”. Original em inglês, tradução Google, revisão Hugo. Fonte: Psychiatry Advisor.

quinta-feira, 11 de abril de 2019

Quando é hora de pensar em cirurgia para tratar o Parkinson

Por Chloé Pinheiro

Casos que progridem rapidamente ou não respondem aos remédios podem ser amenizados com um marca-passo cerebral. Saiba mais no Dia Mundial do Parkinson

11 abr 2019 - O 11 de abril marca o Dia Mundial de Conscientização do Parkinson, doença neurodegenerativa que afeta 1% dos idosos do mundo, cerca de 200 mil deles no Brasil. Apesar de mais conhecida pelos tremores e enrijecimento muscular, ela também prejudica o sistema urinário, intestino, olfato e pode provocar depressão e dores articulares.

Não há cura para a condição, caracterizada pela queda brusca e intensa na concentração de dopamina, um neurotransmissor envolvido no controle dos movimentos. Os remédios mais utilizados no tratamento repõem essa substância, mas podem deixar de funcionar depois de um tempo.

“A partir do quinto ano de diagnóstico, um quarto dos indivíduos terá flutuação motora relacionada ao medicamento”, explica Murilo Martinez Marinho, coordenador de neurocirurgia funcional no Hospital São Paulo, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Nessa situação, os movimentos involuntários pioram quando o efeito do comprimido passa, algumas horas após a aplicação.

Mesmo com o ajuste de doses, os sintomas às vezes continuam atrapalhando a vida. O efeito benéfico dos fármacos, por sua vez, fica cada vez mais curto – em certos episódios, ele não passa de uns poucos minutos livres de tremores.

Para esses casos mais severos, há alternativas como a estimulação cerebral profunda (ECP). Trata-se de uma cirurgia que insere uma espécie de marca-passo em uma região do cérebro. Isso para reduzir as alterações motoras e até o consumo de fármacos.

Quem pode fazer a estimulação cerebral profunda
Além das pessoas com flutuação motora, aquelas com mais de quatro anos de doença, cujos sintomas deixaram de responder aos remédios mesmo após o aumento da dose. “Até quem foi diagnosticado recentemente, mas tem tremores incapacitantes e refratários ao tratamento convencional, beneficia-se da neuroestimulação”, comenta Marinho.

Há ainda um último grupo, mais raro, que teria indicação para essa técnica. São os sujeitos que têm intolerância gastrointestinal ao uso da medicação ou que sofrem demais com seus efeitos colaterais (náuseas e sonolência, entre outros).

A neuroestimulação está incluída no rol de procedimentos a serem cobertos pelos planos de saúde e é realizada em alguns centros de referência do Sistema Único de Saúde (SUS).

Como funciona o marca-passo e a cirurgia
O dispositivo envia sinais elétricos constantes e pode ser colocado em três núcleos diferentes do cérebro que estão envolvidos com o Parkinson. A escolha pelo local da instalação na massa cinzenta é baseada nos sintomas de cada pessoa. Geralmente, a área estimulada é o núcleo subtalâmico, o mais associado às alterações motoras.

A cirurgia se divide em duas partes. Na primeira, um gerador é inserido na área da clavícula. Na segunda etapa, esse equipamento é conectado a dois eletrodos, que são colocados pela parte frontal da cabeça. “As incisões ali são pequenas, menores que uma moeda de dez centavos”, aponta Martinho.

O indivíduo fica acordado durante esse processo para que, uma vez que os eletrodos estejam no lugar, os médicos avaliem ao vivo e a cores a fala, a coordenação motora e os tremores.

Se for necessário, há ajuste no posicionamento dos dispositivos. Com tudo certo, uma anestesia geral é aplicada para finalizar a instalação. Alguns dispositivos recarregáveis chegam a durar 15 anos antes que uma troca seja mandatória.

Vantagens da abordagem cirúrgica
Essa terapia tem evoluído desde os anos 1980, quando começou a ser utilizada para tratar a doença de Parkinson. Um estudo publicado em 2012 no Journal of American Medicine (JAMA), feito com veteranos do exército americano, mostrou que o método proporciona, em média, até quatro horas a mais sem tremores por dia.

“Outros trabalhos demonstram melhora em sintomas não motores, como sono, dores e fadiga”, destaca Marinho. Um trabalho alemão, de 2013, comparou 251 pacientes e observou uma melhora de 26% na qualidade de vida de quem passou pela ECP. O grupo que ficou apenas no tratamento medicamentoso viu esse índice piorar em 1%, segundo os dados do estudo, conduzido pela Universidade de Kiel e extraído de um compêndio da empresa Medtronic, que produz um desses marca-passos.

Agora, não estamos falando de uma cura definitiva. “Problemas no equilíbrio e dificuldades na fala podem aparecer, mas não se trata de um efeito colateral da cirurgia, e sim uma progressão natural da doença”, aponta Marinho.

Outros tratamentos para Parkinson
Além da estimulação elétrica, novas opções de terapias chegaram nos últimos anos, como as bombas de infusão que liberam remédios direto no aparelho digestivo do paciente ou as infusões subcutâneas com o mesmo papel. E o futuro com certeza reserva mais progressos.

Entre as linhas de pesquisa, há neuroestimuladores modernos, capazes de monitorar a atividade cerebral e fornecer dados que ajudem a escolher o melhor tratamento. Remédios à base de canabidiol, um dos princípios ativos da maconha, também demonstraram aliviar os sintomas diários em estudos.

Há até outras abordagens mais ousadas. Em novembro de 2018, experts japoneses anunciaram um transplante de células-tronco em um portador de Parkinson para estimular a produção natural de dopamina – aquele neurotransmissor que fica em falta na doença, se lembra?

O homem será acompanhado por dois anos para verificar se houve alguma melhora. Enquanto isso, a ciência trabalha. “O Parkinson é prevalente e os números tendem a aumentar com o envelhecimento da população. Até por isso há inúmeros estudos para combatê-la”, encerra Marinho. Fonte: Saude Abril.

Atenção: o dbs não é tão eficiente para casos de parkinson hereditário.

sexta-feira, 5 de abril de 2019

Estimulação Cerebral Profunda: É eletrizante

ALFRED PASIEKA/SCIENCE PHOTO LIBRARY / Getty Images
por Veronica Eskander

April 5, 2019 - E se você pudesse entrar em um consultório médico e dissesse: "Quero ser menos introvertido" ou "Quero ser mais corajoso" e planejar uma cirurgia para realizar esse desejo? Você faria isso? E mais importante, você deve fazer isso? Embora a tecnologia ainda não esteja nesse ponto, a estimulação cerebral profunda poderia um dia ser usada para adaptar de maneira seletiva as mudanças na personalidade de uma pessoa.

A estimulação cerebral profunda (DBS) é mais comumente usada como tratamento para pacientes com distúrbios graves do movimento, como a doença de Parkinson, para os quais a medicação não é uma opção viável. O sistema envolve colocar cirurgicamente um neuroestimulador no peito para fornecer sinais elétricos de rotina a eletrodos implantados no cérebro. O objetivo dessa corrente elétrica de criação de ritmo é anular as vias de sinalização defeituosas, especificamente aquelas que causam tremores, rigidez e outras anormalidades de movimento em pacientes com Parkinson.

O sucesso do DBS em pacientes com Parkinson levou a pesquisas mais recentes sobre o uso desta terapia para doenças psiquiátricas, como depressão e síndrome de Tourette, e foi sancionada em casos de transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) resistente ao tratamento. No entanto, médicos e cientistas permanecem inconscientes dos mecanismos exatos pelos quais esses sinais elétricos remitem os sintomas observados. No caso da doença de Parkinson, para a qual o DBS foi aprovado, os médicos sabem onde implantar o dispositivo e ver um alívio claro dos sintomas. Este não é o caso da depressão, cuja base neurológica ainda é um mistério. Entendimento insuficiente dos estados de DBS e doença mental é, portanto, uma barreira considerável à autorização do procedimento para tais doenças mentais. Portanto, os cientistas ainda não podem confirmar a DBS como um tratamento concreto para a depressão, apesar das melhorias na depressão de alguns pacientes do estudo após o implante cirúrgico desses dispositivos.

Um fator adicional a ser cauteloso é a possibilidade de efeitos colaterais não intencionais deste procedimento. Há muito sobre o funcionamento do cérebro que permanece desconhecido, como exemplificado pela falta de conhecimento completo sobre o DBS. Consequentemente, a aplicação de um sinal elétrico ao cérebro com a intenção de produzir um objetivo poderia facilmente induzir outro resultado não intencional. A DBS poderia causar o resultado desejado de curar a depressão, mas ao mesmo tempo acidentalmente trocar a tendência de introversão com a extroversão ou até mesmo mudar algo aparentemente não relacionado à preferência musical. A interconectividade e a complexidade das vias elétricas no cérebro também abrem a possibilidade de sintomas mais prejudiciais ou indesejados, incluindo agressividade, mania e mudanças totais de personalidade. Portanto, é importante que a pesquisa científica continue no campo da DBS, para que seus trabalhos exatos possam ser compreendidos e controlados.

Uma vez que estimular eletricamente o cérebro pode criar efeitos tão profundos sobre o caráter e a personalidade, determinar quais regiões produzem esse efeito que poderia levar à viabilidade da auto-modificação deliberada, como mencionado anteriormente. Os pacientes poderiam pagar do próprio bolso pelo DBS “cosmético” para solicitar alterações, como melhor memória ou remoção de timidez. No entanto, dar às pessoas essa opção não seria sensato.

Nossas personalidades, falhas e tudo mais, são o que nos tornam humanos. Nós não somos robôs controlados pelos computadores em nossas cabeças, mas sim seres cognoscentes e pensantes com o poder de escolher nossas próprias ações. Em pessoas com depressão ou Parkinson, seus cérebros estão ativamente trabalhando contra eles, tirando suas habilidades de escolher a felicidade ou controlar seus movimentos. Para essas pessoas, a DBS poderia muito bem ser um tratamento plausível para recuperar o controle de suas vidas. No entanto, remediar doenças deve ser o alcance dessa tecnologia. O conhecimento sobre o cérebro e a capacidade de mudar sua fiação deve ser usado para retornar a autonomia humana, não para eliminar artificialmente falhas ou traços indesejáveis ​​de personalidade. Original em inglês, tradução Google, revisão Hugo. Fonte: Dailycampus.