Fóvea: É a região da retina mais altamente especializada para a visão de alta resolução. A fóvea contém apenas cones e permite que a luz atinja os fotorreceptores sem passar pelas demais camadas da retina, maximizando a acuidade visual – que é a capacidade do olho de distinguir entre dois pontos próximos.
Objetivo: atualização nos dispositivos de “Deep Brain Stimulation” aplicáveis ao parkinson. Abordamos critérios de elegibilidade (devo ou não devo fazer? qual a época adequada?) e inovações como DBS adaptativo (aDBS). Atenção: a partir de maio/20 fui impedido arbitrariamente de compartilhar postagens com o facebook. Com isto este presente blog substituirá o doencadeparkinson PONTO blogspot.com, abrangendo a doença de forma geral.
sexta-feira, 17 de julho de 2020
A fóvea intrinsecamente reestruturada está correlacionada com a perda de sensibilidade ao contraste na doença de Parkinson
16 July 2020 - The intrinsically restructured fovea is correlated with contrast sensitivity loss in Parkinson’s disease.
Sintoma de Parkinson que 'congela' movimento pode ser contido com tratamento desenvolvido no Brasil
Uma pessoa vai dar um passo, mas, de repente, congela. A sensação é como se os pés tivessem ficado presos ao chão.
170720 - Esta é uma consequência frequente da doença de Parkinson, o chamado "congelamento da marcha". Pesquisadores estimam que mais de um terço das pessoas com a doença têm este sintoma, que é uma causa frequente de quedas, dependência e má qualidade de vida.
Uma equipe da Universidade de São Paulo (USP), liderada pela pesquisadora Carla da Silva Batista e supervisionada por Carlos Ugrinowitsch, da Escola de Educação Física e Esporte da universidade, publicou em junho os resultados de um estudo clínico que mostrou a eficácia de um protocolo de treinamento para tratar do congelamento da marcha.
O estudo dividiu 32 pessoas com Parkinson em dois grupos: um passou por fisioterapia tradicional (15 pessoas) e outro, um treino específico proposto pelos pesquisadores (17). Este combina exercícios de sobrecarga, coordenação motora, cognição e instabilidade com bolas e pranchas — sim, cair também fez parte do treinamento pelo qual os pacientes passaram por 12 semanas, em um total de 36 sessões.
O segundo grupo, que passou pelo treinamento específico, teve resultados melhores em vários critérios, observados em questionários respondidos pelos próprios pacientes, por avaliação médica do quadro e também por ressonância magnética (veja detalhes dos resultados abaixo).
"Construímos um conjunto de exercícios complexos, porque a complexidade induz à neuroplasticidade — que é a adaptação do cérebro a novos estímulos", explicou Carla Batista à BBC News Brasil, destacando que os problemas vividos por quem sofre do congelamento estão relacionados a uma parte do cérebro chamada região locomotora mesencefálica.
A neuroplasticidade cerebral se expressa, por exemplo, na formação de neurônios e sinapses, conexões entre eles.
"No treinamento específico para o congelamento da marcha, combinamos tarefas concomitantes, exercícios de coordenação, força e equilíbrio. Também trabalhamos o medo de cair, às vezes induzindo à queda — e os pacientes relataram não só melhora nos movimentos, mas também na percepção do medo."
Combinação de exercícios de equilíbrio, força e cognição mostrou bons resultados para tratar do chamado congelamento da marcha GETTY IMAGES |
Carla Batista aparece com autora principal, ao lado de colegas da USP, da Universidade Federal do ABC, e também de universidades no exterior, fruto de períodos de estudo dela nos Estados Unidos. Ela fez parte do doutorado na Northwestern University e agora pós-doutorado na Oregon Health and Science University, nos dois casos com bolsas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
O estudo publicado no Movement Disorders é do tipo clínico randomizado controlado (RCT, na sigla em inglês) — que envolve pacientes (clínico), divididos aleatoriamente (randomizado) em grupos, um deles usando o tratamento sob teste. Os experimentos, nesse caso, foram realizados entre junho de 2018 e abril de 2019.
Pelos relatos dos participantes, o grupo que participou do treino específico apontou maior melhora do que o grupo que seguiu a fisioterapia tradicional no congelamento da marcha em si (melhora de 20% vs. melhora de 1%) e na qualidade de vida (melhora de 23% vs. piora de 9%).
Na ressonância magnética, foi possível observar também a reativação das áreas do cérebro relacionadas ao congelamento da marcha. O modelo de análise de imagens de ressonância magnética usado neste estudo foi desenvolvido por equipes da USP e de pesquisadores dos EUA e Inglaterra, conforme apresentado em um artigo anterior, de 2017.
Gráficos enviados pela equipe à BBC News Brasil mostram diferentes indicadores em que treino complexo se mostrou superior |
A preparação postural é um indicador importante, pois o congelamento da marcha normalmente ocorre no início do passo ou na virada do corpo, possivelmente por anormalidades motoras e cognitivas na configuração que precede o movimento.
O que uma pessoa que tem congelamento da marcha pode fazer hoje?
Entre os sintomas de Parkinson, estão ainda rigidez nos músculos, lentidão nos movimentos corporais, tremores e perda de equilíbrio.
De acordo com Carla Batista, o congelamento pode durar de segundos a dois minutos. Há remédios e até uma cirurgia, de estimulação cerebral profunda, que são usados para tratar do congelamento da marcha — mas, segundo a pesquisadora, até hoje, os resultados destes tratamentos são considerados inconclusivos.
"Com nossa proposta de tratamento, estamos apostando em uma terapia de baixo custo — na comparação com uma cirurgia, por exemplo — e que é eficaz em modificar a doença, seja diminuindo, retardando ou até prevenindo o aparecimento do congelamento da marcha. No futuro, a terapia poderia ser incorporada pelo Sistema Único de Saúde, por exemplo", apontou.
Agora, um próximo passo previsto para testar o tratamento será fazer um estudo clínico com número maior de pessoas e, possivelmente, envolvendo pessoas que tenham Parkinson mas não congelamento da marcha. A ideia é verificar se o treino específico desenvolvido pela equipe e aplicado durante dois anos é capaz de prevenir o aparecimento do sintoma.
Enquanto o tratamento não passa por esta nova validação e diante das incertezas atuais sobre remédios e cirurgias existentes, Batista diz que o paciente que passar pelo congelamento deve respirar fundo e depois tentar levantar a ponta do pé, seguida pelo calcanhar. Depois de respirar fundo, a pessoa pode tentar também balançar o corpo, jogando-o de um lado para o outro, até que venha um "gatilho" que dispara o movimento do passo.
Conhecida por seus sintomas motores, como tremor nas mãos, doença de Parkinson tem alcance mais amplo pouco a pouco descoberto, diz pesquisadora Direito de imagem GETTY IMAGES |
Um estudo publicado em 2018 na revista científica Lancet estimou que, no mundo, 6,1 milhões de pessoas viviam com Parkinson em 2016. Para o Brasil, o número estimado foi de 128.836 (*).
O número global aumentou desde 1990, quando havia cerca de 2,5 milhões de pessoas com a doença. Mas, desde então, não foi somente a dimensão quantitativa da doença que mudou.
"Antes, acreditava-se que o Parkinson afetasse somente indivíduos a partir da meia idade e na função motora — levando a músculos mais fracos, tremor… Hoje, entendemos que não se trata apenas de uma desordem motora, mas também cognitiva, gastrointestinal, cardiovascular… E temos evidências também de que pessoas acima dos 20 anos já podem ser afetadas", diz a pesquisadora. Original em inglês, tradução Google, revisão Hugo. Fonte: BBC.
(*) No mínimo 200 mil pessoas.
quinta-feira, 16 de julho de 2020
Pai irlandês com Parkinson diz que a vida foi transformada pelo adorável cão-guia preto
July 16, 2020 - Um irlandês com doença de Parkinson teve sua vida transformada para melhor, graças à ajuda de um labrador preto muito especial - e sempre tão bom.
Duncan Hughes, pai de dois filhos de Dublin, conheceu Leon, um labrador preto que o ajuda com estabilidade há cerca de seis meses, segundo a RTE.
Em vez de apenas atuar como companheiro, Leon é o primeiro cão-guia a ser treinado especificamente para ajudar na mobilidade geral de uma pessoa, sua estabilidade e sua marcha.
Hughes disse: "Este é o melhor tratamento para melhorar minha qualidade de vida entre todos os tratamentos que recebi para o Parkinson nos últimos 17 anos".
Ele acrescentou: "Antes, quando eu estava andando, as pessoas pensavam que eu estava bêbado ou drogado. Agora elas apenas sorriem. Nós dois estamos caminhando mais de seis quilômetros todos os dias agora. Foi uma mudança completa de vida".
A doença de Parkinson é uma doença neurológica de longo prazo que afeta a maneira como o cérebro coordena os movimentos do corpo, incluindo caminhar, falar e escrever.
Pensa-se que afeta hoje cerca de 8.000 pessoas na Irlanda.
Duncan costumava ter problemas quando seus pés ficavam presos no chão e congelavam. Ele não era capaz de fazer caminhadas regulares e lutava para se deslocar pela casa.
Existem várias maneiras de gerenciar a doença de Parkinson e aliviar os sintomas, mas não há cura.
Hughes disse à RTE que a assistência de Leon foi o tratamento mais benéfico e eficaz que ele teve para sua condição.
"Ele [Leon] é o primeiro tratamento para mim, com Parkinson, que abordou minha qualidade de vida.
"Na verdade, está melhorando minha vida. Ele é como uma parte de mim nesta fase.
"Eu não vou a lugar nenhum sem ele. Ele cuida de mim e eu cuido dele."
O relacionamento de Leon com Duncan e a ajuda que ele está fornecendo a ele é o primeiro estudo de longo prazo de um paciente com Parkinson usando um cachorro que foi treinado especificamente para eles. Original em inglês, tradução Google, revisão Hugo. Fonte: Irishpost.
Duncan Hughes, pai de dois filhos de Dublin, conheceu Leon, um labrador preto que o ajuda com estabilidade há cerca de seis meses, segundo a RTE.
Em vez de apenas atuar como companheiro, Leon é o primeiro cão-guia a ser treinado especificamente para ajudar na mobilidade geral de uma pessoa, sua estabilidade e sua marcha.
Hughes disse: "Este é o melhor tratamento para melhorar minha qualidade de vida entre todos os tratamentos que recebi para o Parkinson nos últimos 17 anos".
Ele acrescentou: "Antes, quando eu estava andando, as pessoas pensavam que eu estava bêbado ou drogado. Agora elas apenas sorriem. Nós dois estamos caminhando mais de seis quilômetros todos os dias agora. Foi uma mudança completa de vida".
A doença de Parkinson é uma doença neurológica de longo prazo que afeta a maneira como o cérebro coordena os movimentos do corpo, incluindo caminhar, falar e escrever.
Pensa-se que afeta hoje cerca de 8.000 pessoas na Irlanda.
Existem várias maneiras de gerenciar a doença de Parkinson e aliviar os sintomas, mas não há cura.
Hughes disse à RTE que a assistência de Leon foi o tratamento mais benéfico e eficaz que ele teve para sua condição.
"Ele [Leon] é o primeiro tratamento para mim, com Parkinson, que abordou minha qualidade de vida.
"Na verdade, está melhorando minha vida. Ele é como uma parte de mim nesta fase.
"Eu não vou a lugar nenhum sem ele. Ele cuida de mim e eu cuido dele."
O relacionamento de Leon com Duncan e a ajuda que ele está fornecendo a ele é o primeiro estudo de longo prazo de um paciente com Parkinson usando um cachorro que foi treinado especificamente para eles. Original em inglês, tradução Google, revisão Hugo. Fonte: Irishpost.
quarta-feira, 15 de julho de 2020
Segurança e imunogenicidade do PD01A imunoterapêutico ativo α-sinucleína na doença de Parkinson
July 15, 2020 - FUNDO
Evidências robustas apóiam o papel da patologia da α-sinucleína como um fator de disfunção neuronal na doença de Parkinson. PD01A é uma imunoterapia ativa específica com uma formulação peptídica curta direcionada contra a-sinucleína oligomérica. Este estudo de fase 1 avaliou a segurança e a tolerabilidade do imunoterapêutico PD01A em pacientes com doença de Parkinson.
MÉTODOS
Fizemos um primeiro estudo de fase 1 em humanos, randomizado, de imunizações com PD01A, seguido por três extensões consecutivas de estudo. Pacientes com idade entre 45 e 65 anos com diagnóstico clínico da doença de Parkinson (≤ 4 anos desde o diagnóstico e estágio 1 a 2 de Hoehn e Yahr), resultados de imagem (CT e RM de emissão de fótons com transportador de dopamina) consistentes com o diagnóstico da doença de Parkinson e em doses estáveis de medicamentos para a doença de Parkinson por pelo menos três meses foram recrutadas em uma única clínica particular em Viena, Áustria. Os pacientes foram divididos aleatoriamente (1: 1), usando uma sequência gerada por computador com tamanho de bloco variável, para receber quatro imunizações subcutâneas com 15 μg ou 75 μg de PD01A injetados nos braços e acompanhados inicialmente por 52 semanas, seguidos por uma 39 semanas de acompanhamento. Os pacientes foram então aleatoriamente designados (1: 1) novamente para receber a primeira imunização de reforço a 15 μg ou 75 μg e foram acompanhados por 24 semanas. Todos os pacientes receberam uma segunda imunização de reforço de 75 μg e foram acompanhados por mais 52 semanas. Os pacientes foram mascarados para alocação da dose. As análises primárias (de segurança) incluíram todos os pacientes tratados. Esses quatro estudos foram registrados nos EU Clinical Trials Register, números EudraCT 2011-002650-31, 2013-001774-20, 2014-002489-54 e 2015-004854-16.
RESULTADOS
32 pacientes foram recrutados entre 14 de fevereiro de 2012 e 6 de fevereiro de 2013 e 24 foram considerados elegíveis e designados aleatoriamente para receber quatro imunizações primárias de PD01A. Um paciente teve uma alteração no diagnóstico para atrofia de múltiplos sistemas e foi retirado e dois pacientes retiraram o consentimento durante os estudos. 21 (87%) dos 24 pacientes receberam todas as seis imunizações e completaram 221-259 semanas de estudo (dois pacientes no grupo de dose de 15 μg e um paciente no grupo de dose de 75 μg descontinuado). Todos os pacientes apresentaram pelo menos um evento adverso, mas a maioria deles foi considerada não relacionada ao tratamento do estudo (exceto as reações locais transitórias no local da injeção, que afetaram todos, exceto um paciente). Avaliações de ressonância magnética em série também descartaram processos inflamatórios. Os eventos adversos relacionados ao tratamento sistêmico foram fadiga (n = 4), dor de cabeça (n = 3), mialgia (n = 3), rigidez muscular (n = 2) e tremor (n = 2). O título geométrico do grupo geométrico de anticorpos contra o peptídeo imunizante PD01 aumentou de 1:46 na linha de base para 1: 3580 na semana 12 no grupo da dose de 15 μg e de 1:76 a 1: 2462 na semana 12 na dose de 75 μg grupo. Os títulos de anticorpos retornaram à linha de base ao longo de 2 anos, mas podem ser reativados rapidamente após a imunização de reforço a partir da semana 116, atingindo títulos médios do grupo geométrico de até 1:20218.
INTERPRETAÇÃO
Administrações repetidas de PD01A foram seguras e bem toleradas por um período prolongado. A imunoterapia ativa específica resultou em uma resposta imune humoral substancial com o envolvimento do alvo. Estudos de fase 2 são necessários para avaliar melhor a segurança e eficácia do PD01A no tratamento da doença de Parkinson. Original em inglês, tradução Google, revisão Hugo. Fonte: Practiceupdate. Veja mais sobre a vacina AQUI.
Evidências robustas apóiam o papel da patologia da α-sinucleína como um fator de disfunção neuronal na doença de Parkinson. PD01A é uma imunoterapia ativa específica com uma formulação peptídica curta direcionada contra a-sinucleína oligomérica. Este estudo de fase 1 avaliou a segurança e a tolerabilidade do imunoterapêutico PD01A em pacientes com doença de Parkinson.
MÉTODOS
Fizemos um primeiro estudo de fase 1 em humanos, randomizado, de imunizações com PD01A, seguido por três extensões consecutivas de estudo. Pacientes com idade entre 45 e 65 anos com diagnóstico clínico da doença de Parkinson (≤ 4 anos desde o diagnóstico e estágio 1 a 2 de Hoehn e Yahr), resultados de imagem (CT e RM de emissão de fótons com transportador de dopamina) consistentes com o diagnóstico da doença de Parkinson e em doses estáveis de medicamentos para a doença de Parkinson por pelo menos três meses foram recrutadas em uma única clínica particular em Viena, Áustria. Os pacientes foram divididos aleatoriamente (1: 1), usando uma sequência gerada por computador com tamanho de bloco variável, para receber quatro imunizações subcutâneas com 15 μg ou 75 μg de PD01A injetados nos braços e acompanhados inicialmente por 52 semanas, seguidos por uma 39 semanas de acompanhamento. Os pacientes foram então aleatoriamente designados (1: 1) novamente para receber a primeira imunização de reforço a 15 μg ou 75 μg e foram acompanhados por 24 semanas. Todos os pacientes receberam uma segunda imunização de reforço de 75 μg e foram acompanhados por mais 52 semanas. Os pacientes foram mascarados para alocação da dose. As análises primárias (de segurança) incluíram todos os pacientes tratados. Esses quatro estudos foram registrados nos EU Clinical Trials Register, números EudraCT 2011-002650-31, 2013-001774-20, 2014-002489-54 e 2015-004854-16.
RESULTADOS
32 pacientes foram recrutados entre 14 de fevereiro de 2012 e 6 de fevereiro de 2013 e 24 foram considerados elegíveis e designados aleatoriamente para receber quatro imunizações primárias de PD01A. Um paciente teve uma alteração no diagnóstico para atrofia de múltiplos sistemas e foi retirado e dois pacientes retiraram o consentimento durante os estudos. 21 (87%) dos 24 pacientes receberam todas as seis imunizações e completaram 221-259 semanas de estudo (dois pacientes no grupo de dose de 15 μg e um paciente no grupo de dose de 75 μg descontinuado). Todos os pacientes apresentaram pelo menos um evento adverso, mas a maioria deles foi considerada não relacionada ao tratamento do estudo (exceto as reações locais transitórias no local da injeção, que afetaram todos, exceto um paciente). Avaliações de ressonância magnética em série também descartaram processos inflamatórios. Os eventos adversos relacionados ao tratamento sistêmico foram fadiga (n = 4), dor de cabeça (n = 3), mialgia (n = 3), rigidez muscular (n = 2) e tremor (n = 2). O título geométrico do grupo geométrico de anticorpos contra o peptídeo imunizante PD01 aumentou de 1:46 na linha de base para 1: 3580 na semana 12 no grupo da dose de 15 μg e de 1:76 a 1: 2462 na semana 12 na dose de 75 μg grupo. Os títulos de anticorpos retornaram à linha de base ao longo de 2 anos, mas podem ser reativados rapidamente após a imunização de reforço a partir da semana 116, atingindo títulos médios do grupo geométrico de até 1:20218.
INTERPRETAÇÃO
Administrações repetidas de PD01A foram seguras e bem toleradas por um período prolongado. A imunoterapia ativa específica resultou em uma resposta imune humoral substancial com o envolvimento do alvo. Estudos de fase 2 são necessários para avaliar melhor a segurança e eficácia do PD01A no tratamento da doença de Parkinson. Original em inglês, tradução Google, revisão Hugo. Fonte: Practiceupdate. Veja mais sobre a vacina AQUI.
terça-feira, 14 de julho de 2020
segunda-feira, 13 de julho de 2020
domingo, 12 de julho de 2020
Impacto da Covid-19 no mercado dos estimuladores magnéticos transcranianos (TMS) (2020 a 2027) | Neuronetics, Yiruide, Magstim, Brainsway, Neurosoft
'Meus meninos são outros após a cannabis', diz mãe que obteve direito de cultivar planta para tratar filhos autistas em Campinas
Jovens de 10 e 7
anos têm prescrição médica para receber óleo rico em canabidiol,
substância presente na maconha (cannabis sativa). Família venceu
batalha judicial para plantar em casa.
12/07/2020 - “Eu
posso dizer que os meus meninos são uma criança antes e [outra]
depois da cannabis”. A frase da mãe de dois garotos, de 10 e 7
anos, diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista (TEA),
acompanha a descrição do desenvolvimento dos filhos – com melhora
no humor, na qualidade do sono e da interação – a partir do
tratamento com óleo rico em canabidiol (CBD), elemento não
psicoativo da cannabis sativa.
A mulher e o marido
moram em Campinas (SP) e obtiveram, com apoio da Defensoria Pública,
permissão judicial para cultivar maconha em casa unicamente para
produzir o óleo prescrito para tratamento dos filhos. A família
pediu para não ser identificada.
As crianças
começaram o tratamento com o óleo de cannabis em abril de 2019. A
mãe afirma que ele trouxe resultado que os medicamentos tradicionais
nunca alcançaram. No entanto, o alto custo do óleo de cannabis
importado (R$ 2,5 mil pelo frasco de 30 ml) e a oscilação na
entrega da única associação com permissão para produzir o óleo
no Brasil podiam prejudicar o desenvolvimento.
Por isso, a família
procurou a Defensoria Pública em maio do ano passado para começar o
processo que resultou no habeas corpus concedido pelo Tribunal de
Justiça do Estado (TJ-SP) em 16 de junho deste ano. A vitória só
veio com recurso em segunda instância, após rejeição na primeira
decisão.
“A cannabis não é
cura para o autismo, ninguém está falando em cura, mas ela ajudou
muito”, pondera a mãe. As duas crianças tomavam, há anos,
medicamentos psicotrópicos (que atuam no sistema nervoso central e
modificam percepções), anticonvulsivos e suplementos para dormir.
Até hoje, ainda fazem uso de parte dos remédios, mas com redução
drástica.
Médico psiquiatra e
professor da PUC-Campinas, Osmar Henrique Della Torre afirma que o
tratamento com o óleo a base de cannabis é promissor e apresenta
melhorias aos pacientes. Ele pondera que ainda há necessidade de
mais estudos para analisar os efeitos dos canabinoides sobre os
transtornos mentais (leia mais da análise ao fim da matéria).
Para a família de
Campinas, o tratamento se tornou um aliado que aumentou, segundo a
mãe, a felicidade e capacidade de sociabilidade das crianças.
Luta diária para
criar os filhos
A mulher está
desempregada desde 2016, ano em que a empresa onde ela trabalhava
fechou. O cuidado que as duas crianças autistas exige é de tempo
integral, e ela se viu na necessidade de focar os esforços apenas
nelas. Com o marido trabalhando fora o dia todo, o custo de manter
uma cuidadora seria inviável.
Os irmãos têm
comportamentos totalmente diferenças. O mais velho possui autismo
nível 3, o grau mais severo. Ele tem hipersensibilidade auditiva,
não fala, tem significativo isolamento social e comportamentos
autolesivos, com mordidas nas mãos em momentos de excitabilidade e
frustrações.
O mais novo, ao
contrário, é mais bagunceiro, gosta de se comunicar e, segundo a
avaliação psicológica do Centro de Atendimento Multidisciplinar
(CAM) da Defensoria Pública, tem comportamento desafiador e
opositor, com dificuldades em seguir as regras e os limites impostos.
Possui TEA nível 2.
Com características
tão distintas, o contato entre os dois é restrito. Se o mais novo
entra no mesmo cômodo em que o mais velho está, este logo procura
um lugar mais silencioso e recluso. A atenção, portanto, é
constante.
Com os tratamentos
tradicionais, a mãe conta que as crianças eram mais reclusas e
antissociais. “Depois do óleo melhorou muito a qualidade do sono,
o humor melhorou muito. Eu acredito, a percepção que a gente tem é
que, com as medicações que eles tomavam, as crianças ficavam muito
dopadas”.
A família não
removeu todos os medicamentos tradicionais do tratamento dos meninos,
mas já houve redução significativa. A mãe das crianças projeto
manter somente o óleo a partir de 2021.
“A gente percebeu
uma criança mais feliz, que dorme bem, começaram a expressar mais
sentimentos. Por exemplo, chorar quando precisa chorar, porque o
choro é importante, tem que chorar mediante a uma frustração. As
crianças riem mais, interagem. A questão de procurar o outro, então
contato visual melhorou muito”, completou.
A criação dos
meninos autistas é um desafio diário que envolve cuidados básicos
de higiene, noites mal dormidas, comunicação difícil, alimentação
restrita e outros aspectos, mesmo com os avanços no desenvolvimento.
“É bastante cansativo, vive o tempo todo para eles, é uma
dedicação integral”.
As duas crianças
possuem seletividade alimentar e não lidam bem com mudanças de
aromas e gostos das comidas. Por isso, um óleo pouco concentrado
pode exigir alta dose. “É impossível dar 20 gotas de uma
medicação para o meu filho. Ele não toma”, conta a mulher.
Outro argumento
usado na ação que pediu a permissão do cultivo foi a diferença de
concentração e dosagem entre uma leva e outra dos óleos comprados.
“Quando eu compro um óleo esse mês, não significa que o óleo do
mês que vem exatamente com a mesma composição, pode ter uma
alternância. Aí a gente tem que fazer uma adequação de doses de
novo”, diz a mulher.
Ausência de
políticas públicas
A mulher afirma que
as dificuldades na criação dos filhos são ampliadas pela falta de
políticas públicas para auxílio às famílias com pessoas
autistas. O governo federal possui o Benefício de Prestação
Continuada/Lei Orgânica da Assistência Social (BPC/Loas) que
concede um salário mínimo a famílias com portadores de deficiência
ou idosos.
No entanto, o
benefício só é garantido para famílias com renda de ¼ de salário
mínimo per capita. Isso significa que, para conseguir o benefício,
a família dela precisaria tem renda mensal de cerca de R$ 1040.
“Você não tem
suporte para isso [criar filhos autistas], não existe uma politica
voltada para o autismo. A gente mora em Campinas, a 90 quilômetros
de São Paulo, um polo universitário. Imagina para famílias com
menos acesso?”, questiona.
As crianças
frequentam o ensino público de Campinas, mas já passaram por
escolas particulares. A mãe afirma que, das opções, o ensino
público é o que melhor supre a necessidade de atenção e
aprendizado.
Diante das
dificuldades, é com a união das próprias famílias e criação de
redes de apoio que se segue em frente. Foi assim que ela e o marido
descobriram o caminho até a Defensoria Pública.
Segundo ela, uma
família também de Campinas que tem autorização para cultivo de
cannabis desde 2018 ensinou os passos para conseguir. “Também
procurei a Defensoria porque já sabia de um caso de sucesso que
tinha conseguido via Defensoria. [Descobri que] Eles faziam um
trabalho bem amplo para poder fazer o suporte desse processo”,
disse.
“E outra coisa é
o custo zero. No momento não tinha como arcar com o honorário, por
isso procurei a Defensoria", completou. O órgão estadual dá
suporte jurídico a cidadãos que não podem pagar pelo serviço. Em
geral, são atendidas famílias com renda de até três salários
mínimos mensais.
Tratamento promissor
e em estudo, analisa médico
Osmar Henrique Della
Torre, que tem atuação em psiquiatria de infância e é supervisor
na residência médica da Unicamp, explica que ainda não há
consenso sobre a prescrição de óleos ricos em canabinoides para
tratamento do TEA, ainda que algumas pesquisas já mostrem resultados
positivos.
"Não só no
Brasil como em todo o mundo ainda não existe um consenso sobre a
prescrição. Ainda são muitas as controvérsias sobre as
formulações que devemos utilizar. Questionamentos sobre canabidiol
puro, formulações contendo THC [elemento psicoativo da cannabis] e
quais as porcentagens que podemos utilizar sem termos efeitos
colaterais são alguns dos questionamentos levados em conta por
pesquisadores".
O médico completa
que também é necessário entender mais sobre as consequências do
uso a longo prazo.
Um publicação de
outubro de 2019 do BMC Psychiatry, periódico que reúne artigos
sobre transtornos psiquiátricos, apontou que existem três ensaios
clínicos em larga escala e cinco estudos pequenos que avaliaram o
uso de cannabis para autismo, segundo o professor da PUC.
Um destes estudos,
realizado em Israel, avaliou a eficácia da cannabis rica em
canabidiol em 60 crianças. "O estudo constatou que 61% dos
problemas comportamentais entre os participantes foram muito
melhorados, segundo relatos dos pais. Também houve melhora nos
níveis de ansiedade em 39% das crianças e 47% na comunicação",
explicou Della Torre.
Este estudo apontou
como benefício adicional a redução do uso de medicamentos. Das 60
crianças, 24% pararam de tomar medicação e cerca de 30% reduziram
a dosagem ou quantidade.
No entanto, a
pesquisa também apontou a geração de efeitos não buscados. "Esses
efeitos colaterais geralmente incluíam hipervigilância, que levou
ao agravamento das preocupações com o sono (14%), irritabilidade
(9%), perda de apetite (9%) e inquietação (9%)".
O médico e
professor explica que o entendimento científico dos elementos da
maconha, como o tetra-hidrocanabinol (THC), responsável por ações
psicoativas como ansiedade e alucinações, e o canabidiol ampliou o
uso da planta na medicina.
"A maconha
medicinal é cada vez mais usada como tratamento ou tratamento
adjunto com diferentes níveis de eficácia em vários distúrbios
neurológicos (...) como esclerose múltipla, autismo, doença de
Parkinson e Alzheimer".
Cultivo em casa
A mãe dos meninos
conta que a terapeuta deles indicou um médico que prescreve o óleo
de cannabis. Foram quatro meses de acompanhamento até a indicação
para o tratamento. A mulher reafirma a importância de explicar que
todo o tratamento é acompanhado pelo médico e que não há
“amadorismo”.
Ela também defende
que o cultivo domiciliar é regrado. Na ação com obteve o habeas
corpus, a Defensoria Pública argumentou que a família passou por
cursos e palestras sobre o plantio e extração do óleo.
A preocupação dela
é com o preconceito e as denúncias infundadas que já prejudicaram
outras famílias. “Tem família que perdeu tudo [que plantou]".
O médico psiquiatra
e professor da PUC afirma que há dificuldades no cultivo domiciliar.
Uma delas é a possível variação das concentrações de CBD e THC
das plantas. "Felizmente, o potencial de gravidade/morte com o
uso do óleo é baixo", ameniza.
Antes mesmo do
habeas corpus, uma liminar da mesma ação, garantida pelo TJ-SP em
20 de março, já dava permissão para a família cultivar.
Atualmente, eles mantêm cerca de 15 pés ainda pequenos.
Como o tempo entre o
plantio e o uso do óleo chega a oito meses, a mulher estima precisar
de 30 pés para garantir o tratamento por um ano dos dois filhos. O
caçula toma seis gotas diárias, enquanto o mais velho faz uso de
oito.
“A gente consegue
ministrar diluído numa Nutella, num leite, às vezes consegue
colocar na própria comida mesmo, no arroz e feijão, é uma forma de
conseguir ministrar”, explica. Com o habeas corpus, a família de
Campinas tem garantido o direito de cultivo sem a possibilidade de
apreensão das mudas. Fonte: G1 Globo.
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