quinta-feira, 4 de maio de 2017

Ganho de peso após estimulação cerebral profunda

May 4, 2017 - Já se sabia que as pessoas afetadas pela doença de Parkinson, quando submetidas à estimulação cerebral profunda, ganharam peso, mas era menos claro por que isso era assim. Graças a uma nova pesquisa da Escola Internacional de Estudos Avançados - SISSA em Trieste (Itália), verificou-se que o ganho de peso após o implante tem uma origem multifatorial. O estudo, publicado na revista científica Cortex, monitorou pela primeira vez um grupo de pacientes antes e após a intervenção, avaliando aspectos cognitivos, psicológicos e comportamentais. Os resultados mostram que o ganho de peso está associado a um maior desejo de alimento e ao nível de impulsividade, bem como à duração da doença e à redução do tratamento farmacológico, proporcionando assim elementos importantes para fins preventivos.

"A alteração do peso corporal é uma das complicações potenciais da estimulação cerebral profunda como tratamento da doença de Parkinson", explica Marilena Aiello, pesquisadora da SISSA e primeira autora da pesquisa. "A origem foi inicialmente atribuída à redução substancial nos sintomas motores, ignorando o papel da área de estimulação cerebral - o núcleo subtalâmico - no sistema de recompensa. Nossa intenção era avaliar o quadro geral antes e depois da operação, tanto do ponto de vista clínico como cognitivo, psicológico e comportamental ".

O estudo, realizado em colaboração com o Hospital Universitário Santa Maria della Misericordia em Udine, sob a liderança de Raffella Rumiati, responsável pelo laboratório de neurociência e sociedade da SISSA, envolveu 18 pacientes Parkinsonianos submetidos a estimulação cerebral profunda e 18 voluntários saudáveis.

"Os pacientes foram avaliados em três fases distintas: antes da operação, 5 dias após a operação e 3 meses depois. Eles estavam sempre sob tratamento farmacológico, gradualmente reduzidos, enquanto que, no momento da última pesquisa, o estimulador também estava ativo", afirmou Aiello.

Os participantes foram submetidos a alguns questionários utilizados em nível clínico para avaliar seus níveis de depressão, anhedonia - ou seja, a incapacidade de experimentar prazer - e impulsividade. Além disso, realizaram algumas tarefas avaliando a sensibilidade da recompensa alimentar e as reações impulsivas aos alimentos.

"Nossos resultados confirmaram um ganho significativo de peso durante os meses que se seguiram à operação. Em linha com uma alteração do sistema de recompensa, a variação de peso mostrou-se mais consistente nos pacientes que, após a operação, demonstraram um maior desejo por comida. No entanto, observamos também a importância de características individuais, como a impulsividade atencional - ou seja, a tendência para tomar decisões súbitas - e de características relacionadas à doença, como sua duração e a redução da carga farmacológica ".

O pesquisador conclui assim: "Nossos resultados provaram a natureza multifatorial do ganho de peso pós-operatório e oferecem ferramentas importantes para identificar os pacientes sob maior risco e, conseqüentemente, evitar um ganho de peso excessivo ou mesmo debilitante". : //www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0010945217301193 Original em inglês, tradução Google, revisão Hugo. Fonte: Science Blog.

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