7 Dezembro 2024 - Base molecular do desenvolvimento da doença de Parkinson.
Objetivo: atualização nos dispositivos de “Deep Brain Stimulation” aplicáveis ao parkinson. Abordamos critérios de elegibilidade (devo ou não devo fazer? qual a época adequada?) e inovações como DBS adaptativo (aDBS). Atenção: a partir de maio/20 fui impedido arbitrariamente de compartilhar postagens com o facebook. Com isto este presente blog substituirá o doencadeparkinson PONTO blogspot.com, abrangendo a doença de forma geral.
domingo, 8 de dezembro de 2024
Brasileiros com doença de Parkinson morrem mais nas manhãs do mês de julho
6 de dezembro de 2024 - É possível determinar a data exata em que um paciente vai morrer? Embora isso ainda não seja uma realidade, em alguns casos já é possível chegar bem perto dessa previsão.
Estudo publicado em outubro no periódico Clinics [1] avaliou dados de mais de 40 mil pessoas com doença de Parkinson no Brasil e revela que a mortalidade desse grupo segue um padrão no país.
Segundo os pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), os óbitos são mais frequentes no inverno, particularmente no mês de julho, e por volta das nove horas da manhã.
Os autores analisaram 43.072 óbitos de pessoas com doença de Parkinson registrados entre 2000 e 2017 no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), base de dados do DataSUS do Ministério da Saúde. Todos os pacientes incluídos na análise tinham a indicação de CID-10 referente à doença de Parkinson (G20) em algum campo do atestado de óbito.
Para avaliar a possível existência de um padrão na mortalidade dessa população, o grupo da Unifesp utilizou um método matemático desenvolvido por Damineli et al., que investiga ciclos biológicos em diferentes grupos de animais.[2]
Os resultados mostram que, de fato, os óbitos de pessoas com doença de Parkinson seguem um ciclo anual, mensal e diário, com mais mortes ocorrendo no inverno, principalmente no mês de julho, e com pico por volta das nove horas da manhã.
Aumento da mortalidade: explicação vai além da temperatura
Em entrevista ao Medscape, o Dr. Marcelo Fonseca, que é médico, professor da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp) e um dos autores do estudo, explicou que, como os pacientes com Parkinson geralmente são idosos, esse grupo é, por si só, mais vulnerável.
Assim, o aumento de óbitos em períodos com maior exposição a temperaturas mais baixas não foi uma surpresa.
Por outro lado, uma questão chamou a atenção dos pesquisadores: “No Brasil, essas baixas temperaturas não são tão baixas assim, não no nível da Europa e dos Estados Unidos. Então perguntamos o que estava acontecendo”, pontuou o Dr. Marcelo.
Buscando responder a essa dúvida, os autores conduziram uma análise de mediação. O método possibilitou visualizar graficamente três variáveis: exposição, desfecho e fatores de mediação.
A análise revelou que o desfecho de morte é causado pela baixa exposição à luz solar. "A baixa exposição à luz causa temperaturas mais baixas, mas o contrário não é verdadeiro. Ou seja, temperaturas mais baixas não causam baixa exposição à luz. Assim, dentro desse raciocínio da análise de mediação, isso faz com que a temperatura seja denominada como mediadora, porque ela faz parte da fisiologia que gera o aumento dos casos de morte, mas ela não gera a exposição, que é a baixa intensidade de luz", disse o Dr. Marcelo.
Por que a baixa exposição à luz gera aumento de mortalidade?
Um dos principais fatores reguladores do nosso ciclo circadiano é a exposição à luz. Coincidentemente, a alteração do ciclo circadiano é uma das primeiras manifestações não motoras da doença de Parkinson.
Segundo o Dr. Marcelo, a baixa exposição à luz solar pode desencadear uma série de alterações, por exemplo, no sono. Pode levar a distúrbios como insônia, parassonia, sonolência diurna e apneia obstrutiva do sono. Também pode promover aumento da pressão arterial durante a noite.
"Deveríamos reduzir a nossa pressão arterial à noite, porém, sem a exposição à luz e sem o controle do ciclo circadiano que acontece preponderantemente em idosos e, principalmente, naqueles com Parkinson, ocorre o aumento da pressão arterial à noite", explicou.
Outras alterações que acontecem à noite em períodos do ano em que há baixa exposição à luz solar são o aumento anômalo da frequência cardíaca e da variabilidade da frequência cardíaca. O especialista cita, ainda, a disfunção neuroendócrina e a redução dos níveis de vitamina D.
Já pela manhã o cenário muda. O Dr. Marcelo afirmou que, quando a pessoa acorda, ocorre liberação do fluxo de sangue de volta para o coração em uma velocidade maior e também liberação de hormônios de estresse, como cortisol e epinefrina, para preparar nosso organismo para o dia que temos pela frente.
“Temos então uma pessoa que já é vulnerável, que geralmente já tem outras comorbidades, que é idosa, que manteve o coração trabalhando mais intensamente noites inteiras por causa do inverno — período em que os dias são mais curtos — e, de repente, o fluxo sanguíneo aumenta junto com uma descarga de epinefrina. Como consequência, podemos ter picos hipertensivos, acidente vascular cerebral e desencadeamento de insuficiência cardíaca”, destacou o médico da Unifesp.
Além disso, o autor lembrou que a principal causa direta de morte nas pessoas com doença de Parkinson é a pneumonia, o que foi ratificado no estudo da Unifesp.
Segundo o Dr. Marcelo, uma pessoa que está com pneumonia e que, como ele explicou, tem uma grande alteração matinal no sistema cardiovascular fica ainda mais suscetível a um desfecho negativo.
Outro ponto de destaque é que, no Brasil, como em outros países mais quentes, nossos organismos não têm mecanismos de adaptação às baixas temperaturas, como acontece com quem vive em países mais frios.
Há, portanto, um somatório de fatores que leva ao aumento da mortalidade entre pacientes com doença de Parkinson durante o inverno no Brasil. “A redução da exposição à luz solar em longo prazo aumenta o risco de morte diretamente pelas alterações que causa no ciclo circadiano. Por outro lado, as baixas temperaturas desencadeiam maior risco de morte no curto prazo”, destacou o Dr. Marcelo.
Para o especialista, os resultados do grupo da Unifesp levantam uma hipótese cientificamente plausível, mas que ainda carece de mais estudos. Se comprovados, os achados apontam para a importância de expor regularmente o paciente com doença de Parkinson à luz solar. Outros fatores importantes são a hidratação e o convívio social.
Essas orientações devem ser reforçadas pelos profissionais da saúde. “Isso vale para os neurologistas que, geralmente, são os profissionais que atendem pacientes com Parkinson. Porém, em termos de saúde pública, temos muitas pessoas com a doença sendo atendidas pelo clínico nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Então o profissional [responsável pelo atendimento] tem que ficar atento”, ressaltou o autor.
O que a comunidade médica acha desses resultados?
Para o Dr. Pedro Renato de Paula Brandão, médico e vice-coordenador do Departamento Científico de Transtornos do Movimento da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), os resultados do estudo da Unifesp estão alinhados a dados que sugerem maior vulnerabilidade das pessoas com doença de Parkinson a fatores sazonais.
Em entrevista ao Medscape, o Dr. Pedro lembrou que, no inverno, a incidência de infecções respiratórias tende a ser maior, o que é muito relevante, dado que são uma das principais causas de morte nesses pacientes.
“Além disso, o frio pode agravar os sintomas cardinais da doença de Parkinson, dificultando ainda mais a mobilidade e aumentando o risco de quedas e outras complicações. A redução de atividades físicas, comum nos meses mais frios, também pode contribuir para um estado geral de menor reserva funcional e aumento da fragilidade”, destacou.
Sobre o pico de mortes na parte da manhã encontrado na pesquisa, [1] o especialista da ABN ressalta que talvez ele possa ser explicado por fatores relacionados ao ciclo diário de vulnerabilidade desses pacientes.
“Pela manhã, muitos pacientes têm maior rigidez e flutuações motoras (períodos off matinais, com menores níveis de dopamina no cérebro) antes que os medicamentos comecem a fazer efeito, o que pode aumentar o risco de eventos adversos, como engasgos e quedas”, lembrou o Dr. Pedro.
Ele acrescentou que o início da manhã também é um momento de maior atividade, com a necessidade de realizar tarefas básicas como se levantar, se alimentar e se locomover, o que pode representar um esforço físico adicional exatamente quando os pacientes ainda não estão sob efeito ótimo do medicamento dopaminérgico.
Além disso, o especialista disse que pacientes com doença de Parkinson comumente apresentam flutuações na pressão arterial, como hipotensão ortostática logo após acordar, o que os predispõe a síncopes e quedas.
Para o Dr. Pedro, os resultados da pesquisa da Unifesp reforçam a importância de incorporar adaptações no plano de cuidados dos pacientes com Parkinson ao longo do ano.
“No inverno, período de maior vulnerabilidade, devemos intensificar a prevenção de infecções respiratórias, principalmente garantindo a atualização anual das vacinas contra gripe e pneumonia”, considerou.
Outras medidas que podem ser implementadas, segundo ele, são o ajuste da fisioterapia e dos exercícios físicos para buscar compensar a tendência à redução de atividades nessa época, além de manter a temperatura ambiente adequada.
“Quanto ao período matinal, identificado como horário de maior risco, recomenda-se atenção especial à programação dos medicamentos, assistência nas primeiras atividades do dia e monitoramento da pressão arterial, além de adaptações ambientais para reduzir riscos de quedas”, destacou.
Segundo o Dr. Pedro, embora a implementação dessas medidas dependa de recursos e características individuais de cada paciente e de cada família, o potencial impacto na redução de complicações e mortalidade justificaria sua adoção dentro de uma abordagem de cuidados personalizada e individualizada. Fonte: Medscape.
sábado, 7 de dezembro de 2024
Medicamentos comuns prescritos a idosos estão relacionados a casos de demência, aponta estudo
Os medicamentos que mais tiveram conexão com a demência foram anticolinérgicos usados para tratar antidepressivos e antipsicóticos, remédios para epilepsia, incontinência urinária e Parkinson
07/12/2024 - Todo medicamento pode sofrer algum tipo de efeito colateral. No entanto, estudo publicado no JAMA Internal Medicine descobriu que alguns medicamentos anticolinérgicos podem estar relacionados a um risco maior de desenvolver demência.
Quais são os remédios associados à demência?
Os anticolinérgicos são medicamentos que bloqueiam a ação da acetilcolina, um neurotransmissor de sinais entre células nervosas, músculos e glândulas.
Eles podem ser usados para tratar diversas condições, entre elas a doença de Parkinson, incontinência urinária, depressão e ansiedade.
Realizado por pesquisadores das universidades de Nottingham, Manchester e do King’s College de Londres, o estudo analisou e comparou dados de 58 mil pacientes diagnosticados com demência e 225 mil sem a doença.
Como foi o estudo que associou anticolinérgicos à demência?
Eles investigaram quais tinham sido os medicamentos usados pelos pacientes nos últimos 20 anos e assim, descobriram que existia uma forte ligação entre os anticolinérgicos e demência, especialmente em pessoas acima de 55 anos.
No entanto, não eram todos os anticolinérgicos que apresentaram essa associação negativa, mas sim, apenas alguns antidepressivos e antipsicóticos, remédios para epilepsia, incontinência urinária e Parkinson.
Os cientistas reforçaram, contudo, que essa é uma associação e não é possível afirmar que os medicamentos podem causar demência diretamente.
Desta forma, eles recomendaram o uso dos anticolinérgicos com cautela, especialmente em idosos. “Os médicos devem ter cuidado ao prescrever certos medicamentos que tenham propriedades anticolinérgicas”, disse o principal autor da pesquisa, Tom Dening, em entrevista à BBC. Fonte: ND+.
A importância da conexão entre intestino e cérebro no Parkinson pode ser a cura pra doença!
06/12/2024 - A relação entre o sistema gastrointestinal e o sistema nervoso está cada vez mais em foco na pesquisa de doenças neurodegenerativas, como o Parkinson. Novos estudos indicam que o microbioma intestinal pode influenciar significativamente os níveis de vitaminas essenciais, desempenhando um papel importante na progressão dessa condição.
O Parkinson afeta milhões de pessoas e manifesta sintomas motores e não motores que podem surgir muitos anos antes dos sintomas clássicos da doença. A ideia de que o intestino possa ter uma conexão importante com o início e a progressão da doença vem ganhando suporte científico substancial recentemente.
Como as Vitaminas B Estão Ligadas ao Parkinson?
Pesquisas sugerem que a composição das bactérias intestinais pode impactar a absorção e produção de vitaminas B, como a riboflavina e a biotina. Essas vitaminas são fundamentais para diversas funções corporais. Quando seus níveis estão reduzidos, é possível que ocorra um comprometimento na saúde intestinal, abrindo espaço para que substâncias nocivas entrem na corrente sanguínea e impactem o cérebro.
Essa situação poderia contribuir para o desenvolvimento de agregados proteicos no cérebro, características do Parkinson, agravando os sintomas neurológicos clássicos da doença, segundo os estudos. Fonte: Isto É.
quinta-feira, 5 de dezembro de 2024
Com investimento de R$ 4,9 milhões, suíte robótica do hospital Moinhos de Vento recebe primeira cirurgia de DBS para Parkinson; procedimento é inédito na América Latina
4 de dezembro de 2024 - Na última semana o espaço sediou a 1ª cirurgia para controlar os sintomas da Doença de Parkinson com a utilização do sistema robótico de imagem trans operatório Loop-X Brainlab, que garante maior exatidão na implantação do sistema no cérebro
O Hospital Moinhos de Vento, um dos seis Hospitais de Excelência (HEs) no Brasil, com ênfase em atendimento de alta complexidade, realizou na Suíte Robótica Brainlab, em 19 de novembro, a primeira cirurgia neurológica para implantação de eletrodo cerebral em um paciente acometido pela doença de Parkinson, para controlar os sintomas ocasionados pela enfermidade, com o sistema robótico de imagem Loop-X. O feito é inédito e pioneiro com esta tecnologia na América Latina e Central.
A Suíte Robótica Brainlab é dedicada a cirurgias de alta complexidade e precisão e combina diferentes tecnologias de cirurgia guiada por imagens, aquisição intraoperatória de imagens 3D, robótica cirúrgica e integração digital, contando com elevado grau de automatização para a obtenção da maior segurança possível no procedimento e, portanto, o melhor desfecho clínico para o paciente. O espaço é o primeiro do tipo na América Latina e o Hospital Moinhos de Vento foi a quinta instituição no mundo a contar com uma sala desse porte. O Loop-X integra a Suíte Robótica que o Hospital Moinhos de Vento adquiriu recentemente junto à empresa alemã Brainlab, em um investimento de R$ 4,9 milhões.
“A cirurgia que realizamos foi a primeira nessa configuração na América Latina e Central, com o apoio do Sistema Loop-X e sua alta tecnologia de precisão em imagens, que somente a Suíte Robótica do Moinhos oferece atualmente no Brasil. Com certeza é um marco no tratamento do Parkinson e na busca pela qualidade de vida destes pacientes, seja pela agilidade, seja pelo desfecho positivo. O Hospital Moinhos de Vento segue sempre em busca de excelência e pioneirismo especialmente no que se refere a cirurgia da Doença de Parkinson e assume posição de destaque mundial com estas novas tecnologias.”, explica o neurocirurgião especialista em Distúrbios do Movimento, Alexandre Reis, que conduziu a equipe durante a operação.
Com a tecnologia da Suíte Robótica, é possível realizar uma cirurgia com todas as suas etapas no mesmo local (não é necessário deslocar o paciente até uma sala para exames de imagem, por exemplo), o que reduz o tempo de procedimento e expõe o paciente a menos riscos. Com o uso do Loop-X, que realiza Tomografias intraoperatórias e pode se mover pela sala de cirurgia por meio de controle via joystick, o tempo de operação pode ser reduzido consideravelmente, proporcionando maior conforto ao paciente e aliando maior precisão a cirurgia.
“A nossa Suíte Robótica trará mais segurança e precisão nos procedimentos cirúrgicos, resultando em melhores resultados, menor tempo de internação e de recuperação pós-operatória, além de melhor reabilitação e retomada mais rápida das atividades do cotidiano pelo paciente”, explica Mohamed Parrini, CEO do Hospital Moinhos de Vento.
A sala conta ainda com tecnologias e inovações que são inéditas, como a navegação cirúrgica de última geração, por meio do Sistema de Navegação Curve, e o sistema de navegação robótica cirúrgica, por meio do Braço Robótico Cirq. A aquisição robótica intraoperatória de imagens, por meio do Sistema Robótico de Aquisição de Imagens Loop-X, e a integração digital de sala cirúrgica, por meio Sistema Buzz, completam a experiência de excelência do paciente do Hospital Moinhos de Vento.
“A digitalização da saúde é o foco da Brainlab há 35 anos. A Suíte Robótica com o sistema de navegação Curve, o robô cirúrgico Cirq e o sistema robótico de imagens Loop-X demonstra na prática como nosso ecossistema digital traz benefícios para profissionais de saúde e seus pacientes. A parceria com o Hospital Moinhos de Vento, instituição que é sinônimo de inovação, excelência clínica e gestão visionária, é fundamental para transformar o futuro da saúde no país. Juntos, estamos estabelecendo um novo padrão de cuidado, alinhado com as necessidades e expectativas de nossa comunidade”, finaliza o presidente da Brainlab, Vinicius Dessoy Maciel.
Vanguarda
Reforçando seu pioneirismo, em agosto de 2022 o Hospital Moinhos de Vento realizou a primeira cirurgia robótica de coluna da América Latina. O paciente, um homem de 65 anos, sofria de dor na coluna lombar com irradiação para os membros inferiores e não obteve sucesso com tratamentos clínicos prévios. A cirurgia foi realizada com navegador cirúrgico e braço robótico da Brainlab, empresa alemã pioneira global em tecnologia médica orientada por software. Desde então, a empresa germânica segue como parceira do Hospital. Fonte: Anahp.
Dispositivos vestíveis para a doença de Parkinson: o futuro está aqui
5 de dezembro de 2024 - Há menos de uma década, o uso de dispositivos vestíveis (wearables) por pacientes com doença de Parkinson era considerado futurista. Hoje, há várias ferramentas inovadoras, desde rastreadores de atividade comerciais até luvas de supressão de tremor e bengalas guiadas a laser para ajudar a controlar os sinais e sintomas altamente variáveis e flutuantes da doença.
“Nos últimos cinco anos, o cenário da tecnologia vestível para monitoramento do Parkinson se transformou notavelmente”, disse ao Medscape o médico Dr. Roongroj Bhidayasiri, copresidente do Grupo de Estudos de Tecnologia da International Parkinson and Movement Disorder Society (MDS).
Avanços na tecnologia de sensores, análise de dados e aprendizado de máquina aumentaram significativamente a precisão e a usabilidade de dispositivos vestíveis, observou. Esses dispositivos agora oferecem monitoramento contínuo e em tempo real de sinais e sintomas motores e não motores, possibilitando a elaboração de planos de tratamento personalizados e um monitoramento mais preciso da progressão da doença.
Além disso, a integração de análises de inteligência artificial facilita uma avaliação de dados mais abrangente, enquanto a integração com aplicativos móveis melhora o envolvimento do paciente e o compartilhamento de dados com os profissionais da saúde, disse o Dr. Roongroj, que também é diretor do Chulalongkorn Center of Excellence for Parkinson’s Disease & Related Disorders e professor de neurologia da Chulalongkorn University, na Tailândia.
“Esses avanços tecnológicos consolidaram os dispositivos vestíveis como ferramentas inestimáveis no controle eficiente e responsivo da doença de Parkinson de acordo com os modelos de tratamento neurológico”, acrescentou.
O médico Dr. Andrea Pilotto, copresidente do Grupo de Estudos de Tecnologia da MDS e professor associado de neurologia da Università degli Studi di Brescia, na Itália, destacou que avanços recentes melhoraram a capacidade de detectar déficits motores sutis que aparecem anos antes do diagnóstico clínico de doença de Parkinson e adicionam detalhes às avaliações no consultório e aos diários domiciliares dos pacientes.
“Com certeza, os resultados relatados pelos pacientes são importantes, mas sabemos que uma grande porcentagem deles, especialmente aqueles com oscilações motoras, não está claramente ciente de seus sinais e sintomas ou os avalia mal”, disse ele em uma entrevista.
O foco dos sensores vestíveis também está mudando dos sintomas motores característicos para o monitoramento de características não motoras da doença de Parkinson, que podem variar ao longo do dia e influenciar as aferições motoras e as escolhas terapêuticas.
“Estamos agora percebendo o potencial dos dispositivos vestíveis para começar a tratar ansiedade, sono, depressão e outros sinais e sintomas não motores”, disse ao Medscape o médico Dr. Michael S. Okun, consultor clínico da Parkinson's Foundation e diretor do Norman Fixel Institute for Neurological Diseases da University of Florida Health, nos Estados Unidos.
“Isso pode mudar o jogo, pois os sinais e sintomas não motores em muitos estudos são mais importantes do que os motores no impacto da qualidade de vida”, acrescentou.
Monitoramento de sinais e sintomas
Os smartwatches com acelerômetros e giroscópios integrados deslancharam durante a pandemia de covid-19, pois os usuários buscavam feedback em tempo real sobre mobilidade, sono e frequência cardíaca. O estudo pivotal WATCH-PD e a aprovação do aplicativo StrivePD para Apple Watch pela Food and Drug Administration (FDA) dos EUA em 2022 ajudaram a estimular o uso de dispositivos vestíveis para monitorar os sinais e sintomas da doença de Parkinson.
O StrivePD (Rune Labs, Inc.; EUA) coleta passivamente dados diários sobre tremor e discinesia usando a Movement Disorder Application Programming Interface da Apple e permite que os pacientes registrem itens como sintomas, medicamentos, efeitos colaterais, humor e sono. Os pacientes podem visualizar relatórios resumidos no aplicativo ou por e-mail, e um painel clínico fornece resumos de sintomas, uso de medicamentos e dados por eles relatados.
“O Apple Watch é bastante acessível, o que é uma vantagem, e o StrivePD é provavelmente o aplicativo com o qual meus pacientes estão mais familiarizados e estão acessando, usando e obtendo relatórios”, disse ao Medscape a médica Dra. Joohi Jimenez-Shahed, diretora clínica de Neuromodulação de Distúrbios do Movimento e Terapêutica de Circuitos Cerebrais e professora associada de neurologia da Icahn School of Medicine at Mount Sinai, nos EUA.
A American Parkinson Disease Association tem seu próprio rastreador de sinais e sintomas, aplicativo gratuito compatível com iPhone, disponível em inglês e espanhol, que registra sinais e sintomas motores e não motores, tem um rastreador de medicamentos interativo e cria relatórios para compartilhar com a equipe que cuida do paciente.
O grupo de trabalho de sensores vestíveis da rede de pesquisa francesa NS-Park, em parceria com a Parkinson's Foundation, publicou recentemente uma “antologia prática” resumindo as características dos sensores vestíveis mais usados para o tratamento da doença de Parkinson na Europa — a maioria também disponível nos Estados Unidos.
Essa publicação fornece um mergulho profundo no PDMonitor, Personal KinetiGraph (PKG), STAT-ON, Kinesia 360/One, FeetMe e Mobility Lab, que não está disponível na Europa. Notavelmente, os dispositivos Kinesia 360/KinesiaU, PDMonitor, PKG e STAT-ON são “recomendados condicionalmente como opções” nas diretrizes de diagnóstico de 2023 do National Institute for Health and Care Excellence sobre dispositivos vestíveis para monitoramento remoto da doença de Parkinson.
Supressão de tremor
O tremor está presente em cerca de 80% dos pacientes com doença de Parkinson e pode afetar as atividades da vida diária e a saúde mental. Lançado em junho de 2023, o sistema Cala kIQ (Cala Health, Inc.; EUA) é o primeiro dispositivo aprovado pela FDA para alívio temporário de tremor postural e cinético nas mãos na doença de Parkinson, bem como do tremor essencial.
O dispositivo usado no punho deve ser prescrito por um médico e fornece estimulação aferente transcutânea padronizada, o que melhorou os sintomas em 92% dos pacientes com tremor essencial quando usado duas vezes ao dia durante três meses em um estudo prospectivo citado pela empresa.
O custo inicial do sistema Cala é de US$ 7.150, que é coberto para beneficiários do Medicare e veteranos com tremor essencial, mas não por planos de saúde comerciais.
“Os pacientes têm dificuldade de acesso, não por falta de tentativa, certamente da minha parte”, disse a Dra. Joohi, que também é copresidente do Parkinson Study Group. “A cobertura é difícil e, francamente, os custos diretos são simplesmente inviáveis para muitas pessoas, ou elas não estão dispostas a gastar essa quantia de dinheiro em algo que não têm certeza de quanto vai funcionar.”
Várias luvas de supressão de tremor, ou luvas para doença de Parkinson, estão amplamente disponíveis e prometem estabilizar os movimentos das mãos por meio de estimulação periférica. Além disso, dispositivos como o Emma Watch da Microsoft, que está apenas em fase de pesquisa, usam terapia vibratória para neutralizar os efeitos do tremor.
Melhorando a marcha
Para melhorar a marcha, sistemas vestíveis com unidades de medição inercial ajudam a analisar e fornecer feedback sobre os padrões de caminhada, facilitando uma melhor mobilidade por meio de intervenções direcionadas, disse o Dr. Roongroj, que, assim como os outros especialistas entrevistados para este artigo, recusou-se a comentar sobre dispositivos específicos.
Sapatos para Parkinson com dispositivos de indicação podem fornecer indicação visual para congelamento da marcha, disse ele. Alternativamente, esses sapatos podem ser equipados com dispositivos que fornecem estimulação vibratória e proprioceptiva, que comprovadamente melhoram o congelamento da marcha.
“Os sapatos para Parkinson com dispositivos de sinalização incorporados representam tecnologias emergentes e podem ainda não estar amplamente disponíveis em todos os ambientes clínicos”, observou o Dr. Roongroj.
A publicação francesa detalha as palmilhas FeetMe Monitor (FeetMe; França), que usam sensores de pressão e algoritmos incorporados para calcular parâmetros de marcha espaço-temporais e coletá-los por meio de um aplicativo móvel dedicado. Os dados clínicos são limitados, mas os resultados do único estudo de validação em pacientes com doença de Parkinson mostram correlações muito altas e boa concordância entre as palmilhas FeetMe e as avaliações em uma passarela eletrônica sensível à pressão.
A publicação também avalia o Mobility Lab (Clario, EUA), um sistema portátil desenvolvido pela APDM que mede a marcha, o equilíbrio postural e o balanço do braço usando de um a seis sensores vestíveis sem fio. É descrito como uma das melhores ferramentas validadas em termos de número de estudos para análise de marcha e postura em hospitais, mas é usado principalmente para avaliação hospitalar.
“Muitas coisas foram tentadas, mas ainda não vi nenhuma chegar ao domínio do mercado ou ser tão claramente eficaz a ponto de recomendá-la aos pacientes”, disse ao Medscape a Dra. Miriam Rafferty, Ph.D., diretora de Ciência da Implementação e cientista pesquisadora do Shirley Ryan AbilityLab e professora assistente da Northwestern University, ambos nos EUA.
“No Shirley Ryan AbilityLab, realizamos esforços para ter um tipo de clínica de teste de tecnologias na qual tenhamos versões de muitos dos dispositivos para que os pacientes possam experimentá-los”, acrescentou. “É assustador pensar que um par de sapatos vai custar US$ 1.500 e pode ou não funcionar para mim.”
Alterações na voz afetam cerca de 70% a 90% dos pacientes com doença de Parkinson, dificultando que sejam ouvidos ou compreendidos, principalmente à medida que a doença progride.
SpeechVive é um dispositivo colocado atrás da orelha que emite um ruído de “balbucio” no ouvido durante a fala, aproveitando o efeito Lombard ou a resposta automática do cérebro para falar mais alto à medida que os sons do ambiente aumentam.
Ele aumenta o volume da conversa em aproximadamente 50% e fornece benefícios semelhantes aos da fonoterapia LSVT LOUD em um estudo prospectivo de 18 pacientes com doença de Parkinson. É coberto pelo Medicare, de acordo com a empresa SpeechVive.
A Dra. Joohi disse que encaminha muitos pacientes para a fonoaudiologia e não prescreve muito o SpeechVive. “Quando ele foi lançado, alguns pacientes testaram e alguns dos comentários que recebi é que há esse ruído de fundo audível, dificultando um pouco para alguns pacientes. Demora um pouco para se acostumar.”
O caminho à frente
Embora os dispositivos vestíveis tenham muitos pontos fortes, os especialistas apontam que existem várias limitações, entre elas a adesão do paciente, que pode afetar a confiabilidade dos dados; preocupações com a privacidade; a incapacidade dos dispositivos de capturar todo o espectro de sinais e sintomas da doença de Parkinson, especialmente os sinais e sintomas não motores; e a falta de diretrizes nacionais ou internacionais sobre a melhor forma de usar os dispositivos e seu escopo de uso.
O Grupo de Estudos de Tecnologia da MDS está pesquisando os mais de 11.000 membros da sociedade para ver como os dispositivos vestíveis estão sendo usados, quais pacientes com doença de Parkinson devem ser monitorados, a cobertura do seguro ou do sistema de saúde para dispositivos e as limitações pragmáticas do ponto de vista do paciente/cuidador e do médico/instituição, disse o Dr. Andrea.
“Colocamos alguns cenários clínicos na pesquisa para ver como os médicos estão reagindo e se eles estão preparados ou se usariam tecnologia e que tipo de tecnologia em diferentes cenários”, disse ele.
O Dr. Andrea observou que dois outros projetos da MDS estão em andamento: um documento de consenso caracterizando o uso de tecnologia vestível em ensaios clínicos e uma revisão de dispositivos digitais na prática clínica com base em evidências publicadas de ensaios clínicos longitudinais e prospectivos.
Outros desafios para os dispositivos vestíveis são a falta de avaliações de desfechos padronizadas e validadas para avaliação longitudinal, a falta de comparações diretas entre os dispositivos, a relação custo-benefício e, principalmente, o efeito nas modificações do tratamento e no controle da doença de Parkinson.
“Um dos maiores desafios para os dispositivos vestíveis tem sido avaliar se valem a pena. As informações fornecidas mostram mudanças suficientes para motivar as pessoas a usá-los”, disse o Dr. Michael, da Parkinson's Foundation.
A Dra. Miriam disse ao Medscape que o gerenciamento de dados é um dos maiores desafios, dado o número crescente de dispositivos usados e comercializados para pacientes. O Shirley Ryan AbilityLab contratou uma plataforma de software que pode obter dados de qualquer dispositivo disponível comercialmente, para que os pacientes possam compartilhá-los com seus fisioterapeutas para ajudar a definir as metas terapêuticas. “Nós chamamos isso de estratégia de trazer seu próprio dispositivo.”
A Dra. Miriam disse ainda: “Ouvi de pacientes que, quando compartilham sua tecnologia com seus neurologistas, os neurologistas dizem: ‘Isso é legal’, mas os neurologistas nem sempre estão conduzindo essa conversa”.
Os médicos estão muito ocupados com sua prática clínica diária, então, a menos que o dispositivo seja muito intuitivo e fácil de usar e sua instituição já tenha um contrato com o fornecedor, o médico ficará limitado nas conversas que pode iniciar com um paciente, explicou.
Parte do trabalho de sua equipe é ajudar pesquisadores do Shirley Ryan AbilityLab a desenvolver painéis que os médicos desejam, com as métricas de que precisam, coletando seus feedbacks no início do processo de desenvolvimento.
“A última coisa que você quer é que um médico muito ocupado abra um painel e não consiga encontrar as informações que deseja saber de forma rápida e fácil”, disse ela.
O Dr. Roongroj Bhidayasiri relatou ter recebido financiamento da Thailand Science, Research and Innovation, da Chulalongkorn University e da Royal Society of Thailand. Ele informou ter recebido honorários de consultoria e de palestras da Britannia, Ipsen, Teva-Lundbeck e Mitsubishi Tanabe; patentes para uma bengala guiada a laser, dispositivo portátil para tremores, tecnologia para monitoramento noturno, diário eletrônico de sintomas, uma palmilha e sapato para doença de Parkinson e canecas antiasfixia; e direitos autorais de vários trabalhos relacionados à doença.
O Dr. Andrea Pilotto relatou ter recebido financiamento da Fundação Airalzh, da Italian Society of Parkinson and Movement Disorders Foundation, do Ministério Italiano de Universidades e Pesquisa e do Ministério Italiano da Saúde.
O Dr. Michel Okun informou não ter conflitos de interesses relevantes.
A Dra. Miriam Rafferty informou ter recebido financiamento dos National Institutes of Health dos EUA, da Agency for Healthcare Research and Quality e do National Institute on Disability, Independent Living, and Rehabilitation Research dos EUA.
A Dra. Joohi Jimenez-Shahed relatou receber honorários de consultoria e uma bolsa educacional da Medtronic; atuar no conselho de monitoramento de segurança de dados da BlueRock Therapeutics e da Emalex Biosciences; atuar no conselho consultivo clínico e científico da PhotoPharmics; e receber honorários de consultoria da Bracket/Syneos, Teva, AbbVie, Alpha Omega, REGENXBIO, Praxis, Kyowa Kirin, TreeFrog e Amneal Pharmaceuticals. Ela também é copresidente do Parkinson Study Group. Fonte: MedScape.
quarta-feira, 4 de dezembro de 2024
Estudo de segurança da terapia BT-267 Parkinson começa a dosar voluntários
Brenig planeja os próximos ensaios clínicos em pacientes com doença idiopática
3 de dezembro de 2024 - Um ensaio clínico testando a segurança e tolerabilidade do BT-267 da Brenig Therapeutics, uma potencial terapia modificadora da doença para Parkinson devido a uma causa desconhecida - conhecida como idiopática - ou doença associada a mutações no gene LRRK2, começou a dosar voluntários saudáveis.
Após essa avaliação inicial - o primeiro teste em humanos do candidato à terapia - Brenig planeja iniciar estudos em pacientes com Parkinson idiopático, de acordo com um comunicado de imprensa da empresa.
"Os dados pré-clínicos ressaltam o potencial do BT-267 como o melhor inibidor de LRRK2 da categoria, confirmando um perfil de segurança superior", afirmou a empresa, acrescentando que a terapia experimental de Parkinson "se beneficia do design de medicamentos auxiliados por computador de ponta".
Candidato à terapia de Parkinson projetado para bloquear a enzima LRRK2
Uma característica marcante da doença de Parkinson é a disfunção e morte das células nervosas dopaminérgicas, neurônios que produzem um mensageiro químico cerebral chave chamado dopamina. Isso leva a uma série de sintomas motores, incluindo tremores, rigidez e lentidão de movimentos, bem como sintomas não motores, como comprometimento cognitivo, depressão e problemas de sono.
Na maioria dos pacientes, a causa do Parkinson é idiopática ou não pode ser especificamente identificada. No entanto, 5% a 10% dos casos resultam de mutações em um único gene.
Entre as causas genéticas mais comuns do Parkinson estão as mutações no gene LRRK2, que fornece instruções para produzir a quinase repetida 2 rica em leucina, também conhecida como LRRK2. Acredita-se que uma enzima LRRK2 hiperativa contribua para o Parkinson, prejudicando a capacidade de uma célula de se livrar de material prejudicial. O LRRK2 também está implicado na regulação da função das mitocôndrias, que são componentes celulares responsáveis pela produção de energia.
O BT-267 é um inibidor de molécula pequena de LRRK2 projetado para atingir de forma eficaz e seletiva essa enzima, minimizando os efeitos fora do alvo. O composto foi projetado usando inteligência artificial, em colaboração com a Expert Systems, uma plataforma aceleradora de descoberta de medicamentos, para permitir uma exposição sustentada e alta no cérebro e exposição limitada em outros lugares, de acordo com Brenig.
"A abordagem avançada de Brenig para biomarcadores preditivos pode ajudar a posicionar o candidato BT-267 como uma terapia modificadora da doença promissora para o Parkinson, incluindo casos idiopáticos que não possuem drivers genéticos conhecidos", afirmou o comunicado.
Nas avaliações pré-clínicas, o tratamento mostrou um bom perfil de segurança, com pouca ou nenhuma anormalidade pulmonar e renal visível nos estudos toxicológicos de GLP nas doses mais altas testadas. GLP, abreviação de Boas Práticas de Laboratório, garante conformidade regulatória, integridade, qualidade e confiabilidade de produtos em estudos não clínicos.
Além disso, os testes mostraram que a terapia estava presente em níveis mais altos no líquido cefalorraquidiano, ou LCR - o fluido que banha o cérebro e a medula espinhal - do que no componente líquido do sangue. Especificamente, tinha uma alta proporção de LCR para plasma não ligado, de acordo com a empresa.
O desenvolvimento do BT-267 é apoiado por US$ 65 milhões obtidos em uma rodada de financiamento da Série A liderada pela New Enterprise Associates. Uma rodada de financiamento da Série A geralmente é a primeira rodada de capital de risco levantada por uma empresa. Fonte: Parkinson News Today.
terça-feira, 3 de dezembro de 2024
'Fiquei viciada em bets após tratar Parkinson'; remédio estimula vício?
03/12/2024 - A portuguesa Irina Pires, 43, desenvolveu dependência em bets após o tratamento de Parkinson
Há dez anos, a enfermeira portuguesa Irina Pires, 43, que vive em Coimbra, sentiu as pernas pesadas e contrações involuntárias, que dificultavam seu caminhar e com o tempo afetaram a capacidade de dirigir. Ao investigar os sintomas, chegou ao diagnóstico de Parkinson precoce, forma da doença que se manifesta antes dos 40 anos e geralmente progride mais lentamente do que em idosos. Além das recomendações como fisioterapia e outros cuidado… - (segue...) Fonte: UOL.
Terapia genética na doença de Parkinson
031224 - A terapia genética na doença de Parkinson, em sintese, é a criação de novas células capazes de produzer um neurotransmissor específico ( dopamina ), que protegem o sistema neural ou atuam na modificação de genes que estão relacionados à doença de Parkinson. Essas células são então transplantadas para um paciente com a DP. Ela pode hiperativar circuitos cerebrais específicos associados à disfunção motora. Embora as terapias de DP estejam se desenvolvendo rapidamente, ainda não há estudos comparativos suficientes avaliando a segurança e a eficácia dos tratamentos disponíveis. Existem diferentes tipos de tratamentos que se concentram em reduzir os sintomas da doença, mas atualmente não há cura. (segue...) Fonte: Wikipedia.
Fator desconhecido pode aumentar o risco de Parkinson, indica estudo
Fator até então desconhecido pela literatura médica surpreendeu especialistas
02/12/2024 - Objeto de inúmeros estudos, o Parkinson afeta a vida de mais de 250 mil brasileiros e já foi diagnosticado em cerca de quatro milhões de pessoas em todo o mundo.
A doença, caracterizada pelo declínio cognitivo, ainda é considerada um desafio para a ciência, que busca compreender suas origens e os efeitos no organismo humano.
Recentemente, uma equipe de pesquisadores identificou um novo fator de risco que pode aumentar as chances de desenvolver Parkinson. Para investigar essa possível conexão, os cientistas analisaram os dados de saúde de 491.603 participantes ao longo de 15 anos.
No início do estudo, nenhum dos participantes havia sido diagnosticado com a doença. Contudo, ao final do período, 2.822 pessoas receberam o diagnóstico de Parkinson. Mas o que poderia explicar esse aumento de casos?
Fator desconhecido pode aumentar risco de Parkinson
Os pesquisadores apontaram que os indivíduos que relataram se sentir solitários apresentaram um risco significativamente maior de desenvolver Parkinson.
Curiosamente, a solidão não foi um fator de risco no início do estudo, durante os primeiros cinco anos. No entanto, os dados revelaram que aqueles que experimentaram solidão por mais de cinco anos mostraram um risco significativamente maior de desenvolver a doença. Esse achado reforça a ideia de que a solidão pode ser um determinante psicossocial importante para a saúde geral.
De acordo com pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos, 15% dos brasileiros se consideram muito solitários, 38% pouco solitários e 47% nada solitários.
Essa relação permaneceu consistente, mesmo após a consideração de fatores como:
Índice de massa corporal
Predisposição genética
Hábitos como fumar
Nível de atividade física
Diabetes
Hipertensão
Histórico de AVC ou ataque cardíaco
Depressão
Fatores de risco para o Parkinson
Especialistas afirmam que o Parkinson surge devido a uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Alguns dos principais fatores de risco conhecidos são:
Idade avançada
Histórico familiar de Parkinson
Genética hereditária
Sexo masculino
Exposição a toxinas ambientais
Traumas cranianos
Estresse oxidativo
Inflamação crônica do sistema nervoso
Embora esses fatores aumentem as chances de desenvolver a doença, não há garantia de que uma pessoa com um ou mais desses fatores venha a ser diagnosticada com Parkinson.
Sintomas de Parkinson
Os sintomas da doença de Parkinson são diversos e podem incluir:
Tremores involuntários
Dificuldade de movimento e lentidão nos movimentos voluntários
Rigidez muscular
Instabilidade postural
Alterações na escrita, com caligrafia menor e ilegível
Mudanças na fala
Compreender essas manifestações e os fatores associados ao Parkinson é crucial para o avanço do tratamento e da prevenção da doença. Fonte: CatracaLivre.