A farmacêutica portuguesa Bial lançou um novo medicamento para os doentes com Parkinson. A novidade está na forma de administração, mais cómoda e que traz alivio mais rápido dos sintomas.
03 abr.2025 - A apomorfina é um medicamento injetável já muito conhecido, mas chega agora num formato inovador. Uma película que se coloca sob a língua para uma absorção rápida.
"É um medicamento que permite com alguma rapidez, com 15 a 30 minutos, começar a melhorar o momento off e permite que o doente entre em on, portanto que fique melhor em termos motores e tem a facilidade de poder ser administrado pelo doente quando precisar", explica à SIC a neurologista Margarida Rodrigues.
"Parece pouca coisa mas acho que adiciona extraordinariamente à qualidade de vida de um doente que muitas vezes sabem quando vão ter estes momentos, mas muitas vezes não sabem quando os vão ter", salienta António Portela, CEO da Bial.
Chegou aos mercados português e espanhol no dia 1 deste mês. É comercializado na Alemanha, onde é fabricado, desde maio de 2024. Este lançamento da Bial vem para complementar o tratamento dos sintomas de Parkinson.
"Nos primeiros anos da doença, apresenta estabilidade com os tratamentos, [mas] a partir do momento em que começam a apresentar momentos de bloqueio, podem ter indicação para usar a apormofina sublingual", diz a neurologista.
Esta doença neurodegenerativa e sem cura afeta cerca de 20 mil pessoas em Portugal. Provoca, de forma variável, a lentificação dos movimentos, rigidez e tremor.
Na Bial está em curso um ensaio para o primeiro medicamento que pretender atuar na causa. Destina-se a doentes com uma mutação específica.
"Se os resultados forem extraordinários, as autoridades normalmente querem que os medicamentos cheguem o mais depressa possível a doentes, principalmente quando não há alternativas. (...) Correndo os tempos normais, só lá para 2030 é que esperamos que esteja no mercado", prevê o CEO da Bial.
O parkinson afeta cerca de 10 milhões de pessoas em todo o mundo e é a segunda doença neurodegenerativa mais comum, a seguir ao Alzheimer. Estima-se que a incidência duplique até 2050. Fonte: sicnoticias.
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