domingo, 23 de junho de 2024

SUS terá primeiro medicamento para demência associada ao Parkinson

Rivastigmina é único remédio com registro no país para a condição

Pacientes com doença de Parkinson e demência agora terão um medicamento para tratamento com registro em bula no país - (crédito: reprodução/redes sociais)

22/06/2024 - O Ministério da Saúde publicou nesta sexta-feira (21) a portaria de incorporação da rivastigmina no Sistema Único de Saúde (SUS). O remédio é o único com registro em bula no país para tratamento de pacientes com doença de Parkinson e demência.

Com recomendação favorável da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), o tratamento tem se mostrado eficaz para o controle dos sintomas cognitivos da doença. Cerca de 30% das pessoas que vivem com Parkinson desenvolvem demência por associação e, nesse caso, não havia até o momento tratamento medicamentoso disponível no SUS.

A demência causa lentidão cognitiva, déficits de atenção e memória, bem como alucinações, delírios e apatia.

“Sabemos que o envelhecimento da nossa população já é uma realidade. A doença de Parkinson não tem cura e tem afetado parcela significativa de brasileiros e essas pessoas, seus familiares e cuidadores precisam contar com o SUS para terem acesso a tratamentos que propiciem uma vida melhor”, avalia o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo da Saúde do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha.

Parkinson

O Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais comum no mundo, menos frequente apenas do que a doença de Alzheimer, que já conta com o tratamento com a rivastigmina na rede pública de saúde. Atualmente, há entre 100 e 200 casos de doença de Parkinson para cada 100 mil indivíduos com mais de 40 anos e essa quantidade aumenta significativamente depois dos 60 anos.

Atualmente, o SUS já conta com tratamentos medicamentosos e fisioterapêuticos, implantes de eletrodos e geradores de pulsos para estimulação cerebral para pessoas que vivem com a doença de Parkinson. Os principais objetivos do tratamento para a doença são deter a progressão e diminuir os sintomas. Fonte: Estado de Minas.

terça-feira, 18 de junho de 2024

Ligação com bactérias do intestino aponta novo caminho para tratamento; entenda

18/06/2024 - Cientistas japoneses identificaram alterações na flora intestinal e sugerem que suplementar vitaminas do complexo B pode ser uma possibilidade terapêutica

A doença de Parkinson é um diagnóstico neurodegenerativo que afeta milhões de pessoas e provoca problemas de movimento, saúde mental, sono, dor e em outras questões de saúde, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O tratamento auxilia no controle dos sintomas, mas existem poucas alternativas e que ainda não são capazes de curar a enfermidade. Agora, cientistas japoneses apontam que um novo caminho terapêutico pode estar no intestino. Fonte: Economiaempauta.

Droga contra o câncer pode interromper a propagação do Parkinson

17 de junho de 2024 - Resumo: Os pesquisadores descobriram um novo alvo terapêutico para a doença de Parkinson, a proteína Aplp1, que facilita a disseminação de proteínas alfa-sinucleína nocivas no cérebro. Notavelmente, um medicamento contra o câncer aprovado pela FDA visando Lag3, uma proteína que interage com Aplp1, mostrou-se promissor em bloquear essa disseminação em modelos de camundongos.

Esta pesquisa inovadora sugere o potencial para reaproveitar terapias de câncer existentes para a doença de Parkinson e outras condições neurodegenerativas.

Principais Fatos:

A interação Aplp1 e Lag3 é crucial para a disseminação da alfa-sinucleína no cérebro.

Um medicamento contra o câncer aprovado pela FDA, nivolumabe/relatlimab, visando Lag3 mostra potencial em bloquear essa interação.

Esta pesquisa oferece uma nova esperança para o tratamento de Parkinson e outras doenças neurodegenerativas.

Fonte: Johns Hopkins Medicina

Em estudos com camundongos geneticamente modificados, pesquisadores da Johns Hopkins Medicine dizem ter identificado um alvo biológico potencialmente novo envolvendo Aplp1, uma proteína de superfície celular que impulsiona a disseminação da alfa-sinucleína, causadora da doença de Parkinson.

As descobertas, publicadas em 31 de maio na Nature Communications, revelam como a Aplp1 se conecta com o Lag3, outro receptor de superfície celular, em uma parte fundamental de um processo que ajuda a espalhar proteínas alfa-sinucleínas prejudiciais para as células cerebrais. Esses acúmulos de proteínas são características da doença de Parkinson.

Notavelmente, dizem os pesquisadores, o Lag3 já é alvo de uma combinação de medicamentos contra o câncer aprovada pela Food and Drug Administration (FDA) dos EUA que usa anticorpos para "ensinar" ao sistema imunológico humano o que buscar e destruir.

A ligação de Aplp1 com Lag3 na superfície da célula permite que células cerebrais saudáveis absorvam aglomerados viajantes de alfa-sinucleína, levando à morte celular, dizem os pesquisadores. Crédito: Neuroscience News

"Agora que sabemos como Aplp1 e Lag3 interagem, temos uma nova maneira de entender como a alfa-sinucleína contribui para a progressão da doença de Parkinson", diz Xiaobo Mao, Ph.D., professor associado de neurologia da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins e membro do Instituto de Engenharia Celular.

"Nossas descobertas também sugerem que direcionar essa interação com drogas pode retardar significativamente a progressão da doença de Parkinson e outras doenças neurodegenerativas."

Mao co-liderou a pesquisa junto com Ted Dawson, M.D., Ph.D., Leonard e Madlyn Abramson Professor em Doenças Neurodegenerativas na Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins e diretor do Instituto Johns Hopkins para Engenharia Celular, Valina Dawson, Ph.D. e Hanseok Ko, Ph.D., professores de neurologia na escola de medicina e membros do Instituto de Engenharia Celular.

Estudos de longa data mostraram que, ao se agruparem e formarem depósitos de proteínas, as proteínas alfa-sinucleína mal dobradas viajam de célula cerebral para célula cerebral, matando os responsáveis pela produção de um neurotransmissor chamado dopamina e fazendo com que a doença de Parkinson progrida através de um tipo de morte celular "programada" que os pesquisadores da Johns Hopkins identificaram. O processo, parthanatos (da palavra grega para "morte"), leva a prejuízos no movimento, na regulação emocional e no pensamento.

A ligação de Aplp1 com Lag3 na superfície da célula permite que células cerebrais saudáveis absorvam aglomerados viajantes de alfa-sinucleína, levando à morte celular, dizem os pesquisadores.

Em estudos em camundongos publicados em 2016 e 2021, a equipe de Mao e Dawson identificou o papel do Lag3 na ligação com proteínas alfa-sinucleínas, fazendo com que a doença de Parkinson se espalhasse. No entanto, esses estudos indicaram que outra proteína era parcialmente responsável pela absorção da célula de alfa-sinucleína mal dobrada.

"Nosso trabalho demonstrou anteriormente que a Lag3 não era a única proteína de superfície celular que ajudava os neurônios a absorver alfa-sinucleína, então nos voltamos para a Aplp1 em nossos experimentos mais recentes", diz Valina Dawson.

Para determinar se Aplp1 realmente contribuiu para a disseminação de proteínas alfa-sinucleína prejudiciais, os pesquisadores usaram uma linha de camundongos geneticamente modificados sem Aplp1 ou Lag3 ou Aplp1 e Lag3. Em camundongos sem Aplp1 e Lag3, a absorção celular da proteína alfa-sinucleína prejudicial caiu em 90%.

Depois de injetar camundongos com o anticorpo Lag3, eles descobriram que essa droga também bloqueia a interação de Aplp1 e Lag3, o que significa que as células cerebrais saudáveis não poderiam mais absorver aglomerados de alfa-sinucleína causadores de doenças.

Os pesquisadores dizem que o anticorpo Lag3 nivolumab/relatlimab, um medicamento aprovado pela FDA em 2022 para o tratamento do câncer, pode desempenhar um papel na prevenção de que as células absorvam alfa-sinucleína.

"O anticorpo anti-Lag3 foi bem-sucedido em impedir a propagação adicional de sementes de alfa-sinucleína nos modelos de camundongo e exibiu melhor eficácia do que a depleção de Lag3 por causa da estreita associação de Aplp1 com Lag3", diz Ted Dawson.

Essa pesquisa tem aplicações potenciais no tratamento de outras condições neurodegenerativas que não têm cura, diz Mao. Na doença de Alzheimer, que está associada a sintomas de perda de memória, instabilidade de humor e problemas musculares, as proteínas tau ficam mal dobradas e se aglomeram em neurônios em níveis altos, piorando a condição. Na pesquisa de Alzheimer, Mao diz que os cientistas poderiam tentar atingir o Lag3 - que também se liga à proteína tau relacionada à demência - com o mesmo anticorpo.

Com o sucesso do uso do anticorpo Lag3 em camundongos, Ted Dawson diz que os próximos passos seriam realizar testes de anticorpos anti-Lag3 em camundongos com doença de Parkinson e Alzheimer. Os pesquisadores da Johns Hopkins também estão investigando como poderiam impedir que células insalubres liberassem alfa-sinucleína causadora de doenças.

Outros pesquisadores neste estudo são Hao Gu, Donghoon Kim, Yasuyoshi Kimura, Ning Wang, Enquan Xu, Ramhari Kumbhar, Xiaotian Ming, Haibo Wang, Chan Chen, Shengnan Zhang, Chunyu Jia, Yuqing Liu, Hetao Bian, Senthilkumar Karuppagounder, Fatih Akkentli, Qi Chen, Longgang Jia, Heehong Hwang, Su Hyun Lee, Xiyu Ke, Michael Chang, Amanda Li, Jun Yang, Cyrus Rastegar, Manjari Sriparna, Preston Ge, Saurav Brahmachari, Sangjune Kim, Shu Zhang, Haiqing Liu, Sin Ho Kweon, Mingyao Ying e Han Seok Ko da Johns Hopkins; Yasushi Shimoda, da Universidade de Tecnologia de Nagaoka; Martina Saar e Ulrike Muller, da Universidade de Heidelberg; Creg Workman e Dario Vignali da Faculdade de Medicina da Universidade de Pittsburgh e Cong Liu da Academia Chinesa de Ciências.

Financiamento: Este trabalho foi apoiado por subsídios dos Institutos Nacionais de Saúde (R01NS107318, R01AG073291, R01AG071820, 1135 RF1NS125592, K01AG056841, R21NS125559, R01NS107404, P01AI108545, R01AI144422), da Fundação Parkinson, da Maryland Stem Cell Research Foundation, da American Parkinson Disease Association, da Uehara Memorial Foundation, da JPB Foundation, da Adrienne Helis Malvin Medical Research Foundation e da Parkinson's Disease Foundation. Fonte: Neurosciencenews.

segunda-feira, 17 de junho de 2024

Ligação entre microbiota intestinal e doença de Parkinson aponta para potencial rota terapêutica

17 DE JUNHO DE 2024 - Na doença de Parkinson, foi encontrada uma redução nas bactérias intestinais dos genes responsáveis pela síntese das vitaminas essenciais do complexo B B2 e B7.

Um estudo liderado pela Escola de Pós-Graduação em Medicina da Universidade de Nagoya, no Japão, revelou uma ligação entre a microbiota intestinal e a doença de Parkinson (DP). Os pesquisadores encontraram uma redução nas bactérias intestinais dos genes responsáveis pela síntese das vitaminas B essenciais B2 e B7.

Eles também identificaram uma relação entre a falta desses genes e baixos níveis de agentes que ajudam a manter a integridade da barreira intestinal. Essa barreira impede que as toxinas entrem na corrente sanguínea, o que causa a inflamação observada na DP. Suas descobertas, publicadas no npj Parkinson's Disease, sugerem que o tratamento com vitaminas do complexo B para tratar essas deficiências pode ser usado para tratar a DP.

A DP é caracterizada por uma variedade de sintomas físicos que dificultam as atividades diárias e a mobilidade, como tremores, movimentos lentos, rigidez e problemas de equilíbrio. Embora a frequência de DP possa variar entre diferentes populações, estima-se que afete aproximadamente 1-2% dos indivíduos com 55 anos ou mais.

Vários processos fisiológicos são fortemente influenciados pelos microrganismos encontrados no intestino, que são coletivamente conhecidos como microbiota intestinal. Em condições ideais, a microbiota intestinal produz AGCC e poliaminas, que mantêm a barreira intestinal que impede a entrada de toxinas na corrente sanguínea. As toxinas no sangue podem ser levadas para o cérebro, onde causam inflamação e afetam os processos de neurotransmissão que são críticos para manter a saúde mental.

Para entender melhor a relação entre as características microbianas do intestino na DP, Hiroshi Nishiwaki e Jun Ueyama, da Escola de Pós-Graduação em Medicina da Universidade de Nagoya, realizaram uma metanálise de amostras de fezes de pacientes com DP do Japão, Estados Unidos, Alemanha, China e Taiwan.

Eles usaram o sequenciamento de espingarda, técnica que sequencia todo o material genético de uma amostra. Esta é uma ferramenta inestimável porque oferece aos pesquisadores uma melhor compreensão da comunidade microbiana e da composição genética da amostra.

Eles observaram uma diminuição nos genes bacterianos responsáveis pela síntese de riboflavina (vitamina B2) e biotina (vitamina B7) em pacientes diagnosticados com DP. A riboflavina e a biotina, derivadas tanto da microbiota alimentar quanto intestinal, têm propriedades anti-inflamatórias, que podem neutralizar a neuroinflamação observada em doenças como a DP.

As vitaminas do complexo B desempenham papéis cruciais nos processos metabólicos que influenciam a produção e as funções dos ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) e das poliaminas, dois agentes que ajudam a manter a integridade da barreira intestinal, impedindo a entrada de toxinas na corrente sanguínea. Um exame dos metabólitos fecais revelou diminuição de ambos em pacientes com DP.

Os resultados indicam uma explicação potencial para a progressão da DP. "Deficiências em poliaminas e AGCCs podem levar ao afinamento da camada de muco intestinal, aumentando a permeabilidade intestinal, ambos os quais foram observados na DP", explicou Nishiwaki.

"Essa maior permeabilidade expõe os nervos a toxinas, contribuindo para a agregação anormal da alfa-sinucleína, ativando as células imunológicas no cérebro e levando à inflamação a longo prazo.

"A terapia de suplementação visando riboflavina e biotina é promissora como uma avenida terapêutica potencial para aliviar os sintomas da DP e retardar a progressão da doença."

Os resultados do estudo destacam a importância de compreender a complexa relação entre a microbiota intestinal, as vias metabólicas e a neurodegeneração. Nos próximos anos, a terapia poderá ser personalizada com base no perfil único do microbioma de cada paciente. Ao alterar os níveis bacterianos no microbioma, os médicos podem potencialmente atrasar o início dos sintomas associados a doenças como a DP.

Poderíamos realizar análises da microbiota intestinal dos pacientes ou realizar análises de metabólitos fecais”, disse Nishiwaki. “Usando essas descobertas, poderíamos identificar indivíduos com deficiências específicas e administrar suplementos orais de riboflavina e biotina àqueles com níveis diminuídos, criando potencialmente um tratamento eficaz”. Fonte: Medicalxpress.

O "inútil" apêndice é mais fascinante do que pensávamos

17 de junho de 2024 - Quando médicos e pacientes pensam no apêndice, costuma ser uma emergência. Nos casos de apendicite, a luta contra o tempo pode levar à ruptura do apêndice, causando uma peritonite potencialmente fatal. Assim, apesar de recentes pesquisas sugerirem que os antibióticos possam ser um tratamento clínico alternativo, a apendicectomia ainda é a conduta convencional nos casos de apendicite sem complicações.

Mas e se a remoção do apêndice pudesse aumentar o risco de doenças gastrointestinais, como a síndrome do intestino irritável e o câncer colorretal? Isso é o que sugerem alguns novos dados científicos. E, embora as pesquisas sejam preliminares e heterogêneas, são o suficiente para provocar reflexão.

"Se não há razão para remover o apêndice, então é melhor preservá-lo", disse a Dra. Heather Smith, Ph.D., professora de anatomia comparativa na Midwestern University, nos Estados Unidos. A remoção preventiva não é corroborada pelas evidências, disse a professora.

Para sermos justos, percorremos um longo caminho desde 1928, quando o Dr. Miles Breuer, médico americano de origem tcheca, sugeriu que as pessoas com apêndices infectados deveriam perecer, de modo a remover seu ácido desoxirribonucleico (DNA) de qualidade inferior do conjunto dos genes humanos (ele chamou essas pessoas de "não civilizadas" e "candidatas à extinção"). Darwin, embora menos radical, acreditava que o apêndice era, na melhor das hipóteses, inútil — um mero vestígio da modificação da alimentação de nossos ancestrais de folhas para frutas.

O que sabemos agora é que o apêndice não é apenas um pedaço problemático de tecido intestinal destituído de valor. Em vez disso, ele pode atuar como refúgio para as bactérias intestinais benéficas ao organismo e um campo de treinamento para o sistema imunitário. Também parece desempenhar algum papel em várias doenças clínicas, desde a colite ulcerativa e o câncer colorretal até a doença de Parkinson e o lúpus eritematoso sistêmico. Mas a verdade nua e crua é que os cientistas continuam tentando distinguir os casos em que ter um apêndice é protetor daqueles em que seria melhor não tê-lo.

Uma estrutura "vermiforme" como proteção intestinal

O apêndice é uma estreita projeção sem saída (o que significa que sua extremidade está fechada) que se projeta da parte inicial do intestino grosso. Nem todos os mamíferos o têm. Foi encontrado em várias espécies de primatas e roedores, bem como em coelhos, marsupiais vombates australianos e peixes-boi da Flórida, entre outros (cães e gatos não o apresentam). Embora o apêndice humano seja vermiforme, disse a Dra. Heather, essas estruturas anatômicas ocorrem em vários tamanhos e formas. Alguns são grossos, como os dos castores, enquanto outros são longos e espiralados, como os dos coelhos.

Estudos de anatomia comparativa revelaram que o apêndice evoluiu de forma independente pelo menos 29 vezes ao longo da evolução dos mamíferos. Isso sugere que ele tenha algum tipo de função adaptativa, disse a Dra. Heather. Quando cientistas franceses analisaram dados de 258 espécies de mamíferos, descobriram que aquelas que têm um apêndice vivem mais do que as que não o têm. Uma possível explicação, escreveram os pesquisadores, pode estar no papel do apêndice na prevenção da diarreia.

O estudo realizado em 2023 por esses pesquisadores respaldou essa hipótese. Com base em registros veterinários de 45 espécies diferentes de primatas alojados em um zoológico francês, os cientistas comprovaram que os primatas com apêndices são muito menos propensos a ter diarreia grave do que os que não têm esse órgão. O apêndice, ao que parece, pode ser nossa pequena arma contra problemas intestinais.

Para o imunologista Dr. William Parker, Ph.D., pesquisador visitante da University of North Carolina at Chapel Hill, esses dados são "o melhor que poderíamos esperar" em corroboração à ideia de que o apêndice pode proteger os mamíferos de problemas gastrointestinais. Um experimento em humanos seria antiético, disse Dr. William. Mas estudos observacionais oferecem pistas.

Uma pesquisa mostrou que, em comparação às pessoas com apêndice preservado, adultos jovens com história de apendicectomia têm mais que o dobro do risco de ter infecção grave por Salmonella não tifoide, do tipo que exigiria hospitalização.

"Refúgio" para bactérias

Estes estudos reforçam uma teoria que o Dr. William e seus colaboradores elaboraram em 2007: a de que o apêndice atua como “refúgio” para as bactérias intestinais benéficas ao organismo.

Pense no cólon como um tubo largo, disse Dr. William, que pode ser contaminado por um patógeno como a Salmonella. Segue-se a diarreia, e o tubo é repetidamente lavado, limpando tudo, inclusive o seu microbioma intestinal saudável. Felizmente, "você tem esse pequeno desdobramento desse cano", onde o fluxo líquido não consegue entrar "porque é muito apertado", disse Dr. William. Os micróbios intestinais benéficos ao organismo podem sobreviver no interior do apêndice e repovoar o cólon assim que a diarreia acabar. Dr. William e seus colaboradores descobriram que o apêndice humano contém uma espessa camada de bactérias benéficas ao organismo. "Essas bactérias estavam exatamente onde previmos que estariam", disse o especialista.

A hipótese do refúgio poderia explicar por que o microbioma intestinal pode ser diferente nas pessoas que não têm mais o apêndice. Em um pequeno estudo, as pessoas que fizeram apendicectomia tinham um microbioma menos diversificado, com menor quantidade de cepas benéficas, como Butyricicoccus e Barnesiella, do que as pessoas com apêndices preservados.

O apêndice provavelmente também tem uma segunda função, disse a Dra. Heather: pode servir como um campo de treinamento para o sistema imunitário. "Diante de um patógeno invasor no intestino, o apêndice ajuda o sistema gastrointestinal a montar a resposta imunitária", disse a professora. O apêndice humano é rico em células especiais conhecidas como células M. Estas atuam como batedores, detectando e capturando bactérias e vírus invasores e apresentando-os à equipe de defesa do organismo, como os linfócitos T.

Se o apêndice abriga bactérias benéficas e aumenta a resposta imunitária, isso pode explicar sua relação com várias doenças. Segundo um estudo epidemiológico feito em Taiwan, os pacientes que fizeram apendicectomia têm um risco 46% maior de apresentar síndrome do intestino irritável — doença associada a uma pequena quantidade das bactérias Butyricicoccus. É por isso que os médicos devem prestar muita atenção às pessoas que tiveram seus apêndices removidos, monitorando-as quanto a possíveis sinais ou sintomas da síndrome do intestino irritável, escreveram os autores do estudo.

O mesmo banco de dados ajudou a descobrir outras conexões entre a apendicectomia e a doença. Por um lado, havia o diabetes tipo 2: nos três anos após a cirurgia, pacientes com menos de 30 anos tinham o dobro do risco de evoluir para este quadro. Depois, houve o lúpus eritematoso sistêmico: os que fizeram apendicectomia geralmente tinham maior risco de ter esta doença autoimunitária, e as mulheres foram particularmente atingidas.

Conexões controversas

A discussão científica mais acalorada é sobre a relação entre o apêndice e quadros clínicos, como a doença de Parkinson, a colite ulcerativa e o câncer colorretal. Um pequeno estudo de 2019 mostrou que a apendicectomia pode melhorar os sinais e sintomas de certas formas de colite ulcerativa que não respondem aos tratamentos clínicos convencionais. Um terço dos pacientes melhorou após a remoção do apêndice e 17% se recuperaram inteiramente.

Por quê? Segundo Dr. William, a apendicectomia pode funcionar para a colite ulcerativa porque é "uma maneira de suprimir o sistema imunitário, especialmente nas partes distais do intestino". Uma metanálise de 2023 descobriu que as pessoas que tiveram o apêndice removido antes de terem o diagnóstico de colite ulcerativa tinham menos propensão a precisar de uma colectomia mais tarde.

Esse procedimento pode ter um efeito colateral grave, no entanto: o câncer colorretal. Cientistas franceses descobriram que a remoção do apêndice pode reduzir o número de certas células imunitárias chamadas células T CD3+ e CD8+, enfraquecendo a vigilância imunitária. Como resultado, as células tumorais podem escapar da detecção.

No entanto, as relações entre a remoção do apêndice e o câncer estão longe de serem claras. Uma recente metanálise descobriu que, embora as pessoas que haviam realizado uma apendicectomia geralmente tivessem maior risco de câncer colorretal, para os europeus esses efeitos foram desprezíveis. Na verdade, a remoção do apêndice protegeu as mulheres europeias dessa forma específica de câncer. Para o Dr. William, a heterogeneidade desses resultados pode resultar do fato de que os tratamentos e as populações variam amplamente. A questão "pode depender de fatores sociais e médicos complexos", disse Dr. William.

As coisas também parecem complicadas com a doença de Parkinson — outro quadro ligado ao apêndice. Um grande estudo epidemiológico mostrou que a apendicectomia está associada a menor risco de doença de Parkinson ou à doença de Parkinson tardia. Também descobriu que o apêndice normal contém α-sinucleína, uma proteína que pode se acumular no cérebro e contribuir para o desenvolvimento do mal de Parkinson. "Embora a α-sinucleína seja tóxica quando no cérebro, parece ser bastante normal quando presente no apêndice", disse o médico Dr. Luis Vitetta, Ph.D., epidemiologista clínico da University of Sydney, na Austrália. No entanto, nem todos os estudos descobriram que a remoção do apêndice reduz o risco de Parkinson. Na verdade, alguns mostram resultados opostos.

Como os médicos devem encarar o apêndice?

Mesmo com esses mistérios e contradições, disse o Dr. Luis, um apêndice saudável em um corpo saudável parece ser protetor. É por isso que, afirmou o médico, quando alguém é diagnosticado com apendicite, uma avaliação rigorosa é essencial antes da cirurgia ser realizada.

"Talvez um antibiótico possa realmente ajudar a reverter o quadro", disse o Dr. Luis. Um estudo de 2020 publicado no periódico The New England Journal of Medicine mostrou que os antibióticos podem de fato ser uma boa alternativa à cirurgia para o tratamento da apendicite. "Não queremos necessariamente remover um apêndice que possa ser benéfico", disse a Dra. Heather.

As muitas relações entre o apêndice e várias doenças significam que os médicos devem estar mais vigilantes ao tratar pacientes que tiveram esse órgão removido, concluiu o Dr. William. "Quando um paciente perde seu apêndice, dependendo do ambiente pode haver efeitos infecciosos e oncológicos. Então ele podem precisar fazer exames com mais frequência", disse Dr. William. Seria o caso do monitoramento da síndrome do intestino irritável e do câncer colorretal.

Além disso, o Dr. William acredita que a pesquisa sobre o apêndice coloca ainda mais ênfase na necessidade de proteger o microbioma intestinal — como tomar probióticos junto a tratamento com antibióticos orais. E embora ainda estejamos muito longe de entender como exatamente essa estrutura vermiforme reage com várias doenças, uma coisa parece bastante certa: o apêndice não é inútil. "Se Darwin tivesse as informações que temos, ele não teria tirado a conclusão que tirou", concluiu o Dr. William. Fonte: Medscape.

sexta-feira, 14 de junho de 2024

Ozzy Osbourne recorre a tratamento com células-tronco

14 junho, 2024 - As células-tronco são bastante usadas no tratamento de lesões, especialmente articulares, devido à sua capacidade única de se diferenciar em diversos tipos celulares, acelerando, por exemplo, a cicatrização de feridas. Elas são usadas na medicina regenerativa para tratar lesões, regenerar tecidos danificados e substituir células doentes, mas recentemente o cantor Ozzy Osbourne, de 75 anos, gerou polêmica ao contar que usa terapias com células-tronco para tratar diversas condições de saúde que enfrenta, como um tumor na coluna, problemas no quadril e Parkinson, contra o qual luta desde 2020.

“Acabei de voltar do médico depois de ter algumas células-tronco inseridas em mim. Eu não me sinto tão bem, mas não sei como estaria se eu não tivesse começado o tratamento. Essa coisa que faço é tipo uma célula-tronco super f***, sabe? Eles aplicaram três frascos em mim esta manhã”, contou o músico no seu programa de rádio “Ozzy Speaks”.

Segundo o site Rock Brigade, a terapia com o uso de células-tronco é liberada pela Food and Drug Administration (FDA) dos EUA apenas para tratamentos de câncer no sangue e sistema imunológico, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

No entanto, de acordo com o neuro-ortopedista especialistas em células-tronco e autor do estudo “Inovação biomédica na cidade: estratégias para impulsionar a pesquisa em células-tronco na regeneração cerebral”, publicado na Revista Políticas Públicas e Cidades, Luiz Felipe Carvalho, o seu uso em tratamentos para doenças neurodegenerativas ainda precisa de mais estudos.

“Já existem testes clínicos para a aplicação dessa tecnologia para o tratamento de doenças neurodegenerativas como a Doença de Parkinson e a Doença de Alzheimer. Além disso, essa ferramenta também vem sendo testada para o tratamento de danos cerebrais causados por condições como Acidente Vascular Cerebral (AVC), traumatismo craniano, e, até mesmo, para reverter os efeitos colaterais da quimioterapia. Embora essa tecnologia apresente grande potencial, ela ainda se encontra na fase de desenvolvimento, sendo necessária a realização de um maior número de testes para que seus mecanismos possam ser esclarecidos e para que a sua segurança e eficácia possa ser comprovada”, afirma Luiz Felipe. Fonte: Kiss fm.

5 Remédios Proibidos para Quem Tem Parkinson

 

Campus Neurológico disponibiliza novo exame para ajuda no diagnóstico de doença de Parkinson

14 Jun, 2024 - O CNS - Campus Neurológico, unidade de saúde de referência em Portugal e na Europa, especializada no tratamento e reabilitação de doenças neurológicas, disponibiliza um novo exame para auxiliar no diagnóstico da doença de Parkinson. A ecografia dos gânglios da base já está disponível na unidade de Lisboa do CNS.

A ecografia dos gânglios da base é uma técnica não invasiva, acessível e facilmente aplicável, com eficácia comprovada no diagnóstico de várias doenças do movimento, com particular destaque para a doença de Parkinson (DP) e outros parkinsonismos. É uma ferramenta de diagnóstico muito útil em doentes com doenças do movimento nos quais há uma dúvida diagnóstica (exemplos: DP versus paralisia supranuclear progressiva ou atrofia multissistémica; parkinsonismo neurodegenerativo vs tremor essencial ou parkinsonismo induzido por medicação, entre outros). A ecografia dos gânglios da base tem potencial para responder às mesmas questões que outros exames utilizados para auxiliar o diagnóstico de doenças do movimento (como o DATSCAN), com a vantagem adicional de poder obter mais informação, de forma não invasiva e sem administração de contraste.

A ecografia é uma técnica de imagem que se baseia na emissão de ultrassons. O exame é indolor, não exige administração de sedação e não há exposição a radiação, sendo, por isso, um exame seguro e fácil de realizar. A ecografia dos gânglios da base é feita com o doente deitado, de barriga para cima. Coloca-se a sonda numa zona específica da cabeça, registando as imagens visíveis e calculando índices específicos, para posterior interpretação. A realização deste exame tem uma duração máxima de 20 a 30 minutos.

Linda Azevedo Kauppila, neurologista e especialista em doenças do movimento no CNS – Campus Neurológico, é atualmente responsável pela realização do exame, disponível na unidade de Lisboa do CNS. Fez a sua formação em ecografia dos gânglios da base sob supervisão do professor João Sargento de Freitas, do Serviço de Neurologia da ULS Coimbra.

Recentemente, Linda Azevedo Kauppila foi, também, formadora do “Curso de Ecografia dos Gânglios da Base”, inserido no congresso da Sociedade Portuguesa de Doenças do Movimento, em março de 2024. “A ecografia dos gânglios da base vai constituir uma alteração do paradigma da investigação de doentes com doenças do movimento. Vai permitir simplificar e melhorar, de forma inovadora e acessível, o diagnóstico de doença de Parkinson, bem como facilitar o esclarecimento diagnóstico de várias outras doenças do movimento. Estabelecer um diagnóstico tão preciso quanto possível é fundamental e pode traduzir-se em implicações diretas na gestão da doença e do plano terapêutico do doente; conseguir fazê-lo recorrendo a uma técnica não invasiva e sem incómodo acrescido para os doentes constitui um ganho significativo. É imensamente satisfatório podermos continuar a ampliar a oferta de cuidados a doentes com doença neurológica, com a mais recente disponibilização deste método diagnóstico”, afirma Linda Azevedo Kauppila. Fonte: Saude on line.

Variantes genéticas ligadas à mortalidade, progressão motora na doença de Parkinson

Seis variantes identificadas em estudos genômicos

Uma ilustração de uma fita de DNA destaca sua forma de dupla hélice.

14 de junho de 2024 - Seis variantes genéticas associadas à mortalidade e progressão motora foram descobertas em pessoas com doença de Parkinson.

Esses fatores genéticos recém-detectados que influenciaram a progressão da doença eram em grande parte diferentes daqueles que aumentaram o risco de Parkinson, descobriram os pesquisadores.

"Este trabalho nos ajudará a entender melhor a biologia da progressão [de Parkinson] e desenvolver novos tratamentos modificadores da doença", escreveram no estudo "Genoma amplo determinantes da mortalidade e progressão motora na doença de Parkinson", publicado no npj Parkinson's Disease.

Embora a causa da doença de Parkinson permaneça obscura, sabe-se que a genética desempenha um papel.

Estudos anteriores de associação genômica ampla (GWAS) - que encontraram alterações genéticas únicas em locais específicos do genoma associados a uma doença - identificaram 90 variantes ligadas a um risco de Parkinson. Ainda assim, poucas variantes foram associadas à progressão da doença. É "importante estudar a genética e a biologia da progressão da doença" porque "permitirá o desenvolvimento de potenciais tratamentos modificadores da doença", escreveu a equipe, baseada na Europa e nos EUA.

Estudos em larga escala coletaram dados ao longo de vários anos

Os pesquisadores realizaram dois GWASs para identificar variantes genéticas associadas à progressão para mortalidade e um estágio de Hoehn e Yahr de 3 ou maior. O estágio 3 representa independência física, apesar de comprometimento leve a moderado em ambos os lados do corpo, com alguma instabilidade postural. Estágios mais altos indicam pior incapacidade.

Dados de 6.766 pacientes com Parkinson foram coletados em um tempo médio de seguimento de 4,2 anos a 15,7 anos.

Dos 5.744 pacientes na análise de mortalidade, 1.846 (32,1%) indivíduos morreram. Em todo o genoma desses pacientes, a equipe procurou mudanças genéticas únicas chamadas polimorfismos de nucleotídeo único, ou SNPs, associados a uma progressão para a mortalidade.

O SNP associado à mortalidade mais significativo (rs429358) foi ligado ao épsilon 4 da APOE, uma das três versões do gene APOE, que codifica a apolipoproteína E, uma proteína que facilita o transporte de lipídios semelhantes a gordura na corrente sanguínea. O efeito desse SNP sobre a mortalidade de Parkinson foi mais forte em mulheres do que em homens. Também estava em desequilíbrio de ligação com outros 12 SNPs, o que significa que esses marcadores genéticos provavelmente foram herdados juntos.

As variantes na APOE têm sido associadas a um declínio cognitivo mais rápido e a um maior risco de comprometimento cognitivo em pacientes com Parkinson, e são o fator de risco genético mais forte para a doença de Alzheimer.

Outro SNP (rs4726467) significativamente associado à mortalidade foi no gene TBXAS1, com cinco SNPs adicionais em desequilíbrio de ligação. Esse gene carrega instruções para tromboxano A sintase 1, uma enzima envolvida na produção de lipídios semelhantes a gordura. Este SNP pareceu reduzir a atividade do TBXAS1 no sangue, mas não em outros tecidos, ou afetar sua atividade em regiões cerebrais.

Apenas um SNP relacionado à mortalidade (rs35749011) foi encontrado no gene GBA1, um conhecido fator de risco genético para Parkinson.

O monitoramento digital doméstico discerne perfis de flutuação motora.

Sinais para problemas motores

Entre os 3.331 indivíduos analisados quanto à progressão, 753 (22,6%) atingiram o desfecho de progressão motora para o estágio de Hoehn e Yahr de 3 ou maior. Esse desfecho foi associado a quatro SNPs dentro ou próximos aos genes MORN1 (rs115217673), ASNS (rs145274312), PDE5A (rs113120976) e XPO1 (rs141421624).

O SNP superior para MORN1, que codifica uma proteína de função desconhecida, não pareceu afetar sua atividade em diferentes tecidos, semelhante ao SNP superior mais próximo do gene ASNS. Este gene fornece instruções para asparagina sintetase, uma enzima que produz asparagina, um bloco de construção de proteínas.

O terceiro SNP mais significativo foi o mais próximo do gene PDE5A, que reduziu a atividade de outro gene chamado USP53 no sangue, mas não em outros tecidos. O quarto SNP superior, e nove SNPs associados, abrangeram vários genes: XPO1, USP34, KIAA1841 e C2orf74, embora apenas o SNP superior ligado a XPO1 destes tenha atingido significância. Este SNP alterou outros genes no sangue e aumentou a atividade de C2orf74 no cérebro.

"Conduzimos dois GWASs em grande escala da progressão [do Parkinson], incluindo o primeiro GWAS da mortalidade [do Parkinson]", concluiu a equipe. "Identificamos seis sinais significativos em todo o genoma, incluindo TBXAS1."

Os pesquisadores disseram que seu trabalho "nos ajudará a entender melhor a biologia da progressão [do Parkinson] e desenvolver novos tratamentos modificadores da doença, embora tenham notado a necessidade de mais estudos "para entender as ligações entre essas variantes genômicas e a biologia subjacente da doença". Fonte: https://parkinsonsnewstoday.com/news/genetic-variants-tied-mortality-motor-progression-parkinsons/

Tontura - Os 4 Tipos de Tonturas Que Existem

 

Não se pretende publicidade, embora o tema seja relevante.

Sonolência diurna

quinta-feira, 13 de junho de 2024

Estimulação cerebral profunda não invasiva é promissora para Parkinson

O dispositivo URIS foi testado em 12 mulheres em um ensaio clínico piloto

13 de junho de 2024 - Os primeiros dados preliminares de um estudo piloto de Stimvia mostram que um dispositivo de neuromodulação não invasivo conhecido como URIS aliviou os sintomas entre os participantes de um ensaio clínico piloto e pode servir como um tratamento complementar para a doença de Parkinson. O desenvolvedor do dispositivo planeja lançar os dados completos nos próximos meses.

"Temos o prazer de compartilhar resultados preliminares que indicam resultados promissores. Os pacientes relataram melhorias no número de sintomas da doença de Parkinson e em sua qualidade de vida geral. Além disso, observamos uma notável redução do tremor de repouso. Embora os dados precisos ainda estejam sob avaliação rigorosa, continuamos cautelosamente otimistas sobre as implicações potenciais desses resultados", disse David Skoloudik, MD, PhD, principal investigador do estudo e vice-reitor de Ciência e Pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade de Ostrava, República Tcheca, em um comunicado à imprensa da empresa.

O Parkinson é causado pela perda de células nervosas que produzem dopamina, um importante mensageiro químico do cérebro que ajuda a controlar o movimento. Sua perda leva a sintomas da doença, incluindo tremor e movimentos lentos.

A estimulação cerebral profunda (DBS) tem sido usada para tratar os sintomas motores de Parkinson e aqueles com uma resposta pobre a outras terapias. Com DBS, eletrodos são colocados cirurgicamente que fornecem estimulação elétrica para áreas específicas do cérebro. A corrente elétrica, que é gerada por um neuroestimulador movido a bateria implantado sob a pele, bloqueia os sinais subjacentes aos sintomas motores do Parkinson, como tremores.

Testando URIS para Parkinson

O dispositivo URIS da Stimvia usa eletrodos colocados perto do nervo fibular na perna para modular a atividade elétrica que estimula vias nervosas específicas no cérebro.

Ele funciona como uma alternativa não invasiva para DBS para modular a atividade de vias nervosas cerebrais específicas. Um sistema de monitoramento integrado permite que os médicos monitorem a resposta do cérebro aos estímulos, ajustando a neuroestimulação conforme necessário.

Doze mulheres com doença de Parkinson e tremor essencial no ensaio clínico piloto (NCT06036368) usaram o dispositivo URIS diariamente por 30 minutos durante seis semanas. Todos foram acompanhados por mais seis semanas, sem qualquer estímulo para monitorar a persistência do tratamento.

O objetivo principal foi avaliar a segurança e tolerabilidade do dispositivo de URIS. Sua efetividade foi avaliada por meio da escala Patient Global Impression of Improvement avaliada pelo clínico. Outros parâmetros exploratórios de eficácia de Parkinson incluíram mudanças na doença geral e sintomas motores, e qualidade de vida.

"Uma vez que a tecnologia URIS demonstrou um impacto positivo no tratamento da doença de Parkinson, Stimvia planeja investimentos substanciais em novos ensaios clínicos para validar a eficácia e a segurança do método. Acreditamos que nossa tecnologia pode introduzir novas modalidades de tratamento aditivo para milhões de pacientes que atualmente não têm outras opções, potencialmente oferecendo um impacto positivo modificador da doença naqueles com doença de Parkinson", disse Lukas Doskocil, CEO da Stimvia.

O dispositivo de estimulação nervosa URIS também foi testado em um ensaio clínico (NCT05211193) envolvendo pessoas com bexiga hiperativa. Os resultados mostraram que reduziu a vontade de urinar em 80%. O estudo também observou ativação significativa de regiões cerebrais envolvidas na percepção da plenitude vesical. Fonte: Parkinsonsnewstoday.

Robô faz primeira cirurgia de estimulação cerebral profunda em criança

A pequena Karliegh Fry, de 8 anos, foi diagnosticada com um distúrbio neurológica que causa contrações musculares involuntários

13/06/2024 - Uma garotinha norte-americana fez história após se tornar a primeira paciente pediátrica a ser submetida a uma estimulação cerebral profunda realizada por um robô, informou a emissora ABC News. A pequena Karliegh Fry, de 8 anos, foi diagnosticada com um distúrbio neurológico de movimento que causa contrações musculares involuntárias.

Devido à sua condição, a menina ficou paralisada e incapaz de andar, comer ou se sentar sozinha. Durante seu tratamento, a pequena foi submetida a vários medicamentos, que até melhoraram seu quadro, mas ela ainda tinha movimentos involuntários. Diante desse cenário, uma equipe do hospital infantil de Oklahoma (EUA) e do centro médico Bethany Children's começaram a buscar alternativas que pudessem melhorar a qualidade de vida da paciente e decidiram que ela seria uma boa candidata para uma cirurgia de estimulação cerebral robótica (sigla em inglês DBS). "Isso marcou a estreia global de um robô em nossas salas de cirurgias para realizar DBS em uma criança, estabelecendo um precedente não apenas em Oklahoma, mas também nos Estados Unidos e no mundo inteiro", destacou o médico Andrew Jea, neuropediatra do hospital infantil de Oklahoma.

Karliegh Fry, de 8 anos, passou por uma cirurgia de estimulação cerebral — Foto: Reprodução ABC News/OU Health/Bethany Children’s Health Center

A estimulação cerebral profunda é um procedimento no qual o cirurgião implanta um ou mais fios pequenos, conhecidos como eletrodos, no cérebro. Esses eletrodos são conectados a um pequeno dispositivo, chamado neuroestimulador implantado na parte superior do tórax. Esse tipo de procedimento é usado para o tratamento de condições neurológicas, incluindo a doença de Parkinson, epilepsia e síndrome de Touretter. Segundo a Johns Hopkins Medicine, essas condições ocorrem devido a sinais elétricos desorganizados em partes do cérebro que controlam o movimento.

A DBS funciona interrompendo os sinais irregulares que causam os tremores ou outros movimentos involuntários. Embora não cure as doenças, ela pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Para o OU Health, ao usar um robô para realizar esse tipo de operação, é possível ter mais precisão e segurança na cirurgia. Logo após o procedimento, Karleigh já pôde ver os resultados do tratamento, ela já conseguia baixar e relaxar os braços, movimentos que não fazia antes.

A estimulação cerebral profunda é um procedimento de implantação eletrodos — Foto: OU Health/Bethany Children’s Health Center

Além disso, a pequena está conseguindo ter mais controle sobre seus movimentos e sua fala também está melhorando, divulgou o hospital. "Seus braços costumavam travar a ponto de colocarmos meias em suas mãos porque ela arranhava o pescoço", relatou Trisha. "Definitivamente, houve melhorias, até mesmo desde o momento em que ligaram o dispositivo. Ela está até usando mais a voz, e conseguimos entender algumas de suas palavras. Acredito que ela terá um futuro excelente com certeza", a mãe destacou. Fonte: Revistacrescer.

terça-feira, 11 de junho de 2024

O aumento dos casos de Parkinson no mundo

 

Micróbios intestinais e comprometimento cognitivo leve na doença de Parkinson – há uma conexão?

Pesquisas anteriores sugeriram diferenças relacionadas a um sintoma não motor específico da doença de Parkinson, mas um estudo com o objetivo de replicar esses achados complica o quadro.

jun 11, 2024 Doença de Parkinson - O microbioma intestinal não está associado a comprometimento cognitivo leve na doença de Parkinson

Doença de Parkinson - um distúrbio multissistêmico

A doença de Parkinson é uma doença neurodegenerativa comum caracterizada por uma perda de neurônios e níveis reduzidos de dopamina associados. Isso leva a sintomas motores característicos, como tremores, rigidez muscular e problemas de equilíbrio. No entanto, agora é reconhecido que Parkinson é uma doença multissistêmica que pode incluir uma variedade de sintomas não motores, além dos sintomas motores.1,2

Microbioma intestinal na doença de Parkinson

Estudos têm mostrado que existem diferenças significativas nos microbiomas intestinais de pessoas com doença de Parkinson em comparação com indivíduos saudáveis.1–4 Estes incluem mudanças na composição geral da comunidade (também conhecida como "diversidade beta"), e um enriquecimento de certos tipos de bactérias, como Lactobacillus, Akkermansia e Bifidobacterium, e uma redução de outros, como Faecalibacterium e a família Lachnospiraceae.1,2,4 Diferenças funcionais relacionadas aos micróbios intestinais também foram detectadas, por exemplo, níveis aumentados de certos metabólitos microbianos, como metionina e cisteinilglicina.3

Comprometimento cognitivo, micróbios de Parkinson

O comprometimento cognitivo é frequentemente observado em pessoas com doença de Parkinson, com gravidade variando de comprometimento cognitivo leve a demência da doença de Parkinson. Tais sintomas podem piorar os resultados do tratamento e impactar negativamente a qualidade de vida. Devido à ligação estabelecida entre os micróbios intestinais e a doença de Parkinson, surge a questão se também pode haver diferenças microbianas entre as pessoas com Parkinson que são cognitivamente prejudicadas e aquelas que não são. Antes de nosso estudo, apenas um outro grupo de pesquisa havia investigado essa questão. Eles foram capazes de detectar diferenças na diversidade microbiana e nas quantidades de vários tipos diferentes de bactérias relacionadas à presença de comprometimento cognitivo leve.5

Os resultados podem ser replicados?

Conduzimos nosso estudo para descobrir se os resultados anteriores poderiam ser replicados em uma coorte diferente e geograficamente distinta. Comparamos indivíduos representando três grupos: 58 com doença de Parkinson e comprometimento cognitivo leve, 60 com Parkinson sem comprometimento cognitivo e 90 indivíduos controles cognitivamente normais.

Detectamos diferenças na diversidade microbiana entre os controles e os dois grupos da doença de Parkinson, em linha com pesquisas anteriores, mas não vimos nenhuma ao comparar os dois grupos de Parkinson – com e sem comprometimento cognitivo – o que contradiz os resultados do estudo anterior. Um padrão semelhante surgiu quando consideramos as quantidades de micróbios específicos: havia muitas diferenças entre os indivíduos de controle e qualquer um dos dois grupos de Parkinson, mas muito poucas entre os indivíduos com e sem comprometimento cognitivo leve. Dentre eles, o que mais nos intrigou foi a falta de Akkermansia muciniphila em indivíduos com comprometimento cognitivo leve, já que essa bactéria é tipicamente mais abundante em pessoas com doença de Parkinson em comparação com indivíduos controles1–4. No entanto, Akkermansia não estava na lista de micróbios alterados do estudo anterior5, nem nenhuma das outras bactérias que nossas comparações sugeriram como potencialmente diferentes em relação ao comprometimento cognitivo.

Implicações

Como esperado, fomos capazes de ver diferenças gerais do microbioma intestinal entre pessoas com Parkinson e indivíduos controle. No entanto, quase não vimos diferenças entre as pessoas com Parkinson que têm comprometimento cognitivo leve e aquelas que não têm. Em outras palavras, não pudemos replicar os achados do estudo anterior, que deixa menos claro se há uma assinatura microbiana para a doença de Parkinson com comprometimento cognitivo leve ou não. Somente pesquisas adicionais podem responder definitivamente a essa pergunta. Fonte: Springernature.

sexta-feira, 7 de junho de 2024

Determinantes genômicos da mortalidade e progressão motora na doença de Parkinson

07 Junho 2024 - Resumo

Existem 90 variantes de risco genético significativas independentes para a doença de Parkinson (DP), mas atualmente apenas cinco loci nomeados para progressão da DP. É provável que a biologia da progressão da DP seja de importância central na definição de mecanismos que podem ser usados para desenvolver novos tratamentos. Estudamos 6766 pacientes com DP, ao longo de 15.340 visitas com seguimento médio entre 4,2 e 15,7 anos e realizamos estudos de sobrevida genômica para o tempo até um desfecho de progressão motora, definido por atingir o estágio 3 de Hoehn e Yahr ou maior, e morte (mortalidade). Houve um efeito robusto do alelo ε4 da APOE sobre a mortalidade na DP. Também identificamos um locus dentro do gene TBXAS1 que codifica tromboxano A sintase 1 associado à mortalidade na DP. Também relatamos 4 loci independentes associados à progressão motora em MORN1, ASNS, PDE5A e XPO1 ou próximos a eles. Apenas a variante de risco E326K da doença de não Gaucher causadora da DP GBA1, das variantes de risco de DP conhecidas, foi associada à mortalidade na DP. Mais trabalhos são necessários para entender as ligações entre essas variantes genômicas e a biologia subjacente da doença. No entanto, estes podem representar novos candidatos para a modificação da doença na DP.

Introdução

A doença de Parkinson (DP) é uma condição neurodegenerativa progressiva para a qual não existem tratamentos medicamentosos para parar ou retardar a progressão da doença. Estudos de associação de caso-controle em larga escala (GWASs) genoma largo da DP identificaram 90 variantes independentes associadas ao risco de doença1. No entanto, também é importante estudar a genética e a biologia da progressão da doença. Isso permitirá o desenvolvimento de potenciais tratamentos modificadores da doença. Já existe um punhado de GWAS que visam identificar variantes genéticas associadas à progressão na DP. Estes nomearam loci em SLC44A1 (codificando a proteína -1 do transportador de colina, envolvida na síntese de membrana) para progressão para Hoehn e Yahr (H&Y) estágio 3 ou superior2, APOE para progressão cognitiva3, LRP1B (que codifica um receptor de lipoproteína de baixa densidade que está envolvido no tráfico de proteínas precursoras de amiloide) para progressão para demência 4e RIMS2 (que codifica a proteína RIMS2 com interação RAB3, envolvida na liberação de neurotransmissores) para progressão para demência da DP5. Além disso, muitos estudos de genes candidatos relataram que variantes em GBA1, APOE e MAPT estão associadas à taxa de progressão motora e cognitiva da DP6.

A progressão da DP pode ser determinada pela suscetibilidade celular diferencial, relacionada à função mitocondrial ou proteostase, disseminação diferencial célula-célula da patologia ou novas vias e mecanismos. Os fatores de risco determinados a partir de estudos caso-controle indicam vias etiológicas e orientam futuros estudos preventivos, mas estes podem diferir dos fatores de risco que determinam a progressão da doença. Atualmente, os estudos de tratamento modificador da doença concentram-se na intervenção em pacientes recém-diagnosticados, relacionada à progressão da doença após o diagnóstico. O trabalho em coortes longitudinais em grande escala nos últimos dez anos permitiu o estudo colaborativo de grandes conjuntos de dados clínico-genéticos. Aqui realizamos duas GWASs de progressão: progressão para mortalidade e H&Y estágio 3 ou maior (H&Y3+). Foram analisados dados de 6766 pacientes com DP com mais de 15.340 consultas e seguimento médio variando entre 4,2 e 15,7 anos. (segue ...) Fonte: Nature.

terça-feira, 4 de junho de 2024

Modelos Experimentais de Parkinson e Abordagem da Química Verde

4 de junho de 2024 - Modelos Experimentais de Parkinson e Abordagem da Química Verde

Artigo incorporado de Pesquisa Comportamental do Cérebro.

A química verde, nova frente de batalha contra o Parkinson. Matéria indisponível gratuitamente na íntegra. Pode representar uma possível solução para nossa doença.

Suplicy trata Parkinson com Cannabis e a transforma em nova bandeira de luta

Diagnosticado com a doença há meses, deputado agora luta para que os mais pobres tenham acesso ao óleo derivado da planta da maconha

Suplicy mostra o óleo à base de Cannabis. / Créditos: Reprodução de Vídeo

4/6/2024 - O deputado estadual Eduardo Suplicy (PT-SP), 82 anos e 44 de vida pública, descobriu em setembro do ano passado que tem a doença de Parkinson. A partir disto, ele resolveu se tratar com derivados da Cannabis Sativa, a planta da maconha.

Segundo entrevista ao jornalista Lucas Veloso, da coluna Viva Bem, do UOL, Suplicy conheceu a Associação Flor da Vida, em Franca (SP). No local, pacientes com doenças crônicas ou síndromes raras, especialmente crianças, são medicados com Cannabis medicinal.

Suplicy: Como a cannabis medicinal pode ajudar no tratamento de Parkinson

Após conversar com pacientes e familiares, ele ficou impressionado com o trabalho da organização e indicou que escreveria uma carta à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) com seu relato do que viu e de como gostou das ações feitas ali. A agência é responsável por regulamentar e fiscalizar o uso da planta no país.

Pouco depois, o deputado passou a tomar as primeiras gotas de CBD (canabidiol), medicamento feito a partir da Cannabis sativa, inicialmente importado. "O primeiro óleo tinha uma cor diferente, porque era em doses da Cannabis medicinal infantil. Fui tomando pouco a pouco: cinco gotas por dia", lembra.

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

Após algumas semanas, Suplicy aumentou a dosagem gradativamente e passou a tomar a versão para adultos. Na primeira semana, foram cinco gotas, três vezes ao dia. Depois, seis gotas, sete, oito e, então, passou a tomar nove gotas após cada refeição.

Atualmente, Suplicy toma 27 gotas diárias, de manhã, após o café da manhã, depois do almoço e após jantar, e relata vários pontos positivos, entre eles o sumiço das dores musculares que sentia na perna.

À medida em que a doença avançava, tarefas comuns do cotidiano, como usar o celular, ler e segurar o papel com um pronunciamento foram ficando mais difíceis por conta dos tremores. Os sintomas, no entanto, acabaram com o uso do medicamento.

“Também passei a andar com maior firmeza, e eu faço isso, sempre fui um bom esportista”, afirma ele.

Apoio

Suplicy conta que recebeu apoio da família e também de todas as artes, apesar de a Cannabis ainda ser um tabu na sociedade. "As pessoas perguntam como está a minha saúde, eu conto o progresso que tenho tido", pontua.

Há, no entanto, um longo caminho a percorrer. Atualmente, no Brasil, o tratamento com Cannabis medicinal não faz parte dos métodos tradicionais. Suplicy se submete ao que é chamado no jargão como “off-label”, “fora da bula”, em tradução livre. Na prática, é receitar um remédio já comercializado para uma função diferente da estipulada na bula e autorizada para comercialização.

Uma nova luta

A causa da Cannabis medicinal, bem como o seu acesso às pessoas mais pobres, se transformou em mais uma bandeira do parlamentar nos últimos meses, ele que já era um conhecido defensor dos direitos humanos e da renda básica.

"Procuro colaborar cada vez mais para que a legislação brasileira seja mais adequada para permitir que as pessoas mais pobres, nas áreas periféricas de nossas cidades ou no campo, possam ter acesso ao tratamento", diz. Fonte: Revista Fórum.

segunda-feira, 3 de junho de 2024

O sono elimina mais toxinas do cérebro do que quando estamos acordados? Pesquisas mais recentes lançam dúvidas sobre essa teoria

Como o cérebro é um tecido ativo – com muitos processos metabólicos e celulares acontecendo a qualquer momento – ele produz muitos resíduos.

Estudos mostraram que o sono interrompido ou ruim está ligado a um aumento nos níveis de estresse – o que, por sua vez, reduz o fluxo de fluido cerebral do sistema glinfático. (Foto: Freepik)

3 de junho de 2024 - Não há dúvida de que o sono é bom para o cérebro. Permite que diferentes partes se regenerem e ajuda a estabilizar as memórias.

Quando não dormimos o suficiente, isso pode aumentar os níveis de estresse e agravar problemas de saúde mental.

As evidências também apoiam a noção de que o cérebro se livra de mais resíduos tóxicos quando estamos dormindo do que quando estamos acordados. Acredita-se que este processo seja crucial para se livrar de coisas potencialmente prejudiciais, como a amiloide, uma proteína cujo acúmulo no cérebro está ligado à doença de Alzheimer.

No entanto, um estudo recente em camundongos chegou à conclusão oposta. Seus autores sugerem que, em camundongos, a depuração cerebral é realmente menor durante o sono – e que descobertas anteriores também poderiam ser reinterpretadas dessa maneira.

O sistema de limpeza do cérebro

Como o cérebro é um tecido ativo – com muitos processos metabólicos e celulares acontecendo a qualquer momento – ele produz muitos resíduos. Esses resíduos são removidos pelo nosso sistema glinfático.

Oferta festiva

O líquido cefalorraquidiano é uma parte crucial do sistema glinfático. Este fluido envolve o cérebro, agindo como uma almofada líquida que o protege de danos e fornece-lhe nutrição, para que o cérebro possa funcionar normalmente.

Durante o processo de remoção de resíduos, nosso líquido cefalorraquidiano ajuda a transferir fluido cerebral velho e sujo – cheio de toxinas, metabólitos e proteínas – para fora do cérebro, e acolhe em novo fluido.

Os resíduos que foram removidos acabam no sistema linfático (uma parte do sistema imunológico), onde são eliminados do corpo.

O sistema glinfático só foi descoberto na última década. Foi observado pela primeira vez em camundongos, usando corantes injetados em seus cérebros para estudar o movimento dos fluidos lá. A existência do sistema glinfático já foi confirmada em humanos com o uso de exames de ressonância magnética e contrastes.

Com base nos resultados de experimentos com animais, os cientistas concluíram que o sistema glinfático é mais ativo à noite, durante o sono ou quando sob anestesia, do que durante o dia.

Outros estudos mostraram que essa atividade de remoção de resíduos também pode variar dependendo de diferentes condições – como a posição de sono, o tipo de anestésico usado e se o ritmo circadiano do indivíduo foi ou não interrompido.

Desafiando velhas interpretações

O estudo recente usou camundongos machos para examinar como o movimento do fluido cerebral diferia quando os animais estavam acordados, dormindo e anestesiados. Os pesquisadores injetaram corantes no cérebro dos animais para rastrear o fluxo de fluido através do sistema glinfático.

Em particular, eles examinaram se um aumento no corante indicava uma diminuição no movimento de fluido para longe de uma área, em vez de um aumento no movimento para a área, como estudos anteriores sugeriram. O primeiro significaria menor depuração através do sistema glinfático – e, portanto, menos resíduos sendo removidos.

Um punhado de estudos encontrou distúrbios na função do sistema glinfático e no sono em pessoas com condições neurológicas – incluindo a doença de Alzheimer e Parkinson.

Mais corante foi encontrado em áreas cerebrais após três horas e cinco horas dormindo ou anestesiado do que quando acordado. Isso indicava que menos corante e, portanto, fluido, estava sendo removido do cérebro quando o camundongo estava dormindo ou anestesiado.

Embora os achados sejam interessantes, há uma série de limitações no desenho do estudo. Como tal, isso não pode ser considerado uma confirmação absoluta de que o cérebro não despeja tantos resíduos durante a noite do que durante o dia.

Limitações deste estudo

Primeiro, o estudo foi realizado com camundongos. Os resultados de estudos em animais nem sempre se traduzem para humanos, por isso é difícil dizer se o mesmo será verdade para nós.

O estudo também analisou apenas camundongos machos que foram mantidos acordados por algumas horas antes de serem autorizados a dormir. Isso pode ter perturbado seu ritmo natural de sono-vigília, o que pode ter influenciado parcialmente os resultados.

Estudos mostraram que o sono interrompido ou ruim está ligado a um aumento nos níveis de estresse – o que, por sua vez, reduz o fluxo de fluido cerebral do sistema glinfático.

Em contraste, no primeiro estudo (2013) que mostrou que mais toxinas cerebrais foram removidas durante o sono, os ratos foram observados durante seu tempo natural de sono.

Diferentes métodos também foram usados neste estudo em comparação com os anteriores – incluindo quais tipos de corante foram injetados e onde. Estudos anteriores também usaram camundongos machos e fêmeas. Essas diferenças nos métodos de estudo podem ter influenciado os resultados.

O sistema glinfático também pode se comportar de forma diferente dependendo da região do cérebro – com cada um produzindo diferentes tipos de resíduos quando acordado ou dormindo. Isso também pode explicar por que os resultados deste estudo foram diferentes dos anteriores.

Praticamente nenhum estudo que analisou o sistema glinfático e os efeitos do sono em ratos examinou o conteúdo do fluido excretado do cérebro. Assim, mesmo que a quantidade de líquido que flui para fora do cérebro fosse menor durante o sono ou anestesia, esse fluido ainda poderia estar removendo resíduos importantes em quantidades diferentes.

Um punhado de estudos encontrou distúrbios na função do sistema glinfático e no sono em pessoas com condições neurológicas – incluindo a doença de Alzheimer e Parkinson.

Um estudo em humanos também indica que mais amiloide é encontrado no cérebro após até mesmo uma noite de privação de sono.

O sistema glinfático é importante quando se trata de como o cérebro funciona – mas pode muito bem funcionar de forma diferente, dependendo de muitos fatores. Precisamos de mais pesquisas que visem replicar as descobertas do estudo mais recente, ao mesmo tempo em que examinamos as razões por trás de suas conclusões surpreendentes. Fonte: Indianexpress.

Antes da venda da falida, Acorda luta com novo spot da Inbrija na TV

A Acorda publicou seu último anúncio da Inbrija no final de maio, poucos dias antes de um tribunal de falências em Nova York decidir sobre a proposta de venda da empresa para a Merz. (Acorda Terapêutica)
 

Parkinson pode afetar pessoas jovens com predisposição genética

Patologia neurodegenerativa é a 2ª mais comum na população e em geral atinge idosos a partir dos 60 anos

Ocorrência em pacientes acima dos 65 anos oscila entre 2% e 3% - Foto: Bruno Ricci / Divulgação

segunda-feira, 03 de junho de 2024 - Segunda patologia neurodegenerativa de maior incidência na população, ficando atrás apenas do Alzheimer, a doença de Parkinson é mais comum em idosos, mas também pode acometer pessoas na faixa dos 40 anos. A ocorrência em pacientes acima dos 65 anos oscila entre 2% e 3%, diz a médica neurologista Daniele Amorim, especialista no tema. Nos mais jovens, ainda não há estatísticas precisas. Mas, o que médicos, gerontólogos e cientistas concordam é que, independentemente da faixa etária, o diagnóstico precoce faz toda a diferença. Assim como, manter vida social ativa e exercícios físicos é fundamental para complementar o tratamento feito à base de medicamentos.

Doenças neurodegenerativas são aquelas que provocam a morte dos neurônios e a perda de funções neurológicas. O Parkinson, explica a neurologista Daniele Amorim, da equipe do Hospital Mater Dei Salvador, afeta as células nervosas que ficam situadas na área do cérebro chamada de substância negra, que produz a dopamina, um neurotransmissor responsável pela fluidez dos movimentos. “A base do tratamento é a reposição da dopamina ausente ou daquela já presente, mas insuficiente, através de medicamentos”, acrescenta a especialista em Parkinson.

Os medicamentos, diz a neurologista, controlam os sintomas, como os tremores e a rigidez muscular. Mas, a doença é de progressão gradativa e ainda não existe uma cura. Aliar os remédios com atendimento multidisciplinar, como fisioterapia, fonoaudiologia, psicoterapia e nutricionista, entre outros, ajuda a garantir a qualidade de vida do paciente.

“Atividades físicas aeróbicas, fisioterapia e outras atividades ajudam na qualidade de vida porque o Parkinson não se caracteriza só pelos sintomas motores [tremores, rigidez, etc], mas também por alterações de humor, ansiedade, depressão, afeta a absorção de nutrientes. Por isso é preciso um trabalho multidisciplinar”, acrescenta Daniele Amorim.

Pacientes mais jovens

O Parkinson pode ter causas genéticas, segundo estudos já revelaram. E, no caso dos pacientes que apresentam a doença precocemente, geralmente a propensão é maior se já existe registro na família.

A progressão, no entanto, tende a ser mais lenta e, geralmente, os acometidos não têm outras comorbidades associadas e que se apresentam em pessoas de idade mais avançada. Em casos mais raros, o paciente jovem pode apresentar também sintomas de problemas cognitivos, como demência e perda de memória.

Atitude

Semana passada, as redes sociais se mobilizaram no compartilhamento do vídeo do cantor Eduardo Dusek, que tem Parkinson, em sua apresentação no programa Altas Horas. Dusek, 66 anos, cantou a música Seu Tipo, sucesso de Nei Matogrosso, de forma emocionante, brincando o tempo todo com a plateia e até ensaiando passos de dança usando uma cadeira como apoio. Antes da apresentação, em conversa com o apresentador Serginho Groisman, o cantor afirmou que é preciso manter o alto astral. “Tenho Parkinson, mas a doença não pode te dominar”.

A atitude de Eduardo Dusek também faz diferença na forma de lidar com a doença e até na convivência com o problema. Como nem todo paciente que tem a mesma enfermidade é igual, além da maneira individual de cada um encarar a condição, o apoio familiar e de profissionais capacitados é fundamental.

Em Salvador, pessoas com Parkinson têm representatividade na Associação Baiana de Parkinson e Alzheimer (Abapaz), que reúne pacientes e familiares. A entidade social existe há mais de 20 anos e oferece informações sobre os direitos dos pacientes e sobre a doença; orientação de onde buscar tratamentos e medicamentos; e apoio emocional tanto para quem tem a doença quanto para quem cuida do paciente, pois a saúde mental do cuidador também é priorizada.

“Buscamos, principalmente, conscientizar que o tratamento não é só o medicamento, mas outras terapias, como fisioterapia, musicoterapia, principalmente cantar, fazer sessões de fono, tudo isso ajuda a trabalhar a musculatura da garganta, pois a doença pode afetar a deglutição e o paciente ter engasgos”, explica a gerontóloga e diretora da Abapaz, Deila Carvalho.

Amparar emocionalmente as famílias é uma das principais preocupações da Abapaz, que funciona a partir do trabalho voluntário de profissionais de diversas áreas. “Nós fazemos atendimento por grupo familiares porque a família inteira precisa ter consciência da situação. O cuidado não pode ser de uma pessoa só para não gerar sobrecarga física e emocional, o que repercute na saúde do cuidador e do paciente. Também é preciso estimular atividades sociais da pessoa com Parkinson, que deve manter uma rotina de caminhadas, atividades cotidianas normais, não se isolar para evitar a depressão e a estigmatização”, detalha Deila Carvalho.

Pacientes do SUS

No estado, o Centro de Referência de Atenção à Saúde do Idoso (Creasi) oferece tratamento gratuito para pacientes com Parkinson. O atendimento é ambulatorial para as pessoas a partir dos 60 anos. O órgão dispõe, ainda, de uma farmácia que dispensa medicamentos para os mais jovens também.

Helena Pataro, diretora do Creasi, explica que o serviço oferece geriatra, neurologista, reumatologista e outros profissionais em uma equipe multidisciplinar. Para ter acesso, o paciente primeiro passa pelo atendimento primário [a atenção básica nos postos geridos pelo Município]. “No posto de saúde, ele é encaminhado para uma unidade de referência pelo Telesaúde. Em 10 dias, recebe a resposta da admissão no atendimento especializado, onde vai receber um cuidado integrado que inclui o idoso e familiares”, detalha.

Helena lembra que o Parkinson é uma doença progressiva e que, na medida em que evolui, o paciente aumenta o grau de dependência de cuidados, demandando muito do cuidador e que isso afeta a família. “No Creasi, a família passa por um acolhimento e orientações, além de suporte psicológico e social. A parte ambulatorial é só para idosos e familiares. Já a parte da farmácia atende também pacientes mais jovens que podem pegar os medicamentos”, complementa.

No site do serviço tem as orientações e a informação de quais medicamentos e como proceder. O protocolo é nacional, do Ministério da Saúde. A retirada é com horário marcado e tem farmacêutico para dar as orientações.

Ao todo, 2.600 idosos estão matriculados no atendimento do Creasi e desse total, entre 20% e 30% têm Parkinson. No último trimestre, a farmácia do serviço dispensou 350 mil comprimidos para 10 tipos de doenças. O Parkinson foi a terceira com mais dispensação de remédios, atrás apenas da Dor Crônica e Alzheimer. O Creasi também atua dando orientação aos profissionais dos postos de atenção básica no interior do estado.

Cientistas pesquisam diagnóstico a partir de amostras de pele

Um estudo recente realizado com 343 pessoas na faixa etária entre 40 e 99 anos, pela Escola Médica de Harvard, nos Estados Unidos, usou um marcador químico para identificar a forma alterada da proteína alfa-sinucleína no sistema nervoso central. A ideia é desenvolver um exame que, com base na análise de uma pequena amostra de pele, detecte a doença de Parkinson e outras três enfermidades neurodegenerativas que são marcadas pelo acúmulo dessa proteína. As informações do trabalho dos norte-americanos foram divulgadas esta semana pela Revista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

O teste conseguiu identificar a proteína alterada em 93% das pessoas que tinham Parkinson e em mais de 95% daquelas com as outras três doenças estudadas: Demência com corpos de Lewy, Atrofia de múltiplos sistemas e Insuficiência autonômica pura.

Outro resultado positivo foi a separação com maior precisão das pessoas com alguma das quatro doenças estudadas, daquelas que não apresentavam as patologias. Ainda segundo a reportagem da Fapesp, em um estudo anterior feito no ano passado, o uso da técnica permitiu diferenciar os pacientes com Parkinson daqueles com Atrofia de múltiplos sistemas. Ainda não há prazo para o novo tipo de exame ser adotado na prática clínica. Fonte: A Tarde.

Pesquisa científica quer usar Inteligência Artificial para identificar Parkinson ainda em estágio inicial

Estudo analisa movimentos clínicos e gera dados que podem ajudar os pesquisadores. (Foto: Reprodução)

2 de junho de 2024 - Uma pesquisa científica, realizada em parceira entre a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a universidade britânica Bradfor, visa usar a inteligência artificial para estabelecer parâmetros e, assim, conseguir identificar o Parkinson ainda em estágio inicial.

Atualmente, o diagnóstico é clínico e, normalmente, quando o paciente chega ao consultório médico, está em um estágio avançado da doença.

Além de facilitar o diagnóstico, a pesquisa quer também mapear precocemente a condição, ou seja, fazer com que aquele paciente que tem uma tendência ao Parkinson faça o tratamento o quanto antes.

O Parkinson é uma condição neurológica resultado da degeneração das células no cérebro que produzem a dopamina. Como consequência, os movimentos do corpo são afetados, causando tremores, rigidez muscular e dificuldade na fala, por exemplo.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais frequente no mundo, atrás apenas do Alzheimer. Cerca de 4 milhões de pessoas no mundo vivem com a doença, sendo aproximadamente 200 mil no Brasil. De acordo com a Secretaria de Saúde do Paraná, são 20 mil pessoas com a condição no estado.

O Parkinson não tem cura, e o tratamento serve para amenizar os sintomas. Com a evolução das análises, o estudo deve ajudar médicos a escolherem tratamentos e medicamentos de forma mais precisa, o que deve melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Há doze anos, a Sandra Salomão Cury Riechi percebeu que os tremores nas mãos se tornaram frequentes. Além disso, o equilíbrio faltava e os movimentos ficaram mais rígidos. “Comecei a tremer mais do que era visível. Daí uma amiga minha falou: ‘Sandra, você está tremendo muito’. Eu fui no meu médico, um psiquiatra, que recomendou que eu fosse a um neuro”, lembra.

Voluntariado

Ao procurar um médico, o diagnóstico: Parkinson. Hoje, ela é presidente da Associação Parkinson Paraná e é uma das pacientes voluntárias do estudo da UFPR.

O avanço é silencioso e, quando o paciente chega ao consultório, normalmente está em fase avançada. Esse foi um dos motivos que levaram os pesquisadores da UFPR a começarem os estudos.

No Centro de Estudos do Comportamento Motor são feitos testes com os pacientes voluntário. São avaliados movimentos como o da pinça.

Em outro teste, um celular é colocado na perna e um sensor avalia a frequência do movimento de subir e descer o calcanhar. Os gestos são captados pelas câmeras e transmitidos para um aplicativo de computador, que transforma em dados para análise.

O professor André Rodacki, doutor em exercícios e ciências do esporte, é um dos pesquisadores do Departamento de Educação Física da UFPR que atua no estudo. Ele explica que as análises dos comportamentos dos pacientes podem ajudar muito os médicos a estabelecerem as dosagens.

“Se a gente conseguir fazer essa identificação dos diferentes estágios, e também conseguir fazer o mapeamento dos estágios que precedem a doença, talvez seja uma grande possibilidade de a gente fazer um diagnóstico precoce, o que seria extremamente importante para todos envolvidos com o Parkinson, para que eu tenha condições de dar ferramentas para que uma intervenção, uma ação medicamentosa ou de tratamento comece a ser efetuada muito mais precocemente”, afirma o pesquisador.

Ramzi Jaber, aluno de pós- doutorado da Universidade de Bradford, é um dos pesquisadores que participam do estudo e esteve em Curitiba para coletar amostras, que agora vão ser analisadas por médicos.

“Nossa colaboração com a Universidade Federal do Paraná é desenvolver um sistema usando visão computacional e técnicas de inteligência artificial para quantificar os distúrbios do movimento associados ao Parkinson. […] Nosso foco principal é extrair parâmetros clínicos significativos a partir de gravações de vídeos de tarefas simples de clínicos como o ‘tocar de dedo'”, disse.

Mudanças sutis

O pesquisador André Rodacki explica que, no caso do Parkinson, muitas vezes é difícil identificar pequenas melhorias ou pequenas deteriorações do movimento.

Os testes em desenvolvimento no estudo podem ajudar a mapear essas alterações de forma mais acurada e identificar se o tratamento está surtindo efeito.

Além de facilitar o diagnóstico do estágio do Parkinson, a pesquisa quer também mapear precocemente a condição, ou seja, fazer com que aquele paciente que tem uma tendência ao Parkinson faça o tratamento o quanto antes. As informações são do G1. Fonte: O Sul.