sábado, 14 de maio de 2022

Impacto

Imbé, 14 de maio de 2022.

Cedo ou tarde aconteceria.

Gradualmente vamos perdendo nossas hablidades, de falar, de caminhar, de sentir prazer nas coisas quotidianas da vida.

Pois dei mais um passo rumo a isto.

Apliquei botox para o blefaroespasmo (dificuldade em manter os olhos abertos) o que sob certo aspecto me deixou com a visão um pouco nebulosa.

O dbs (deep brain stimulation) me trouxe até aqui e não deu mais tanta resposta satisfatória. Ainda resta a esperança da polarização em corrente, eis que só usei voltagem até o presente. Afinal já são 23 anos de parkinson.

Fiz uma nova regulagem e não foi muito bem sucedida. Daí a ausência de postagens no blog. Estou meia boca, e isto é ruim, pois me tira o prazer das coisas.

Fiquei quatro anos sem levodopa e ao tentar reintroduzi-la foi pior, pois a festinação aumentou e o ânimo diminuiu, sem considerar a depressão no caso do off. Decidi então, por minha conta abolir o uso de levodopa.

Talvez os receptores de dopamina tenham ficado desativados e eu tenha perdido a capacidade fisiológica de metabolizar a levodopa em dopamina. Mas são conjecturas de minha parte, a discutir com o médico. Meio Prolopa de 250 mg me deixa mal, mas não experimentei ¼ ainda. Talvez não seja tão ruim.

Estou com muita dificuldade para falar e caminhar, esta, a caminhada, que ainda era o meu maior prazer, caminhar com meus cachorros. Agora só bem devagarinho, tentando me equilibrar. Mas consigo caminhar um pouco, mesmo sem levodopa.

Só quero ter ânimo pra não desistir. Anda acredito que descubram a cura, para as próximas gerações. Com fé. Sem levodopa.

Meu cusco Peppo e eu.


segunda-feira, 2 de maio de 2022

Dicas para viver sozinho com Parkinson

020522 - As discussões sobre a doença de Parkinson (DP) geralmente mencionam um cônjuge ou parceiro de cuidados que ajuda a cuidar de seu ente querido. No entanto, também é importante reconhecer que muitas pessoas com Parkinson vivem sozinhas. Continue lendo para saber mais sobre os benefícios e desafios de morar sozinho com DP e onde você pode encontrar apoio.

Desafios emocionais de viver sozinho

Isolação social

Viver sozinho com DP oferece uma sensação de independência, mas também pode parecer isolado. Todo mundo experimenta sentimentos de isolamento e solidão às vezes, mas é importante ser capaz de identificar quando esses sentimentos estão afetando negativamente sua saúde. Recursos como a avaliação Connect2Affect da AARP estão disponíveis para ajudar a identificar sintomas de isolamento social e fornecer recomendações com base em seus resultados.

Se você tiver sentimentos de apatia ou fadiga por mais de cinco dias em um período de duas semanas, pode ter depressão. Procure um profissional médico para discutir um diagnóstico e opções de tratamento.

Aceitando sua situação

Como uma pessoa que vive sozinha com Parkinson, sua experiência cotidiana é diferente de alguém que vive com um cônjuge ou parceiro de cuidados. Pode ser um desafio encontrar recursos adaptados às pessoas que vivem sozinhas. Você também pode lutar com sentimentos de inadequação ao comparar sua vida com as pessoas ao seu redor.

Lembre-se de que, assim como a doença de Parkinson afeta a todos de maneira diferente, cada pessoa com DP convive e gerencia a doença à sua maneira. Você e sua experiência são válidos. Há uma forte comunidade de pessoas que vivem bem sozinhas com DP.

Permanecer conectado enquanto mora sozinho
Morar sozinho não significa que você está sozinho – há muitas pessoas que podem ajudar a apoiá-lo. Sua rede de suporte pode incluir:

Família
Amigos
Vizinhos
Colegas de trabalho
Terapeuta/conselheiro
Equipe médica
Grupo de suporte
Comunidade de fé

Animais de estimação também podem fornecer apoio. Os animais de estimação também podem ser registrados como animais de apoio emocional, o que pode ajudar a aliviar a ansiedade e fornecer suporte terapêutico em locais públicos.

Há muitas maneiras de permanecer conectado à sua rede de suporte existente ou de fazer novas conexões. Experimente estas opções em casa:

Dica: Nos dias em que você estiver lutando emocionalmente, tente conversar com uma pessoa ou realizar uma tarefa. Fazer uma conexão ou participar de uma atividade pode ajudar a aumentar sua motivação e diminuir os sentimentos de solidão.

Junte-se a um grupo de apoio. Os grupos de apoio permitem que você compartilhe suas experiências e se envolva com a comunidade de DP. Muitos grupos de suporte agora oferecem opções de reuniões virtuais. Ligue para nossa Helpline 1-800-4PD-INFO (1-800-473-4636) (Existem grupos de whatsapp no Brasil) para encontrar um grupo de suporte perto de você. Procurando uma rede de suporte online? Junte-se a conversas de DP.

Voluntário ou tutor. Retribuir sempre é bom. Pesquise VolunteerMatch para encontrar oportunidades de compartilhar suas habilidades com outras pessoas.
Participe de um webinar da Fundação Parkinson. Inscreva-se no evento Wellness Wednesday para obter estratégias para viver bem com DP ou participe de um Expert Briefing para obter as atualizações mais recentes sobre a pesquisa e os cuidados com Parkinson.
Envolva-se em sua comunidade local. Participe de uma reunião da cidade ou de um evento em sua biblioteca local.
Participe de uma aula de exercícios online. O exercício é uma ótima maneira de se manter ativo enquanto gerencia seus sintomas de DP. Nossa série Fitness Friday oferece exercícios gratuitos em casa projetados para pessoas com Parkinson.
Entre em contato com um serviço de bate-papo. Serviços de bate-papo como o Well Connected permitem que você se envolva em conversas amigáveis ​​e crie conexões sociais.

Dicas para viver sozinho com DP


Viver sozinho com Parkinson envolve adaptar-se às suas circunstâncias. Aqui estão algumas dicas para tornar as tarefas diárias mais fáceis de gerenciar:

Adapte o seu espaço de vida às suas necessidades. Um benefício de morar sozinho é a capacidade de organizar seu próprio espaço. Coloque itens essenciais onde você possa vê-los e acessá-los facilmente, para que possa encontrar o que precisa quando precisar.
Mantenha um alicate à mão. Esta ferramenta multifuncional pode ajudá-lo a abrir frascos ou bolsas.
Ajuste as configurações do seu telefone. Existem várias opções que podem simplificar o uso de um smartphone. Considere ativar estes recursos para controlar melhor seu telefone e permanecer conectado:
Adaptações de toque: esse recurso altera a forma como a tela do seu dispositivo responde a toques, furtos e outros gestos.
Comandos de voz: assistentes de voz como Siri ou Google Assistant reduzem a necessidade de usar as mãos para acessar o telefone. Essas ferramentas podem ser usadas para iniciar aplicativos, fazer chamadas telefônicas e ditar mensagens de texto.
Crie uma estratégia de agendamento. Programe compromissos nas horas do dia em que você normalmente se sente melhor. Identifique quantas tarefas você geralmente pode realizar em um dia “bom” ou “ruim” para evitar o excesso de agendamento. Defina temporizadores para seus medicamentos para que você se lembre de tomá-los no horário.
Entre em contato com sua rede de suporte. Peça ajuda com tarefas desafiadoras. Mesmo que você seja capaz de cuidar de si mesmo, transferir algumas responsabilidades pode ajudá-lo a economizar energia para coisas que você gosta, como hobbies ou interação social.
Use nossa lista de verificação de Considerações de Segurança Doméstica para obter mais dicas sobre como se manter seguro enquanto mora sozinho com DP.

Planejando o Futuro

Morar sozinho acrescenta a responsabilidade de se manter seguro, tanto agora quanto no futuro. Iniciar o processo de planejamento cedo garantirá que você tenha controle sobre decisões importantes da vida mais tarde, como escolher uma instituição de vida assistida ou uma casa de repouso.

Você também pode considerar assinar um formulário de procuração de assistência médica. Este documento nomeia alguém em quem você confia como seu procurador e permite que eles tomem decisões sobre cuidados de saúde por você, se você não puder falar por si mesmo.

Pode ser difícil admitir que você precisa de ajuda depois de viver de forma independente por muitos anos, mas a segurança deve ser sempre a prioridade. Se você tiver problemas para se movimentar em seu espaço ou realizar tarefas diárias, procure alguém de sua confiança para ajustar sua situação de vida. Original em inglês, tradução Google, revisão Hugo. Fonte: Parkinson org.

segunda-feira, 25 de abril de 2022

Terapia de estimulação cerebral profunda pode reduzir até 80% dos tremores causados pelo Parkinson

25/04/2022 - Embora o Parkinson seja uma doença ainda sem cura, a ciência vem trabalhando continuamente em busca de tratamentos para estabilizar, atenuar ou até mesmo interromper a piora dos sintomas. Esta é a segunda condição neurodegenerativa mais incidente em pessoas acima dos 60 anos, atrás apenas do Alzheimer. Entre as muitas dúvidas, que vão além do diagnóstico, as formas de tratamento também deixam incertezas entre os pacientes. Será que a medicação é nossa única alternativa, ou existem outras opções

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) reforçam que aproximadamente 2% da população mundial com idade superior a 65 anos tem a condição. Já no Brasil, estima-se que cerca de 200 mil pessoas sofram com ela. A origem do Parkinson está na perda de neurônios em um núcleo bem específico do cérebro chamado de Substância Negra (região onde os neurônios possuem um pigmento de cor muito escura, a neuromelanina), responsáveis pela produção de dopamina. Assim, os pacientes têm esses neurônios comprometidos, deixando de produzi-la. Os movimentos são afetados porque a dopamina, que ativa uma área do cérebro conhecida como corpo estriado, é uma das portas de entrada de um dos principais centros reguladores dos movimentos do corpo.

Entre os sintomas mais conhecidos da doença estão o tremor involuntário e a rigidez corporal que, normalmente, podem ser controlados com o uso da medicação adequada. Entretanto, com o passar dos anos, o remédio pode perder o efeito gradativamente ou ainda o paciente pode desenvolver efeitos colaterais pelo uso da medicação, causando transtornos ao parkinsoniano.

Embora ainda existam excelentes opções de medicamentos como a conhecida Levodopa, que revolucionou o tratamento e foi oficialmente aprovada em 1970, cerca de 20 a 30% dos pacientes podem ter efeitos adversos à terapia medicamentosa, principalmente, alguns anos após o uso, como movimentos involuntários, alucinação e delírios. Mesmo com o ajuste da dosagem, os sintomas podem atrapalhar a vida do paciente e o efeito dos fármacos fica cada vez mais curto.

Atualmente, uma das maiores esperanças da medicina em relação ao Parkinson é o aprimoramento da inovadora cirurgia intitulada DBS (do inglês, deep brain stimulation), que consiste na implantação cirúrgica de um dispositivo médico neuroestimulador, semelhante a um marca-passo cardíaco, auxiliando no controle dos principais sintomas da doença, que pode garantir a qualidade de vida dos pacientes.

A cirurgia é um recurso muito importante e deve ser considerada para alguns pacientes. Ela não é ainda a primeira linha de tratamento possível, mas é uma das melhores alternativas em casos de pacientes que passam a apresentar resistência às medicações já conhecidas, e pode reduzir os tremores em até 80%, além da rigidez e outros sintomas, quando bem indicada.

É importante lembrar que nem todos os pacientes com Parkinson apresentam os mesmos sinais. Entre os mais conhecidos, além do tremor involuntário e da rigidez corporal, estão: as dores musculares; a lentidão nos movimentos; a perda de expressões faciais; entre outros, como a constipação e a incontinência urinária.

Alguns podem ter apenas um tremor leve e, outros, um pouco de rigidez no corpo. Uma minoria também pode apresentar alterações de memória e de comportamento, por exemplo.

Na última década, principalmente, a tecnologia foi capaz de proporcionar benefícios ao paciente sem precedentes de efeitos colaterais. Em meio a um momento de descobertas no campo das terapias gênicas, pesquisadores têm apresentado, com confiança, estudos que visam apresentar novidades.

Nestas pesquisas mais recentes, a proposta é autorregular a produção de dopamina, neurotransmissor responsável pela mensagem entre as células nervosas e que tem queda intensa na Doença de Parkinson.

Além disso, o momento é também de lançamento para novas medicações de tratamento não apenas do Parkinson, mas de outras doenças neurológicas. Esperamos contar no Brasil, em breve, com o ultrassom focado guiado por ressonância, que é uma ferramenta útil para tratar pacientes com tremor essencial e, também, o tremor do Parkinson, de uma forma menos invasiva.

Neste momento de ansiedade, os pacientes que buscam consultar especialistas estão sempre ansiosos por novidades. Enquanto isso, trabalhamos diariamente para aprimorar as técnicas e, com base em avaliações clínicas, adaptar a terapia com mais precisão às necessidades de cada um. Fonte: Hojeemdia.

sexta-feira, 22 de abril de 2022

Cientistas brasileiros descobrem substância que evita piora do Parkinson

22/04/2022 - Cientistas da USP, Universidade de São Paulo, identificaram uma substância promissora para evitar a piora do Parkinson.

A estrutura AG-490, impediu 60% da morte de neurônios em camundongos injetados com 6-hidroxidopamina, composto que simula os efeitos da doença neurológica

Por isso, a substância AG-490 foi identificada pelos pesquisadores como capaz de evitar o agravamento da doença de Parkinson. Os resultados foram publicados em janeiro na revista Molecular Neurobiology.

Tese de doutorado

O estudo foi realizado durante a tese de doutorado da bióloga Ana Flávia Fernandes Ferreira, no Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), sob coordenação do professor Luiz Roberto G. Britto.

A iniciativa é uma colaboração com pesquisadores do Instituto de Química da USP e da Universidade de Toronto, no Canadá.

Como acontece

O Parkinson causa a morte precoce ou a degeneração das células na região da substância negra do cérebro, onde é fabricado o neurotransmissor dopamina.

A deficiência ou ausência da dopamina afeta o sistema motor, resultando em sintomas como tremores, lentidão de movimentos, rigidez muscular, desequilíbrio, problemas de fala, além de alterações gastrointestinais, respiratórias e psiquiátricas.

A pesquisa

Os pesquisadores realizaram testes com camundongos injetados com 6-hidroxidopamina, composto que simula os efeitos do Parkinson.

Enquanto um grupo comparativo de roedores não recebeu substância nenhuma, outros foram administrados com a AG-490, que é feita à base da molécula tirfostina.

A intenção era diminuir a morte celular ao inibir o TRPM2, um dos canais de entrada de cálcio nas células cerebrais.

Após seis dias, foram realizados testes de equilíbrio e comportamento motor nos animais, que foram sacrificados em seguida.

Então, os cientistas calcularam a quantidade de neurônios produtores de dopamina que ainda estavam presentes na substância negra do cérebro dos camundongos.

Por fim, eles ainda estudaram o estriado, uma região de conexão cerebral.

A melhoria

Tanto na substância negra quanto no estriado houve maior número de células cerebrais e menos prejuízos comportamentais com a administração da AG-490.

"Os camundongos que não receberam a substância apresentaram um resultado 70% pior nos testes comportamentais", conta Britto, em comunicado enviado por e-mail.

Segundo o pesquisador, o estudo revelou que, ao bloquear o TRPM2, a degeneração de neurônios diminuiu bastante — especialmente nas áreas onde essas células são mortas pela doença.

E mais: o mesmo ocorreu onde os neurônios realizam contatos sinápticos (troca de informações), ajudando a preservar a dopamina.

De acordo com o professor, o Parkinson gera a morte das células cerebrais devido a causas como disfunções metabólicas, acúmulo anormal de proteínas e ainda o aumento na atividade dos canais de entrada de cálcio — o que foi impedido parcialmente pela AG-490.

"Em todas as células do organismo, quando esses canais estão muito ativos, a tendência é que ocorra uma sobrecarga de cálcio. Isso ativa uma série de enzimas que degradam as estruturas das células, levando à sua morte", concluiu o especialista. Fonte: radio90fm.

quinta-feira, 14 de abril de 2022

A teoria da invisibilidade na prática!

Por Roberto Coelho. (extraído do facebook)

Descobri algo novo!
Possivelmente essa descoberta seja algo que irá revolucionar as leis da física…
Descobri como ficar invisível! É sério!
Eu posso explicar, sem fazer qualquer demonstração física ou química. Embora essa nova teoria não se aplique as todas as pessoas, porque algumas almas abençoadas continuarão vendo você.
O processo é simples e sem dor física. Basta você contrair alguma doença crônica, ou quebrar financeiramente.
Sua invisibilidade aumenta se você unir os dois – a doença crônica e a quebra financeira – com esses dois itens sua invisibilidade será mais efetiva e você vai começar a perceber e experimentar o que estou tentando explicar, caso queira ou não.
Algumas pessoas ficarão distantes e se tornarão, com o tempo, invisíveis também.
O interessante é que você continua vendo a si mesmo… Mas outros não.
Amigos próximos, se encarregarão de espalhar a sua invisibilidade aos mais distantes, o que aumentará exponencialmente a sua capacidade recém-adquirida.
Trata-se de um caminho “quase” sem volta. A não ser que você acerte um prêmio de loteria, ou milagrosamente seja curado.
Se isso acontecer, você se tornará imediatamente e irremediavelmente visível.
Pessoas que eram invisíveis a tanto tempo que você nem se lembrava mais, aparecerão como num passe de mágica, dando tapinhas nas suas costas, lembrando de coisas que aconteceram antes de você se tornar invisível. Alguns arranjarão desculpas, na tentativa de justificar suas ausências. Outros desviarão desse assunto, mas estarão perfeitamente visíveis.

sexta-feira, 8 de abril de 2022

Morte Súbita na Doença de Parkinson: Qual o envolvimento do coração?

2021-08-20 - Resumo

Introdução. A Doença de Parkinson (DP) é a segunda doença neurodegenerativa mais comum, trata-se de uma desordem neurológica progressiva, podendo atingir mais de 1% da população acima de 60 anos, na maioria homens. A taxa de mortalidade de pacientes com DP é maior quando comparada com a população em geral. As causas dessa mortalidade elevada são desconhecidas, mas os fatores de risco cardiovascular podem desempenhar um papel importante. Nesse contexto, a morte súbita na doença de Parkinson (SUDPAR), corresponde a um evento importante que, embora raro, também ocorre.

Objetivo. O objetivo dessa revisão é apresentar os principais achados na literatura quanto à relação entre anormalidades cardiovasculares e disfunções autonômicas com a morte súbita na DP. Método. Realizou-se pesquisas nas bases de dados Scielo, Google scholar e PubMed pelo termo Parkinson’s disease em combinação com os termos (i) sudden death, (ii) sudden unexpected death, (iii) SUDPAR, (iv) cardiac abnormalities e (v) autonomic disfunctions. Todas as publicações relevantes foram consideradas. 

Resultados. Existem ainda poucos estudos na literatura sobre SUDPAR, sendo que, de 2006 a 2020, foram publicados 22 trabalhos entre cartas ao editor, artigos originais, revisões e relatos de caso. Pesquisas clínicas e experimentais sugerem que anormalidades cardíacas e disfunções autonômicas desempenham um papel fundamental. 

Conclusão. Diversos estudos apresentam o envolvimento cardíaco na DP, sendo que disfunções autonômicas são causas frequentes de morte em pacientes com essa doença. A colaboração entre médicos e pesquisadores é fundamental para identificar abordagens que, considerando a investigação cardiológica, ofereçam a possibilidade de prevenção da SUDPAR. Fonte: Revista NeurociênciasFapesp.

Ansiedade atípica um alvo de intervenção na doença de Parkinson?

A ansiedade atípica em adultos com doença de Parkinson variou de 15% a 51% em uma revisão sistemática de 60 estudos.

April 06, 2022 - A ansiedade é comum na doença de Parkinson (DP) e demonstrou aumentar a incapacidade funcional e diminuir a qualidade de vida, mas apresentações atípicas de ansiedade são pouco reconhecidas e frequentemente subtratadas em pacientes com DP, escreveu Nadeeka N. Dissanayaka, PhD, da Universidade de Queensland , Brisbane, Austrália, e colegas.

Em um estudo publicado no American Journal of Geriatric Psychiatry, os pesquisadores realizaram uma revisão sistemática de 60 estudos para caracterizar melhor a ansiedade relacionada à DP atípica. Quatorze estudos envolveram Ansiedade Sem Outra Especificação (NOS - Anxiety Not Otherwise Specified), 31 incluíram sintomas de ansiedade flutuantes e 22 incluíram Medo de Cair (FOF - Fear of Falling).

No geral, a taxa média de prevalência de transtornos de ansiedade na população com DP foi de 31%.

Ansiedade NOS, ansiedade flutuante e FOF representaram uma prevalência média ponderada de 14,9%, 34,19% e 51,5%, respectivamente.

A sintomatologia da ansiedade SOE incluiu sofrimento psíquico em relação ao diagnóstico de DP, insegurança em relação ao futuro, medo de perder o controle das funções motoras e corporais e constrangimento social. Clinicamente, a ansiedade NOS foi associada a uma série de fatores, incluindo depressão menor, sintomas motores on-off, cãibras musculares, má qualidade de vida e comprometimento da marcha.

A sintomatologia da ansiedade flutuante foi avaliada em 9 estudos do estado motor "on" e 16 estudos de "on" e "off". Os sintomas associados ao estado off incluíam ataques de pânico, ansiedade ou tristeza e evitar situações, bem como palpitações, tonturas, calafrios e ondas de calor.

Clinicamente, os estudos mostraram que a ansiedade era mais grave no estado sem medicação e os sintomas eram reduzidos no estado on. Dados de alguns estudos mostraram que a ansiedade flutuante foi mais comum em pacientes com DP que eram do sexo feminino e que tinham uma idade mais jovem de início da DP e maior duração da doença.

A sintomatologia da FOF incluiu associações entre FOF e dificuldade de deambulação e marcha: uso de andador ou outro dispositivo, congelamento mais frequente no local, hesitação ao virar e menor velocidade ao caminhar. Clinicamente, as características associadas à FOF incluíam idade avançada, necessidade de assistência para atividades de vida diária, histórico de quedas e redução da qualidade de vida.

Os resultados da revisão foram limitados por vários fatores, incluindo as diferentes técnicas de avaliação e a falta de dados sobre o tratamento da ansiedade atípica na DP, observaram os pesquisadores. "Até onde sabemos, não há ensaios de tratamento focados em Anxiety NOS", e estudos sobre o tratamento de ansiedade flutuante e FOF são preliminares, disseram eles.

No entanto, os resultados apoiam a necessidade de identificação precoce e classificação da ansiedade relacionada à DP para melhorar as estratégias de tratamento e os resultados a longo prazo, concluíram os pesquisadores. Na ausência de estratégias de tratamento baseadas em evidências, "Dada a heterogeneidade das apresentações de ansiedade na DP, a importância de adaptar as intervenções para atender às necessidades específicas e aos perfis de sintomas únicos de cada indivíduo não pode ser exagerada", e a triagem de rotina de pacientes com DP para ansiedade a cada 6-12 meses é recomendado, enfatizaram. Original em inglês, tradução Google, revisão Hugo. Fonte: Medscape.

domingo, 3 de abril de 2022

AI e robótica descobrem assinaturas ocultas da doença de Parkinson

April 3, 2022 - Um estudo publicado na Nature Communications revela uma nova plataforma para descobrir assinaturas celulares de doenças que integra sistemas robóticos para estudar células de pacientes com métodos de inteligência artificial para análise de imagens. Usando sua plataforma automatizada de cultura de células, os cientistas do NYSCF Research Institute colaboraram com o Google Research para identificar com sucesso novas características celulares da doença de Parkinson, criando e perfilando mais de um milhão de imagens de células da pele de uma coorte de 91 pacientes e controles saudáveis.

“A descoberta de medicamentos tradicionais não está funcionando muito bem, principalmente para doenças complexas como Parkinson”, observou a CEO do NYSCF, Susan L. Solomon, JD. “A tecnologia robótica que o NYSCF construiu nos permite gerar grandes quantidades de dados de grandes populações de pacientes e descobrir novas assinaturas de doenças como uma base totalmente nova para descobrir medicamentos que realmente funcionam”.

“Esta é uma demonstração ideal do poder da inteligência artificial para a pesquisa de doenças”, acrescentou Marc Berndl, engenheiro de software da Google Research. “Tivemos uma colaboração muito produtiva com o NYSCF, especialmente porque seus sistemas robóticos avançados criam dados reproduzíveis que podem gerar insights confiáveis.”

Unindo Inteligência Artificial e Automação

O estudo aproveitou o vasto repositório de células de pacientes do NYSCF e o sistema robótico de última geração – The NYSCF Global Stem Cell Array® – para criar imagens de milhões de células de 91 pacientes com Parkinson e controles saudáveis. Os cientistas usaram o Array® para isolar e expandir células da pele chamadas fibroblastos de amostras de biópsia de pele, rotular diferentes partes dessas células com uma técnica chamada Cell Painting e criar milhares de imagens de microscopia óptica de alto conteúdo. As imagens resultantes foram alimentadas em um pipeline de análise de imagens imparcial e orientado por inteligência artificial, identificando recursos de imagem específicos para células de pacientes que poderiam ser usados ​​para distingui-los de controles saudáveis.

“Esses métodos de inteligência artificial podem determinar o que as células dos pacientes têm em comum que podem não ser observáveis ​​de outra forma”, disse Samuel J. Yang, pesquisador do Google Research. “O que também é importante é que os algoritmos são imparciais – eles não dependem de nenhum conhecimento prévio ou preconceito sobre a doença de Parkinson, para que possamos descobrir assinaturas inteiramente novas da doença”.

A necessidade de novas assinaturas de Parkinson é ressaltada pelas altas taxas de falha de ensaios clínicos recentes para medicamentos descobertos com base em alvos específicos de doenças e vias que se acredita serem os condutores da doença. A descoberta dessas novas assinaturas de doenças usando métodos imparciais, especialmente em populações de pacientes, tem valor para diagnóstico e descoberta de medicamentos, revelando até novas distinções entre pacientes.

“De forma emocionante, fomos capazes de distinguir entre imagens de células de pacientes e controles saudáveis, e entre diferentes subtipos da doença”, observou Bjarki Johannesson, PhD, pesquisador sênior do NYSCF no estudo. “Podemos até prever com bastante precisão de qual doador uma amostra de células veio”.

Aplicativos para descoberta de medicamentos

As assinaturas da doença de Parkinson identificadas pela equipe agora podem ser usadas como base para a realização de exames de drogas nas células dos pacientes, para descobrir quais medicamentos podem reverter esses recursos. O estudo também produz o maior conjunto de dados conhecido de Cell Painting (48 TB) como um recurso da comunidade e está disponível para a comunidade de pesquisa.

Notavelmente, a plataforma é agnóstica (independentemente de onde começou no corpo ou do tipo de tecido a partir do qual se desenvolveu) de doenças, exigindo apenas células da pele facilmente acessíveis dos pacientes. Também pode ser aplicado a outros tipos de células, incluindo derivados de células-tronco pluripotentes induzidas que o NYSCF cria para modelar uma variedade de doenças. Os pesquisadores estão, portanto, esperançosos de que sua plataforma possa abrir novos caminhos terapêuticos para muitas doenças nas quais a descoberta de medicamentos tradicionais não teve sucesso.

“Esta é a primeira ferramenta a identificar com sucesso características de doenças com tanta precisão e sensibilidade”, disse o vice-presidente sênior de descoberta e desenvolvimento de plataformas da NYSCF, Daniel Paull, PhD. “Seu poder para identificar subgrupos de pacientes tem implicações importantes para a medicina de precisão e o desenvolvimento de medicamentos em muitas doenças intratáveis”. Original em inglês, tradução Google, revisão Hugo. Fonte: Insidebigdata.

Fiocruz incorpora tecnologia para fabricar medicamento de Parkinson

02/04/2022 - A partir de agora, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) tem autonomia para produzir no Brasil o medicamento Pramipexol para tratamento da doença de Parkinson. A conclusão da Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) com a farmacêutica alemã Boehringer Ingelheim para essa finalidade foi anunciada nesta semana.

O que é disfagia, e por que o HU-UEPG se preocupa com o problema?

Durante 8 anos, a PDP firmada entre o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) e a Boehringer Ingelheim forneceu mais de 120 milhões de comprimidos do medicamento ao Sistema Único de Saúde (SUS), fabricados pela alemã. Farmanguinhos iniciou a fabricação interna de todas as etapas do medicamento em 2018 e já forneceu 97,2 milhões de unidades ao SUS.

O diretor do Farmanguinhos/Fiocruz, Jorge Mendonça, destaca que a parceira trouxe benefícios como a incorporação da tecnologia, incluindo a produção nacional do insumo farmacêutico ativo (IFA), e a ampliação do acesso a um tratamento de ponta para usuários do SUS.

“O medicamento oferece benefícios ao paciente, uma vez que estabiliza a doença e propicia melhor qualidade de vida. Por outro lado, a nacionalização deste IFA por uma farmoquímica nacional garante o fornecimento de um produto de qualidade, seguindo as regras sanitárias da Anvisa, fortalecendo nossa capacidade de absorção de tecnologias e gerando emprego e mão de obra qualificada no Brasil”.

A estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que mais de 200 mil pessoas convivem com Parkinson no Brasil. Para este ano, a demanda interna do Pramipexol é de 30 milhões de comprimidos, nas concentrações de 0,125 miligramas (mg), 0,250mg e 1mg. Fonte: Agência Brasil.