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domingo, 21 de novembro de 2021

“A medicina canabinoide é uma revolução”, diz a psiquiatra Ana Hounie

Maconha medicinal pode ser empregada com sucesso no tratamento de demências, hipertensão e outras doenças

21/11/2021 - A psiquiatra Ana Gabriela Hounie tem doutorado e pós-doutorado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Também é especialista em Síndrome de Tourette e transtorno obsessivo compulsivo. O efeito devastador dessas doenças a levou a se interessar, na década de 1990, pela utilização da Cannabis sativa como método terapêutico. No entanto, teve que esperar até 2015, quando a prescrição da maconha medicinal foi liberada pela Anvisa. De lá para cá, já atendeu a mais de 400 pacientes que fazem uso desse tipo de medicação, mas não parou por aí. Diante dos resultados positivos, começou a dar cursos para outros médicos se tornarem prescritores – cerca de 500 até agora, segundo sua estimativa.

“A medicina canabinoide tem um amplo espectro de utilização em patologias neurodegenerativas, como demências, Parkinson, esclerose múltipla ou paralisia supranuclear progressiva. Apesar disso, a medicina tradicional só segue o que é publicado em periódicos científicos ou foi aprovado pelo FDA (Food and Drug Administration, o equivalente à Anvisa nos EUA). Ainda há poucos estudos publicados e nenhum interesse por parte da indústria farmacêutica, porque seu objetivo é sintetizar novas drogas e ganhar milhões com a patente, mas as famílias testemunham as mudanças dos pacientes: pessoas com demência que voltam a reconhecer os filhos e a se alimentar sozinhos. É uma revolução”, afirma, antecipando que está finalizando, juntamente com 100 colegas, entre médicos e outros profissionais, um tratado sobre a Cannabis medicinal, livro que será lançado em breve.

A psiquiatra Ana Gabriela Hounie: “a medicina canabinoide tem um amplo espectro de utilização em patologias neurodegenerativas, como demências, Parkinson e esclerose múltipla” — Foto: Divulgação

E como a maconha se torna um medicamento tão promissor? Nosso cérebro tem receptores (CB1 e CB2) que são estimulados por canabinoides que, por serem produzidos pelo organismo, são chamados de endocanabinoides, responsáveis por uma extensa lista de funções, incluindo ansiedade e humor. A maconha, por sua vez, tem centenas de compostos químicos, entre eles o CBD (canabidiol) e o THC (tetrahidrocanabinol) – mais recentemente, outros começaram a ser estudados, como o canabigerol. Tais compostos são fitocanabinoides, isto é, também são canabinoides e, por este motivo, conseguem estimular os receptores humanos com eficiência. Resumindo: podemos nos valer dos medicamentos derivados da maconha para reparar nosso circuito interno.

“O organismo sofre ataques contínuos que vão se acumulando e o CBD é anti-inflamatório. O mecanismo da Doença de Alzheimer é o de uma neuroinflamação, e o THC consegue dissolver placas amiloides que vão se depositando, restabelecendo a comunicação neuronal. Eles abaixam a pressão, diminuem a resistência à insulina, melhoram a função da tireoide, ou seja, levam à desprescrição de medicamentos como antihipertenstivos e metforminas”, explicou a psiquiatra, acrescentando que foi somente nos anos de 1990 que a ciência passou a descrever o sistema endocanabinoide. Nos EUA, o medicamento dronabinol, produzido à base de THC, era receitado para pacientes oncológicos, submetidos à quimioterapia, ou com HIV, para estimular o apetite. Ao ser usado em casas de repouso em idosos portadores de demência com dificuldades para se alimentar, o resultado foi duplamente positivo: melhorou o apetite e diminuiu a agressividade dos doentes. Hoje há quase 60 milhões de pessoas com demência no mundo e esse número deve triplicar até 2050. Está na hora de espanar o mofo das ideias. Fonte: G1 Globo.

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Mobilização em defesa da Cannabis Medicinal ocorrerá em Brasília

"Nosso objetivo é abastecer o parlamento com informações técnico-científicas para que eles preparados para votar o PL 399/2015 que regulamenta a Cannabis para fins medicinais e o cânhamo industrial" diz Manuela Borges, uma das organizadoras do evento

Foto: GettyImages
Por João R. Negromonte

17/11/2021 - O ato que ocorrerá no Salão Verde do Congresso Nacional se realizará às 16h, remete ao Dia Nacional da Cannabis Medicinal, que é lembrado no dia 27 de novembro, data na qual também se celebra o Dia Mundial de Combate ao Câncer. Porém, como neste ano, o dia 27 será em um sábado, a ação ocorrerá em 24/11 (quarta-feira), dia de maior movimentação no legislativo federal.

Manuela Borges, Jornalista do portal Informacann e uma das organizadoras do movimento, diz que a mobilização é uma forma de reunir pacientes, associações, ativistas, apoiadores da causa e legisladores como o Dep. João Carlos Bacelar (Pode-BA), Dep. Paulo Texeira (PT-SP), Dep. Alex Manente (líder do Cidadania na Câmara) e Leandro Grass (Dep. Distrital pela REDE), que já confirmaram presença no evento.

Segundo Manuela, a ideia é fazer um mutirão de conscientização sobre o uso terapêutico da planta em mais de 30 diferentes patologias, além de desmistificar ideias e preconceitos em torno do tema.

“Ainda estamos mobilizando parceiros do cânhamo industrial para que façam contas dos produtos feitos da fibra da Cannabis aos parlamentares que ainda desconhecem o assunto. Nosso objetivo é abastecer o parlamento com informações técnico-científicas para que eles recolhidos preparados para votar o PL 399/2015 que regulamenta a Cannabis para fins medicinais e o cânhamo industrial”, reforça a jornalista.

Para ela, seria uma honra contar com a participação de todos os envolvidos na causa, ajudando assim a democratizar o acesso a informação em diferentes frentes de atuação. Fonte: Sechat.

sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Como o CDB pode reduzir sintomas de Parkinson (matéria publicitária)

04.22.2021 - Benefícios terapêuticos para amenizar os sintomas de parkinson trazidos pelo Tratamento com Cannabis Medicinal são esperança para aqueles que sofrem com essa doença, que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), afeta 1% da população mundial com idade superior a 65 anos

O que é Parkinson?

Para 10 milhões de pessoas em todo o mundo, lentidão dos movimentos e tremores nas mãos foram os primeiros sintomas do Parkinson. Com o aumento da expectativa de vida, e consequentemente, do envelhecimento da população, este número pode dobrar até 2040.

Descoberta há 201 anos, esta doença sem cura, embora absolutamente tratável, é a segunda patologia degenerativa, crônica e progressiva do sistema nervoso central mais frequente do planeta — atrás apenas do Alzheimer.

Segundo estimativa do Ministério da Saúde, 200 mil brasileiros sofrem com essa enfermidade causada pela morte das células do cérebro, especialmente aquelas responsáveis pela produção da dopamina — neurotransmissor que desempenha a função de controlar os movimentos.

Sintomas de Parkinson

Os sintomas do Parkinson podem variar a cada pessoa. Os primeiros sinais podem ser leves e passar despercebidos, podendo ser encarados como características da “velhice”. Frequentemente, começam em um lado do corpo e, assim, continuam piorando ali, inclusive depois de os sintomas começarem a afetar ambos os lados.

Tremores: Os tremores geralmente começam em uma extremidade, como nas mãos, ou nos dedos. Há o movimento de esfregar o polegar e o indicador de um lado para o outro, conhecido como tremor de rolagem de pílula, ou tremor postural. A mão pode tremer quando está em repouso.

Lentidão dos movimentos: Com o tempo, a doença de Parkinson pode retardar os movimentos, fazendo com que tarefas simples sejam difíceis e levem mais tempo. Pode ser que os passos se tornem mais curtos. Também pode haver dificuldade para se levantar da cadeira, ou ainda arrastar os pés ao caminhar.

Rigidez muscular: Pode ocorrer em qualquer parte do corpo. Os músculos rígidos podem causar dores e limitar a amplitude do movimento.

Alteração da postura e do equilíbrio: A pessoa pode ficar curvada ou apresentar problemas de equilíbrio.

Perda dos movimentos automáticos: É possível que seja reduzida a capacidade de realizar movimentos inconscientes, como piscar, sorrir ou balançar os braços ao caminhar.

Mudanças na fala: A pessoa pode passar a falar mais baixo, mais rápido ou mesmo a hesitar antes de falar. A fala pode se tornar monocórdica.

Mudanças na escrita: Pode ficar cada vez mais difícil escrever, e a letra pode diminuir.

Perda Olfativa: Este é um dos sintomas do Parkinson mais comuns no início da doença, e atinge a maioria dos pacientes. Estima-se que cerca de 90% dos parkinsonianos tenham redução do olfato, incluindo alterações no paladar — uma vez que há interligação entre os dois sentidos.

Sono Inquieto: É comum para todos ter certa agitação durante o sono. Mas as mudanças verificadas em pacientes com Parkinson se manifestam como se a pessoa estivesse atuando durante o sonho.

Diferente de sonambulismo, esse sintoma — também conhecido como distúrbio comportamental do sono REM — faz parte da doença. De acordo com especialistas, os movimentos são tão repentinos e intensos que causam incômodo a quem dorme ao lado.

Estima-se que cerca de 60% dos parkinsonianos sofram com insônia. Embora durmam com facilidade, perdem o sono e acordam durante a madrugada, comprometendo, assim, a restauração necessária para que haja uma noite bem dormida.

Tratamento tradicional para os sintomas de parkinson

Sempre sob acompanhamento médico, o tratamento tradicional para os sintomas do Parkinson sugere uma série de possibilidades, como remédios, fisioterapia, tratamento natural e até cirurgia.

No caso dos medicamentos, o neurologista ou o geriatra pode prescrever Levodopa e Selegilina para ajudar a reduzir os sintomas do Parkinson a partir do aumento da dopamina e de outros neurotransmissores no cérebro.

Caso não haja êxito nesta forma de tratamento, há a alternativa do procedimento cirúrgico — chamada “estimulação cerebral profunda”. Neste procedimento, é feita a instalação de um pequeno eletrodo na região cerebral afetada pelo Parkinson, que pode reduzir alguns sintomas, e por consequência, reduzir a dosagem dos remédios.

Além disso, para reforçar a autonomia do indivíduo e melhorar seu equilíbrio, é importante a prática de fisioterapia, terapia ocupacional e atividade física.

Tratamento com Cannabis Medicinal

Pesquisas científicas asseguram que os sintomas do Parkinson podem receber tratamento com Cannabis medicinal.

Rafael dos Santos, Jaime Hallak e José Alexandre Crippa, pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da USP (Universidade de São Paulo), apontam os efeitos positivos que o uso do CBD (canabidiol) provoca em comportamentos e alterações bioquímicas relacionadas à doença.

Tanto os sintomas motores (lentidão dos movimentos, tremores, rigidez muscular), quanto os não-motores (transtornos psicóticos, do humor e do sono) apresentaram respostas satisfatórias a partir do uso do canabidiol.

Segundo o panorama de estudos revisados por Santos, Hallak e Crippa, as propriedades antioxidantes e antiinflamatórias do CBD explicam os efeitos benéficos produzidos tanto pelos receptores canabinoides, quanto por outros mecanismos independentes.

Para uma parcela dos pacientes, o tratamento tradicional para oo Parkinson não demonstra a eficácia esperada. De acordo com os pesquisadores da USP, o efeito das medicações tradicionais, como a Levodopa, tem seu efeito reduzido com o passar do tempo, produzindo efeitos adversos graves como os movimentos involuntários (discinesia tardia). Obs.: discinesia induzida por levodopa.

Por isso, a busca pelo acesso à qualidade de vida, com o uso do canabidiol, vem acompanhado de otimismo não apenas pelos resultados apresentados pela revisão publicada na revista de medicina da USP, mas também em outras doenças como epilepsia e fibromialgia.

A importância de um acompanhamento especializado

Para garantir a eficácia de um tratamento com Cannabis medicinal, é importante contar com um minucioso acompanhamento especializado. Apesar de ainda haver poucos médicos prescritores no Brasil, já existem centros de excelência com esse foco. Fonte: Medicina In.

sexta-feira, 4 de junho de 2021

Pacientes com Parkinson - relatórios de tratamento com óleo CBD


por Barbara Arranz

4 de junho de 2021 - Recentemente, escrevi sobre como a cannabis e suas propriedades podem ser muito úteis para ajudar pacientes com diagnóstico de Parkinson a lidar com a dor, aliviar seus sintomas e melhorar sua qualidade de vida.

Hoje decidi reunir o depoimento de familiares de dois doentes de Parkinson tratados com óleo de Cannabis para mostrar uma prática como o óleo de cannabis Full Spectrum pode realmente ser um divisor de águas para lidar com esta doença que, infelizmente, ainda não tem cura.

As histórias da primeira semana de junho. Estamos lidando com casos recentes de pacientes que usaram óleo há alguns meses. Conte essas histórias.

"Todos em casa ficam chocados como os efeitos do óleo": uma melhora impressionante de seu Dorival

Seu Dorival tinha 78 anos e foi diagnosticado com Parkinson há cerca de seis anos. Da mesma forma que os pacientes que aguardam dessa doença, os sintomas caracterizam-se como leves, mas foram se deteriorando gradativamente até o ponto de uma doença deixar-lo enfraquecido.

Quem conta a narrativa é sua neta, Ana Beatriz:

“Esse salto que acontece [na doença] e enfraquece muito. E aí começou a ter muito medo a ponto de não conseguir comer, de ficar muito agressivo, de não dormir, de perder a memória e de não falar direito”, diz.

Explica a jovem que seu avô Dorival é acompanhado por uma banca de médicos, e os remédios que você tem à disposição para controlar as pessoas, não estão fornecendo mais efeitos durante o piora do quadro.

“Ou remédio que o neurologista passou funcionou bem, mais depois o efeito começou a diminuir. O paciente é constantemente acompanhado por médicos, mas não há nada mais o que fazer. Os remédios que os médicos prescrevem são os mais avançados que você tem, mas não estão dando conta do recado”.

Então, junto com outros membros da família, eles decidiram testar o óleo de Cannabis. Entre em contato com a Linha Canábica, explique o caso e receba orientações.

“Logo nos primeiros dias que começou a tomar as gotas de óleo de Cannabis parecia um milagre! A tremedeira diminuiu muito, ele dormia tranquilo à noite, por isso está drasticamente reduzido, os episódios de perda de memória diminuíram”, conta Ana Beatriz, empolgada.

Quando o óleo de Cannabis começa a funcionar, afeta apenas dois sintomas do Parkinson, mas não a imagem geral do paciente. Sua qualidade de vida é como a minha agora.

“Em casa, todos ficaram chocados como os efeitos do óleo. Até ou humor ele melhorou. Como uma tremedeira diminuiu drasticamente, a qualidade de vida foi melhorou e isso impactou o humor não?”, finaliza Ana Beatriz.

“A maconha sempre foi muito bem vista aqui em casa”: a boa relação da família com a Cannabis facilitou o tratamento”.

Para muitas pessoas, o primeiro grande obstáculo a ser derrotado para introduzir ou tratar a Cannabis medicinal é o preconceito que também envolve a planta. Mas isso não é problema para a família de Dona Maria Tereza, de 88 anos.

Diagnosticada há pouco tempo com Parkinson, ela não esperou que os sintomas começassem a fazer tratamento com maconha medicinal.

“Maconha sempre foi vista aqui em casa, principalmente por causa dela, que apesar dos 88 anos tinha a cabeça muito aberta! E quando não fizemos o diagnóstico de Parkinson, a primeira vez que ele viu nossas cabeças viradas para a maconha, ainda mais sabendo que temos muitas propriedades de plantinha do amor”, contatou Patrícia, filha da Dona Maria.

Maria está começando a usar Cannabis há pouco mais de dois meses e os resultados ainda estão aparecendo.

“O tratamento está indo muito bem! Estamos vendo melhorias bastante significativas. Melhorou, por exemplo, o controle das pernas, aumentar o apetite, principalmente a estabilidades o que a cada dia ficamos mais surpresos”, conta Patrícia animada.

Maria doou uma família ligada à Linha Canábica pela rede da, que acompanha ou trabalha com a Linha nas redes sociais. “Apesar de termos pesquisado muito, trabalhamos principalmente para trabalhos sérios que você tem que fazer ou tratar de forma acessível até o limite do país que fica para trás”, explica Patrícia.

Faça acompanhamento médico

Os relatos acima mostram como o óleo de Cannabis é poderoso e pode ajudar milhões de pacientes que enfrentam o Parkinson. Embora o preconceito em torno da maconha medicinal ainda seja grande, é esperançoso ver como cada vez mais pessoas estão se abrindo para a possibilidade de tratamentos alternativos, como o realizado com a Cannabis.

É sempre importante ressaltar que pacientes com Parkinson ou com histórico de Parkinson na família devem fazer acompanhamento médico, até mesmo para diagnosticar a doença. Quanto mais cedo ela é diagnosticada, mais cedo os sintomas podem ser tratados.

A função do óleo de Cannabis não é abolir os medicamentos disponíveis para o tratamento dessa enfermidade que ainda não tem cura, mas sim oferecer mais uma opção de ação, especialmente para os casos onde os medicamentos que existem já não estão surtindo efeito. 

Portanto, converse com seu médico ou com o médico do paciente. Se precisar de orientações sobre Cannabis medicinal ou sobre médicos com quem falar sobre o assunto, entre em contato com a Linha Canábica. Informação é a chave de tudo! Fonte: Linha Canabica.

sábado, 1 de maio de 2021

Legalização da maconha: entenda o cannabis medicinal

13 de abr. de 2021 - A maconha está para a medicina do século 21 assim como os antibióticos para o século 20. A frase é do neurocientista Sidarta Ribeiro, um dos maiores nomes quando o assunto é substâncias psicoativas. Com Sidarta, Fabio Porchat, Emicida, João Vicente e Chico Bosco debatem o trâmite legal do canabidiol no Brasil, seus negacionistas, seus efeitos positivos e colaterais na sociedade.

segunda-feira, 26 de abril de 2021

5 razões pelas quais todo cientista político deve apoiar a legalização da maconha

por Matias Boglione

OCTUBRE 26, 2017 - "Nos 10.000 anos de história do uso de cannabis, nem uma única morte foi registrada ainda"

O filósofo e escritor espanhol Antonio Escohotado, na introdução de seu livro História Geral das Drogas, chama a atenção para a necessidade ancestral do ser humano de alterar o estado de sua consciência: “O psiquismo humano depende de contribuições externas. Algumas moléculas não são transformadas em nutrição, mas provocam diretamente um determinado tom de humor. Entre o milagroso e o prosaico, o material e o imaterial, e por jogo puramente químico, certas substâncias permitem ao ser humano dar às sensações ordinárias da vida e ao seu modo de querer e pensar um modo de ser inusitado.” (1998)

Mas em nossas sociedades existem muitas concepções negativas a respeito de certas práticas socioculturais, que estão presentes na sociedade muito antes de nosso nascimento. Essa recusa, originada por diversos dispositivos que buscam dar uma ordem e um direcionamento específico à construção social, possibilita (ou melhor, precisa), além disso, um aparato de Estado proibicionista que também está presente desde que nascemos e que por força do costume e da repetição, muitos acabam se naturalizando.

A história da cannabis é longa e complicada, assim como a constante atualização e atualização de sua própria natureza proibicionista. Mas é obrigação de todo cientista político (e de qualquer pessoa em busca de sabedoria) poder ver além de tudo o que não tem lugar na história oficial, o oculto, o tabu; poder escrutinar tudo o que não vemos, mas que permanece quase inalterado na base proibitiva e que poderia ser resumido em frases como: “Isso não está feito. Por quê?

Por isso, meu interesse é apresentar cinco motivos pelos quais um cientista político deveria pedir a legalização da cannabis, tanto para compartilhar preocupações quanto para convidar à reflexão:

Em primeiro lugar, o argumento histórico: desde que a aventura humana começou a percorrer o mundo, homens e mulheres sempre foram atraídos pela necessidade de embriaguez ou de consciência alterada. A possibilidade de afetar o humor com um pedaço de coisa tangível garante sua perpetuação. Para algumas pessoas, dormir, comer, mover-se e fazer coisas semelhantes não é essencial (senão impossível) em estados como luto pela perda de um ente querido, medo intenso, sensação de fracasso e até simples curiosidade. Nessas situações, a superioridade do espírito sobre suas condições de existência se manifesta claramente (Escohotado, 1998). Assim, seja para eliminar os maus espíritos há mil anos ou para combater a depressão que o mundo moderno desperta cada vez mais nos seres humanos [1], a cannabis e outras substâncias que tendem a alterar a consciência fizeram e fazem parte da história da humanidade., Precisamente porque fazem parte da cultura humana desde tempos em que a escrita nem existia.

Em segundo lugar, o argumento econômico: até 1833 a cannabis era a maior cultura agrícola do planeta, dessa planta era possível obter inúmeros produtos diferentes, já que a planta do cânhamo possui a fibra natural mais resistente do mundo. Dele você pode obter tecidos, óleos, remédios e papel. Até 1900, a maior parte dos têxteis era feita de cânhamo e cerca de 50% dos medicamentos existentes no mercado, especialmente durante a maior parte da segunda metade do século XIX. Mais de 25 mil produtos puderam ser obtidos a partir de sua celulose (da dinamite ao celofane). Além de contribuir com o cuidado com o meio ambiente, pois elimina a necessidade de consumir outras matérias-primas muito mais poluentes; Também é muito fácil de cultivar e não requer cuidados especiais nem o uso de agrotóxicos. Hoje, a experiência de alguns estados norte-americanos que se aventuraram na legalização apenas confirma o enorme potencial econômico desta planta [2].

Terceiro, o argumento antropológico: no início do século 20, nos Estados Unidos, o jornalismo tablóide pululava por toda parte: inúmeros artigos descreviam negros e mexicanos como "feras enlouquecidas que fumavam maconha e tocavam música do diabo", ofendendo a consciência moralista dos leitores , principalmente brancos de classe média. A partir de reclamações como essas, verdadeiros mitos foram formados em torno dessa planta tão questionada: loucura, alucinações, "matador de neurônios", vício, etc. A violência, a teoria do passo para outras drogas e até a preguiça têm servido de argumento para manter a proibição e, assim, transformar o objeto em tabu. Tabus que nada mais fazem do que aprofundar e dissipar preconceitos naturalizados na sociedade e, por isso, nos condenam ao desconhecimento dos enormes benefícios e potencialidades desta planta, questão que nenhum cientista social que se interessa em construir alternativas que nos façam evoluir como sociedade, você não deve ignorar.

Quarto, o argumento legalista: neste ponto da história, é praticamente óbvio que a proibição como tal é contraproducente. Não só não elimina a procura de cannabis (só aumenta o preço do bem em questão), mas também esconde um enorme mercado onde estão envolvidos muitos setores sociais e sobre os quais quase nada sabemos. A “guerra às drogas”, apesar de ter como símbolo a folha de cannabis, não conseguiu reduzir o consumo mundial, mas não parou de aumentar e, por outro lado, contribui para tornar invisíveis os verdadeiros assassinos. Se pensarmos, por exemplo, em substâncias viciantes (legais ou ilegais), antes da cannabis, em graus de dependência (segundo a própria Organização Mundial de Saúde) temos nicotina, álcool, heroína, cocaína, analgésicos e café. Quatro das seis substâncias mencionadas (às quais poderia ser adicionado açúcar de acordo com novos estudos) são legais.

Se aceitarmos a premissa de que o uso de drogas é um problema; Abordar este problema de um ponto de vista policial e não médico garante o fracasso de qualquer “guerra”. Já que, no fundo, o problema em si não é o consumo, mas o abuso de substâncias; não o uso recreativo, mas o vício (N.T.: no meu entender maconha não vicia, e sim, a abstinência pode me trazer dores, ansiedade, rigidez, etc...). O que é surpreendente sobre este ponto é que, após décadas de cruzadas policiais contra as drogas, apenas começamos a aceitar que o “problema” sempre foi mal abordado: é essencial que os profissionais de saúde lidem com problemas de abuso e dependência e até participar ativamente do desenvolvimento de políticas que contribuam para educar para o uso responsável e enfrentar as consequências dos abusos, e não das forças de segurança que, ainda hoje, continuam a agir em quase todo o mundo.

Quinto, o argumento político: a proibição da cannabis e, mais especificamente, os argumentos com os quais ela foi sustentada ao longo dos anos têm pouco suporte científico; já que só responderam a contingências de cada tempo e lugar tendendo a justificar as decisões de governos que tentaram realizar cruzadas moralistas contra certas substâncias, embora não contra outras tão ou mais nocivas.

Em 1948, o Congresso norte-americano reconheceu que a cannabis havia sido proibida pelo motivo errado: ela não violava as pessoas, mas as tornava pacifistas. Y los comunistas la usaban para debilitar la voluntad de los norteamericanos y esto, sumado al miedo por la “amenaza comunista” llevó a que la prohibición se rectificara pero por la razón opuesta a la que se había apelado originalmente a finales de la segunda década del Século XX.

Em 1974, estudos sugerem que o uso de cannabis afeta negativamente os neurônios [3]; No entanto, em 2005, um grupo de pesquisadores canadenses descobriu que após um mês de tratamento em ratos de laboratório, a droga causava nesses animais uma regeneração de neurônios no hipocampo, uma área do cérebro que controla o humor e as emoções e que é associado à aprendizagem e memória [4].
Em 1999, começaram a aparecer as primeiras versões de que o uso de cannabis causa câncer; E, embora não haja um único caso comprovado, uma imensa população acredita nessas versões.
Por outro lado, e para concluir, a substância que mais mata a vida no mundo vence a AIDS, a heroína, o crack, o álcool, a cocaína, os acidentes automobilísticos, o incêndio e o crime organizado combinados: o tabaco. No entanto, recebe subsídios do Estado em muitos países e até fertilizantes radioativos são usados ​​para sua produção. O tabaco mata mais de 7 milhões de pessoas por ano em todo o mundo [5]; álcool mais de 3,3 milhões [6]. Mesmo o abuso no consumo de cafeína é responsável por quase 10.000 mortes por ano [7], e devido ao abuso no consumo de analgésicos, só nos Estados Unidos, 100 pessoas morrem todos os dias [8].

Na história de 10.000 anos de uso de cannabis, nem uma única morte foi registrada [9].

Esses são apenas alguns exemplos dos mecanismos que o discurso e o poder utilizam para manter funcionando uma máquina proibicionista que não tem outro objetivo senão a sua autopreservação: atualizar significados, reproduzir tabus, criar verdades e excluir novas vozes; questões que não nos permitem buscar novas soluções para velhos problemas.


Em 1948, o Congresso norte-americano reconheceu que a cannabis havia sido proibida pelo motivo errado: ela não violava as pessoas, mas as tornava pacifistas. E os comunistas a usavam para debilitar a vontade dos norte-americanos e esta, somada ao temor da “ameaça comunista”, levaram à retificação da proibição, mas pelo motivo oposto ao que havia sido originalmente apelado no final da segunda década do século XX.

Em 1974, estudos sugerem que o uso de cannabis afeta negativamente os neurônios [3]; No entanto, em 2005, um grupo de pesquisadores canadenses descobriu que após um mês de tratamento em ratos de laboratório, a droga causava nesses animais uma regeneração de neurônios no hipocampo, uma área do cérebro que controla o humor e as emoções e que é associado à aprendizagem e memória [4].

Em 1999, começaram a aparecer as primeiras versões de que o uso de cannabis causa câncer; E, embora não haja um único caso comprovado, uma imensa população acredita nessas versões.
Por outro lado, e para concluir, a substância que mais mata a vida no mundo vence a AIDS, a heroína, o crack, o álcool, a cocaína, os acidentes automobilísticos, o incêndio e o crime organizado combinados: o tabaco. No entanto, recebe subsídios do Estado em muitos países e até fertilizantes radioativos são usados ​​para sua produção. O tabaco mata mais de 7 milhões de pessoas por ano em todo o mundo [5]; álcool mais de 3,3 milhões [6]. Mesmo o abuso no consumo de cafeína é responsável por quase 10.000 mortes por ano [7], e devido ao abuso no consumo de analgésicos, só nos Estados Unidos, 100 pessoas morrem todos os dias [8].

Na história de 10.000 anos de uso de cannabis, nem uma única morte foi registrada [9].

Esses são apenas alguns exemplos dos mecanismos que o discurso e o poder utilizam para manter funcionando uma máquina proibicionista que não tem outro objetivo senão a sua autopreservação: atualizar significados, reproduzir tabus, criar verdades e excluir novas vozes; questões que não nos permitem buscar novas soluções para velhos problemas.

*Elaborado en base a datos publicados por la Organización Mundial de la Salud.

Obs.: na fonte, abaixo citada, os links das referências bibliográficas estão "vivos". Não os reproduzi aqui por ser um blog periférico...

[1] La depresión es una enfermedad de trastorno muy frecuente a nivel mundial: según datos de la Organización Mundial de la Salud, cerca de 300 millones de personas sufren por esta causa, siendo la depresión la principal causa de discapacidad. (Para más información ver: http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs369/es/)

[2] Las ganancias del mercado lícito de la marihuana, sólo en Estados Unidos, llegaron a casi 6 mil millones de dólares, según un reporte de Arcview Market Research. (Para más información ver: https://www.arcviewmarketresearch.com/)

[3] Este citado estudio, solicitado por la administración Nixon, fue fuertemente cuestionado por la comunidad científica varias décadas más tardes, una vez que los métodos de dicha investigación fueran dados a conocer: se bombeaba humo da marihuana, a través de máscaras conectadas a chimpancés durante varios minutos en varias oportunidades. Lo que no se dijo, fue que, en realidad, el efecto negativo sobre las neuronas se debió a la falta de oxígeno, ya que dichas máscaras limitaban su ingreso en los pulmones de estos animales.

[4] Universidad de Saskatchewan, Canadá –Journal of Clinical Investigation-.

[5] El tabaco mata a la mitad de sus consumidores, esto es: 7 millones de personas al año, de las cuales más de 6 millones son consumidores activos de dicha sustancia y el otro millón son no fumadores expuestos al humo de tabaco ajeno; siendo el tabaco una de las mayores amenazas a la salud pública a nivel mundo, según la Organización Mundial de la Salud. (Para más información ver: http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs339/es/)

[6] Datos que también se desprenden de estudios realizados por la OMS: la cantidad de muertes representa un 5,9% de todas las defunciones en el mundo. En el grupo etario de 20 a 39 años, un 25% de las defunciones son atribuidas al abuso en el consumo de alcohol, además de ser un factor causal de más de 200 enfermedades y trastornos mentales. (Para más información ver: http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs349/es/)

[7] Una nueva investigación muestra que beber una bebida energética como la cafeína puede aumentar significativamente la presión arterial y las respuestas a la hormona del estrés. Esto suscita la preocupación de que estos cambios en la respuesta podrían aumentar el riesgo de eventos cardiovasculares, según un estudio presentado hoy en las Sesiones Científicas 2015 de la American Heart Association . Los hallazgos también se publican en el Journal of the American Medical Association

[8] Es un problema que ya alcanzó niveles epidémicos, según un informe de los Centros para el Control y Prevención de Enfermedades (CDC) de ese país. La mayoría de las sobredosis ocurren con medicamentos que requieren receta médica.

[9] Según datos de CDC –Centro para el Control y Prevención de enfermedades, EEUU, 2010.

Original em espanhol, tradução Google, revisão Hugo. Fonte: EsDepolitólogos.



terça-feira, 13 de abril de 2021

Os efeitos da cannabis no tratamento do Parkinson e do Alzheimer

12 de abr. de 2021 - Em pleno século XXI, a falta de cultura científica e a limitação do debate atrapalham estudos e pesquisas com a cannabis.

O Professor Ney Nascimento traz clareza – e esperança - para o assunto. Sua fala desmistifica o preconceito e o estigma que circula em torno da cannabis. Ney destaca os estudos desenvolvidos na Unila para tratamentos de doenças, como: alzheimer, fibromialgia, parkinson, autismo e artrose. Além de um artigo que analisa o uso da cannabis nos casos de agravamento da Covid-19. 

Sabe-se que os componentes da cannabis, se aplicados nas doses corretas após a formulação, podem ser importantes, no tratamento de mais de 40 doenças. Áreas como a Neurologia, Psiquiatria e Pediatria podem ser beneficiadas. 

Mesmo com tantas possibilidades, o cenário atual não é fácil. Os desafios, para quem estuda o tema, vão desde a liberação do cultivo, investimento e obscurantismo. 

Assista, compartilhe ou comente. Ajude a levar o tema para os locais de debate.

terça-feira, 16 de março de 2021

Um quarto dos pacientes com Parkinson usou cannabis nos últimos seis meses (EUA), revela pesquisa

Entre o grupo que relatou o uso de cannabis, a maioria dos pacientes disse que a terapia alternativa proporcionou “melhora moderada ou considerável” em seus sintomas, particularmente no tratamento de ansiedade, dor, distúrbios do sono, rigidez e tremores

16/03/2021 - Os autores observam que a reforma da política de maconha a tornou amplamente disponível para uso medicinal e adulto. Como resultado, muitos pacientes com DP agora têm acesso legal à cannabis como uma terapia alternativa ou complementar. (Foto: Reprodução/High Times/Shutterstock)

Quase 25% dos pacientes com doença de Parkinson relataram que haviam usado cannabis nos seis meses anteriores em uma pesquisa da Fundação de Parkinson. Um relatório sobre a pesquisa, “Capina através da névoa: uma pesquisa sobre o uso de cannabis entre pessoas que vivemcom a doença de Parkinson nos Estados Unidos”, foi publicado na semana passada no jornal NPJ Parkinson’s Disease.

A princípio, no relatório, os autores observam que a doença de Parkinson (DP) é a segunda doença neurodegenerativa mais comum, afetando mais de 1 milhão de americanos a um custo de mais de 50 bilhões de dólares para a sociedade. A doença causa uma variedade de sintomas motores, como, por exemplo, tremores e rigidez. Os sintomas menos conhecidos incluem, sobretudo, distúrbios do sono, alterações cognitivas, dor, ansiedade, depressão e alucinações.

O tratamento convencional pode não ser eficaz em todos os casos

Pacientes com doença de Parkinson geralmente usam medicamentos farmacêuticos para tratar sua condição e podem apresentar diferentes graus de sucesso. No entanto, os tratamentos comuns não tratam dos sintomas não motores. E às vezes podem causar efeitos colaterais, incluindo discinesia, uma anormalidade ou prejuízo do movimento voluntário.

Como resultado, muitos pacientes recorrem a tratamentos complementares ou alternativos para sua doença. Um desses tratamentos alternativos é a cannabis. Em uma pesquisa do Colorado, alguns participantes relataram que a cannabis era a alternativa mais eficaz.

“O uso medicinal da cannabis representa uma abordagem nova e alternativa para o controle dos sintomas da DP”, observam os autores. “A evidência pré-clínica sugere que os canabinoides podem ser amplamente benéficos para doenças neurodegenerativas, incluindo DP.”

Os autores observam que a reforma da política de maconha a tornou amplamente disponível para uso medicinal e adulto. Como resultado, muitos pacientes com DP agora têm acesso legal à cannabis como uma terapia alternativa ou complementar.

Mais de mil pacientes com DP pesquisados

Para saber mais sobre a eficácia da cannabis como tratamento para DP, uma pesquisa foi enviada a mais de 7.600 pessoas, que interagiram com a Fundação de Parkinson por meio de eventos ou da linha de ajuda do grupo. Um total de 1.339 pesquisas foram devolvidas, incluindo 1.064 de indivíduos que forneceram respostas completas.

Depois de analisar os dados, os pesquisadores descobriram que 24,5% dos entrevistados haviam usado cannabis nos seis meses anteriores. Entre o grupo que relatou o uso de cannabis, a maioria dos pacientes disse que a terapia alternativa proporcionou “melhora moderada ou considerável” em seus sintomas, particularmente no tratamento de ansiedade, dor, distúrbios do sono, rigidez e tremores. No entanto, cerca de 20% das pessoas que usaram cannabis recentemente não apresentaram melhora significativa em seus sintomas. A maioria dos usuários de cannabis relatou não ter uma recomendação de maconha medicinal de seu médico de atenção primária.

“Nossos resultados sugerem que, embora existam muitas pessoas com DP usando cannabis como um tratamento complementar para seus sintomas motores e não motores, a falta de orientação formal sobre o uso de cannabis para DP pode estar subjacente a inconsistências no uso e eficácia relatada,” os autores escreveram.

A pesquisa destaca a necessidade de mais pesquisas sobre a cannabis como tratamento para DP e outras condições de saúde. Embora mais de 75% dos entrevistados da pesquisa tenham relatado que não haviam usado cannabis recentemente, a maioria deles disse que as evidências que apoiam a cannabis como um tratamento para DP seriam influentes para mudar seu pensamento em relação a planta. Original em inglês, tradução Google, revisão Hugo. Fonte: Sechat.

segunda-feira, 15 de março de 2021

Uso de cannabis entre jovens e adultos pode estar associado a aumento na prática de exercícios e esportes

Qualquer luz lançada sobre a relação entre o uso de cannabis e exercícios pode ser reveladora, já que os estudos frequentemente exploram se o uso de substâncias são determinantes da saúde (Foto: Ketut Subiyanto/Pexels)

15/03/2021 - Uso de cannabis entre jovens e adultos pode estar associado a aumento na prática de exercícios e esportes.

quinta-feira, 4 de março de 2021

Capina através da névoa: uma pesquisa sobre o uso de cannabis entre pessoas que vivem com a doença de Parkinson nos EUA

03 March 2021 - Weeding through the haze: a survey on cannabis use among people living with Parkinson’s disease in the US.

Matéria bem interessante, à qual recomendo a leitura aos que questionam a maconha como terapia. Em inglês, na fonte.

Segue tabela referente aos sintomas aos quais acometidos por DP procuram redução através do uso:

Uso de cannabis para sintomas de DP selecionados.



segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Mais da metade dos usuários de cannabis com doença de Parkinson relatam benefícios clínicos

FEBRUARY 14, 2021 - More Than Half of Cannabis Users With Parkinson’s Disease Report Clinical Benefits.

“A cannabis medicinal foi legalmente aprovada na Alemanha em 2017, quando a aprovação foi dada para sintomas resistentes à terapia em pacientes gravemente afetados, independentemente do diagnóstico e sem dados baseados em evidências clínicas,” explicou o investigador principal, Prof. Dr. med. Carsten Buhmann, Departamento de Neurologia, University Medical Center Hamburg-Eppendorf, Hamburgo, Alemanha. “Os pacientes com DP que atendem a esses critérios têm direito à prescrição de cannabis medicinal, mas há poucos dados sobre qual tipo de canabinóide e qual via de administração pode ser promissora para qual paciente com DP e quais sintomas. Também carecemos de informações sobre até que ponto a comunidade DP é informada sobre a cannabis medicinal e se eles experimentaram cannabis e, em caso afirmativo, com que resultado.” (segue...) Original em inglês, tradução Google, revisão Hugo.


sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Grande interesse do paciente pela cannabis medicinal para o Parkinson, mas poucos a usam

Friday, February 12, 2021 - Há um grande interesse dos pacientes pela cannabis medicinal para ajudar a aliviar os sintomas motores e não motores da doença de Parkinson (DP), mas poucos se valem desse tratamento, mostra uma nova pesquisa.

No que os pesquisadores dizem ser a maior pesquisa do "mundo real" de cannabis medicinal (MC) nesta população de pacientes, pesquisadores na Alemanha descobriram que mais de 50% estavam cientes da MC para DP, mas menos de 10% dos pacientes com DP a usavam. Além disso, os usuários de MC relataram reduções significativas nos sintomas motores e não motores de DP.

"Os resultados sugerem que o MC pode ser útil para pacientes selecionados com DP com alívio insuficiente dos sintomas, apesar de sua medicação antiparkinsoniana usual", escrevem os pesquisadores liderados por Carsten Buhmann, MD, chefe do centro ambulatorial de neurologia do University Hospital Hamburg-Eppendorf na Alemanha.

O estudo foi publicado online em 11 de novembro no Journal of Parkinson's Disease.

Maior pesquisa até o momento

A crescente disponibilidade de MC em muitos países tem alimentado o interesse na capacidade potencial do medicamento para aliviar os sintomas de muitos transtornos. Na Alemanha, a cannabis é legal desde 2017 como uma opção terapêutica para pacientes com sintomas graves de DP resistentes ao tratamento.

No entanto, observam os pesquisadores, pouco se sabe sobre a visão dos pacientes em DP sobre MC. Para avaliar a percepção da comunidade sobre MC e a experiência dos pacientes com ele, os investigadores conduziram uma pesquisa nacional por correio para pacientes com DP que receberam o jornal da Associação Alemã de Parkinson e localmente para pacientes atendidos em sua clínica de distúrbios do movimento que responderam ao questionário in loco.

Os pesquisadores analisaram dados de um total de 1348 respostas à pesquisa - 1123 em todo o país e 225 locais. A coorte do estudo foi de 54% do sexo masculino, com idade média de 71,6 anos e duração média da doença de 11,6 anos.

"Com 1348 participantes, este estudo é a maior pesquisa em pacientes com doença de Parkinson que avalia o conhecimento e a experiência com a aplicação de canabinóides para tratar sintomas motores e não motores relacionados à doença", disse Buhmann ao Medscape Medical News.

Pouco mais da metade (51%) dos entrevistados estavam cientes de que o MC era legal para ajudar a tratar os sintomas da DP. Mais de um quarto (28,3%) sabia sobre as várias vias de administração disponíveis e 8,8% entendiam a diferença entre o canabidiol (CBD) e o tetrahidrocanabinol (THC).

Aproximadamente 15% de todos os entrevistados haviam experimentado cannabis. Desse grupo, 13,9% eram usuários regulares, 32,2% usaram ocasionalmente e 42,6% experimentaram apenas uma vez.

O uso de cannabis relacionado à DP foi relatado por 8,4% dos pacientes e foi associado a idade mais jovem, morar em grandes cidades e melhor conhecimento sobre os aspectos legais e clínicos da MC.

Daqueles que usaram MC para sintomas de DP, 9,7% relataram usar apenas THC, 39,8% usaram apenas CBD e 20,4% usaram ambos. Cerca de 18% não sabiam que tipo de cannabis usaram e 12,4% não forneceram essa informação.

Entre os não usuários do MC, 65,4% relataram interesse nele. Desse grupo, 44% disseram que prefeririam na forma de cápsulas e 31% disseram que prefeririam líquidos ou gotas.

Melhor do que o tratamento padrão?

Cerca de 54% dos usuários de MC relataram benefício clínico com a taxa de sucesso correlacionada ao uso mais frequente. Quando o tratamento com MC foi bem-sucedido, 50,8% dos pacientes o classificaram como superior à levodopa ou agonistas da dopamina e 23% relataram um efeito igual.

Entre os usuários de MC, 40% relataram uma redução na dor e cãibras musculares. Além disso, 20% relataram melhora na rigidez da ansiedade / acinesia, congelamento, tremor, depressão e pernas inquietas.

Os resultados também mostraram que, em comparação com o CBD, o THC inalado foi relatado com mais frequência para reduzir a acinesia e a rigidez - 50% vs 15,4% (P <0,03).

A maioria (85%) dos usuários relatou que o MC era geralmente tolerável. Mais de um terço (36,3%) relatou efeitos colaterais como fadiga, tontura e aumento do apetite.

A tolerabilidade foi menor para fumar THC (81,8%) do que para ingestão de CBD (91,9%), mas essa diferença não foi estatisticamente significativa. Fumar THC teve uma probabilidade significativamente maior de provocar efeitos colaterais (54,5%) do que a ingestão oral de CBD (18,9%).

Buhmann disse que ficou surpreso com o nível relativamente baixo de conhecimento dos participantes sobre a diferença clinicamente importante entre o THC psicotrópico e o CBD não psicotrópico.

Ele acrescentou que sua equipe está planejando um estudo prospectivo e controlado de três braços para comparar a eficácia e tolerabilidade de THC, CBD e placebo aplicados como gotas em pacientes com DP.

Viés em jogo?

Comentando as descobertas para o Medscape Medical News, Peter A. LeWitt, MD, professor de neurologia na Wayne State University School of Medicine em Detroit, Michigan, disse que "parece provável que os pacientes que se esforçaram para obter cannabis medicinal manifestariam algum tendência para o benefício de uma droga que tem, para muitos, um efeito psicotrópico agradável e uma reputação de ajudar em uma variedade de problemas médicos. "

Um ensaio clínico coletaria dados sobre a frequência de uso, dose e sintomas direcionados para determinar se o MC é eficaz ou não. No entanto, acrescentou LeWitt, essa informação não foi coletada no estudo atual.

“Os autores discutiram adequadamente as limitações que reconhecem em seu estudo, mas os leitores terão que fazer o mesmo ao examinar a gama e a magnitude dos benefícios alegados oferecidos pela cannabis em relação à doença de Parkinson”, disse ele.

Metade dos usuários de cannabis que relataram alívio sintomático avaliaram a eficiência da cannabis mais do que a da levodopa ou dos agonistas dopaminérgicos.

"Este nível de entusiasmo pela ação antiparkinsoniana não é congruente com o que é conhecido por outras experiências e pode representar o curioso status de uma droga antes considerada perigosa e que agora foi elevada a uma terapia adjuvante amplamente eficaz", afirmou. disse LeWitt.

"Embora um estudo cuidadoso dos efeitos da cannabis nas necessidades não atendidas da doença de Parkinson seja de interesse, as informações neste relatório não são convincentes o suficiente para justificar tal estudo", concluiu.

A National German Parkinson Association forneceu apoio para o estudo. Buhmann recebeu compensação por participar de conselhos consultivos para UCB Pharma e Zambon. Ele recebeu honorários por palestras da AbbVie Pharma, BIAL Pharma, Desitin, GE Healthcare, Grunenthal Pharma, Licher, Medtronic, Novartis, TAD Pharma, UCB Pharma e Zambon Pharma. LeWitt não revelou relações financeiras relevantes. Original em inglês, tradução Google, revisão Hugo. Fonte: Medscape.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

 Cannabis Medicinal no Combate à Doença de Parkinson

Categoria: Interesse Geral, Autor: Adriana Farias da Silva

Descrição:

Não dá pra dizer que a Cannabis Medicinal faz milagres para quem sofre da Doença de Parkinson porque milagres não existem. Mas o uso do Canabidiol tem mostrado excelentes resultados no combate a depressão, à rigidez muscular, e as dificuldades de locomoção das pessoas que sofrem desse mal. Quem detalha tudo isso é a Dra. Adriana Farias da Silva, pesquisadora da Escola Paulista de Medicina — Unifesp, no seu novo livro Cannabis Medicinal no Combate à Doença de Parkinson.

Dra. Adriana revela que a esmagadora maioria dos pacientes que fizeram uso do CBD apresentaram melhoras e ainda sem efeitos colaterais significativos. Salienta também que no caso da Doença de Parkinson qualquer melhora do paciente tem um excelente impacto em toda a família que convive com o doente.

No Cannabis Medicinal no Combate à Doença de Parkinson Dra. Adriana detalha tudo que o paciente, ou sua família, precisa saber para usar com sucesso o novo medicamento. Explica em linguagem simples e acessível como ele funciona no corpo, mostra o resultados das pesquisas, fala em dosagens e até onde comprar e como conseguir que o governo pague a conta. Sim, o canabidiol é um medicamento aprovado pela Anvisa com venda em farmácia autorizada e importação permitida.

Se você sofre da Doença de Parkinson ou tem alguém na família que não responde mais a contento com o tratamento convencional, precisa ler este livro da Dra. Adriana. Pode ser um novo caminho que vai melhorar a vida do paciente e de toda a família.

Veja também aqui: JANUARY 29, 2021 - High Interest in Medical Cannabis as Parkinson’s Treatment, Survey Says.