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sábado, 26 de dezembro de 2020

Do Parkinson à alergia ao amendoim, a pandemia coloca freios em novos medicamentos

 
A ANVISA deles
FOTO DO ARQUIVO: uma vista mostra a sede da FDA (Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA) em Silver Spring, Maryland, em 14 de agosto de 2012. REUTERS / Jason Reed / Foto do arquivo

JULY 1, 2020 - (Reuters) - Tratamentos para alergia ao amendoim e doença de Parkinson estão entre os lançamentos de medicamentos nos EUA que foram adiados pela pandemia de COVID-19 enquanto as farmacêuticas lutam com interrupções nos negócios, mostra uma análise da Reuters de registros e entrevistas com executivos.

A Food and Drug Administration (FDA) aprovou mais de 30 novos medicamentos desde janeiro, mas pelo menos cinco fabricantes de medicamentos, incluindo Bristol Myers Squibb BMY.N, Sanofi SASY.PA, Neurocrine Biosciences NBIX.O, Endo Pharmaceuticals ENDP.O e Aimmune AIMT .O mudaram seus planos de lançamento.

Mais pode ser adiado enquanto as autoridades lutam para controlar uma pandemia que já custou mais de 125.000 (em 26/12, 330 mil) vidas nos EUA.

"Não acreditamos que haverá qualquer tipo de 'novo normal' até que haja vacinas eficazes (COVID-19)", disse Barry Greene, presidente da Alnylam Pharmaceuticals Inc ALNY.O, que fabrica tratamentos para doenças genéticas.

“Estaremos neste mundo interessante por um bom tempo.”

O lançamento de medicamentos é um processo caro e complicado que inclui representantes de vendas conversando com médicos, coordenando suprimentos e tratamento com farmácias e clínicas e campanhas publicitárias - muitas das quais se tornaram mais difíceis durante os bloqueios ou outras restrições para combater a pandemia.

Isso é uma má notícia para pacientes e farmacêuticos.

Os atrasos podem custar às empresas mais de um quarto dos estimados originalmente em mais de US $ 1 bilhão nas vendas de 2020 para os produtos aprovados pelo FDA desde janeiro, de acordo com uma estimativa da Reuters com base nas previsões de vendas da empresa e de analistas.

Os atrasos estão afetando principalmente os tratamentos para doenças menos agudas ou menos lucrativas para os fabricantes de medicamentos, já que a indústria prioriza seus novos medicamentos mais promissores.

“Claramente, doenças menos graves terão mais impacto nas vendas”, disse o presidente-executivo da Eli Lilly, David Ricks, em entrevista.

A Lilly e a rival Pfizer Inc PFE.N avançaram com o lançamento do medicamento contra o câncer recentemente aprovado, Retevmo, e do tratamento de doenças cardíacas Vyandeqel, respectivamente, os únicos tratamentos disponíveis para duas condições raras e potencialmente fatais.

COBERTURA RELACIONADA

Lançamentos de novos medicamentos paralisados ​​pela pandemia de COVID-19

Isso é pouco consolo para os pacientes que esperam por medicamentos retardados, como o tratamento Ongentys para Parkinson neurócrino.

NOVO MUNDO

“Quanto mais cedo tivermos uma nova opção, melhor”, disse Rachel Dolhun, vice-presidente de comunicações médicas da Michael J. Fox Foundation, um grupo de defesa de pacientes com doença de Parkinson. Já existem medicamentos para Parkinson, mas eles não funcionam bem em todos os pacientes, disse ela.

O primeiro tratamento aprovado nos Estados Unidos para a alergia ao amendoim, Palforzia da Aimmune, foi suspenso depois que o COVID-19 paralisou seu lançamento em março. O lançamento do medicamento para esclerose múltipla Zeposia foi adiado pela Bristol Myers Squibb por cerca de três meses antes de ser lançado em junho.

Para obter uma lista dos medicamentos afetados, consulte o FACTBOX.

O presidente-executivo da Neurocrine Kevin Gorman disse em uma entrevista que muitos neurologistas foram redirecionados para lutar contra a pandemia, levando a adiar o Ongentys até o final de 2020. O adiamento do Palforzia, o único medicamento aprovado pela Aimmune, significa que a empresa não gerará nenhuma receita até mais tarde no ano, levando-a a interromper novas contratações em uma tentativa de preservar seus US $ 370 milhões em dinheiro. “Presumimos que haja algum tipo de retorno ao normal em algum ponto deste ano e que o lançamento realmente ocorrerá no final do verão, início do outono, e que começaremos a gerar receitas a partir de então”, disse Eric Bjerkholt, da Aimmune's diretor financeiro, durante uma teleconferência com investidores.

Cerca de meia dúzia de outras drogas estão programadas para serem revisadas pelo FDA no próximo mês, incluindo a terapia RARE.O da Ultragenyx Pharmaceutical Inc para um grupo de doenças genéticas e o tratamento de pele de Endo Xiaflex, que disse que iria adiar o lançamento para mais tarde.

Mas suas perspectivas podem depender em parte do progresso da pandemia.

As prescrições caíram em geral, pois os consultórios médicos fecharam para negócios não emergenciais, e o processo de aprovação de tratamentos para pacientes também pode ficar lento. Para alguns produtos, “todo paciente exige resmas de autorizações anteriores, muitos testes a serem feitos e muita papelada a ser compartilhada. No velho mundo, isso era difícil. Neste mundo, isso seria impossível”, disse Greene da Alnylam. Original em inglês, tradução Google, revisão Hugo. Fonte: Reuters.


terça-feira, 24 de novembro de 2020

Cobrir, controlar, conter: navegando nas festas de fim de ano com Parkinson

241120 - Com a escalada dos números COVID-19, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) recomenda não viajar nas férias. Se você está planejando visitar membros de sua família neste período de festas de fim de ano, temos informações e dicas de planejamento para ajudá-lo no resto deste ano.

Em 12 de novembro, Michael S. Okun, MD, Diretor Médico Nacional da Parkinson’s Foundation, liderou nosso evento ao vivo no Facebook “Navigating Parkinson’s and COVID-19.” O Dr. Okun destacou dicas para a comunidade DP sobreviver e prosperar durante a temporada de férias de 2020.

OkunQuestion: Que conselho você daria para aqueles que vivem com doenças crônicas como a doença de Parkinson (DP) nesta temporada de férias, especialmente durante reuniões familiares?

Dr. Okun: Siga os três C's durante toda a temporada de férias e até 2021:

Cobrir. Sempre use uma máscara facial de duas ou três camadas (como uma máscara cirúrgica) quando estiver perto de outras pessoas ou em público. Não use bandanas ou coberturas faciais improvisadas.

Controlar. Controle o seu ambiente. Se possível, participe de reuniões de feriado ou eventos familiares ao ar livre. É mais seguro não estar próximo de outras pessoas dentro de casa.

Conter. Mantenha suas reuniões para 10 pessoas ou menos. Ande ou sente-se a dois metros ou mais de distância para comer ou beber. Não tire a máscara para comer ou beber perto de pessoas que não moram com você (em sua casa).

Devo tomar a vacina contra a gripe?

COVID-19 ou não, tome a vacina contra a gripe. Nosso hospital e outros hospitais estão vendo pessoas que podem pegar COVID-19 e gripe juntas, uma combinação potencialmente mortal. Aconselho todo paciente a tomar a vacina contra a gripe.

Que considerações únicas as pessoas com DP e suas famílias devem ter em mente para comemorar os feriados?

Primeiro, siga os 3 Cs. Em seguida, se você viajar, tente viajar de carro. Entrar em aviões pode adicionar outra camada de risco. Se você quiser ser ainda mais cauteloso, espere o feriado deste ano. Lembre-se de que pesquisas já mostram que pessoas com doenças crônicas (como Parkinson e diabetes) têm dificuldade para se recuperar do COVID-19. É importante que você trate este vírus com gravidade e seriedade.

Devo viajar de avião?

Os números do COVID-19 são altos agora e as viagens aéreas podem não ser a melhor ideia. Se você planeja viajar de avião, lembre-se de que os aviões têm ambientes fechados. Mantenha sua máscara, considere usar duas máscaras (ou uma máscara N95), tente manter distância das outras pessoas e use óculos de proteção (não apenas óculos).

O tempo frio piora os sintomas de Parkinson?

Estresse, ansiedade, falta de sono e clima frio (N.T.: agravante no hemisfério norte) podem piorar os sintomas da DP. Fique aquecido. Lembre-se de que, quando você está agachado e usando sua máscara, às vezes não consegue ver seus pés, o que pode fazer com que as pessoas com problemas de equilíbrio caiam. Meio-fio, superfícies irregulares ou geladas podem ser particularmente complicadas para pessoas com Parkinson, então, quando estiver ao ar livre, segure seu ente querido para se estabilizar.

Tenho diabetes tipo I e Parkinson. Há algo que devo ter em mente nas férias?

Ter os dois torna mais difícil a recuperação do COVID-19. Se você tiver qualquer um deles, e especialmente os dois, seja extremamente cuidadoso ao pensar em participar de reuniões de feriado. Considere usar uma máscara dupla (ou N95) e siga os três C's. O CDC pediu que o público não compre todas as máscaras N95, a menos que alguém esteja em alto risco. Se você comprar uma máscara N95, você deve entrar em contato com o hospital local para fazer uma adaptação e ver se ela é apropriada para os contornos do seu rosto.

Posso pegar COVID-19 durante uma refeição de feriado?

Você pode comer com segurança alimentos que outros cozinharam. Se você come comida para viagem, não estamos vendo muitas evidências de que as embalagens de alimentos possam transmitir o vírus a você. Porém, por segurança, antes de servir a comida, coloque-a em outro prato ou em outra tigela e lave as mãos.

O que devo fazer se eu tiver uma síndrome de imunodeficiência e também tiver Parkinson?

Converse com seu médico, mas neste caso, você pode querer tomar o cuidado extra de ficar em casa neste período de férias. Seu médico pode traçar uma relação risco-benefício para você.

Você tem dicas para lidar com a depressão, desordem e solidão durante as férias?

Pessoas com Parkinson já estão propensas a experimentar níveis mais elevados de estresse, ansiedade, depressão e confusão. As férias podem exacerbar qualquer um desses sintomas relacionados ao Parkinson. Além disso, mais da metade dos cuidadores experimenta tensão do cuidador. Todos esses são problemas de que precisamos para resolver melhor o problema. Aqui estão algumas dicas:

Fale com seu médico. Você pode ter opções de medicamentos disponíveis que podem ajudar.

Fique engajado. O programa Parkinson’s Foundation PD Health @ Home tem um fluxo constante de novos eventos semanais que você pode assistir online.

Tente coisas novas. Existem muitos programas de meditação guiada e gerenciamento de estresse por aí. Existe até meditação guiada por meio de uma máquina de realidade virtual chamada Oculus.

Praticamente voluntário. Se você não planeja sair de casa, procure maneiras de se voluntariar virtualmente por meio de programas locais de DP ou da Fundação de Parkinson. Saiba mais em Parkinson.org/Volunteer.

Você está animado com a vacina COVID-19?

Se uma das vacinas relatadas nas notícias for 90-95% eficaz, ela será mais eficaz do que esperávamos. Precisamos dos dados e de mais detalhes antes de fazer um julgamento. Haverá alguns tipos de vacinas e estamos ansiosos para ver os dados, que em breve estarão disponíveis ao público. Os maiores cientistas do mundo estarão analisando esses dados. Queremos observar como certas faixas etárias e pessoas com doenças crônicas se comportam após receber a vacina. A verdade é que, se o seu médico ou um especialista médico está tomando a vacina, você provavelmente deve segui-la. Com ou sem vacina, a coisa mais importante que você pode fazer é usar uma máscara.

Lembre-se de que usar uma máscara durante todo o período de festas de fim de ano e além será necessário para nos tirar desta pandemia o mais rápido possível (com ou sem vacina). Pesquisas já nos mostraram que, se todos usarem máscaras, podemos proteger uns aos outros e minimizar a propagação (por exemplo, exemplos de outros países). Fique seguro e saudável nesta temporada de férias. Original em inglês, tradução Google, revisão Hugo. Fonte: Parkinson org.

sábado, 31 de outubro de 2020

Parkinson e COVID-19: a quantas anda a relação

301020 - Até o momento, não existem evidências significativas de que os pacientes da doença de Parkinson sejam mais suscetíveis ao Sars-CoV-2

Alterações no caminhar, lentidão para realizar ações do cotidiano, tremores, inexpressividade, rigidez muscular... Quando alguns desses sintomas aparece, poder ser sinal de doença de Parkinson. Em vezes, já estabelecida há tempos.

“No cérebro, existem neurônios que produzem dopamina. A falta dessa substância, causada por um processo neurodegenerativo, está intimamente relacionada ao Parkinson. Estima-se que, na ocorrência dos primeiros sintomas, mais de 60% dos neurônios já tenham morrido”, explica a dra. Roberta Arb Saba Rodrigues Pinto, membro titular da Comissão de Educação Médica da Academia Brasileira de Neurologia (ABN).

O medo de a doença ser fator de risco para a COVID-19, associado à dificuldade em realizar o diagnóstico precoce, vem desestabilizando pacientes. Os neurologistas, porém, garantem: ainda é cedo para apontar qualquer relação entre o Parkinson e o Sars-CoV-2.

“A doença não mexe diretamente com a imunidade, no entanto, algumas evidências sugerem que pessoas com a doença apresentariam maior possibilidade de mortalidade quando acometidas pelo COVID-19. Contudo, os fatores podem estar relacionados à idade mais avançada e ao risco maior para infecções respiratórias”, pontua o dr. Carlos Roberto de Mello Rieder, presidente da ABN.

Ainda de acordo com ele, outra questão é se a infecção pelo coronavirus poderia aumentar a incidência de doenças neurodegenerativas. Até o momento, não existem evidências que comprovem essa hipótese.

“Após a I Guerra Mundial, atribuiu-se à pandemia de Influenza H1N1 um aumento de casos de parkinsonismo – sintomas que imitam a doença de Parkinson - de encefalite letárgica. Com isso, se desenvolveu temor semelhante em relação à Covid-19. Porém, é imperioso lembrar que, em uma segunda análise, o papel do vírus no quadro dos pacientes à época é questionado”, destaca o presidente da ABN.

Parkinson: quais são as causas?

A pandemia afetou o atendimento aos pacientes, os quais temiam a contaminação pelo novo coronavírus. Dra. Roberta alerta:

“Essa é uma doença que deve ser acompanhada a cada três ou quatro meses. Temos de nos antecipar à doença para manter o bem-estar do paciente”.

Atualmente, a frequência e prevalência do Parkinson vêm aumentando, tendo em vista que a expectativa de vida também segue tendência de elevação. A doença, mais comum após os 60 anos, tem como fator principal o envelhecimento.

“O Parkinson não é grupo de risco para a Covid-19, mas a idade dos pacientes pode torná-los mais sujeitos à infecção pelo novo coronavirus”, esclarece dra. Roberta.

A doença é idiopática, isto é, de causa desconhecida, obscura. A combinação de fatores genéticos e ambientais podem influenciar na predisposição à doença. Dr. Carlos Rieder aponta para os prejuízos causados por agrotóxicos e herbicidas e pelo ar em má qualidade devido à atividade industrial.

Segundo estudos na população do Rio Grande do Sul, pacientes expostos a essas condições apresentam curso de evolução pior.

Em geral, o tratamento para as manifestações motoras é a base de substâncias que repõem a diminuição da dopamina em áreas cerebrais, como a Levodopa e agonistas dopaminérgicos. Para a minoria de casos que sofrem com flutuações motoras, onde os medicamentos já não fazem o efeito desejado, existe indicação cirúrgica. Esta última, realizada através do implante de estimulação cerebral (TEM), é recomendada para 5 a 8% dos casos.

“Sabemos que o acúmulo de uma proteína chamada sinucleína pode estar ligado com a causa da doença. Há várias flutuações genéticas que estão implicadas como responsáveis pelo surgimento da doença. A grande perspectiva é que, à medida que se compreende melhor o processo fisiopatológico, desenvolvamos drogas capazes de prevenir a evolução clínica negativa”, analisa dr. Carlos.

Abrangência nacional da ABN

Em temos de medicamentos, os especialistas garantem que o Brasil está bem suprido. Existem diversos centros de referência no Brasil, especialmente no Sul, Sudeste e Nordeste. No entanto, dra. Roberta ressalta que ainda não são suficientes.

“Almejamos que o atendimento chegue ao interior das cidades. Estamos promovendo educação continuada para os neurologistas generalistas justamente para ampliar o alcance da cobertura médica”, pontua.

Nesse cenário, a ABN tem papel de vanguarda. Desde o início da pandemia, promoveu vários webinares com participação de experts nacionais e internacionais. Anualmente, salienta o Dia Nacional (4 de abril) e Mundial (11 de abril) do Parkinson com campanhas de conscientização.

“Trabalhamos para nos aproximar cada vez mais das associações de paciente, ouvindo-as e apoiando-as. É uma forma de cuidar de quem mais precisa, dando todo o suporte necessário, a partir da informação”, finaliza Carlos Rieder. Fonte: ABNeuro.

Lembrar que o conteúdo desta matéria, contradiz matéria afim, AQUI postada, da Universidade de Iowa, portanto recomenda-se cautela redobrada e a adoção dos protocolos de segurança e particularmente o isolamento social. Tire suas próprias conclusões.

terça-feira, 27 de outubro de 2020

A infecção por COVID-19 pode ser parte de uma "tempestade perfeita" para a doença de Parkinson

Oct 26th, 2020 - Novo comentário publicado na revista Trends in Neurosciences explora três estudos de caso conhecidos de pessoas que desenvolveram sintomas semelhantes aos do Parkinson nas semanas após a infecção com SARS-CoV-2, o vírus que causa o COVID-19, relatou o Instituto Van Andel. Embora raros, esses casos fornecem informações importantes sobre as possíveis implicações de longo prazo das infecções.

O comentário foi co-autoria de Patrik Brundin, MD, Ph.D., do Instituto Van Andel, Avindra Nath, MD, do Instituto Nacional de Doenças Neurológicas e Derrame dos Institutos Nacionais de Saúde, e J. David Beckham, MD , da Universidade do Colorado.

“Enquanto continuamos lutando contra a pandemia COVID-19 hoje, também devemos considerar suas implicações para o futuro”, disse Brundin. “Há evidências de que os efeitos colaterais da infecção por COVID-19, como inflamação e danos ao sistema vascular, podem estabelecer a base para o desenvolvimento da doença de Parkinson. COVID-19 é claramente uma grande e contínua ameaça à saúde pública, mas as consequências da infecção podem acabar conosco por anos e décadas.”

A doença de Parkinson é um distúrbio multissistêmico que começa anos ou mesmo décadas antes do aparecimento de seus sintomas marcantes relacionados ao movimento. Evidências crescentes sugerem que o Parkinson surge de uma mistura complexa de fatores que variam de pessoa para pessoa, incluindo idade, predisposição genética, histórico de infecções e exposição a certos fatores ambientais, como poluição ou pesticidas.

As infecções virais, em particular, podem desempenhar um papel no desencadeamento dos estágios iniciais do Parkinson, desencadeando uma cascata que resulta na morte das células cerebrais que produzem dopamina, um mensageiro químico vital cuja ausência leva a problemas de movimento, como congelamento e tremor.

Os três casos mencionados no comentário ocorreram em pessoas sem história familiar de Parkinson e sem quaisquer sintomas iniciais de Parkinson conhecidos. Dois viram uma melhora em seus sintomas semelhantes aos do Parkinson após o tratamento com medicamentos tradicionais para Parkinson que reabastecem a dopamina; o terceiro se recuperou espontaneamente. Embora esses medicamentos tratem os sintomas, eles geralmente têm efeitos colaterais desafiadores e não retardam ou interrompem a progressão do Parkinson.

“O SARS-CoV-2 é considerado um vírus respiratório, no entanto, sua virulência e potencial patogênico, particularmente para complicações neurológicas, continua a nos surpreender”, disse Nath. “Alguns pacientes podem desenvolver manifestações neurológicas graves, apesar dos sintomas respiratórios leves.”

Com base nas evidências dos estudos de caso e no que se sabe sobre os mecanismos que sustentam o Parkinson, Brundin, Nath e Beckham sugerem três maneiras possíveis de a infecção por COVID-19 contribuir para o aparecimento de Parkinson:

COVID-19 está ligado a coágulos sanguíneos e outros problemas com o sistema vascular, incluindo o cérebro. Esses insultos vasculares podem causar danos à área do cérebro que produz dopamina, o que subsequentemente pode resultar em uma perda de dopamina que reflete no Parkinson.

Existe uma ligação demonstrada entre a inflamação crônica e o Parkinson. É possível que a inflamação grave resultante de COVID-19 possa desencadear inflamação do cérebro e morte celular associada ao Parkinson.

O SARS-CoV-2 pode ser um vírus neurotrópico, o que significa que ataca o sistema nervoso. Por causa disso, COVID-19 e Parkinson compartilham alguns sintomas iniciais, como perda do olfato e problemas intestinais. Além disso, a infecção com SARS-CoV-2 pode levar a um aumento da alfa-sinucleína, uma proteína associada ao Parkinson (isso foi observado em outras infecções virais).

Embora esses casos não provem que a infecção por COVID-19 causa o Parkinson, eles sugerem uma possível relação problemática entre o vírus e doenças neurodegenerativas subsequentes.

“O grande número de casos respiratórios devido ao SARS-CoV2 nos permitiu entender e analisar complicações neurológicas importantes de infecções respiratórias graves por vírus,” disse Beckham. “É importante que continuemos nossas investigações científicas sobre este novo vírus para que possamos entender todas as complicações de curto e longo prazo da pandemia de COVID-19”.

No futuro, os autores pedem estudos de longo prazo que sigam as pessoas que foram infectadas com COVID-19 para monitorá-las para o desenvolvimento de Parkinson.

A pesquisa relatada nesta publicação foi apoiada pelo Instituto Van Andel; a Farmer Family Foundation (Brundin); Divisão de Pesquisa Intramural, Instituto Nacional de Doenças Neurológicas e Derrame dos Institutos Nacionais de Saúde (Nath); e um VA Merit Award (Beckham). Original em inglês, tradução Google, revisão Hugo. Fonte: Hpnonline.

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Doença de Parkinson aumenta em 30% o risco de morte por covid-19

Estudo conduzido pela Universidade de Iowa chegou à conclusão depois de analisar dados 80 mil pacientes.

Dados mostram que mortalidade maior pode estar relacionada à pneumonia, principal causa de morte em pacientes com doença de Parkinson (Jo Hale/Getty Images)

15/10/2020 -  Em meio à busca por uma cura para a covid-19, pesquisadores de todo o mundo continuam buscando fatores capazes de minimizar mortes relacionadas à doença. Nesse sentido, o destaque da vez é da Universidade de Iowa, que divulgou um novo estudo apontando o risco 30% maior de pacientes com Doença de Parkinson serem vítimas fatais da covid-19.

A nova análise foi conduzida com com base na TriNetX, rede global de pesquisa em saúde que permite aos pesquisadores explorar um conjunto não identificado de dados de pacientes. Assim,  informações de aproximadamente 80 mil pessoas foram coletadas a partir do dia 15 de julho, com conclusões mostradas oito semanas depois.

Dentro da amostra analisada, a pesquisa mostrou que o índice de mortalidade dos pacientes sem a doença de Parkinson era de 5,5%, percentual que subia para 21,3% entre as vítimas fatais que tinham a condição neurodegenerativa.  No entanto, os pacientes do grupo com a doença também eram geralmente mais velhos, com maior probabilidade de ser do sexo masculino e menor probabilidade de ser afro-americanos do que os pacientes sem a comorbidade – fatores que também aumentam o risco de morte por covid-19.

Para eliminar esse efeito, a equipe de pesquisadores fez uma outra análise, combinando cada paciente portador de doença de Parkinson com outros cinco (da mesma idade, sexo e raça) não portadores dessa doença. Mesmo assim, foi concluído que o risco de morrer de covid-19 era 30% maior para os pacientes com a condição prévia. Os resultados foram publicados recentemente na revista Movement Disorders.

De acordo com os pesquisadores, uma possível razão pela qual os pacientes com doença de Parkinson têm um risco aumentado de morte ao contraírem a COVID-19 pode estar relacionada ao fato de que o novo vírus pode causar pneumonia – principal causa de morte em pacientes com a condição neurodegenerativa. Isso ocorre, em parte, porque os pacientes com Parkinson podem ter problemas para engolir ou engasgar, o que pode causar aspiração.

“Essas descobertas também podem ter implicações para a compreensão dos riscos que pacientes com Parkinson correm ao entrarem em contato com outras doenças, incluindo a gripe”, afirma Nandakumar Narayanan, um dos médicos responsáveis pelo estudo. “Eu recomendaria uma vacina contra a gripe e uma vacina contra a pneumonia para tentar prevenir esses problemas em pacientes com essa comorbidade”, finaliza. Fonte: Exame.

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Israel registra 1º possível caso de Parkinson relacionado à Covid-19

Paciente de 45 anos desenvolveu sintomas da doença após se curar da Covid-19; cientistas se preocupam com uma possível onda de doenças neurodegenerativas

23/09/2020 - Médicos do Hospital Universitário Samson Assuta Ashdod, em Israel, relataram o caso de um paciente de 45 anos que passou a apresentar sintomas relacionados à doença de Parkinson após se curar da Covid-19.

O homem foi hospitalizado com o novo coronavírus no dia 17 de março, dias após retornar de uma viagem aos Estados Unidos. Semanas depois, quando os exames RT-PCR já apontavam resultado negativo para a doença, ele passou a relatar tremores e dificuldades para escrever e falar. 

A manifestação desses sintomas levaram o paciente a ser internado no Departamento de Neurologia do hospital. Lá, exames confirmaram uma alteração em neurônios dopaminérgicos, que produzem dopamina. 

O quadro se agravou desde então, e, de acordo com os profissionais de saúde responsáveis pelo caso, o homem agora tem expressão facial reduzida e tremores extremos no lado direito do corpo. 

O relato foi enviado para publicação na próxima edição da revista The Lancet, especializada em temas ligados à medicina. É importante frisar que não se trata de uma pesquisa científica, mas da observação de um único paciente. 

Não é possível, ainda, afirmar se o desenvolvimento da doença de Parkinson tem ligação concreta com o diagnóstico prévio de Covid-19. No entanto, os cientistas sublinham que o paciente não possui histórico familiar do distúrbio ou "qualquer outro fator de risco evidente", como observa a Galileu. 

Parkinson: a "terceira onda" da pandemia?

Estudos anteriores já haviam demonstrado que o Sars-Cov-2 pode ocasionar danos cerebrais, sintomas neurológicos e perda de memória, mas não está claro de que forma o vírus age para causar esses efeitos. 

De acordo com o neurocientista australiano Kevin Barnham, do Florey Institute of Neuroscience & Mental Health, a hipótese mais aceita é a de que o vírus pode danificar parte das células do cérebro, tendo potencial para levar à neurodegeneração em algum nível.

Barnham é coautor de um estudo que aponta que a pandemia de Covid-19 pode ter uma "terceira onda" não mais relacionada a reinfecções pelo novo coronavírus, mas a um aumento de casos da doença de Parkinson associados ao Sars-Cov-2.

À Science Alert, o neurocientista afirmou que algo parecido ocorreu após a pandemia de gripe espanhola, no início do século passado, quando uma forma de inflamação no cérebro chamada encefalite letárgica passou a atingir as pessoas que haviam se curado da doença. 

Atualmente, não há dados suficientes para constatar a relação entre condições neurológicas e a Covid-19. Por isso, Barnham sugere que as autoridades de saúde não ajam somente para prevenir a doença, mas realizem também um rastreamento de longo prazo dos casos recuperados, monitorando a manifestação de distúrbios neurodegenerativos. Fonte: Olhar Digital.

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Parkinsonismo como uma terceira onda da pandemia COVID-19?

 22 September 2020 - Parkinsonism as a Third Wave of the COVID-19 Pandemic?

Consequências neurológicas de COVID-19: a "onda silenciosa"

22 September 2020 - Mebourne, Austrália - O mundo está preparado para uma onda de consequências neurológicas que podem estar a caminho como resultado do COVID-19? Esta questão está na vanguarda das pesquisas em andamento no Florey Institute of Neuroscience and Mental Health. Uma equipe de neurocientistas e médicos está examinando a ligação potencial entre COVID-19 e o aumento do risco de doença de Parkinson, e medidas para ficar à frente da curva.

"Embora os cientistas ainda estejam aprendendo como o vírus SARS-CoV-2 é capaz de invadir o cérebro e o sistema nervoso central, o fato de que está entrando é claro. Nosso melhor entendimento é que o vírus pode causar insultos às células cerebrais, com potencial para neurodegeneração seguir em frente a partir daí", disse o professor Kevin Barnham do Florey Institute of Neuroscience & Mental Health.

Em um artigo de revisão publicado hoje no Journal of Parkinson's Disease, os pesquisadores destacaram as potenciais consequências neurológicas de longo prazo do COVID-19, apelidando-o de "onda silenciosa". Eles estão pedindo uma ação urgente para ter ferramentas de diagnóstico mais precisas disponíveis para identificar a neurodegeneração precocemente e uma abordagem de monitoramento de longo prazo para pessoas que foram infectadas com o vírus SARS-CoV-2.

Os pesquisadores relatam que os sintomas neurológicos em pessoas infectadas com o vírus variam de graves, como hipóxia cerebral (falta de oxigênio), a sintomas mais comuns, como perda do olfato.

"Descobrimos que a perda ou redução do olfato foi, em média, relatada em três em cada quatro pessoas infectadas com o vírus SARS-CoV-2. Embora na superfície esse sintoma possa parecer pouco motivo de preocupação, na verdade ele nos diz muito sobre o que está acontecendo por dentro e que há uma inflamação aguda no sistema olfatório responsável pelo cheiro ”, explicou a pesquisadora da Florey Leah Beauchamp.

A inflamação é conhecida por desempenhar um papel importante na patogênese da doença neurogerativa e tem sido particularmente bem estudada na doença de Parkinson. Pesquisas adicionais sobre essas doenças podem ser críticas para os impactos futuros do SARS-CoV-2.

"Acreditamos que a perda do olfato representa uma nova maneira de detectar o risco de alguém desenvolver a doença de Parkinson precocemente. Armado com o conhecimento de que a perda do olfato está presente em cerca de 90% das pessoas nos estágios iniciais da doença de Parkinson e uma década antes do motor sintomas, sentimos que estamos no caminho certo ", acrescentou Beauchamp.

O diagnóstico clínico da doença de Parkinson atualmente depende da apresentação de disfunção motora, mas a pesquisa mostra que a essa altura, 50-70% da perda de células de dopamina no cérebro já ocorreu.

"Ao esperar até este estágio da doença de Parkinson para diagnosticar e tratar, você já perdeu a janela para que as terapias neuroprotetoras tenham o efeito pretendido. Estamos falando de uma doença insidiosa que afeta 80.000 pessoas na Austrália, que deve dobrar até 2040 antes mesmo de considerar as consequências potenciais do COVID, e atualmente não temos terapias modificadoras da doença disponíveis ", disse o professor Barnham.

Os pesquisadores esperam estabelecer um protocolo de triagem simples e de baixo custo com o objetivo de identificar as pessoas na comunidade em risco de desenvolver o mal de Parkinson, ou que estão nos estágios iniciais da doença, em um momento em que as terapias têm o maior potencial para prevenir o aparecimento de doenças motoras. disfunção. Eles planejam apresentar a proposta de financiamento do esquema de financiamento futuro de pesquisa médica do governo australiano.

Além disso, a equipe desenvolveu duas terapias neuroprotetoras atualmente sob investigação e identificou uma coorte de indivíduos que são ideais para estudar os tratamentos. Por meio de sua pesquisa, eles obtiveram novas evidências de que as pessoas com transtorno de comportamento do sono REM têm uma predisposição maior para desenvolver a doença de Parkinson.

A doença de Parkinson é um fardo econômico significativo que custa à economia australiana mais de US $ 10 bilhões por ano.

“Temos que mudar o pensamento da comunidade de que o Parkinson não é uma doença da velhice. Como temos ouvido várias vezes, o coronavírus não discrimina - e nem o Parkinson”, disse o professor Barnham. "Podemos ter uma visão das consequências neurológicas que se seguiram à pandemia de gripe espanhola em 1918, onde o risco de desenvolver a doença de Parkinson aumentou de duas a três vezes. Considerando que a população mundial foi atingida novamente por uma pandemia viral, é realmente muito preocupante considerar o potencial aumento global de doenças neurológicas que poderiam se desdobrar no futuro. "

Ele acrescentou: "O mundo foi pego de surpresa pela primeira vez, mas não precisa ser novamente. Agora sabemos o que precisa ser feito. Junto com uma abordagem estratégica de saúde pública, ferramentas para diagnóstico precoce e melhores tratamentos estão em andamento para ser a chave.” Original em inglês, tradução Google, revisão Hugo. Fonte: Journal of Parkinsons Disease.

Especialistas alertam que o coronavírus pode causar 'onda' de condições neurológicas, incluindo doença de Parkinson

 22092020 - Experts warn coronavirus may cause 'wave' of neurological conditions including Parkinson's disease.

Leia mais aqui (em inglês): Consequências neurológicas de COVID-19: a "onda silenciosa".

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Um caso provável de doença de Parkinson após infecção com SARS-CoV-2

Tomografia por emissão de pósitrons (PET) [18F] -FDOPA de um paciente com diagnóstico de Parkinson após infecção com SARS-CoV-2. R: direito (lado direito). PET cerebral (TEP-DOPA) mostra uma diminuição na captação de [18F] -FDOPA nos dois putâmen, mais acentuada no lado esquerdo. Cohen ME, et al. Lancet Neurol. 2020; 19 (10): 804-5.

21 SEPTEMBRE 2020 - Un cas probable de maladie de Parkinson après infection par le SARS-CoV-2, veja mais AQUI

segunda-feira, 7 de setembro de 2020

O impacto da pandemia na doença de Parkinson: associações fechadas e pacientes sem terapias

Um estudo analisa as consequências para os pacientes com Parkinson durante o confinamento. 66% experimentaram uma piora de seus sintomas

07/09/2020 - As consequências da pandemia do coronavírus foram devastadoras para muitos pacientes com outras doenças. Um estudo traz dados sobre o que isso significava para as pessoas com Parkinson: 66% sofreram uma piora dos sintomas durante o confinamento. Agora, dizem do grupo, estão muito preocupados com a abertura das associações que foram forçadas a fechar durante o estado de alarme e ainda estão fechadas, que interromperam terapias vitais que são vitais para eles.


A Sociedade Espanhola de Neurologia (SEN) divulgou esta semana um estudo lançado pelo Observatório de Parkinson da Federação Espanhola de Parkinson (FEP), juntamente com a Associação Galicia-Coruña Parkinson e a Fundação Curemos el Párkinson publicados na revista internacional Movement Disorders. São o resultado de um inquérito realizado a doentes -quase 600 de 49 províncias espanholas - entre os meses de maio, junho e julho de 2020, com o objetivo de conhecer o impacto da pandemia nas pessoas que sofrem da doença.


A doença de Parkinson é uma doença neurodegenerativa que afeta o sistema nervoso de forma crônica e progressiva. Depois de Alzheimer, é a segunda doença mais prevalente e pertence aos chamados Distúrbios do Movimento. Especialistas alertam que vai triplicar em 30 anos devido ao aumento da expectativa de vida e aos avanços diagnósticos. Na Espanha, a doença atinge 160.000 pessoas.


Um raio-x de um doente em confinamento

O estudo apresentado esta semana tem o aval científico do SEN e, segundo a sociedade, é um dos mais extensos que já foram realizados no cenário internacional. Conforme explicou à Vozpópuli, Dr. Diego Santos, neurologista e secretário do Grupo de Estudos sobre Distúrbios do Movimento da sociedade, é uma "investigação transversal que coleta o ponto de vista dos pacientes em um determinado momento". Durante os meses mais difíceis da emergência sanitária.


Entre as principais conclusões, o neurologista indica que um percentual significativo de pacientes foi afetado negativamente pelo confinamento forçado pelo estado de alarme. “Mais do que a doença em si, tem sido o confinamento, o fechamento de associações de pacientes, o distanciamento social, além dos sentimentos de solidão, depressão ou estresse psicológico -que reduzem a eficácia dos medicamentos-, o que mais tem impactado na saúde deles”, afirma o especialista.


Sobretudo pela interrupção das terapias fonoaudiológicas ou fisioterapêuticas em suas associações, que, ressalta, ainda assim, “têm se voltado muito para tentar alcançar os pacientes por meio de tutoriais ou redes sociais para que eles, em suas casas, pudessem aplicá-los tratamentos não farmacológicos tão importantes que os afetam tanto”, afirma a médica.


Associações com portas fechadas

Assim, diz o médico, os seus pacientes o transferiram para A Coruña, onde trabalha. Na área da saúde da província galega, a associação que representa este grupo, que conta com mais de quinhentos membros, não tem conseguido abrir as portas neste momento.


Em relação à normalização das consultas, Dr. Santos indica que tem dependido de cada comunidade. Em A Coruña, foi estabelecido um protocolo de meia hora entre as consultas presenciais para que os pacientes não se acumulem e, se houver um volume significativo de consultas, algumas revisões são feitas por telefone.


Os pacientes pedem consultas mais curtas

Atualmente, acrescenta Leopoldo Cabrera, presidente da FEP, formada por 67 associações que atuam em toda a Espanha, não há evidências de problemas no atendimento médico aos pacientes. Claro, há uma reclamação que vem de antes da pandemia e que essas consultas com os neurologistas são encurtadas no tempo. As pessoas com Parkinson pedem que, em vez de a cada seis meses, como é o caso agora, sejam mais regulares: a cada três ou quatro, por exemplo, para ter maior controle da medicação.


Ao dizer a Vozpópuli o que significou o confinamento, Cabrera fala de uma afetação física e emocional. De acordo com o estudo promovido pela Federação que ele preside, 65,7% dos pacientes perceberam uma piora de seus sintomas como distúrbios do sono (41%); rigidez (41%); distúrbios da marcha (34,5%); ansiedade (31%); dor (28,5%); fadiga (28%); depressão (27,5%); tremor (21%) e / ou distúrbios do apetite (13%).


Mais de 95% das pessoas com Parkinson realizaram medidas rigorosas para evitar a contração da doença - como, além do confinamento, o distanciamento social rigoroso -, apesar de mais de 85% não terem tido contato com casos de Covid-19. Quase 73% dos pacientes continuaram com seus tratamentos e permaneceram ativos durante o confinamento.


Parkinson, mais do que tremores

“O Parkinson é mais do que tremor ou sintoma motor; tem outros aspectos de natureza psiquiátrica ou psicológica. Precisamos de uma rotina que vamos construindo aos poucos. O tratamento não farmacológico é tão importante para nós quanto a medicação. E, de repente, nós encontramos detidos em casa. Também as relações com especialistas e neurologistas foram muito afetadas ou as consultas canceladas. Isso apesar dos esforços dos nossos médicos para manter o contato, que, no entanto, não era homogêneo em todas as comunidades ", diz Leopoldo Cabrera.


Durante o confinamento e embora não haja evidências de que as pessoas com Parkinson tenham maior risco de contrair COVID-19 ou de pior prognóstico se estiverem infectadas, houve um "impacto inegável" no desenvolvimento de sintomas psiquiátricos - como estresse, depressão ou ansiedade - como consequência do isolamento ou restrições de mobilidade, diz Dr. Santos.


Na verdade, mais da metade do grupo experimentou uma piora dos sintomas, sofrendo de tremores, rigidez, quedas, flutuações motoras, depressão ou dor. Além disso, cerca de 1 em cada 3 tinha problemas cognitivos e distúrbios comportamentais.


Embora o estudo SEN não tenha sido desenhado para determinar a prevalência do coronavírus, os dados coletados sugerem que a porcentagem de pacientes com Parkinson afetados pelo vírus pode ser bastante baixa. Na amostra, apenas 2,6% tiveram a doença confirmada, dos quais apenas 33% tiveram que ser hospitalizados e houve apenas um caso que teve que ser internado em uma UTI, segundo o Dr. Diego Santos.


O impacto sobre os cuidadores

Leopoldo Cabrera chama a atenção para as consequências que esse confinamento também teve para os cuidadores. De acordo com a pesquisa, intitulada "Estudo sobre o COVID-19 e o Parkinson", 63,5% dos entrevistados tinham um cuidador principal, principalmente um membro da família. Os dados da pesquisa indicam que enquanto 70% das pessoas com Parkinson consideram que a pandemia as afetou negativamente e avaliam o impacto negativo em 6,6 (em uma escala de 0 a 10), no caso de cuidadores, esse impacto é de 6,9.


“Estamos falando de cuidadores com idade média acima de 60 anos, geralmente o companheiro ou parente direto, que também estiveram confinados, não podem sair. E a situação também os afetou muito”, acrescenta. Momentos difíceis em que Cabrera teve conhecimento de situações dramáticas como pacientes com quadros psicóticos que não puderam ir a um hospital ou ter a trégua de um hospital-dia. “Todo o sistema de saúde era cobiçoso”, lembra ele.


Auxílio a associações

Do ponto de vista das associações, o que mais preocupa a Federação agora é que podem retomar a sua atividade. No momento, eles estão testando a situação em toda a Espanha. Na pandemia, procuraram não perder o contato e iniciaram terapias online ou videoconferências para sessões de fisioterapia ou fonoaudiologia, entre outras. “Eles foram muito úteis e acho que vieram para ficar”, diz o presidente da FEP.


O problema, ele insiste, é o que vai acontecer agora com todas essas associações que tanto ajudam. “Muitos tiveram que aplicar ERTES, porque a renda para pagar os salários dos fonoaudiólogos veio dos sócios e que ajudaram a manter economicamente associações. E vamos ver como podemos resolvê-lo agora, porque nem tudo é coronavírus. "


Uma campanha para arrecadar fundos

No passado mês de Junho, a Federação Espanhola de Parkinson lançou juntamente com Pilar Martín, afectada pela doença há mais de quinze anos, a iniciativa "Conta Pilar" com o objectivo de angariar fundos para as associações federadas. A entidade procurava financiamento para a criação de um Fundo de Solidariedade para assegurar o funcionamento e a manutenção dos serviços que estas associações, distribuídas por todo o território nacional, prestam às pessoas com Parkinson e seus familiares.


A iniciativa visa tornar visíveis, por meio das redes sociais, as características da doença e da vida de uma pessoa com a doença, bem como as terapias e serviços que podem ser acessados ​​graças às associações. Original em inglês, tradução Google, revisão Hugo. Fonte: VozPopuli.